Não dou conta.
De fingir que quero perto, dar bom dia repetidamente, estar mostrando os dentes a toda hora, correr atrás de atenção, lembrar de mandar mensagem, cumprimentar quando sou ignorada.
Não dou conta da saudade, nem da solidão. Mandei embora e parece mais fácil não sentir nada.
Escolha é escolha. E eu prefiro viver só.
Não dou conta de administrar a falta de carinho, o desapego, a fadiga, o rancor. Não dou conta de pedir repetidas desculpas e não conseguir ganhar o coração. Não dou conta de colocar a página em dia, porque me perco, me desconcentro, me aborreço.
Não dou conta de dizer adeus sem me sentir culpada. De ir embora sem ouvir que sou egoísta. De tentar ser feliz ao lado de quem supostamente me ama.
Deus do céu, que difícil é NÃO amar.
E eu não amo.
Quero bem, desejo o melhor, morro de medo de perder, sinto preocupação, ligação, dívida de honra... mas não amo.
A leveza do amor não existe mais. Não responde mais. Não pondera mais. A leveza e a harmonia... foram embora. Ou nunca existiram?
Não dou conta de viver perto, seguir com meus planos, observar com clareza. Não dou conta de realmente ter liga. Ter ânimo. Ter paciência.
Chega! Basta! Adeus!
Quero meu espaço. Meu lugar. Meu momento. Quero estar comigo e com o mundo. Com afeto. Com família... mas sem laços.
Não dou conta de andar amarrada. Não sei viver a dois, três, quatro. Sou eu demais e só sei ser uma.
Não dou conta de amar o suficiente.
Não dou conta de me deixar ser amada.
Não dou conta.
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