Reinações Múltiplas: março 2010
ATENÇÃO: Este blog é pessoal e não profissional

Eu escrevi com 15 anos, que orgulho!

"Naum gosto de rodeios prefiro ir direto ao assunto, naum sou muito de novelas mexicanas por causa disso...Perde-se muito tempo tentando explicar o obvio... Além do que naum sei dizer palavras doces e bonitas, perdi a sencibilidade quando percebi que vivo no planeta Terra! O país está vivendo o seu pior momento em toda a história das civilizações... Naum por que o povo tah roubando adoidado no senado, um colocando a culpa no outro... Mas porque naum tein ninguém fazendo nada lah fora... Queria ter vivido na Tropicália, ouvindo as manifestações de Caetano Veloso, Gilberto Gil.... Ouvindo Chico Buarque e Geraldo Vandré gritando pro mundo a indignação e levando pra rua o povo brasileiro que eu naum tive a honra e o prazer de conhecer... Aquele povo sim era digno de ser brasileiro! Tinham orgulho da nação e lutavam contra o medo que causava indgnação no seu peito... Peito forte que está cravado ein um hino que naum eh digno desse povo que está cantando-o agora... que o canta numa fila de colégio maskando chiclé ou colocando piadinhas na letra... Como diria nosso (ou ao menos meu! ) glorioso Carlos Drumond 'E agora José?' Perdaum se lhe ofendo, mas minha honra como brasileira naum me deixa ver meu país morrendo sein dizer nada... Talves eu devesse no minímo escrever o minha língua portuguesa corretamente, mas naum deixo de estar ein meio aos 'pecadores'... Isso deve parecer ridícolo ou dramático, mas o que vc esperava de uma adolecente curitibana de 15 anos ? Naum me substime pelo que eu aparento, porque nem eu tenho idéia do que sou... As palavras surgiram, e com elas a vontade de ir as ruas gritar por justiça.... Sem que adolescentes rebeldes que acreditam ser os donos do mundo me olhem e riam... Por que? Por que minha geração naum faz justiça aos gloriosos anos ein que vieram ao mundo? Salve os anos 80, Salve o protesto de Cazuza, salve a coragem dos Mutantes.... Salve a verdadeira raiz brasileira....!!!

Quarta-feira , 30 de Janeiro de 2008

Refletir é um papel do ser humano,como cidadão responsável, como homem e mulher de bem, como pessoas sociais.


Quando eu era muito pequena, as pessoas refletiram sobre meu futuro. E assim tudo o que eu vivo hoje é fruto do que semearam para mim. No entanto, não me vejo semear, nem pensar em nada para o futuro dos pequnos que me cercam. Nem a mim nem a ninguém!


Certamente cuidamos de nossos pequenos, mas cuidar e zelar não basta. Toda criança é futuro, e todo jovem produz o futuro. Como jovem tenho orgulho de dizer que já fui criança. Como criança tenho vergonha de dizer que sou jovem.

Quarta-feira , 20 de Maio de 2009

texto sem revisar...

Eu achei que estaria mais feliz...

Não é só deixar o tempo passar é aprender a passar com ele. torná-lo irrelevante, as coisas que vem dele me machucam

Eu estou fragilizada por sentimentos tolos, por memórias, por pessoas.

Eu queria só uma presença. Eu tenho a melhor de todas, a que todos tem... mas é aquela que inibe meu coração.

uma janela piscando, um buuu, um amigo, um carinho, uma pessoa especial. nenhuma outra, nenhuma emoção...

Ouvir coldplay... não, isso não sou eu, ou melhor : sou absolutamente eu!

Eu pedi ajuda, as pessoas me ajudaram... mas não é o que eu realemnete quero, nem o que me interessa... preciso pensar em mim, mas não quero.

Eu bato sempre na mesma tecla, o mesmo erro. até que estoure. Sim, até que eu ouça: me deixe em paz! mas eu não vou ouvir. Eu escolhi as pessoas certas, as que não sabem se desvincular de alguém como eu e que carregam a mim puxando uma corrente...

estou perdida.

Sexta-feira , 05 de Junho de 2009

Hoje

É super estranha essa minha mania de horóscopo. Eu nunca fui de acreditar nisso, as coisas não dão certo porque nossa vida está traçada por Deus e mais ninguém. É sabido que apenas Ele e mais ninguém, nem mesmo seus filho sabe do destino do mundo ou de algo posterior.

Porque então a obseção que me assombra?

Eu sei!

Saber o que vai acontecer me acalma, mesmo sabendo que não vai acontecer.

É estranho mas é o real. Eu não faço ideia de como as coisas serão, mas quero que sejam. Ver um traço do que pode acontecer me deixa mais tranquila.



Até agora a pouco eu estava bem, e em fração de segundos meu mundo desaba, por quê?

De muitas formas, você está dependendo das boas graças alheias. Esse é um tema base desta 6ª feira. Nas finanças, determinante do sucesso é também saber abrir mão de detalhes. No amor, papos abertos ajudam a melhorar o clima e desfazer mal estares. Desanimo a vista...



Não fosse o desanimo a vista eu estaria feliz?? oO

Que chatiação!

A muito que ando desanimada,embora hoje em minha viajem, sim porque foi muito longa a ida e a vinda, até Campo Largo, em uma entrevista de emprego, me senti mais perto de Deus do que nunca. Quanto verde! E quanta coisa boa! Nossa, foi incrível, desde o vento que armou meus cabelos, até o trajeto que o ônibus fez. Tudo, absolutamente TUDO, foi incrível.

Passei no sebo, eu que não frequento sebos por falta de dinheiro!! E comprei,com um dinheiro q não é meu e poderia ser de um lanche que eu por sinal ainda não fiz (só tomei café em casa e estou aqui com a barriga nas costas)... mas valeu a pena! Me senti viva fazendo isso. Sentindo o elemento do meu signo (ora bolas até nisso o zodiaco me persegue! ) e comprando um livro de Scliar e uma revista nova escola, edição do centenário de Machado de Assis.



Não sei o que me dá. É mais que bipolaridade. É carencia de afeto... falta do todo, excesso de amor.

Não gosto de ser assim, mas não sei como mudar, embora eu seja moldável e o vento possa me esculpir.

Espero melhorar logo, por enquanto, não sei!

Cópia e cola do blog antigo

Meu blog está as moscas, como sempre...

O povo entra lê e some, mas não vou implorar por comentários! É inútil mesmo, kkk.

Ultimamente estou bem. Na verdade me sinto até mal de estar bem, afinal o mundo está explodindo a minha volta e eu de boa. E mais estranho é não estar apaixonada.

Não, não mais.

Felizmente qualquer resquício de beijinho beijinho, tchau tchau!! As ultimas informações que tive foram tão brutais que eu caí da cadeira.

Bem, conhecer gente nova é bom, legal, interessante... mas nem mesmo isso é o motivo de eu estar bem. Não sei, na verdade me sinto inchada pelo inverno, com a pele by choquito, sem companhia e bem desagradável(pq não pulo mais no corredor, nem pareço ter 13 anos). O motivo de estar bem está além de mim.



A espiritualidade é algo fundamental. o ser humano que não explora o sobrenatural, acaba vivendo de maneira oca, sem sentido. As dúvidas são burras. O melhor é acreditar em tudo, assim as decepções e enganos nos fazem crescer como seres humanos.

Estou feliz hoje, mas não saem sorrisos dos meus lábios.

Não saem nada de mim.

Mas estou feliz.... Tanto que vou escrever um poema:



A integridade me assombra

Não vejo nada além do túnel maciço que

rompe seus olhos claros

e faz tornarem-se escuridão.

Eu tenho tudo em mim

Em minhas mãos

Eu tenho nada.

Porque eu fujo... eu grito desesperadamente

eu fico mudo

diante do espelho.

Me desespero.

Não sei quem você é retrato infernal

que queima

que embreaga

que faz ser tão distante

tão próximo.

Você que voa como águia e

me abraça suavemente no toque dos lábios

num reflexo daquele que eu amo,

pois é esse que sou eu.







Podre, perto dos de 15 anos ¬¬

mas vale... ^^

O Reinações de uma curitibana foi embora, mas...

terça-feira, 8 de janeiro de 2008


Mais uma vez..


Num belo dia, uma garotinha fazia companhia a sua avó. Ambas não se viam a muito tempo e naquela tarde de domingo resolveram ficar juntas.
A netinha chegou a casa da vovó toda prosa, feliz e com muitos presentes. Presentes que a vovó e ela gostavam. Eram doces: balinhas, quindins, brigadeiros, paçocas, chocolates e cocadas. Naquele lindo dia, as duas fizeram uma festa.
Cantaram cantigas de roda, brincaram de boneca, contaram piada e histórias, comeram pipoca. As duas realmente se amavam, eram como almas gêmeas. Pessoas idênticas, até respiravam juntas.
Uma das histórias que a vovó contou foi a da tal Branca das Neves, daquelas que a netinha adorava, com um final diferente e engraçado:
- Vovó. Conte-me uma história.
- Qual história você quer ouvir minha querida?
- Não sei qual vovó, a que você lembrar.
- A sim minha querida, vou contar a da Preta das Neves...
-Não seria Branca de neve vovó?
-Sim, sim... Vou contar a da Branca de neve. Era uma vez cinco anõezinhos que mora...
-Vovó acho que são sete anões.
- A claro... Era uma vez sete anões que moravam no extenso bosque, atrás das sete colinas. Esses homenzinhos trabalhavam no castelo de...
-Acho que era numa mina vovó.
-... Numa mina de diamantes, repleta de...
-Diamantes!
- Sim, repleta de diamantes e pedras raras. Os homenzinhos eram espertos e muito sábios. Tinham muitos valores, mas viviam humildemente sem mostrar o quanto eram ricos.
-Nossa vovó, eles eram ricos?
-Sim minha querida, tinham muitas pedras preciosas. Um dia, quando chegaram em casa, encontraram as luzes acesas e muita agitação...
- Agitação vovó?! O que é agitação?
- Eles encontraram vários animaizinhos, entrando e saindo da casa. Foi uma barulheira danada. Os homenzinhos tiveram medo e entraram armados com pás, para saber o que tinha dentro de sua casa.
-E o que tinha lá?
-Tinha uma bela moça, de mão macias, pele branca, lábios rosados e bochechas coradas.
-Quem era ela? Era a mamãe?
-Não querida, não era sua mãezinha. Era a Branca de Neve.
-E então vovó, o que aconteceu?
-Eles tentaram matar ela querida. As pás e os machados saíram voando das mãos dos pestinhas, que irritados com a intrusa agrediram ela.
-Nossa vovó, eles eram muito malvados não é?
-Eram sim querida. A pobre da Branca só estava aproveitando o tempinho extra pra tirar um cochilo. Ela era diarista dos anões.
-Então por que eles fizeram mal pra ela vovó?
-A minha netinha! Foi porque aqueles esquecidos não lembraram do rosto dela. No dia anterior a Branca trabalhou no castelo do lobo mal e ganhou uma bonificação, como era muito vaidosa descoloriu o cabelo e passou uma Cor&Tom 7.1. Ficou uma maravilha, mudou a mulher.
-Puxa vida vovó, eles não gostavam de loiras?
-Não netinha querida, o problema é que a bicharada resolveu fazer uma havy no quintal dos anões e eles acharam que a culpa era daquela criatura deitada.
-E o que aconteceu vovó, ela foi pro hospital?
-Foi nada minha fofinha! Ela deu um salto e aplicou uma voadora no peito do Zagalo.
- Zagalo vovó? Não é Dunga?
- Isso, isso! Do Dunga.
-E daí vovó?
- Daí os anões reconheceram ela, pediram desculpas e perguntaram se a janta estava pronta.
-Mas e a bruxa da história vovó? Não vai aparecer?
- É nessa hora que a bruxa aparece netinha. Ela estava no jardim rebolando até o chão com a bicharada. Ficou tão empolgada com a havy que esqueceu de dar o abacate pra Branca fazer vitamina.
-Não seria a maçã pra fazer a torta vovó?
- A sim, sim, sim. Maçã... Falando em maçã me deu uma fome.
- Vamos comer mais doces vovó.
- Pega a cesta lá.
-Aqui vovó.
- Com a barriga cheia a história é mais gostosa.
- Continua vovó.
- Branca das neves ferveu um macarrão instantâneo para os anões. Eles comeram tudo assistindo Boca e Atlético pela libertadores e fizeram a maior festa quando o furacão venceu de 8 x 1.
- Eles gostavam de esportes vovó?
- Muito minha querida. Que homem não gosta? Aproveitavam a tv por assinatura digital que o Espirro pagava.
- Não era Atchin?
- Saúde minha filha. Pois é, o Espirro gostava do canal de celebridades e resolveu assinar a tv.
- Aí vovó essa história tá me dando uma moleza, vamos deitar?
- Vamos minha filha, só espera eu contar o final.
- Tá bem, como foi?
- Os anões aprenderam artes marciais com a Branca, compraram roupas coloridas, gravaram um seriado chamado Anões Rangers, multiplicaram sua fortuna, a bruxa abriu uma boate gay na zona sul do Rio, os animais foram para o zoológico e a Branca morreu.
- Morreu do que vovó? Envenenada?
- Não minha filha, você acha que aquela brancura era normal? Ela era anêmica, por isso que eu digo não pode deixar de comer quando a mamãe prepara arroz, feijão, brócolis e bife acebolado.
- Eu vou comer tudo vovó, não quero morrer no fim da história.
- Isso mesmo querida, se você quer ter um final feliz precisa se alimentar direitinho.
- A história é linda vovó. Vamos dormir... vovó? vovó? Puxa vida a velha já tá roncando.

Quebra mola ou lombada?

Não importa qual a palavra, nem qual o sutaque.
Não importa qual a paixão.
Não importa se é descalço ou de botinas.
Não importa quando, como, aonde.
Não importa se é reta ou circunferência.
Se é dedo ou anel.
Se é boca ou nariz, ou orelhas, ou olhos
ou lágrimas
ou versos
ou rimas
ou intervalos.
Não importa se é homem
mulher
criança
bicho.
Não importa de onde veio, pra onde vai.
Não importa.
Preciso sentir, respirar, traçar o intraçável;
Comer, lamber, babar, chupar.
Gozo, riso, besteira, criança.
Brinquedo ou arma?
Buraco ou quebra mola?






Heroes fanfic: The change



Antes de salvar o mundo um herói precisa conhecer a si mesmo. Não há nada que um homem perdido possa encontrar.




Todos os dias de manhã Katharine vestia sua roupa de malhação, ligava seu mp3, arrumava seu cabelo, prendendo-o bem, pegava a coleira de Spock e saia para caminhar. Na quinta-feira da semana anterior não foi diferente.


A bela loira de cabelos lisos e compridos, saiu em direção ao Linkan Park com seu pastor alemão. O dia estava lindo, o sol nascera mais cedo e o clima estava agradável. Tudo em seu devido lugar, a não ser pela leve impressão de ter visto aquele homem duas ou três vezes em seu percurso. Kath observou um pouco melhor, pensando se tratar de um conhecido. O indivíduo a encarou também. Ele com um sorriso acompanhado de uma leve elevação da sobrancelha esquerda, ela com um sorriso inexpressivo. O homem ensaiou um aceno, mas notou que não seria retribuído.



Spock parecia um pouco estressado naquele dia. Quando voltaram da caminhada Kath lhe ofereceu o habitual pote de ração, que costumava ser devorado em poucos segundos, mas dessa vez o cachorro resolveu dar três voltas em torno de si e deitar em seu tapetinho ao lado da lavanderia.



-Tudo bem com você garoto? – o cachorro não fez nem menção de resposta – Ei Spock, o que há amigão? – dessa vez o cão rangeu levemente os dentes – Ok, ok... não precisa se irritar, eu te deixo sozinho.



Quando voltava da caminhada, o cão faziam a sua refeição matinal, geralmente muito bem distribuída nutricionalmente, enquanto ela tomava seu banho. Depois era sua vez de se alimentar e o melhor amigo da mulher assistia seus seriados favoritos. Naquele dia o ritual havia sido quebrado, não só pela falta de apetite de Spock, como pela campainha que tocava:



- Com licença, eu sou seu novo vizinho, aqui no B49. Acho que ainda não fomos apresentados, eu...



-O que deseja?



-É...Bem. Preciso de 400ml de leite para fazer um bolo de...



-Você é o cara da caminhada.



-Cara da caminhada? É, sou. Quer dizer, eu vi você algumas vezes nessa semana e...



-Me seguiu.



-Sim... quer dizer, não, bem...



-Desculpe, eu não bebo leite, detesto cozinhar e tenho alergia a bolo. Passar bem.



Os olhos de Gabriel permaneceram fixos. A porta se fechava, mas ele estava imobilizado.



-Vai ficar aí plantado em frente a minha porta?



-Eu só pretendi ser uma pessoa agradável e receber um copo de leite em troca.



- Acho que fui clara. Não bebo leite.



-Eu vi você subir as escadas com uma lata de leite ontem a tarde.



-Então está me espionando, além de me perseguir? Que absurdo, vou chamar a polícia!



-Não, não. Espere um segundo, me ouça...



Kath fechou a porta, olhou em direção ao telefone que estava no canto do sofá, perto da mesinha. Não sabia o que fazer, pois odiava a polícia, mas aquele sujeito estranho lhe dava certa insegurança. Resolveu que não iria trabalhar, por precaução. Ligou para a portaria e exigiu que comunicassem ao sindico os infortúnios pelos quais passara. Não achou que seria o suficiente, mas, por hora, era o que bastava.



Gabriel Gray havia se instalado naquele apartamento a menos de um mês, embora permanecesse ausente para tratar de assuntos especiais no Texas. O apartamento seguia o padrão do edifício, nada de tão luxuoso, mas com muiyto bom gosto e sutileza. Uma sala arejada, composta por uma mesa, uma tv e um sofá. Um dos quartos era um scritório, com diversos relógios pendurados na parede. A cozinha era minuscula, havia um batedor e uma caixinha de bolo pronto sobre o balcão, o sabor era chocolate. Quanto a s,eu interesse em Katharine ia além de seu nome fazer parte da antiga lista de contatos no celular. Assim que Gabriel instituiu controle sobre a cede se Sylar resolveu que ajudaria pessoas como ele e descobriu que Kath era, de fato, uma heroína especial.



A história de Khatarine era desconhecida da Companhia, ou teriam a perseguido há muito tempo. Por proteção a filha, os pais de Kath haviam deixado a menina com sua avó materna, em uma pequena cidade da California. Lá ela estudou em um colégio interno, que possibilitava visitas de quinze em quinze dias, mas essas visitas não vinham, pois sua avó era ocupada demais com os negócios e seus pais preferiam comunicar-se por cartas. Quando ingressou na faculdade, eles já haviam morrido, lembrava com o coração partido da última vez que vira os dois, talvez uma das primeiras vezes. Kath retinha suas lágrimas, em sinal do orgulho que herdara dos anos no reformatório, mas conservava um antigo amor, pelos animais. Quando se formou em veterinária resolveu tomar posse de sua herança e comprou um apartamento em NY. Fez parceria com sua antiga companheira de quarto, Anne Houss, e montou um consultório veterinário.



Kath havia se tornado um ser arrogante, pretensioso e ignorante, isso era visível. Seus únicos gestos de amor eram com seu cachorro e seus pacientes, que por sinal eram bichos. Tinha vontade de possuir diversos animais e morar em uma casa gigantesca no campo, mas não podia. O problema não era dinheiro, nunca foi. O problema era esse seu poder, ou sabe-se lá como chamavam. Desde criança seus animais de estimação morriam inexplicavelmente. Primeiro a tartaruga, então o cachorro, o sapo e o peixinho, também. Era tão interessante que pudesse tratar os animais alheios, mas que fosse impossível ter os seus próprios. Por isso Kath se preparava. Era inevitável a morte inesperada. De repente, em uma noite, ela procurava o bicho e lá estava ele, desfalecido. Com Spock, no entanto, Kath achou que seria diferente: “Nunca nenhum deles sobreviveu mais de 8 meses e o meu bebê já tem 2 anos”, era seu consolo permanente, a grande virada em sua vida.



Gabriel não sabia exatamente do que Katharine era capaz, afinal seus poderes poderiam ter evoluído. Sua lista estava desatualizada, eram os antigos dados do professor Suresh, o que contabilizava mais de 4 anos. No entanto, olhava aqueles olhos verdes e via, de alguma maneira, seu futuro bem ali. Essa sua nova versão o deixava confuso. Ora se pegava pensando em coisas simples, como constituir uma família, abrir uma relojoaria. Ora imaginava todo o poder que havia adquirido ao longo dos anos, as experiências, os desafios. Peter o encorajara a ser forte, esquecer o que havia de ruim e recomeçar. Mas para Peter era fácil, ele era o herói, não o vilão. A intenção de Gabriel em observar Kath era a aproximação, ele não sabia como agir com mulheres. Não entendia sua mãe, nem Elle, nem Claire, nem nenhuma delas. Ele havia se atrapalhado no primeiro contato e isso poderia render desafios inesperados com a veterinária.



Na sexta-feira, Kath transferiu sua caminhada matinal para algo como “prefiro caminhar ao crepúsculo”. Resolveu que iria a academia pela manhã, mesmo porque, isso despistaria o novo vizinho. Ela passou a noite lembrando das sobrancelhas grossas, da armação singela dos óculos, do cabelo atrapalhado. Não sabia se era um nerd ou um psicopata, mas via tudo com olhos estranhos. Há muito tempo não sentia nada por um homem, nenhuma aproximação e ele lembrava tanto seu pai. Principalmente quando a boca mexia, suavizada por um sotaque engraçado, além daquela fala atrapalhada, com tom de desconcertado, alguém com dificuldade em expressar o que sentia, o que pretendia. Ela deliraria em uma conversa mais extensa, se um dia houvesse uma. Isso tudo deveria ser algum charme manipulador, não é possível. Ela estava louca ou o quê? Pensando daquela maneira em um psicopata qualquer que bateu em sua porta pedindo uma xícara de leite, aliás, uma história ridícula e infantil. Talvez ela fosse tão louca quanto o idiota ao lado.



Spock não se levantou de manhã, geralmente dava uma lambida carinhosa em sua dona para que essa acordasse. Pulava um pouco em cima da cama, deixando o lençol ainda mais bagunçado, mas hoje permaneceu em seu cantinho do sono, com as patas sobre o focinho, piscando os cílios gigantescos em seus olhos redondos e escuros, bem devagar. Quando viu a dona se aproximar da porta, observando-o com os olhos lacrimejosos, ensaiou um latido que não saiu, pois estava fraco demais. Kath se aproximou do animal, abaixou-se lentamente e acariciou seu pelo. Ela sabia que estava próximo. Não queria admitir, mas sabia, pois era exatamente assim, sempre.



-Eu sei o que está acontecendo meu companheiro. Não quis lhe dizer antes porque pensei que seria diferente. Sinto muito.



A veterinária se sentou, a fim de que o cachorro repousasse a cabeça em seu colo. Era uma despedida, ela tinha certeza. Poderia ser naquela noite ou na seguinte. Uma questão de tempo. Por anos ela tentou descobrir se era algum tipo de doença, mas não obteve êxito. O que acontecia com seus animais era, simplesmente, inexplicável.



Gabriel não tinha ouvido nenhum movimento desde o dia anterior, parecia que não havia ninguém morando no apartamento vizinho. As vezes queria simplesmente entrar naquele lugar e tirar daquela mulher o que precisava, mas essas reações não eram suas, eram de Sylar. Ele não sabia se o monstro estava morto ou apenas repousava em sono profundo.



A campainha de Katharine tocou:



-Você denovo? Olhe eu vou lhe avisnado que...



-Espere um pouco moça, eu não pretendo mentir mais, nem lhe forçar a nada. Se me ouvir por 2 minutos garanto que não voltarei mais a lhe importunar, a não ser que deseje.



Forçar? Kath ficou imobilizada com aquelas palavras. O cara tinha surtado ou o quê? Bater em sua porta as 10:00 am para discursar durante dois minutos uma proposta de... Não, não poderia ser sexo. E se fosse, ela estava ocupada demais esperando a triste partida de Spock, seu amado cão. Se bem que se eles combinassem para.... Não, melhor esquecer. Fazia tanto tempo que... Spock era mais importante. E nem mesmo aquela jaqueta preta, sob a camisa branca, a calça bem alinhada, o tentador estilo de bom moço, a aparência fragilizada e a boca que mexia daquele jeito tão... Não, nada tiraria seu foco nesse dia. Pensando bem, a chance de falar com ele poderia ser a última.



-Entre, você tem dois minutos a partir desse milésimo de segundo.



-Obrigado, não vai se...



-No seu lugar eu iria direto ao assunto.



Ele deveria dizer tudo de uma vez, mas com aquela loira insinuante em sua frente. Por que sempre as loiras?



-Assim como você eu tenho um dom. Bem, hoje é um dom, mas já foi uma maldição. Talvez esteja complicado lidar com isso, mas eu vim para te ajudar, não precisa ter medo.



-Vá embora, seu tempo acabou.



-Mas usei apenas alguns segundos e não terminei.



-O apartamento é meu, eu determino o tempo aqui, saia agora.



-Me recuso a sair antes que ouça tudo o que tenho a dizer. Se não for por bem – disse tirando os óculos e levantando a sobrancelha– terei de te prender e obrigar a me ouvir.



- Experimenta tentar algo contra mim e eu faço um escândalo nesse lugar.



-Eu poderia deixá-la calada sem nenhum esforço.



Gabriel, ou seria Sylar? O homem naquela sala apontou seus dedos para a boca de Kath e fez um gesto que fechou a fechou instantaneamente, impossibilitando a fala da veterinária. Os olhos dela ficaram arregalados de espanto, nunca havia sido manipulada por alguém.



-Eu deixarei você livre se colaborar comigo e me deixar falar até o final, aceita?


Ela fez um sinal positivo.



-Quem é você seu psicopata imbecil?



-Acho que ainda sou Gabriel Gray e estou a seu dispor. Confesso que me deixou um pouco irritado por não querer me ouvir, mas agradeço que tenha colaborado. Bem, você não precisa se apresentar, se não quiser. Me deixe ver suas mãos, deixe-me toca-las.



-Não se aproxime de mim!



-Ora, vamos. Deixe disso. Apenas segure minha mão, você vai ver que nada de ruim acontecerá, é apenas um gesto inofensivo de confiança.



Ela não acreditava no que ele dizia, principalmente porque agora seus lábios não tinham a mesma sintonia de outrora. Era como se aquele homem estivesse se transformando em sua frente. Ela não sabia o que fazer, como agir. Mas ele parecia tão incrivelmente sexy. Ela não resistiu, tocou em suas mãos e fechou os olhos.



-Você tem um grande poder!



-Do que está falando?



-Eu posso sentir, posso ver.



-Solte minhas mãos, do que está falando?!



-Calma, calma. Só mais um segundo... isso, agora eu solto. Hum, você parece muito mais jovem Katharine.



-O quê? Ora, saia daqui seu idiota. Nunca mais se aproxime de mim, ouviu. Eu vou chamar a polícia.



-A polícia? Achei que odiasse policiais.



-Como você sabe, quem é você?



-Você sabe quem eu sou, sabia que eu estaria aqui. Não fazia ideia quando, não é?



Mas a hora chegou.



-Vá embora!



-Silêncio.



Sylar fez o mesmo gesto de antes, sem o menor esforço, e calou a boca de Katharine.



-Você não aparenta nem 40 anos, o que aconteceu? Não, não precisa forçar sua memória. Eu mesmo posso relembrar por você. Vou te ajudar e te livrar de todo esse peso. Parece mesmo muito difícil carregar essa dor sozinha, por todos esses anos. Vejamos. Você colocou sua filha em um internato para que ela fosse protegida, não é? Lembra-se como se fosse hoje. A menina cresceu longe dos pais, uma lástima. Ah! Seu marido. Edward Muller, nossa ele se parecia mesmo comigo, ou deveria dizer, com Gabriel? Não importa. Telepatia. Ele era um telepata. Incrível, como era sedutor não é mesmo? Não que fizesse meu tipo. A pequena Katharine. O mesmo nome da mãe. Pobrezinha, não fazia ideia de quem você era, literalmente. Você tem um poder não é Katharine? Um grande poder que ainda não aprendeu a controlar. Tantos anos e continua na fase beta. Se bem que, esse visual da sua filha está caindo bem, como foi que controlou o poder daquele homem? Enfim, nem você sabe...



Sylar andava de um lado para outro, ora se aproximando, ora se distanciando de Katharine. Ela tentava se desvencilhar daquele poder, mas era muito mais forte do que ela. Do local em que estava sentada, podia ver Spock agonizando em seu tapete de dormir, do outro lado a janela semi aberta, com uma fresta que mostrava o parque. Seu corpo estava rígido, totalmente controládo. O rosto dela estava completamente pálido, com lágrimas que escorriam em meio ao desespero.



-Eu não quero que sofra minha querida Katharine. Não quero. Vamos sentar próximos, me de sua mão. Aqui está, muito bem. Quer relembrar algumas coisas do passado? Eu posso te ajudar. Você nasceu em 1964, não é? Gostava da vida no campo, mas não tinha contato com muitas pessoas além de seus familiares. Descobriu seus poderes com seu marido, Edward. Ele te ajudou a superar as primeiras crises. Não se sinta só, é absolutamente natural, todos passamos por algo parecido. A primeira pessoa que você transformou foi sua avó. Não consegue lembrar? Eu te ajudo. Na cozinha, enquanto ela fazia bolinhos, lembra? Pobre vovozinha! Era um ser humano normal, mas depois do eclipse, depois de tocar em você, ela recebeu um poder, não é Katharine? Você deu um poder a ela e esse poder a matou! Bem, a pobre estava velha, já era hora. Mas e sua filha, a pequena Katharine, aquela que levava seu nome? O que houve com ela? Não, não chore, você fica tão pálida chorando. Ouça, eu estou aqui para te ajudar.



As mãos de Katharine tremiam, ela quase poderia se livrar daquele poder, mas não tinha força suficiente. Sylar não fazia nenhum esforço, era como se estivesse completamente relaxado, contando uma história.



-Se não quer lembrar disso agora, eu respeito. Vamos lembrar dos amigos de seu marido na festa de 15 anos de sua cunhada, que tal? Bela festa não é? Ela estava linda e você estava lá, recepcionando os convidados da pequena Susi, era uma calamidade a mãe de seu marido ter morrido um ano antes, não que você tenha alguma relação. Dessa morte você não participou. Mas e as pessoas daquela festa? Aqueles que te cumprimentavam, olhando em seus olhos verdes? Eles sentiram o prazer de ter um poder, assim como você sentia? Como edward sentia? Acho que não.



Sylar parecia conhecer todos os pensamentos que já haviam passado pela mente de Katharine. Absolutamente tudo o que ela sabia, fazia parte dele também. Informações preciosas que iam se ligando em sua mente e que, de alguma maneira, deixavam-no furioso a cada palavra proferida. Ele estava se transformando lentamente, parecia ter encontrado o que procurava.



-É tão grande assim sua paixão por animais, ou também é coisa da sua filha? (houve uma pausa) Ok, eu entendi. As duas eram obcecados, não é? Primeiro você, depois ela. Uma pena que a primeira visita a pequena Kath tenha sido tão triste. O dia de enterrar o pequeno poodle de estimação do internato. As meninas da casa adoravam o cachorro, quase posso chorar de emoção pelos rostinhos tristes. Sua filha era uma delas, não era? A mais abalada. Você cometeu o erro de abraçá-la naquela tarde, dando-lhe um poder inesperado. O poder da morte.



Naquele momento as forças de Katharine ressurgiram, não poderia ouvir aquele monstro falar mais nada. As cenas em sua mente eram muito doloridas. Com um poder admirável, Katharine conseguiu segurar o pescoço de Sylar, chegou perto de sua boca e falou com a voz baixa e rouca:



-Você veio até aqui para me torturar Sylar. Eu sabia que viria um dia. Sabia que vingaria a sua origem, a origem de seu pai. Eu criei ele. Criei um assassino. Sim, Sylar. Me culpe, vamo, fui eu! Você quer que eu continue a história? Seria um prazer ao seu lado.



Os lábios de Katharine se aproximavam aos de Sylar e ele mal podia conter a emoção de ouvir aquilo tudo da boca dela. Era uma profunda excitassão que os ligava, mais ligada ao ódio que ao prazer, mas qualquer um poderia ver faiscas saindo dali.



-Eu posso dar poderes as pessoas normais, posso fazê-las extremamente fortes, mas nunca sei a proporção, por isso minha vida foi um caos. A cada poder que eu atribuía, também o recebia para mim, embora ele não durasse mais de uma ou duas semanas. Era o suficiente para eu sofrer por toda a vida. O poder atribuído sempre esteve relacionado a um contexto de atribuição. Interessante não? É a genética Sylar. A mesma genética que fez o a aberração do seu pai ter um filho como você.



Sylar deixou o corpo de Katharine em baixo do seu, inverteu a cituação, colocando a mão suavemente em sua garganta e espremendoa com gestos ora suaves, ora indelicados.



-Eu tenho uma curiosidade. Quem matou o seu marido? Lembro de um rosto identico ao seu.



Katharine se irritou profundamente e arranhou o rosto do adversário. Sylar a jogou contra a parede e ela caiu enfraquecida.



-Você vai acabar comigo hoje, mas essa história continua Sylar.



-É mesmo? Como?



-Não vai se livrar de sua natureza, seu monstro. Katharine era como eu e você é como seu pai.



Terça-feira, o corpo da jovem Katharine Muller repousa em um cemitério de NY. Sua melhor e única amiga, Anne Houss, deposita flores em sua sepultura. Não havia ninguém no enterro, Anne estava em uma conferência e era o contato mais próximo. Chegou o mais rápido possível, mas não viu a amiga. Algo estava errado por ali. Ninguém além de Anne tinha contato direto com Katharine, então quem a teria sepultado, cuidado de seu velório, telefonado a seu escritório? Quem teria encontrado seu corpo ? Quem teria a assassinado? Talvez uma ligação gravada em sua secretária eletrônica pudesse explicar:



Anne, eu preciso de ajuda. Sei que nunca me ouviu dizer isso, mas é sério, muito sério. Alguém está me seguindo há uma semana. Não posso sair de casa, não vou sair. Spock está morrendo, ele é o último, lembra? Querida, você é a única amiga com quem contei em toda minha vida. Haja o que houver, não venha antes de sábado à noite. Mas quando vier, na última gaveta do menor armário da casa, há um diário. Agora ele é seu Anne.




TO BE CONTINUE...








PS: The change não é continuação de O bem e o mal, mas ambas são fics de Heroes.

Heroes: O Bem e o Mal



Atenção, pra quem não assistiu a 4ª temporada: spoiler!


Há um momento em que descobrimos que nunca estamos a salvo. Um momento triste ou feliz, estranho ou perfeito. O melhor ou pior momento de nossas vidas, quando lidamos com nossos fantasmas interiores. Loucura ou razão? Buscar segurança ou encarar o perigo? Há sempre mais de uma resposta, mas há apenas um caminho...




Uma tarde nublada em NY, os ilustres moradores da cidade se preparam para uma convenção, dentre os quais Angela Petrelli, a, nada carismática, mãe do ex-senador Nathan Petrelli. As notícias da morte do senador haviam atravessado o mundo, todos choravam a perda do ilustre político e lamentavam sua ausência, haja vista o potencializado reinado que deixara escapar. Nathan era a proposta de salvação da elite nova-yorkina, sem ele os planos do congresso estavam ameaçados, pois sua voz era sinônimo de domínio e apoio internacional. Angela vestia um terno escuro, sapatos vermelhos, seu penteado era o habitual coque e carregava uma pequena bolsa da cor dos sapatos. Era a imagem perfeita de uma ilustre republicana.

Na noite anterior, Angela havia sonhado. Talvez, para os reles mortais, um sonho não atribua nenhum significado, mas na vida de Angela eles indicam, não menos, que o futuro. Por muitas vezes me imaginei observando o futuro. Em sonhos, em cartas, em olhos, em mãos, mas ainda não posso vê-lo, Angela, contudo, não necessita do menor esforço. Ela, simplesmente, fecha os olhos e sonha. Às vezes, ao fecharmos os olhos, nossas vidas são revestidas de sombra e pesadelo, às vezes são sonhos de primavera. Eu não lembro da última vez que fechei meus olhos, eles permanecem abertos, fixos em tudo o que me interessa. O futuro de New York, por exemplo, sempre me interessou. Angela Petrelli, Nathan Petrelli, Peter Petrelli, Claire Bennet, Noah Bennet,Matt Parkman, Mohinder Suresh, Ando Masahashi, Tracy Strauss, Sylar, Gabriel Gray e, mais recentemente, Samuel Sullivan, sempre me interessaram. É por isso que tenho agido como uma pessoa, bem, não consigo definir minhas atitudes ainda. Vejamos.

Como eu dizia, o futuro de NY estava nas mãos do ilustre senador. Nathan era um homem atraente, sexy, inteligente, de boa família, o típico par-perfeito, não é surpresa ter encontrado para si, literalmente, uma “mulher de fogo”, Meredith. Desse relacionamento surgiu Clair Bennet ou eu deveria dizer “Claire Bear”, como o papai Bennet? A rede de relações de Nathan formaria um belo Twitter e/ou Facebook apenas pelo número de parentes, fora o eleitorado. Digo isso porque as apresentações não terminam aqui. Nathan tem um irmão, um belíssimo irmão, um atraente irmão, um bom e fraternal irmão. A sim, um poderoso irmão. Peter Petrelli, o sonho de consumo de meia dúzia de enfermeiras em plantão no Pronto Socorro da cidade, local em que trabalha. Peter é tio de Claire, que é neta de Angela, que é mãe de Nathan, que foi assassinado por Sylar. Uma bela teia, não? Consta que eu assisti toda essa trama e a desenrolei, com muito custo e estou aqui, agora, forte e disposta a qualquer coisa para crescer ainda mais.

Quando eu era criança gostava de morar no campo, depois se tornou algo monótono. Eu queria mais, queria a cidade, queria o mundo. Meus pais se foram muito cedo, para uma dimensão que não conheço, ainda, mas que deve estar próxima caso haja dificuldade na realização de meus planos. A única lembrança que tenho é uma foto, não porque minha família fosse pobre, sem condições de ter máquinas fotográficas ou coisa parecida, muito ao contrário, eram os donos das maiores fazendas do Texas, tinham casas na Califórnia, apartamentos em NY, não tenho porque reclamar de meu legado. O que me impediu de ficar com as fotos foi à dor de tê-los assassinado. Isso foi antes de eu conhecer meus poderes, de saber para que servem, como utilizá-los, quando, com quem. Enfim, é uma história ruim de lembrar, afinal foi acidental e eu os amava muito, principalmente pelo carinho que me proporcionavam. Foi quando eu, Lenah Muller, descobri meu poder.

Angela entrou no gabinete de seu filho, observou os livros, observou os móveis, os troféus, as medalhas. Estava tudo como Nathan havia deixado. Era seu filho favorito, era o homem que a orgulhava, não fosse à influência emotiva de seu filho Peter, Nathan estaria vivo e com a faixa de presidente da America em seu peito. Angela se aproximou da janela, ouviu um ruído seguido de um gemido, não sabia o que era. Abriu a janela, olhou para baixo, se virou, olhou para escrivaninha e tornou a olhar para a janela. Seus olhos enormes pareciam saltar de seu rosto, o grito foi ensurdecedor, seguido de um desmaio, que provocou a batida de sua cabeça, fazendo um corte pequeno na testa, derramando sangue no carpe importado. Foi quando, aflita, ela despertou na macia poltrona, em meio à conferência. O que havia na janela de seu sonho? O corpo frio e pálido de seu filho, flutuando.

Matt Parkman estava feliz com sua família. Já era tempo de estabelecer a tranqüilidade na casa dos Parkman, ainda que o bebê demonstrasse sua habilidade crescendo a cada dia. Em uma das últimas tardes de inverno, o pequeno Matt havia desligado as luzes de todo o quarteirão com seu choro. Era um garoto prodígio, não havia dúvidas. Mas o Matt pai não gostava de ver aquilo. Até quando poderia controlar a súbita vontade de ler os pensamentos de sua mulher? Até quando não questionaria os criminosos com quem lidava, sem utilizar seus poderes? Era difícil para Matt. Era cruel com sua natureza. Um peixe fora d’água.

A tentativa frustrada de Claire chamar a atenção do mundo foi impedida facilmente. Bastou algum esforço de Hiro Nakamura para que a garota fosse retirada do parque antes de completar a loucura. Seu tio Peter lhe deu uma bronca, lhe aconselhou, disse que “era errado se jogar de cima da montanha-russa e mostrar a toda à mídia que tem poder de regeneração”, mas falar com uma jovem não é simples. Ela quis mostrar ao mundo quem era e eu não pude deixá-la continuar chamando a atenção.

Angela sonha o futuro. Nathan voava. Peter absorve poderes. Claire se regenera. Matt lê pensamentos, domina o cérebro. Mohinder tem super-força e rapidez. Ando aumenta os poderes e tem o raio vermelho. Tracy vira água, congela. Sylar absorve poderes, conserta coisas. Hiro para o tempo, move-se nele. Samuel domina a terra. E eu? O que Lenah Muller faz?

A princípio, eu observei tudo. Olhei cada um deles, pesquisei, tentei descobrir coisas. Desde seus maiores sonhos até seus maiores pesadelos. Por que? Bem, porque eu tenho certa obsessão por desafios. Eu estava naquela lanchonete, no primeiro encontro de Hiro Nakamura e Nathan Petrelli, sim, eu também vi Nathan aterrissar voando. Eu nunca fecho meus olhos, sou como um peixe fora d’água, literalmente. Meus olhos verdes são fixos, mas não parados, nem mortos. Eles brilham, enfeitiçam aqueles que os olham. Minha voz é forte e suave. Eu sou yin e yang, Pi e Rô, o bem e o mal, a vida e a morte. Ao mesmo tempo em que meus cabelo longos, castanhos e ondulados podem ter o perfume de uma flor, também servem como corda para enforcar aqueles que eu detesto. Mas o principal, bem, o principal são meus lábios, ora dotados de veneno, ora dotados de amor. É por isso que não resisti ao charme dos irmãos Petrelli e é por isso que não resisti ao charme de Sylar.

Claire foi até a casa de Noah Bennet conversar sobre o último ocorrido. Foi o momento perfeito para que eu surgisse na história e finalmente mostrasse meu poder.

-Desculpa moça, você deixou esse papel cair.

-Eu? Não, não deixei.

-Sim, deixou, eu vi cair de sua bolsa. É uma foto não é?

-É uma foto sim... bem, obrigada, mas não é minha.

-Engraçado, parece que ouvi o barulho do mar. Devo estar dormindo pouco, rs.

-Não, eu também ouvi... E vem da foto!

-Rsrs, imagina... uma foto. Devemos estar trabalhando demais, não acha?

-É, pode ser.

-Com licença, preciso ir.

Claire ficou parada observando a foto em sua mão. Era uma espécie de cartão postal. Havia o mar, o céu, alguns pássaros negros ao longe. Ela fechou o portão do apartamento, abriu a porta, subiu as escadas, estava muito inquieta. A foto parecia ter vida, parecia sim que o mar havia se mexido naquele momento. Mas como? Ao entrar no apartamento deixou a foto em uma mesinha e abraçou seu pai, de ímpeto, com muita força. Ele perguntou como estava se sentindo, eles conversaram sobre a noite no parque de diversões. A essa altura meu plano estava quase concluso. Era uma questão de minutos para me livrar daquela intrusa. Disfarcei quando saí e deixei a foto em suas mãos, eu não poderia ficar muito longe, ou a foto não me obedeceria.

-Ursinha Claire, você precisa conter essa ansiedade, tem idéia do que poderia acontecer se o mundo soubesse quem você é? Nada do que eu fiz teria sentido.

-Você não entende ninguém entende. Eu pensei que Peter... O que foi isso?

-Uma onda?

-Onda? A foto!

-Qual foto?

Nesse momento Claire correu até a mesinha e segurou a foto. Esperei até que Bennet se aproximasse, eu podia sentir, eu posso sentir a vida e a morte, havia vida, mas apenas uma, segurando a foto. Ela explicou rapidamente como havia conseguido a imagem e finalmente, após minha expectativa, Noah colocou a mão no objeto, a fim de tirá-lo da mão de Claire e observá-lo melhor. Nesse exato segundo concentrei meus poderes para que fossem engolidos pela foto, Não foi muito difícil, Bennet é fraco, sem poder algum e Claire é apenas uma pedra no sapato. Entrei no prédio, alegando que era amiga de Claire e que meu telefone havia ficado em sua bolsa, não foi difícil enganar o porteiro, peguei a fotografia. Eles estavam sob meu poder.

Quando eu tinha cinco anos descobri que podia fazer coisas estranhas, como deixar minha mãe encantada e meu pai furioso, ou vice-versa. Parece normal a qualquer filho, mas comigo era diferente, pois eu os controlava e tinha plena consciência disso, com apenas essa idade. Fui crescendo e o poder também, aos seis anos assassinei meus pais. Eles me deixaram no portão da escola, eu não queria entrar, precisava ficar com eles, na noite anterior meus lábios haviam queimado de dor, eu não poderia ficar lá, sozinha. Mas eles não me ouviram. Quando a professora pediu para que eu desenhasse ou fizesse alguma brincadeira para me animar, conduzi meu lápis imaginando os dois sofrendo, como eu sofria, mas com muito mais dor. As imagens pareciam reais em minha mente, mas muito mal traçadas no papel. De repente percebi que eles estavam presos lá. Rasguei o papel e eles nunca mais apareceram. Eu era uma criança, a única coisa que fiz foi chorar.

Com o passar dos anos descobri que os poderes se acumulavam em mim. A cada ano, um novo poder. Eu não aprendi a lidar com todos, nem sei a ordem com a qual eles chegam, mas percebi de imediato que para cada poder bom havia um ruim, como se eu fosse o centro do bem e do mal, em tudo. Alguns poderes eu aperfeiçoei, com a prática, outros ainda me consomem, como esse de nunca fechar os olhos.

Mohinder estava em um novo laboratório, havia um túnel que levava a um quartinho e era lá que ele vivia desde os últimos acontecimentos turbulentos de sua vida. Precisava urgentemente descobrir uma cura para tudo aquilo, não aguentava mais. Tracy havia o contatado para trabalhar, novamente, para a Companhia. Ela se juntou a aliança de Angela assim que percebeu o quanto sentia falta de sua antiga vida, precisava respirar. Os estudos eram secretos, não havia intenção de alarmar e ocasionar um caos. Aproveitei o momento de descuido de meus amigos para formar aliados, é claro, mas não contava com a visita de Ando.

Estava tudo programado, eu apareceria de surpresa pedindo ajuda a Mohinder com meu “problema”, essa desculpa é velha e fatal, ele não negaria. Tracy estaria lá e tudo ficaria perfeito, eu a seduziria e ela mesma faria o trabalho de beijar Mohinder, sob meu comando, logo os dois estariam ao meu lado. Eu só precisaria ter o cuidado de liberar a dose exata de amor e não de veneno (outra grande dificuldade em controlar meus poderes!). Fui até o laboratório, vestida como faxineira, fixei os olhos no do segurança, às vezes isso funcionava, ele pegou no sono, bati na porta (para dar mais valor ao teatrinho), fingi uma cara de desespero e disse a Suresh, antes que ele dissesse qualquer coisa, um turbilhão de lamentações e de súplicas, pedindo que me salvasse. Os homens são fracos, as mulheres inteligentes, por conseqüência, Tracy foi quem começou a fazer perguntas, sendo a primeira “como você quebrou a segurança?”. Menti estar apavorada, pedi um copo de água ao professor e em meio ao pranto do meu rosto ele disse que buscaria um calmante em seu quarto, para minha sorte. Fiquei alguns minutos com Tracy, foi o suficiente. Ela pretendia ir até o segurança, mas antes disso eu a segurei pelo braço e lhe dei um beijo encalorado. Não fazia ideia do que aconteceria, se ela cairia dura ou faria o que eu quisesse, e, confesso, a segunda opção me animaria muito mais. Nesse instante de decisão, não apenas Mohinder voltou do quarto, como Ando entrou pela porta aberta.

-O que está acontecendo aqui? Achei que essa era uma missão secreta. Por que a porta está aberta? E por que o segurança não acorda? Professor você está bem?

- Estou. Como assim o segurança não acorda? O que você fez com ele mulher? Quem é você?

- Não fale assim com ela Suresh!

Era tudo o que eu precisava: de uma protetora, minha resposta estava bem ali. Tracy estava sob meu controle, como planejado. Peguei em sua mão e a agradeci por “ter me acalmado”, ela sorriu e tratou de me inocentar. Disse que eu estava nervosa porque tinha poderes novos e não sabia como usá-los, que por isso havia deixado o segurança dormindo e, por conseqüência, havia me desesperado e pedido socorro para o professor. Se fosse ensaiado, não sairia melhor. Reagi com pressa dizendo que queria ir embora e sussurrei em seu ouvido meu primeiro comando. Com certeza até a noite Ando e Suresh teriam sido flechados pelo Cupido, bastava um beijo de Tracy, minha discípula, e eles estariam na rede, na teia. Todos me obedecendo.

A fotografia com os Bennet estava em meu bolso, eu não poderia deixá-los longe. Tirei a foto e olhei fixamente para Claire, ela me fez lembrar de alguém que me esperava em casa. Nathan Petrelli.

Noah Bennet não sabia de minha existência, eu não era um número computado, no entanto, Samuel sabia de mim, e ainda que eu não o conhecesse pessoalmente já sentia uma atração ardente por ele. Um homem interessante, poderoso. Eu poderia ser feliz ao seu lado, se não ambicionasse a outros. Meu desafio era descobrir a quem meu coração pertencia, não queria fazer mal a ninguém, mas com Claire por perto a atenção era dela, além disso Mohinder poderia me ajudar a descobrir como controlar meus poderes, eram os únicos motivos para eu detê-los, como estava fazendo. Mas faltava Matt e Angela, ele poderia pensar que eu queria fazer mal a algum deles, então era necessário detê-lo também, e ela poderia prever algo, eu não iria correr esse risco, meu próximo passo era ir atrás deles.

Na noite em que Peter deixou o corpo de Sylar cair e matar a lembrança de Nathan, minha esperança de viver com o homem perfeito se foi. Eu sempre procurei alguém como Sylar, forte, poderoso, ambicioso. Bem como, sempre procurei alguém como Gabriel Gray, sensível, amável, precioso. Mas havia Nathan e a magia de seu olhar, seu charme, sua experiência. Além da Peter, seu encanto e perfeição. A culpa não era minha, era da minha natureza. Eu provavelmente, como qualquer mulher, garota ou menina, poderia me apaixonar por dois homens diferentes, isso se eu fosse um ser normal, mas eu tenho em mim o Black & Write. Não sei como escolher, como saber o que é prazer e o que é amor, não antes de testar. E eu quero testar a todos eles. Desde que vi Nathan naquela lanchonete, eu o quero, e quero Peter e Sylar também, principalmente por ele ser como eu, ter dois em um. Não pretendo machucar ninguém, esse é apenas mais um poder natural em mim, o da sedução.

No dia em que Nathan foi enterrado eu roubei seu corpo, alguma coisa não me deixava consolada, nem se quer tranquila, como todos pareciam. Eu sentia que se o trouxesse e lhe desse um beijo, ele ressurgiria, viveria, respiraria, não sei. Foi o que fiz. Roubei seu corpo e lhe dei um beijo profundo. Ele não respondeu. Nada aconteceu. Dei outro, mas nada. Resolvi deixá-lo em uma cama, no sótão de minha casa no Texas. Como minhas pesquisas e planos continuavam, mal tive tempo para tentar reanimá-lo, mas nunca desisti, conservei seu corpo quando percebi que não havia resultado. De alguma maneira, eu podia sentir vida ali.

Peter continuava trabalhando, sempre mais e mais. Eu adorava observá-lo à noite, afinal eu não durmo. Gosto principalmente de seu corpo mexendo para lá e para cá, salvando vidas, parece tão sexy, tão incrivelmente sexy. Eu me apaixono cada vez mais. Nessa noite ele me viu, eu corei. Ele parecia absolutamente cansado, mas sorriu. Fiquei sem ação, saí dali antes que reparasse em mim. Gabriel apareceu no hospital no momento em que eu saia, percebi que era o destino. Ele olhou no fundo dos meus olhos, não como aquele segurança medroso, mas com desconfiança, sei que ele tem poderes que podem me descobrir. Foi a voz de Peter que interrompeu sua análise. Eu aproveitei a brecha para fugir dali. Quando cheguei a minha casa, vi o corpo de Nathan caído no chão. Lembrei do sonho de Angela, será que eu o ressuscitei?




To be continue...


Ps: Espero que tenham gostado, comentem ok?
Obrigada.

Comentário sobre a crítica de Bolognesi ao Estado




É interessantíssima a crítica de Bolognesi, realmente não havia lido nada ainda e o que eu ouvi da crítica não tiha um parecer ancorado nesses termos.
É realmente provável que as premiações tenham sido maquiadas, agora que comecei a pensar melhor. A intenção era mostrar uma Academia mais neutra, pensando no futuro do cinema, desmistificando as grandes produções e atribuindo vida a filmes, como Guerra ao Terror, que não crescem pelas superpotências econômicas dos EUA, mas sim pela crítica. Algo que o crítico não comentou, é que, embora o filme tenha sido negado, em uma primeira instância, teve apoio dos festivais ao decorrer das mostras e que, por toda a crítica positiva, chegou a premiação do Oscar. Contudo, em uma perspectiva política, que é a abordada por Bolognesi, acabei entendendo, por exemplo, porque o curta-metragem ganhador do Oscar foi o de caça ilegal de golfinhos no Japão. As cenas, se bem me recordo, realmente foram expressas na mídia, tinham o cenário japonês, a grande potência japonesa, uma cultura oriental, enfim, era longe, bem longe dos EUA. O prêmio a esse filme realmente me decepcionou, por motivos muito óbvios, eu sou completamente humanitária e o percentual dedicado aos animais, confesso, é muito menor do que ao ser humano, que a meu ver necessita mais de ajuda do que os pobres bichos, sem que ajudemo-nos uns aos outros é natural que ajudemos menos ainda aos animais. Não apenas uma ajuda de acolhimento corporal, mas de reparação mental. Então, fiquei indignada, porque haviam outros curtas indicados que mostravam uma realidade gritantemente apavoradora. Pois bem, minha calma veio ao pensar que a defesa dos animais é menor, que eles não tem "inguém" por eles, que a natureza e o planeta precisam de ajuda, que devemos cuidar e blablabla, mas agora, após a leitura dessa crítica, imagino, que na verdade, o discurso escondido por trás de toda essa parafernalha é: "Vamos centralizar a 'culpa' dos japoneses e abafar a maneira como tratamos, por exemplo, as crianças latinas que vivem ilegalmente em nosso país. É mais vantajoso jog-alos contra a parede, haja vista o crescimento político-ideolágico dos japoneses, com relação ao mundo, do que recebermos críticas pela nossa postura desumana". Um fiasco discursivo que deu certo, prova disso é que meio mundo viu os golfinhos mortos, mas ninguém cohece a história dos ófãos latinos dos EUA.
Em contra-ponto, Guerra ao Terror não teve apoio financeiro dos EUA e foi financiado por franceses, o que reforça a minha opinião de incentivo as vozes caladas. São muitas questões a serem tabuladas. Vejam Preciosa, por exemplo, é um filme francês, o cinema francês não é o maior colborador e amigo dos americanos, logo, há uma valorização dos filmes que crescem por fora, em festivais e chegam a Academia com orçamentos pobres, nenhum record de nada, apenas com valores da crítica 9que tem mostrado a que veio). Sendo assim, fico bem confusa com isso. Politicagem ou insentivo a cultura? Enfim, se for política, é podre, é tosca, é manipuladora discursiva, é makeup total.
Prefiro pensar que é cultura. (E, sim, eu me contradigo a todo instante nesse texto, porque estou pensando alto. Sendo assim vem muitas imagens).

Não posso concordar com o crítico, porque não vi aos filmes, mas minha cabeça está fritando agora, preciso assistí-los. O fato é que meu tico e teco começaram a funcionar, no que abrange a ideologia por trás do Oscar.

Preconceito Linguístico

O que você acha sobre o "problema" na variação linguística?

Acredito que não haja nenhum "problema" com a variação linguística.
Se bem compreendi, a questão aborda o preconceito linguístico, quanto a esse assunto, é pertinente afirmar que há um equívoco por parte dos leigos, que não estando a par do grau ineficiênte de julgamento ao qual enquadram a língua, tomam variações linguísticas como "erros de pronuncia".
A sociolinguística afirma a existência de comunidades linguísticas que possuem determinadas palavras e expressões comum a seu meio. Nesse sentido, podemos tomar expressões pronunciadas no dialéto interiorano, também chamado de dialéto caipira, por exemplo. Essas expressões são dadas como erros grosseiros e, até, estigmatizadas como de uma fala pobre e inferior. Esses pré-julgamentos caracterizam a plena e total falta de conhecimento da essência linguística, haja vista que a língua está em constante transformação e permite determinadas construções frasais e pronunciais relacionadas a situação em que o indivíduo pratica seu discurso. O enunciado é elaborado a partir da comunidade e da situação em que o falante participa, no dado momento de fala. É o que a sociolinguística chama de adequação e inadequação.
É adequado que um senador da república se refira ao presidente do senado como Excelentissímo Senhor Presidente Senador Mão Santa, quando estão no plenário ou em entrevistas a emissoras de televisão, no entanto, em um churrasco entre amigos, em que os dois são convidados a participar, é absolutamente natural que o senador, aí no papel de amigo e longe da função e do cargo, trate informalmente o presidente do senado, chamando-o apenas de Mão Santa, ou algum apelido que o referido senador possua.
A variação linguística está ligada a variantes linguísticas, essas variantes podem ser palavras com o mesmo significado caracterizada de diferentes formas em regiões distintas, como a palavra comboio, em Portugal e a palavra trem, no Brasil; e, também pode ser determinado fonema pronunciado com variação em regiões distintas, como a palavra azul no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul. Não apenas as regiões como as classes sociais, o sexo, o grau de escolarização, a idade e diversos outros fatores são fundamentais para o surgimento da variação linguíticas, as gírias adolescentes, os termos policiais, as siglas governamentais, os jargões jornalísticos, etc. todos esses são parte da variação linguística, no entanto, a falta de informação de determinados setores, ocasionados por falta de acompanhamento, de estudo, de interesse ou ignorância, fazem com que haja a falsa imagem de que determinadas variações, menos prestigiadas socio-culturalmente, sejam estigmatizadas pelas dominantes.

Franciele Cristina Freire
Estudante de Letras-Português 7º período.