Naqueles momentos em que as lágrimas pareciam não existir
E de repente desabam pelo rosto
Molhando mais que a pele
Lavando a alma
Saindo como um fluído de esperança
Um terno sopro de alívio, de dor, de conforto
Quando as lágrimas se misturam com os soluços e
Você volta a ser criança, pedir ajuda, dizer que será
Bonzinho, que fará o que papai do céu ordenou
Que não joga mais bola na rua, que não fala mais mal do amiguinho
E é tudo mentira. Tudo. Como poeira, voando, em um tornado
Uma tormenta. Uma chuva de lama, de tristeza...
Que está dentro. Bem aí. Dentro. Em você.
No seu pensamento, no seu coração. Se você ama?
Ama, claro que ama. Aquilo que tem, aquilo que quer, aquilo que interessa.
Aquilo que gosta. Mas não tudo, nunca tudo. E a outra parte, nula, seca
Podre, não deixa você, não sai de você, não é liberada, nem com palavras,
Nem para amigos, nem com o corpo, nem com a arte, nem com a morte.
Te persegue. O escuro da alma. O podridão. O casulo. Aquele.
Que é você, que não é, que não foi, que vai ser.
Um pedaço de nada. A poeira. O pó.
De onde veio, para onde vai.