Reinações Múltiplas: setembro 2015
ATENÇÃO: Este blog é pessoal e não profissional

Sobre as letras que vão saindo

A arte de escrever aquilo que me toca, que me comove e que está dentro de mim. Muitas vezes eu releio minhas próprias palavras, para ter certeza do que eu nutri e do que eu conservo em mim. Desde as frustrações até as realizações.
Para os melhores momentos me faltam palavras.
Para os momentos mais ou menos, elas não faltam.
Para o que há de ruim, eu escrevo gritos de horror.
A dor em palavras machuca o leitor. E gosto de ter essa arma guardada, de alguma maneira.
Me dá uma falsa sensação de poder e me nutre algo do tipo "o que você escreve tem valor para outras vidas". É bom se sentir como um semi-deus. Acho que é o ego inflando. Não me sinto mal, na verdade. É algo que ocorre e ponto.
Não faço mal a ninguém com ele, nem a mim mesma. Não nutro, apenas existe e fica lá. Paradinho esperando.
Qual o problema??


Gosto de escrever agradecimentos, mas mais do que isso gosto de enaltecer as pessoas que eu amo.
Me faz bem.
Me cura.
Me adoça, aos poucos.

Opção

Eu posso me vitimar ou ser valente.
Posso acreditar que tudo está uma merda, ou que é uma fase para paciência e controle.
Posso fazer do meu dia uma maravilha, ou uma sucessão de coitadismos.
Sempre que eu paro cinco minutos pensando algo de baixa vibração, isso rende muito mais tempo de desânimo.
Não há porque se abater.
Aquilo que vivemos e que merecemos é o que é. É como é.
Existe, porque sim. E vai ficar ali quanto tempo for necessário.

O resto é opção.

Sobre foco e metas atuais

Hora de escrever minhas metas.
Elas mudam a todo momento e não há ninguém mais inconstante do que eu, porém, preciso começar por algum lado e o ideal é focar. Recomecemos...

1 - Ficar magra: quero e sinto que é o momento de focar nisso.
2 - Ganhar dinheiro: não posso aceitar qualquer coisa, mas como o foco é o dinheiro e não o trabalho, vou fazer o máximo para conseguir unir os dois.
3 - Tempo comigo e para mim: viajar ou mesmo passar tempo em lugares que me acalmem.
4 - Me preparar: sinto que o momento de me renovar com cursos está próximo. Que venha a grana!

Por ora, é isso.
A terapia vai me ajudar mais e terei uma concentração melhor.

Gente com cifrão

Era uma vez a síndrome do "não mexa no meu bolso", uma doença social que transforma pessoas ativistas, que amam cachorrinhos e gatinhos fofos, em seres bestiais capazes de matar (ou contratar um advogado) para "defender seu patrimônio". Um tipo de gente que jura de pé junto que lutou por cada moedinha de 25 centavos no bolso e que não está disposto a perder dinheiro pra "vagabundo nenhum".
Gente que trocou a Bíblia pelo Código Civil, só pra ter certeza que pode processar ou se defender.
O tipo de gente que separa maçãs saudáveis de maçãs podres. Que prefere locais limpos e organizados, sem incidência de meliantes com cara de petista, rebelde ou revolucionário cubano.
Gente que nunca fez nada ilegalmente (i-ma-gi-na) e que tem plano judicial ao invés de plano de saúde. Porque cuidar dos bens é mais importante do que cuidar da vida. Aliás, os bens são a vida.
Um pessoal que, em sua inteligência suprema, não se mistura. Não anda com gentinha. Não come sorvete na casquinha, só milk shake ovomaltine. 
Aquele tipo de gente do bem, que entra em contato com a natureza indo a parques ao estilo cartão postal da cidade e praticando ioga, mas que ignora qualquer ação humana que não envolva benefício próprio.
Gente que se julga inteligente porque tem estudos... sem se dar conta de que são pessoas mais burras por pensarem que só por terem estudos são inteligentes.
Gente que fala bem, escreve bem, se porta bem... e é completamente doente. Julga a vaidade como amor próprio, o egocentrismo como defesa de sua verdade, as esmolas sociais como ajuda comunitária. Gente que mente descaradamente em grupo ou sozinha. Gente que tem mais feridas na alma do que um leproso possua no corpo. 
Gente que precisa de ajuda. De reflexão. De sutileza e palavras doces, porque possui tanta "verdade" impregnada que não sabe elaborar uma questão simples para si mesmo. Não sabe mudar de ideia, ver outro viés, outro ângulo. A não ser que tenham teorias e direcionamentos acadêmicos.
Gente que faz da vida do outro dois ou três salários mínimos, e se acha justo porque oferece o domingo de folga (nem que seja de 15 em 15).
Gente que paga vinte e poucos mil de luz, dez mil de aluguel e pouco mais de mil reais para a vendedora que trabalha de domingo a domingo no shopping.
Gente que fatura, que faz viagens em família, que compra presentes para os filhos, que se presenteia com carro, joias, roupas importadas, sessões de massagem em spa e reclama da economia porque deixou de fazer o número 5 e passou a fazer apanas o número 3 no cardápio capilar do cabeleireiro renomado.
Gente que tem pena de quem não possui a mesma condição financeira, os mesmos estudos e de quem, principalmente, não conhece as mesmas leis.
Gente com sobrenome imposto de renda.
Gente doente. Gente que precisa de ajuda.

Don't help me

Porque eu me irrito muito.
Me dói pensar em mim como vítima e mais ainda como se fosse ocorrer algo de supra extraordinário.
Não sou uma coitada, mas quando me imagino como centro das atenções... aí sim sou digna de pena.

Agora me diz: como é que se olha para dentro, se pensa em algo sólido e coloca em prática no dia a dia?

Se eu usasse drogas imagino que estaria num hospício.

Desamores de sábado

Não dói mais como antes. Agora a dor é seca, não tem vestígio de choros a noite, nem tem aquele monte de ligações ou aquelas declarações idiotas no Orkut.
Pra começar, eu pensei que nem dor tivesse mais. Porque a cicatriz tem algo de perturbador, que te faz esquecer e, quando está desprevenida, percebe que está ali marcada na sua cara.
E comigo não foi diferente. Foram mais de vinte anos de expectativa. Acho que desde o berço essa dor e essa vontade me acompanham, mas eu não estou em paz. E a falta de paz, a falta de sobriedade me faz ser assim, estar assim. E me afundo no meu abismo, no meu sofrimento, com uma dor que dilata e inquieta a minha alma. Sou eu. Ninguém mais. Mesmo porque nunca existiu um ele.
Nunca.
Uma palavra que eu detesto usar. Que detesto ter que empregar em uma frase. Uma palavra que me persegue em diversos aspectos.

As aparências tomam tanta conta de mim que as pessoas custam a perceber como eu sou.

Disse que sou uma mulher feliz. Mitas vezes. E realmente sou. Não vivo momentos de felicidade, ao contrário, eu vivo momentos de tristeza.
Não sou triste. Sou um poço de felicidade que cai na foça e se afoga por não saber boiar, nadar, ou colocar os pés no chão.
Me prendam: eu sonho.


Sonho com homens que existem e com homens que eu nunca vi.
Sonho com fatos e com sentimentos.
Eu sempre estou criando uma história. Sempre sonhando.
Mas viver... bem, de viver eu entendo o que consigo movimentar.
E tudo é movimento.

Geralmente os meus movimentos me levam para algo como viagens dentro de uma esfera qualquer.
Quando estou na estrada, quando estou no campo, no parque, na mata, no mato, quando estou no banho ou quando estou a caminho de qualquer lugar, meus sonhos e meus pensamentos se fundem em realidade... e eu vivo muito mais do que um sonho.


Mas quando estou sozinha e desprotegida no meio da multidão... nesse momento eu fico realmente sentindo as dores da cicatriz.
Quem disse que cicatriz não dói, nunca viveu um desamor.

Ele

Salvador, meu homem. Assim como Santiago me beijou a alma e me presenteou com pessoas inesquecíveis, Salvador enfeitiçou o meu coração e os meus olhos. Se apoderou dos meus sentidos e do meu corpo, e me fez dançar ao embalo de seus batuques de orixás.
Salvador, meu homem. Com sua pele negra, de corpo suado, com o seu dengo e o seu molejo, com as suas favelas, com as suas vielas, com o seu ritmo e som, adentrou minha mente e revelou em mim o espelho de meu ser. Aquela que vive dentro e fora. Salvador, meu homem, me deu um espelho e fez com que eu beijasse a minha própria face. O impossível é possível na terra dos orixás.
Salvador, com seus braços fortes, seu beijo doce e seu sorriso malandro, tirou o chapéu, dançou e rodou a baiana em minha vida.
Salvador, como o seu nome sugere, me salvou. Me trouxe outra vez para o meu lugar e me deu um banho de mar, nos braços da Rainha, para que eu recordasse a quem eu pertenço. E por me lembrar a mim mesma, Salvador é um dos amados de minha vida.

Renovação

Foi uma excelente viagem, a maior parte dos acontecimentos foram para a minha listinha de acontecimentos. Sinto saudades de viajar para o Chile, mas acredito que é uma página em meio a muitas. Supostamente viajarei proximamente, quero muito curtir mais momentos como esses e vou atrás, para que eu possa conhecer e desfrutar.
Amo essa vibe de viagens e quero muito continuar com ela. Não sei nem o que escrever, porque o sentimento é maior do que eu imaginava.
Salvador me renovou.