Salvador, meu homem. Assim como Santiago me beijou a alma e me presenteou com pessoas inesquecíveis, Salvador enfeitiçou o meu coração e os meus olhos. Se apoderou dos meus sentidos e do meu corpo, e me fez dançar ao embalo de seus batuques de orixás.
Salvador, meu homem. Com sua pele negra, de corpo suado, com o seu dengo e o seu molejo, com as suas favelas, com as suas vielas, com o seu ritmo e som, adentrou minha mente e revelou em mim o espelho de meu ser. Aquela que vive dentro e fora. Salvador, meu homem, me deu um espelho e fez com que eu beijasse a minha própria face. O impossível é possível na terra dos orixás.
Salvador, com seus braços fortes, seu beijo doce e seu sorriso malandro, tirou o chapéu, dançou e rodou a baiana em minha vida.
Salvador, como o seu nome sugere, me salvou. Me trouxe outra vez para o meu lugar e me deu um banho de mar, nos braços da Rainha, para que eu recordasse a quem eu pertenço. E por me lembrar a mim mesma, Salvador é um dos amados de minha vida.