Um vez eu gostei de um cara louco por mangás, um ilustrador na real, era tão perfeito que eu ficava até complexada por não ser a Sandy que ele desenhava na mente, como imagem ideal.
Demorei um ano pra admitir que gostava dele, para mim mesma. Um negro dia joguei tudo pro alto e chamei ele pra sair, ele preferiu jogar video-game HAHAHAHAHAHA
Ai as pessoas pensam "que foda", mas o que eu pensei foi "tenho um bom motivo pra beber". Fui ao bar e gastei meu pagamento em todas as garrafas de bebidas importadas que tinham por lá, dos países que eu sonhava conhecer: cada bebida uma história que eu queria viver e não podia... então bebi cervejas, vinhos, conhaques... e fiquei podre de bêbada, sozinha, dormindo na mesa do bar.
O garçom me acordou e falou que eu estava dando vexame e deveria ir embora. Eu fui ao banheiro, mas não consegui vomitar, então eu chorei até amaldiçoar toda a linhagem da família do piá. Depois saí do banheiro, ainda sem forças pra andar ereta e paguei a conta.
Por um motivo além da minha imaginação, eu consegui lembrar o número da minha melhor amiga, pedi pra posar na casa dela, cheguei de madrugada, depois de uma conversa sobre a copa do mundo com o taxista simpático.
Acordei bem cedo, peguei o ônibus pra casa ouvindo Maroon 5.
Desde então nunca mais chorei por nenhum outro cara ou voltei a gostar de um que fosse real. Não sinto falta. Acho que foi a gota d'água, quando percebi que não tinha respeito por mim.
Me sinto bem melhor hoje.