Reinações Múltiplas: Mais 50 tons
ATENÇÃO: Este blog é pessoal e não profissional

Mais 50 tons


(Cara, eu escrevo muito, mas é minha deusa interior que não cala a boca e eu, democrática, deixo ela muda nos lábios e falante na ponta dos dedos. Isso explica eu escrever pra sobreviver. Vamos lá.)

Respondendo minhas próprias indagações: eu sou um livro aberto pra leitura. Tenho um gosto bastante variado e adoro abusar ou fazer experimentos, então, busco não barrar nada e procurar a essência das coisas. Acredito fortemente que, por trás da pior cagada, tem algum motivo, uma razão, e como uma otimista nata nesse assunto (de não subestimar) geralmente dou uma chance para o que há de novo.
Nem sempre é uma boa ideia, me decepciono com algumas coisas, acreditando que tem gente melhor sem a mesma oportunidade (ou pior, gente boa esquecida). Mas cada um com a sua sorte/história, fazer o que. 
Poderia ser uma história do site, uma escritora "das nossas", mas "a sorte" foi parar em outro continente. E como eu torci pra que o primeiro sucesso mundial saído de fanfictions fosse daqui. Wtv.

Eu vejo muita intolerância, hoje em dia, uma barreira tão forte das pessoas, que acabam excluindo de uma maneira muito grosseira àqueles que estão tentando um lugar ao sol. 
Há trabalhos ruins, claro. Quanta gente apedreja Paulo Coelho e quanta gente não se move sem ler uma frase dele no dia. Quanta gente reclama as cadeiras da academia de Letras e quanta gente não consegue publicar uma excelente história por falta de patrocínio. 
Mesmo assim, há um meio termo no uso da linguagem, na tentativa de não ofender ao trabalho alheio quando se está criticando (a menos que seja em auto-defesa). Ética, moral, bom senso... essas palavras parecem estar em voga, mas tem uns humoristas e blogueiros/vlogueiros por aí que pensam serem detentores da sabedoria suprema, sem se importar com o que usam para fazer piada ou "crítica".

Falo isso porque algumas explosões de "opinião" tem sido acompanhadas pelos meus olhos como um abuso de popularidade, público, sucesso ou até de auto-estima (em outras palavras, donos da verdade). Sou fã do meio termo. Há um limite entre criticar e ofender. Assim como há um limite entre tentar fazer um bom trabalho e vender qualquer coisa pra ganhar dinheiro e fazer sucesso.
Muitas fanfics são assim, sem alma. Feitas pra ganhar comentários, status e preencher algum vazio e alguns problemas psicológicos das escritoras. Falo por mim mesma. Escrevi algumas histórias com a alma e outras para engodar meu bolso.

Eu comecei a ler o livro ontem, em espanhol. Até o momento eu tenho encontrado algumas similaridades com Crepúsculo e até uma tentativa de criar um Roarke/Tony Stark. Uma protagonista bastante infantil para a idade dela e também para a idade da escritora, eu esperava algo mais maduro, me decepcionou - mas eu também não gosto da Bella, então dá na mesma. Vi uma história com descrição e espaço ruins, mas que tenta, com bastante afinco, descrever bem a parte sexual, abusando de termos eróticos. Isso, em especial, me fez lembrar das restritas que li no FFOBS, tem o mesmo perfil de escrita. Inclusive, tem histórias que eu li que têm sexo em todos os capítulos e o espaço de tempo vai muito rápido (isso ocorre no livro também, em duas semanas já rola sexo louco e a aceitação de tudo, quando até ontem a guria era praticamente bv).

Pois bem, a história tem falhas, como muitas, no que diz respeito ao tempo. Está com um cronograma psicológico horrível. Mas, e sempre tem um porém, já conheci caras que se conheceram num dia, estavam namorando no outro, dormindo no outro, morando juntos no outro e separados na semana seguinte. Ou seja, há possibilidades de loucuras temporais na vida real, sim. 
O que ocorre é que, de alguma maneira, porque não acontece com a gente, pensamos que não acontece com os outros. E o principal fator, ao meu ver, é que quando lemos uma fanfiction procuramos (demasiadamente) similaridade com o real quando devemos lembrar que, no caso de Crepúsculo, por exemplo, não há realismo, é pura fantasia.
Não dá pra esquecer que Grey y Ana são Edward e Bella, em uma versão picante. A autora quis fortalecer o vampiro, dar um ar perigoso para ele, um ar animal, aquele tipo de ar que ele não teve na obra original. Ela queria um romance, mas não baseado em amor (como com B e E), mas sim em sexo. 
É isso o que eu, com muito amor à Literatura e ao futuro da fanfictionistas, consegui espremer da obra, até o momento.

Em geral, é preciso um meio termo entre a escrita e a crítica. Tem pessoas que colocam uma venda de egocentrismo nos olhos. 
O bom de pensar assim é que minha opinião, graças a Deusa, muda e até contradiz o que eu mesma digo. Ter uma noção ou um discurso de que sou a dona da verdade me ofenderia. Não gosto de morder a língua; arriscando mais você tem mais arsenal e mas chances, mais paciência e até mais contatos. Barrando mais, você só tem seu quintal, a sua rodinha e os seus admiradores que usam vendas iguais as suas.

Espero ver, algum dia, muito mais tolerância em opinar e muito menos mediocridade.