Reinações Múltiplas: fevereiro 2012
ATENÇÃO: Este blog é pessoal e não profissional

Prévia Ilícitas 2ª Edição

Por Bela Schmidt

Cinema

Em geral, todos aqueles personagens mais famosos das companhias vão para a televisão. Primeiro em séries de animação, como X-Men que era exibido pelo SBT tempos atrás, mas alguns grupos e personagens são tão famosos que ganham versões cinematográficas, eternizando alguns super-heróis e vilões para sempre.

Alguns dos filmes mais famosos e que mais faturaram das duas companhias são:

Batman Returns: Lançado em 1992, na semana de estréia o filme lucrou 45.690 mil dólares, sendo esta a maior semana de estreia no ano e maior semana de estréia de qualquer filme. No geral, o filme faturou um total de 266,83 milhões de dólares no mundo inteiro e em 1992 foi o terceiro maior filme de bilheteria na América e sexto no mundo todo.

Iron Man: Lançado em 2008, o filme arrecadou um total mundial de 585,174,222 bilhões de dólares e foi apenas a oitava maior bilheteria de 2008. Em seu primeiro dia de estreia arrecadou 35,2 milhões. Não temos dúvidas de que foi um dos filmes mais esperados.

X-Men First Class: Estreou no topo das bilheterias com uma abertura de U$55,1 milhões, que superou o primeiro filme da franquia. O filme fechou seu faturamento com um total de U$352,616,690 milhões com criticas positivas.


EM BREVE


O amor que se vai...

O amor que se vai from cpfl cultura on Vimeo.



Soneto De Separação

Vinicius de Moraes

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto


De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama


De repente não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente


Fez-se do amigo próximo, distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente

Eleanor Marie Robertson




Ela escreve como ninguém e tem a alma estampada naquilo que cria. Eiste uma ligação forte e íntima com a narrativa, bem como com a construção dos personagens. Existe uma fórmula Robertiana, mas essa fórmula é muito distante dos demais escritores. Trata-se de algo aparentemente simples que, quando posto no papel, é absolutamente mágico. Ela faz o que faz com magia, é nítida a relação dela com a valorização da mulher, a defesa pelos princípios do amor (a primeira vista, eterno e semeado pelo destino); não existe segunda opção, a palavra chave é Maktub. O que está escrito não poderá ser alterado, quando se trata de amor, porque esse sentimento é mais forte e se sobrepõe.
Os personagens maculinos são únicos e a essência dos melhores, a grande preocupação e sentir a mulher, dedicar-se a ela e não perder o seu poder, charme, a veia sedutora, certamente estão concentrados em Roarke. Ele é um espírito, por assim dizer, palpável e passível de compartilhamento. Isto é, Eve Dallas teria todo o seu charme e suas complexidades sozinha, mas sem o pilar que move suas ações, que é Roarke acompanhado de seus amigos, ela não passa de uma detetive apaixonada pelo que faz, nos subúrbios novayorkinos. Isso porque foi o amor quem abriu as portas da mudança e das espectativas na vida dela. Descobrir a si mesma, estar em contato com o passado, viver as emoçõs a fundo. A intensidade do casal é o retrato de todas as personagens robertianas.
Já, as trilogias, estão ligados por um ciclo de seis, muito forte, um ciclo que é contemplado, também, pelo elemento amor. Mas é preciso ressaltar dois outros elementos antagonistas: a amizade e a família. As trilogias e quadrilogias são laços de sangue e de alma. Também uma série de acontecimentos premeditados, como: a existência de uma boa relação em família, ou ainda a vinda de alguém com problemas para esse berço failiar. A chegada de um extrangeiro (ou uma extrangeira) - no sentido aqui, de uma pessoa que não vivia, por exemplo, naquela ilha, ou naquela cidade - trazendo consigo um elemento de irritação, para determinada personagem e, ao mesmo tempo, de amizade, para os demais integrantes da família.
Tudo será enriquecido com os elementos naturais (uma ilha, uma montanha, um pasto gigantesco, etc), por um lugar magico e/ou clássico (a Irlanda, a Itália, etc), animais que tenham e demonstrem sentimentos (um cachorro com a forma de um lobo, uma gata manhosa, etc) e, por fim, a magia do contato com uma criança (a personagem pode começar como criança, a criança pode ser alvo de perigo, a criança incentivará o contato entre duas pessoas, etc).
São essas as diferenças básicas e características da obra de Nora, ao meu ver. Poderia explorar muito mais e faer relações, entre obras, mas a essência está aí.

En cambio no...

Quanto mais gente eu conheço, mais gente eu aceito. Selecionar grãos é jogar o ruim fora e ficar com o que presta, mas pessoas não são grãos.
Por isso não seleciono, apenas enfileiro por escala. Estar no final da fila é ter menor interesse, mas nunca nenhum interesse.
Desaprendi a ignorar. Não é um fardo fácil de carregar, mas me rende algumas vidas a menos pra viver.
A palavra é: 'aceitar' e não 'concordar'.





Hoje re-ouvi a Vivian, do La Voz México e chorei como criança. Ela é incrível, essa canção é linda e eu amo coisas assim tão puras e simples como a arte e o ar. Respirar e ponto.



Vivian - En Cambio No - Primera Gala La Voz Mexico por LuceroHLVideos

Moves Like Jagger - parte 6


Dizem que as brasileiras se destacam pela beleza e pela dança. É verdade, vi pelo menos duas na pista da casa de Adam. A festa estava ficando intensa, percebi algumas pessoas se retirando com segundas intenções, a caminho de cantos escuros e quartos de hóspede.
Eu estava realmente feliz em estar ali. Era mais um sonho realizado e pessoas como eu tendem a se sentir apáticas quando sentem que os momentos brilhantes estão perto de terminar. Foi exatamente o que aconteceu quando James me procurou para irmos embora.
- Você quer que eu te leve pra casa? – ele estava, nitidamente, se oferecendo para dormir na minha cama, quando segurou minha mão e fez tal pergunta, podre de bêbado, enquanto beijava a minha nuca.
- Acho melhor eu dirigir. – realmente achava melhor. Aliás, era hora de tirar o time de campo, porque Adam e Anne V já estavam no andar de cima há alguns minutos. O que significava cenas impróprias para mentes de fãs obcecadas. Nada contra as loiras, mas aquela tinha o dom de me fazer ilusionar bonecos de macumba, feitos com palha e tecidos de calcinha.
Pedi a Jesse, que ainda estava normal e, naquele momento, acompanhava James e eu em uma conversa distraída – eu deveria dizer monólogo interessante, mas desagradável para o momento – para que me ajudasse a levar Valentine até o carro, sem que o loiro fatal tivesse algum dano. Afinal, era grande e pesado, perto de mim.

Quando estávamos no carro, a caminho de minha casa, naquela madrugada gentil e de clima agradável, repassei cada momento desde o primeiro som que ouvi da banda, até o último clipe. Era irracional viver aquilo, ainda sentir o gosto de James na minha boca e, ainda mais, os olhos de Adam observando meu corpo, discretamente, na sala de jogos da mansão.
Foi uma noite inesquecível e algo me dizia que era a primeira de muitas.
James chegou dormindo, no banco carona. Eu olhei para os cabelos loiros revoltos, os lábios semi abertos e o rosto lindo. Ele seria perfeito pra mim. Tinha todos os pré requisitos... se Adam não existisse. Mas ele existia e havia assinado a sentença de morte ao desviar o olhar, alguns míseros segundos da noite, para mim.

Maria estava dormindo, a julgar pelas luzes apagadas, então resolvi estacionar o carro de James e trancá-lo lá dentro, com a chave e um bilhete.

Bom dia delícia,
Não consegui te carregar e resolvi não te acordar. Quando despertar teremos café da manhã e um banho quente para oferecer, xo.

Era o suficiente, já que não estava oferecendo nada demais e teria tempo para contar tudo à Lupe, bem cedinho. Não conseguia lembrar se teria que trabalhar no dia seguinte ou não, fruto dos meus poucos goles a mais. Fui me deitar com um sorriso nos lábios e acordei com uma mexicana me chacoalhando como se o mundo fosse acabar.

Lupe não acreditou em nada do que eu contei. Ela me olhou com cara de quem desconfiava e eu tive que abrir a janela para mostrar o carro de James estacionado em frente a nossa casa.

- Dios mio. – olhos arregalados comprovaram a teoria mais improvável do universo e em seguida me senti ser abraçada, enquanto pulávamos, de pijama, gritando de emoção. Melhores amigas me fazem sentir idiota. – Conseguiste! Não acredito! Você conseguiu!
Ela soltou mais um grito e eu percebi que ainda estava em estado de choque. Consegui não chorar e lembrei que precisava me concentrar o suficiente para continuar parecendo interessante, já que o cara estava na minha casa, prestes a tomar café da manhã comigo.
- O que podemos fazer? – Lupe me acompanhou aos armários da cozinha. Os ingredientes eram deprimentes, nada de comidas exóticas ou frutas deliciosas e frescas. Havia um pacote se cereal, uma garrafa de leite e algumas bolachas.
- Acabou o café?
- Ontem, eu precisava fazer compras, mas fiquei empolgada na cozinha.
- Que diabos eram aquelas cebolas?
- Uma receita que minha avó mandou na última carta.
- Não deu certo. – afirmação seguida de expressão óbvia.

- Pois é. – Lupe se resignou a colaborar no café da manhã. Tinha a frustração de não saber cozinhar comidas mexicanas, embora fizesse esforços gigantescos e tentasse todas as teorias que sua avó enviava por correio.
- Relaxa, você nasceu para a arte, não precisa ficar se ressentindo por isso. – Eu tentei consolar, mas sabia que a maior parte das criações de minha amiga eram, justamente, relacionadas a comida: painéis de frutas, esculturas de lavradores e afins, tudo relacionado ao campo e as belezas da terra – como ela mesma anunciava. Pura frustração, porque ela nunca colocou a mão na enxada para ajudar a família, realmente não tinha o dom para certas coisas. Em compensação, nos EUA encontrou sua grande realização: o fast food. Trabalhar no Buger King mudou a vida de Lupe, nos primeiros anos. Sim, ela era capaz de “cozinhar” alguma coisa. Aquela era a prova da qual precisava.
Pobre Lupe.

James entrou pela porta de nossa humilde residência às 10 horas da manhã. Eu estava com os cabelos despenteados, havia saído do banho e já usava um vestido verde, que combinaria com o meu uniforme do Trifólio. Resolvi deixar o avental escondido na bolsa, mas não tinha nenhum receio de que James soubesse algo de mim.

- Bom dia. – ele me olhou com a cara amassada e eu tive que segurar meus hormônios pra não atacar a boca dele e ter que, depois de trinta minutos, tomar banho outra vez. Sorri.
- Bom dia, Bela Adormecida. Veio pro almoço, foi? – me limitei a ser brasileira e dei um beijo rápido nos lábios dele, convidando-o a se sentir em casa. Senti que ele relaxou.
- Bebi demais, minha cabeça está... – ele colocou a mão nos cabelos loiros, amarrados.
- Pode entrar e tomar um banho, a Lupe foi ao mercado, mas em quinze minutos já deve estar chegando, eu logo vou trabalhar.
- Não quero incomodar Lenah. Você e sua amiga estão ocupadas, eu... – interrompi com um beijo evitando uma conversa desnecessária. Não que eu não estivesse morrendo de vontade de beijar ele outra vez, ainda mais todo amassado e com aquele cabelo desarrumado, que me fazia lembrar de quando a América era um sonho e eu ainda morava no hemisfério sul, com os reles mortais.
Ele gostou. Na verdade gostou muito porque aprofundou o beijo de um jeito que me fez fechar os olhos e, como em um passe de mágica, ir parar deitada de costas na minha cama desarrumada.
Droga! Por que o gosto dele tinha que ser tão bom? Gostoso e suave, intenso e profundo. A língua, os lábios... Mas que droga, eu estava em chamas, já gemendo enquanto ele arrancava minhas roupas.
- Lenah.
Eu ouvia meu nome e sentia os beijos dele na minha orelha, na mina nuca...
- Lenah.
Como era gostoso sentir o corpo pesado e másculo, o cheiro de homem e...
-Lenah.
Consegui arrancar a camisa dele, puxei o cabelo loiro com força, mordi os lábios dele...
- Lenah.
Era uma sinfonia musical, eu estava semi nua, os seios a mostra e ele passeava as mãos por ali, me fazendo arfar em um fluxo constante. A boca passeando no meu pescoço, no meu colo e...
-Levine?


Digamos que não exista método mais rápido, seguro e fiel do que o melhor amigo do cara que você pira te brochar, do que quando ele está em cima de você, que por sinal está semi-nua, gemendo o seu nome loucamente quando, de repente, para toda a pegação e analisa a corrente do seu pescoço.
Culpa da garçonete de sorveteria jacu, que colocou a porcaria de jóia antes de dormir, sonhando com o príncipe encantado e esqueceu de tirar, quando o sapo levou ela pra lagoa, afim de fazer exercícios matinais.
Merda.


- O quê? – eu fui me afastando e abotoando outra vez a frente do vestido.
- Não, não. Volta aqui. – ele segurou meu braço e me juntou com o corpo dele, outra vez. Encarou meus olhos. – O que é isso?
- Eu, é... eu, nada.
Ok, pode me apedrejar, mas me pegou de surpresa uma burrice tão acentuada. E o pior, de minha parte.
- Você tem uma corrente com o nome do Adam.
- Não! Sim. Quer dizer, eu tenho essa corrente, só que... eu, minha mãe.
- O que? – me afastei - É mentira. – Ele disse sério. Sério como eu não sabia que ele poderia ficar.
- Desculpa. – agora a coisa estava um pouco pior, porque o olhar estava mudando de sério para o de desprezo.
- Vou embora.
- Mas...
- Dispenso o café. – ele saiu pela porta do quarto, arrumando as roupas e o cabelo. – Dispenso o banho também. – Ele disse se irritando, quando segurei o braço dele.
- Espera James, eu...
- Dispenso você também, Lenah. – ele me encarou e esperou que eu me afastasse. O que eu podia fazer?



Fui para o Trifólio quase que imediatamente depois dele sair. Precisava esfriar a cabeça. Quando terminei meu tedioso dia de trabalho, fui até em casa, tomei um banho e resolvi não atrapalhar meus colegas da facul, falando sobre a porcaria de desentendimento com o James durante todas as aulas. O que rolou foi passar a noite ouvindo os sermões sobre isso, quando Lupe chegou em casa.

- Você é burra, esse que é o problema. O que você tem na cabeça Muller? Não, me diga, apenas me diga, Muller! Deixar o passaporte para o tesouro sair sem nem terminar o serviço?
- Você me ajuda muito Lupe.
- Claro que ajudo, alguém precisa ser franca por aqui.
- Eu não sabia o que dizer na hora, não consegui mentir.
- Não conse... não, conseguiu. – ela estava indignada. Fazia gesto e segurava os cabelos quase arrancando. Disse, dentre outras coisas, que eu era uma tonta por não conseguir manipular o cara. Bastava uma mentirinha simples e ele estaria lá. Agora, por ter subestimado o cara, eu estava ali, sozinha, sem James, sem Adam, como uma garçonete invisível e sem nenhum indício de que seria comida por um cara famoso.
Era reconfortante ter uma amiga sincera.

Passei os dias esperando o Adam voltar. Queria que ele aparecesse no Trifólio e me reconhecesse, finalmente. Mas tinha medo de que ele me odiasse, como o James. Ou pior, que o James tivesse comentado alguma coisa.
O Adam não voltou naquele mês e eu descobri que estava em turnê e que depois gravaria um programa novo, na NBC. Algo envolvendo calouros e jurados, o que me fez lembrar de Raul Gil e da minha infância nada interessante.
Não consegui ver o James depois daquele incidente e acabei ficando sozinha e frustrada por um bom tempo. Ficava me perguntando porque parecia tão difícil tentar explicar as coisas, mas percebi que ele tinha sacado tudo. Me aproximei dele, exclusivamente, pelo amigo. O ruim era que eu não estava nem com um, nem com outro.