Reinações Múltiplas: Mais sobre Nora
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Mais sobre Nora

Eu estava aqui pensando que todas as vezes que li um livro da Nora encontrei um referencial histórico ou mesmo uma imagem dela em determinado lugar que me remeteu a imagem que fiz ao decorrer de determinadas obras. Vejo uma porcentagem gigantescas de pessoas reclamarem da fórmula de escrita dela, mas tenho esses traços como característicos, específicos e isso não limita um autor, pelo contrário, é interessante pensar como a construção das obras são absolutamente pensadas, ligadas, cíclicas, características... Secrets, para mim, foi uma das obras que mais marcou. Não apenas pela temática ser nova para mim, naquele momento, como por ter sido o meu primeiro livro e por ter um envolvimento artístico com bandas (em especial, de classic rock). Tenho uma imagem tão nítida do Bon Jovi naquelas descrições (mas aí me vem o Slash em mente, como JJohnno...). Enfim, as associações que faço são muito minhas. E acredito que cada leitor tenha a sua própria associação. Por exemplo, para mim os rochedos de diversas histórias são os mesmos e, embora alguns estejam localizados geograficamente na história, para mim sempre serão os rochedos de Maya, no México. As trilogias, os círculos de seis e o misticismo wicca, tão explícitos, são temas que eu adoro nas obras e que reconheço em fotografias de fãs com a Nora. Acho maravilhosa a visão da mulher complementar ao homem e do homem complementar a mulher. Parece que algumas personagens, no caso da Maggie Concannon, da Morgana Donovan, da Glenna e da Mia Devlin, por exemplo, estariam perfeitamente bem sozinhas (ainda que o termo sozinho não exista nas obras da Nora, pois uma personagem solitária sempre tem um apoio ou uma história que motiva aquele momento de retiro. Mesmo o Roarke de Nudez Mortal - antes da Eve - possui o passado irlandês, com amigos, Murphy's e histórias), mas estariam felizes em dobro com um parceiro. Sempre falta alguma coisa e essa "coisa" está na família, mas não no lar especificamente materno, no caso dos Donovan e dos Macgregor, por exemplo, isso fica claro. É como se todas as famílias, em suas particularidades, tendessem a exigir mais e esse "mais" estivesse no que eu chamo de forasteiro. Um forasteiro que chega para complicar uma vida e beneficiar as demais e, eis que essa vida complicada se torna a vida com a qual o (a) forasteiro (a) compartirá a dele (a) (Exemplo: Três Destino, doce Vingança...). Isso nem sempre procede, quando, por exemplo, o forasteiro é, na verdade, um conhecido de infância com o qual a (o) protagonista não se encontra há anos luz (Segredos). Eu, por exemplo, vejo as mesmas personagens quando imagino as histórias. Aquela síndrome de Helena, do Manoel Carlos, que me infectou desde sempre. Mas no meu caso, não mudam os rostos, mudam os nomes. Vocês enxergam, por exemplo, a Kate Powel, a Blair Murphy e a Peabody, mais ou menos, na mesma "casa"?... E tem o time das ruivas poderosas (já citadas) e das loiras baixinhas e magras (Nell Channing, Moira). Além do time das loiras altas com pernas espetaculares (Margo Sullivan, Shade Colby), mas tem as que não se encaixam pela personalidade louca (só me vem a Maves, talves a Lilah). Enfim, teria muito mais a dizer, mas quero saber da impressão de vocês. Em geral, isso é o que eu sinto ao ler - além de me identificar loucamente com toda a atmosfera. A impressão principal é de que uma mensagem está sendo transmitida em código, com muitas vozes que são uma só.