Reinações Múltiplas: abril 2012
ATENÇÃO: Este blog é pessoal e não profissional

Mais sobre Nora

Eu estava aqui pensando que todas as vezes que li um livro da Nora encontrei um referencial histórico ou mesmo uma imagem dela em determinado lugar que me remeteu a imagem que fiz ao decorrer de determinadas obras. Vejo uma porcentagem gigantescas de pessoas reclamarem da fórmula de escrita dela, mas tenho esses traços como característicos, específicos e isso não limita um autor, pelo contrário, é interessante pensar como a construção das obras são absolutamente pensadas, ligadas, cíclicas, características... Secrets, para mim, foi uma das obras que mais marcou. Não apenas pela temática ser nova para mim, naquele momento, como por ter sido o meu primeiro livro e por ter um envolvimento artístico com bandas (em especial, de classic rock). Tenho uma imagem tão nítida do Bon Jovi naquelas descrições (mas aí me vem o Slash em mente, como JJohnno...). Enfim, as associações que faço são muito minhas. E acredito que cada leitor tenha a sua própria associação. Por exemplo, para mim os rochedos de diversas histórias são os mesmos e, embora alguns estejam localizados geograficamente na história, para mim sempre serão os rochedos de Maya, no México. As trilogias, os círculos de seis e o misticismo wicca, tão explícitos, são temas que eu adoro nas obras e que reconheço em fotografias de fãs com a Nora. Acho maravilhosa a visão da mulher complementar ao homem e do homem complementar a mulher. Parece que algumas personagens, no caso da Maggie Concannon, da Morgana Donovan, da Glenna e da Mia Devlin, por exemplo, estariam perfeitamente bem sozinhas (ainda que o termo sozinho não exista nas obras da Nora, pois uma personagem solitária sempre tem um apoio ou uma história que motiva aquele momento de retiro. Mesmo o Roarke de Nudez Mortal - antes da Eve - possui o passado irlandês, com amigos, Murphy's e histórias), mas estariam felizes em dobro com um parceiro. Sempre falta alguma coisa e essa "coisa" está na família, mas não no lar especificamente materno, no caso dos Donovan e dos Macgregor, por exemplo, isso fica claro. É como se todas as famílias, em suas particularidades, tendessem a exigir mais e esse "mais" estivesse no que eu chamo de forasteiro. Um forasteiro que chega para complicar uma vida e beneficiar as demais e, eis que essa vida complicada se torna a vida com a qual o (a) forasteiro (a) compartirá a dele (a) (Exemplo: Três Destino, doce Vingança...). Isso nem sempre procede, quando, por exemplo, o forasteiro é, na verdade, um conhecido de infância com o qual a (o) protagonista não se encontra há anos luz (Segredos). Eu, por exemplo, vejo as mesmas personagens quando imagino as histórias. Aquela síndrome de Helena, do Manoel Carlos, que me infectou desde sempre. Mas no meu caso, não mudam os rostos, mudam os nomes. Vocês enxergam, por exemplo, a Kate Powel, a Blair Murphy e a Peabody, mais ou menos, na mesma "casa"?... E tem o time das ruivas poderosas (já citadas) e das loiras baixinhas e magras (Nell Channing, Moira). Além do time das loiras altas com pernas espetaculares (Margo Sullivan, Shade Colby), mas tem as que não se encaixam pela personalidade louca (só me vem a Maves, talves a Lilah). Enfim, teria muito mais a dizer, mas quero saber da impressão de vocês. Em geral, isso é o que eu sinto ao ler - além de me identificar loucamente com toda a atmosfera. A impressão principal é de que uma mensagem está sendo transmitida em código, com muitas vozes que são uma só.

Relato de uma desgraça




Um vez eu gostei de um cara louco por mangás, um ilustrador na real, era tão perfeito que eu ficava até complexada por não ser a Sandy que ele desenhava na mente, como imagem ideal. 
Demorei um ano pra admitir que gostava dele, para mim mesma. Um negro dia joguei tudo pro alto e chamei ele pra sair, ele preferiu jogar video-game HAHAHAHAHAHA
Ai as pessoas pensam "que foda", mas o que eu pensei foi "tenho um bom motivo pra beber". Fui ao bar e gastei meu pagamento em todas as garrafas de bebidas importadas que tinham por lá, dos países que eu sonhava conhecer: cada bebida uma história que eu queria viver e não podia... então bebi cervejas, vinhos, conhaques... e fiquei podre de bêbada, sozinha, dormindo na mesa do bar. 
O garçom me acordou e falou que eu estava dando vexame e deveria ir embora. Eu fui ao banheiro, mas não consegui vomitar, então eu chorei até amaldiçoar toda a linhagem da família do piá. Depois saí do banheiro, ainda sem forças pra andar ereta e paguei a conta. 
Por um motivo além da minha imaginação, eu consegui lembrar o número da minha melhor amiga, pedi pra posar na casa dela, cheguei de madrugada, depois de uma conversa sobre a copa do mundo com o taxista simpático. 
Acordei bem cedo, peguei o ônibus pra casa ouvindo Maroon 5. 
Desde então nunca mais chorei por nenhum outro cara ou voltei a gostar de um que fosse real. Não sinto falta. Acho que foi a gota d'água, quando percebi que não tinha respeito por mim.
Me sinto bem melhor hoje. 
Por isso não bebo mais e procuro me manter sóbria e atenta, sem me sentir uma vítima ou me fazer de uma.

Obrigada Maroon 5, poderia ter sido qualquer outra banda... mas o destino escolheu vocês.



Doesn't mean I'm lonely when I'm alone

Anjo da morte

A noite estava silenciosa como de costume. O vento gélido e preocupante passeava pelas ruas da cidade sulista, fazendo mulheres com poucas roupas abraçarem seus corpos em um típico sinal de frio. O assovio do vento combinado ao ranger das portas era assustador, para jovens nascidos nos anos 90 e crianças que dormiam sozinhas em quartos decorados com palhaços.

Tudo parecia combinar na casa dos Mendonça. O assoalho brilhante com a prataria posta à mesa. As taças de cristal com os brincos pendurados nas orelhas da senhora daquele lar. O sono tranquilo do bebê no berço com a suave melodia que ressoava na habitação.

Estavam reunidos para um habitual jantar de negócios. As mulheres faziam o social, com suas roupas de grife, penteados incômodos e joias escolhidas a dedo. As pedras herdadas eram sempre as que se destacavam mais; como aquela de valor inestimável caída sob o colo macio e tentador da primogênita solteira.
Os sorrisos de Emanuele eram destinados a um dos moços sentados na extremidade do recinto. Tanaka merecia aquele sorriso, afinal possuía mais de 20% das ações de uma companhia milionária que acabara de abrir franquia naquela capital. Um homem elegante, com estilo e bom gosto. Gestos moderados, olhar penetrante e afortunadamente solteiro.

O que levava o dono daqueles olhos negros a nunca ter trocado alianças com uma mulher, tendo o conhecimento e a bagagem cultural que demonstrava em suas conversas, era um caso a ser analisado de perto pela mãe de Emanuele. Mesmo assim, não seria nada mal empurrar a filha para um casamento mais que bem sucedido.

"Desgraçada". Era a palavra que passava pela cabeça de Giovanni. "Vagabunda". Uma variante dirigida a mesma mulher. "Não passa de mais uma cadela buscando dinheiro". Tratava-se de um parecer sobre a situação. "São todas iguais". Um chavão utilizado por homens como aquele, que acabavam de perder a mulher que queriam, por ocasião de um concorrente com maior... nível cultural.

O ódio borbulhando por trás da taça de cristal que estava nos lábios de Giovanni, enquanto o vinho do Porto fazia o trajeto entre o objeto até o corpo do rapaz, espalhando-se por seus órgãos e inundando sua mente com o sabor delirante proveniente do investimento de algumas centenas de Euros, em uma ocasional viagem à Europa.

"Maldita seja", foi a expressão que veio em mente quando Giovanni percebeu que o bastardo se aproximava da mulher com o colar e, elegantemente, segurava sua mão, convidando-a para dançar e tirando alguns sorrisos dos convidados ao redor.
"Uma puta", artigo indefinido somado a uma expressão denegridora que deixava os nervos de Giovanni cada vez mais trêmulos. O rapaz mal respondia aos questionamentos de seu chefe, João Carlos Mendonça, pai de Emanuele e senhor todo poderoso da companhia para a qual ele trabalhava, havia sete anos.

O vento continuava rangendo e as verdadeiras putas continuavam a tremer de frio, em pontos estratégicos da cidade. Entre os becos havia a passagem de drogas ilícitas, de mão em mão - ora com desempregados, que faziam bico como mecânicos e pouco se fodiam para as eleições, ora com universitários, que sonhavam com um trabalho digno e uma sociedade mais justa.

Priscila trabalhava em uma casa de show há quinze anos. Começou como barman, até que ganhou umas notas na loteira, comprou metade do estabelecimento e fez dele uma boate gay. Há oito anos era uma das maiores transexuais do país e tinha orgulho de demonstrar os seus traços femininos, tão parecidos com os da Madonna, enquanto dublava Like a Virgen no pequeno palco da boate.

O tesão de Joares nunca havia sido tão evidente. É claro que ele gostava de mulheres, era um macho. Não se podia dizer outra coisa de um homem com 45 anos, pai de três filhos e engenheiro civil formado por uma das maiores universidades do país. De qualquer forma, não era assim que se sentia quando estava perto de Priscila Madonna.
Aquele viado tinha algo que deixava Joares insaciável e louco para meter até fazê-lo sangrar. Era uma vontade tão intensa, tão louca, tão fodida, que só fazia o ódio do engenheiro crescer cada vez mais, turvando sua mente.

- Não posso mais te ver, chega. - Foi o que Joares disse a Priscila, depois de uma agradável sessão de sexo oral e masturbação.
- Mas por quê? - Ela se agarrou ao pescoço de Joares e fez cara de manhosa, era sempre tão fácil tirar aqueles pensamentos tolos da cabeça de seu Jojo.

Joares lembrava muito bem do que deveria ter dito para Priscila, mas também lembrava de não conseguir resistir ao charme dela e tê-la domado mais uma vez, como tantas vezes, abraçando-a por trás e fazendo-a suplicar que ele parasse. Era uma sensação inexplicável e, por consequência, ele perdia as palavras e não conseguia explicar porque deveriam deixar de se ver.

A curva do beco escuro, que levava a uma travessa e, em seguida, a uma avenida que se encontrava deserta, ficava em frente ao apartamento de Marie.
A neta de franceses morava no sul do Brasil a cerca de vinte anos, desde que seus pais faleceram em um acidente de carro. Era professora de francês em um centro cultural, além de praticar esportes radicais nas horas vagas e até participar de competições nacionais.

Estava com a meia luz de sua cabeceira acesa, um livro de Albert Camus nas mãos e podia ouvir sem muito esforço os sons de gemidos masculinos vindos do apartamento de cima.
"Viado desgraçado". Foi o pensamento mais puro que passou pela cabeça da professora naquele momento. "Não deixa ninguém em paz com essa putaria dos infernos".
Marie não sabia porque raios havia escolhido um apartamento no centro, quando poderia ter escolhido um bairro nobre para viver. De qualquer forma, era perto do trabalho e o caso que vivia com o surfista do vigésimo segundo faziam-na aprovar aquele prédio. O único e constante problema era um viado, que mais parecia uma puta, levando aqueles outros viados para festinhas privadas em sua cama - a qual situava-se acima da janela de Marie.

O vento soprou com uma força ensurdecedora e entrou pela fresta aberta na janela da francesinha. Seus seios, escondidos por uma macia camada de seda branca, ficaram rijos e seus pelos dos braços, que não eram depilados há três semanas, eriçaram na fração de segundos quando o ar gelado tocou-lhe a pele.
Um arrepio percorreu o corpo de Marie, ao mesmo tempo em que ela ouvia um grito vindo do apartamento de cima.
Seus olhos castanhos ficaram alertas e ela parou de se mover, ainda que mal se mexesse na cama, apenas folheando o livro e desfazendo a posição de mal jeito que se dava pelo excesso de tempo deitada de lado.


Emanuele também sentiu o sopro daquele vento gélido. No terraço de sua casa, nos braços de quem ela acreditava que seria seu futuro esposo. Um gemido saiu de sua boca, enquanto a mão firme e forte do empresário japonês, tão bem apessoado, descia pelo meio de suas pernas e apertava seu sexo quente e úmido.
"Desgraçada, maldita, piranha!", adjetivos somados a imagem da mulher nos braços de outro, que passavam pela cabeça de Giovanni, estrategicamente escondido atrás da cortina, no quarto da moça, espiando o casalzinho que se amassava como se tivesse em idade adolescente.
O vinho do Porto não era tão eficaz quando um homem realmente precisava. Foi isso que levou Giovanni a brindar com Vodka a continuação de sua conversa de negócios, momentos antes de subir as escadas em busca de um banheiro. "Temos um no térreo, você sabe", foi o que o velho Mendonça falou. "Não quero ser grosseiro, mas o senhor sabe, esse jantar com molho madeira...". E o velho entendeu o recado, indicando que o rapaz subisse e virasse à esquerda. O que ele não fez, pois tinha a ligeira ideia de que os quartos eram para a direita e de que a puta estaria trepando com o milionário pau mole em sua própria cama. Maldita fosse.

E maldita era.


Marie ouviu a porta bater no corredor de cima e puxou os cobertores, escondendo-se debaixo daquele monte de tecidos, como se eles fossem capazes de escondê-la do desconhecido e protegê-la de qualquer maldade.

"A única maneira de se livrar de Priscila. a única maneira". Juares planejou com detalhes o que faria, mas esqueceu de tudo no momento de executar.
Foi a boate e assistiu a apresentação daquela noite. Como de costume, quando ele aparecia, Priscila convidou-o a seu camarim e depois de uma trepada rápida foram para o apartamento dela, do outro lado do centro da cidade.
Os cabelos de apliques loiros estavam armados e emaranhados, depois de serem puxados em uma cavalgada fatal. Joares fez questão de que Priscila morresse feliz. Não tinha porque deixar sua parceira triste, quando ela não fazia nada além de dar-lhe prazer, ainda que cobrasse por isso há oito anos. Oito malditos anos prezo a um travesti com peitos de silicone. E o pior, o grande mal: ele gostava. Gostava da desgraçada e do tesão que ela lhe dava, dançando como uma cadela no palco precário da boate decadente, cheirando a sexo barato. Aquilo era um tormento para o grande homem que ele era. O pai de família, o marido ideal.

Joares colocou a faca no bolso de trás de sua calça. Priscila não gostava de sua bunda, só queria que ele estivesse viril quando ela sentia vontade, desse modo, não colocaria a mão em sua arma. Ele, de qualquer forma, sempre estava viril quando o assunto era comer o cú de Priscila.
O engenheiro esperou que sua companheira gozasse e soltasse o grito de entrega, como sempre fazia em um tom escandaloso. No entanto, aquele tom se prolongou com a dor de ser estraçalhada por uma faca de cozinha.


Os golpes eram duros e certeiros. Um depois do outro, com as mãos firmes. Giovanni esperou que o maldito japonês descesse e trancou a porta do quarto. Ele estava bem, estava certo. Se não seria sua, não seria de nenhum outro.
Os gritos ecoando, as mãos dela arranhando o seu rosto, o seu corpo, mas era tão frágil e ele tão másculo.
As batidas na porta não vieram e ninguém pode salvar Emanuele de ser degolada com a joia que tanto lhe fazia sorrir, enquanto se olhava no espelho de seu quarto, quatro horas antes de ser esfaqueada em sua cama.
"Esse lugar é cheio de barulho, com esses carros passando, essa vizinhança com crianças. Quero trocar as janelas e a porta, deixar tudo à prova de som. É a última moda na Ásia", disse a moça há três semanas de sua morte. "E desde quando você gosta da Ásia?", perguntou o pai coruja, que pensava em Giovanni para tratar do serviço dos vidros e da porta. "Desde que a matriz da companhia do meu futuro esposo está situada lá", concluiu a mulher cheia de planos.


Foi a janela aberta?
Os vizinhos de Marie já estavam gritando em pânico quando ela tomou coragem de abrir a porta.
"O assassino ainda está aqui!", um deles falou. "Foi no 305?", gritava outro. A ideia de Marie foi correr para o telefone e ligar para o surfista com quem saia ocasionalmente. Era melhor do que ficar sozinha em casa.
Fez a ligação cinco vezes, até que desistiu e percebeu que o homem não estava em casa.
O que fazer? Estava sozinha, não era seguro. Foi até o apartamento da frente, onde morava uma senhora idosa com sua filha solteirona. Ficou lá por meia hora, até a polícia chegar no prédio.

Juares olhou as mãos ensaguentadas, o corpo nu retalhado e os órgãos que explodiam na cama. Havia feito uma grande festa com o corpo de Priscila.
Sem ter ideia do que havia planejado para a fuga, levando em conta o desespero de perceber o seu ato e estando ainda com a ereção visível, fruto do sexo que antecedeu o assassinato, pegou um lençol do travesseiro e correu pelos corredores, descendo as escadas e escondendo-se no vão que guardava os produtos de limpeza daquele andar.
Não demorou muito para o movimento começar. Ele estava em apuros, precisava ficar em silêncio, escondido, até ter uma oportunidade de sair dali.
Percebeu, em pânico, que estava com a faca do crime em uma das mãos. Não poderia deixá-la para trás ou alguém desconfiaria. Olhava pela fresta da porta para saber quando o corredor estaria liberado, quando viu uma mulher com camisola de seda abrir a porta e tocar a campainha em frente.
Era disso que precisava, um apartamento para se esconder e se limpar, antes de fugir e, Graças a Deus, a mulher não se deu conta de que trancou o apartamento deixando a chave na porta. Haveria mais alguém lá dentro? Ele tinha de arriscar, limparia área se fosse preciso.


Assim que cortou o pescoço de Emanuele, Giovanni começou a chorar. Estava em cima dela e o corpo ainda se movia, embora fossem movimentos involuntários, que ele não saberia definir. Não havia o que fazer, ele estava bêbado e com tanta raiva. Ela merecia, havia esperado pela piranha durante tantos anos; tantos anos vendo-a com outros homens, enquanto a cadela trepava na sacada às escondidas, fosse com quem fosse.
Cortou os pulsos da mulher, sem deixar de arrancar-lhe os olhos. Não seria dele. Não seria de ninguém.


E então o corpo caiu pela janela.
Emanuele voltou ao apartamento, mais calma já que a polícia estava chegando. Percebeu que havia deixado a chave na porta e que nem havia chaveado sua casa. Era estranho, muito estranho. Ou talvez fosse pela fração de medo que lhe envolvera meia hora atrás.
Quando entrou no recinto não teve tempo de pensar em mais nada. Percebeu o homem inclinado-se soltou um grito desesperado.
Joares havia saltado.


Giovanni abriu a porta de vidro e se jogou da sacada. Os pais de Emanuele ouviram o baque surdo de algo que explodia.
Era a cabeça de seu empregado batendo contra as pedras que decoravam o pequeno jardim.



Dois assassinatos. Dois suicídios. Quatro corpos.
O trabalho daquela noite estava completo e o vento frio parou de soprar.