Reinações Múltiplas: When you’re gone
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When you’re gone



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Prólogo

We were made for each other

Out here forever

I know we were

Capítulo 1

Danny tinha o corpo mais bem definido que eu já havia visto em toda a vida, mas isso de nada mudava o fato de ele ser um canalha, patético e sem noção. É claro que esses atributos já estavam batidos, todos sabiam disso. Ok, por esse motivo eu resolvi não implicar com ele, ainda que ele implicasse comigo.

-Sai pra lá guri, que chato! - ele ficava me cutucando, jogando bolinha de papel e rindo de mim, com os amigos mais idiotas do que ele, que sentavam no fundo da sala.

-Sabe que eu te adoro minha gata. - eu odiava ser chamada de minha gata, que saco!

-Danny. - eu disse séria, olhando pra trás. - chega!

Recebi uma bolinha de papel na cabeça em resposta. É, ele estava passando dos limites, odiava que não me respeitasse. Saí da aula de matemática louca da vida, desci as escadas com rapidez e fúria. Esses garotos patéticos eram mais velhos, os caras mais sacanas e pervertidos da escola, tinham reprovado dez mil vezes e estavam no meu pé, agora que dividíamos a maldita aula de matemática, nos horários de terça e quinta. Que perfeito!

Muito brava e emburrada, eu coloquei os cadernos de matemática no armário e tirei o material de geografia, pelo menos uma matéria legal aliviaria o pesar das aulas chatas com mais e mais e mais números. Droga.

-Muller. - não pode ser! O mundo conspira a seu favor mesmo Paulo Coelho? Porque quanto a mim, ele simplesmente desanda e manda mais e mais lama. Pura inhaca!

-Jones, me deixa em paz. A sessão de tortura acabou.

Eu saia em disparada, com um baita bico de ódio puro, esbarrando do lado dele, quando me segurou e encostou nossos corpos, frente a frente.

-Eu quero você Muller. - minhas pernas não deveriam ficar bambas, meu coração não devia acelerar, meu mundo não devia parar, minha boca não devia se abrir e meus olhos não deviam ficar olhando fixamente para os de Jones, mas foi a merda que aconteceu. Me recuperando após alguns segundos de tortura, fiz o que deveria fazer.

Belisquei o braço de Jones.

-Me solta seu cretino, imbecil. - ele soltou um gritinho gay com o apertão no braço, que ficou amarelado na hora, certeza que iria ficar roxo. Então, me olhou com a cara idiota, todo bravinho e, certamente, me agarraria, se o inspetor Judd não tivesse chegado a tempo.

-Algum problema aí Jones?

Eles eram conhecidos de longa data. Jones ficou e Judd se formou com louvor, voltando para a escola para estagiar na educação física, mas abocanhando o cargo de inspetor em dois dias da semana.

Quando eram colegas de turma, os dois rolaram no chão se socando, até que Jones perdeu a briga, porque Harry Judd era mais forte, mais inteligente e ZILHÕES de anos luz mais gato, interessante, gentil e educado. Ok, a verdade é que Harry ganhou porque entrou poeira no olho do idiota-mor, que pensou em limpar o olho na hora da porrada, da pra acreditar?

-Não, inspetor.

O fato é que Jones não queria confusão com Judd e respeitava a presença máscula dele, mesmo sabendo que não rolaria uma pancadaria, porque Judd era muito profissional para isso, tinha certeza que com o dedinho do arque-inimigo ele poderia ser expulso, o que não era nada agradável.

Jones saiu de lá, me encarando e Judd encarava a ele. Assim que sumiu de vista, Judd segurou meu braço com gentileza e perguntou se estava tudo bem. Hipnotizada com aqueles olhos perfeitos, a boca, a postura, o corpo e, meu caneco, tudo naquele homem, eu respondi que sim.

-Precisa tomar cuidado com esse moleque.

-Acho que preciso mesmo. Não pensei que ele fosse me irritar fora das aulas, mas pelo visto, encanou comigo.

-Ele é assim quando está afim de uma garota. - eu fiquei muito corada, com certeza, porque sentia as bochechas queimarem. - principalmente quando é como você.

-Como eu? - fiquei mesmo curiosa.

-Linda, inteligente e determinada.

Se era preciso um bom motivo para eu explodir roxa, eu tinha um bem ali. Harry Gostosão Judd estava me elogiando, em uma cantada das mais baratas. Que perfeito, o deus grego era humano.

-Obrigada Judd. Você não é muito diferente.

-Linda, inteligente e determinada? - ele fez uma cara engraçada, eu dei uma gargalhada e olhei pra ele concentrada nos olhos, também sei flertar.

-Não, gatinho. Muito lindo, super interessante e completamente determinado.

-Wow, assim eu me sinto o pica das galaxias. - eu ri muito mais e Judd me levou até a sala de Geografia (atrasada lalalalá).

-Te vejo por aí Muller.

-Te vejo também Judd.

Entrei na sala e tive a melhor aula da minha vida.

Ok, eu preciso dizer que odeio, muito, as gurias da torcida do colégio. Sério. não, não, ultra sério! Elas são lindas, magras, loiras, poderosas e fazem o que querem. Não que eu não seja o triplo, mas a verdade é que elas estão em bandos e eu costumo me enturmar com todos, mas nunca com nenhum em especial, sabe. Isso até me irrita.

Não tenho aquilo de "melhor amiga", nem acho que isso exista mesmo. As melhores amigas vem e vão, depende do momento da vida, embora com algumas pessoas seja diferente. Enfim, eu sou sozinha, pra encurtar a história.

E, na minha onda de "solidão" fui procurar um lugar para sentar no intervalo e lanchar. Tom Fletcher, o cara mais incrível que já fez trabalho comigo, estava sozinho, mexendo em seu leptop, quando me aproximei.

-Posso sentar Tomzinho? - ele olhou meio assustado e assentiu, com um lindo sorriso.

-Claro que sim Muller. - ele sabia que eu costumava zoar o apelido "cute" que as cheerleaders tinham dado pra ele.

-E aí, como vai o trabalho da feira de ciências?

-Desisti dele.

-Sério? - eu comecei a comer. - por quê? - eu falava calmamente, batendo papo mesmo.

-Bem, estou com um projeto novo e não vou ter tempo.

-Humm. - odeio me intrometer e não faria isso com o lindo Tom Fletcher, a pessoa mais perfeita do planeta. Um dos únicos caras que eu admirava como pessoa naquele antro chamado escola.

-Eu não pretendia contar pra ninguém, mas vou te mostrar, vem cá. - eu que estava em sua frente, sentei a seu lado e comecei a ver o site que ele estava desenvolvendo, super engraçado. Comecei a rir sem parar e ele pediu discrição. Claro que me contive.

Quando olhei para frente, Jones me olhava com sangue nos olhos, de tanta raiva. Via-se que ele bufava de longe. Não evitei provocá-lo.

-Algum problema Jones? Perdeu o que aqui?

Se aproximando, olhando para mim e para Tom, ele apoiou os braços na mesa e me olhou sério.

-O problema é você querer bancar a espertinha, Muller.

-Tá falando do que garoto? Ficou maluco? - eu não sabia mesmo.

-sabendo que eu estou afim de você veio esfregar o namoradinho na minha cara na hora do intervalo, né? - ele falava com desprezo. - vai brincando.

Ele surtou e deu uma ceninha de ciúmes na minha frente, na frente do Tom... do colégio todo? Eu devia estar sonhando.

Sim, na verdade eu estava sonhando! Droga! Quando acordei na aula de química, com Tom do meu lado balançando meu braço, levei um baita susto e, idiota, cretina e retardada, dei um gritinho de susto. Adivinha qual palavra veio na minha boca, na hora do gritinho?

-Jones!

Meu mico, Mico meu. Que legal, troféu joinha pra mim! A sala toda riu e nem Tom se aguentou.

-Tá sonhando com o Jones, Muller? - puts!

-Pesadelo Fletcher. - eu disse babando ainda.

-Esses slides de carbonetos estavam um lixo mesmo, quase dormi também.

-Droga, eu vou ser a piada da turma. - praguejei com cara de Garfield, de que adiantava me envergonhar? Já tinha acontecido mesmo.

-Bem Lenah, eu acho que vai, mas eu fico do seu lado, pode deixar. - ele riu e pegou minha mão. Eu apertei ela forte e dei um beijo.

-Meu fiel escudeiro! - o que vi fez me lembrar do sonho, embora nele o Jones aparecesse com ciúmes e não com uma loira aguada de uma figa, agarrado na parede em frente à porta da sala de aula, enquanto colocava as mãos sujas por baixo da saia dela, sem vergonha nenhuma de deixá-la chupar seu pescoço e gemer.

Eu não deveria reagir assim diante de uma cena tão habitual, mas abaixei a cabeça, sem soltar a mão de Tom.

Quando chegamos a cantina ele sentou, abriu seu leptop e começou a conversar, sem se preocupar em me olhar, digitando sem parar.

-Está afim dele Muller?

-O que? - eu estava viajando na maionese e fui puxada pelo pé.

-Eu perguntei se está afim do Jones.

-Nem morta! Está louco?

-Não, é que parece.

Tom falava com uma calma, tão, tão grande que me dava ódio. E o pior era que ele realmente tinha esse perfil sossegado. Fico de cara com ele, é perfeito demais.

-Hey Tom, me dá atenção.

Ele parou de digitar, afastou o laptop aberto, na mesma hora, colocou as mãos no queixo e me olhou com a carinha redondinha, com uma voz super gay e disse:

-Fala amiga. - ele me zoava direto.

-Para - eu disse rindo - você tem o dom de me fazer te odiar e querer morder suas bochechas.

-Droga, todas querem morder minha bochechas. - ele falou pensando alto e se colocando em uma posição de homem, de novo. - O que tá pegando gatinha?

-Tom, você realmente faz o papel de melhor amiga que eu não tenho, então preciso te falar e não reclame.

-Eu nunca reclamo Lenah - ele pareceu ofendido.

-Eu sei meu anjo, mas precisava constatar.

-Sei, você quis é me ver bravo.

-Sim, eu te adoro nervosinho, você sabe.

-É - ele fez acara de "blá blá blá" - todo aquele papo de "meu queixinho furado e nnhenhenhe", mas agora desembucha, preciso terminar uma revisão.

Estiquei as mãos segurando as dele.

-Eu acho que estou apaixonada. - ele olhou com uma cara de "não pode ser".

-Não pode ser!

-Sim, sim, sim! - eu demonstrei minha felicidade.

-Pelo Jones?

Eu queria bater nele por dizer aquilo, é claro.

-Lógico que não sua anêmona! Pelo Poynter, é claro!

-Nossa! - ele bateu na testa. - tinha esquecido desse ser.

-Ai Tom, não fala assim.

-Lenah, ele é patético, convenhamos! - ele franziu o cenho. - e essa conversa está gay demais.

-Mas Tom, só posso contar com você!

-Lá vem bomba.

-Ele me chamou pra sair e eu não posso, quem em todo o planeta pode me chamar para sair com consentimento da mamãe?

-Eu não vou fazer isso. Nem adianta.

-Mas porque meu amorzinho, lindo, lindo...

-Lenah, sua mãe é maluca! Eu fui até sua casa fazer um trabalho e ela pensa que a gente vai casar.

-Bem, ela sonha um pouco, mas é boa gente. - eu sorri pedindo com todo o meu carisma.

-Nem pensar, isso vai dar merda.

-Mas por quê? Me ajuda vai!

-Não dá, eu estou saindo com uma garota e se ela descobre, estou ferrado.

-Você está namorando? - falei espantada e troquei o lado de onde sentava. - me conta tudo!

-Não estou namorando Lenah.

-Tom, não me enrola, vai!

-É que eu estou saindo com a Tiphany.

Meu mundo e o da Maysa caíram. Fato. Nunca sentiria ciúmes de Tom, ele é um colega mais chegado, com quem eu consigo conversar, nada além. Mas sair com a vadia-mor, melhor amiga da rainha das vadias do colégio era traição.

-Não acredito. - eu afirmei e bem séria ainda.

-Por que não? É sério.

-Ela está te pagando com a bunda ou você está fazendo trabalhos pra ela?

Eu sou impulsiva. Tom soltou minha mão, pegou o laptop e antes que eu pudesse me desculpar, com uma cara de "caralho, que cagada!" ele levantou e saiu da mesa, sem dizer uma palavra.

Ótimo, perdi meu único contato decente e, de quebra, um encontro com Poynter, o cara mais gato e perfeito do planeta.

No dia seguinte minha cabeça estava latejando e eu teria a maldita aula de geometria. Não bastava matemática, aqueles lixos humanos faziam subdivisões? Ok, eu precisava aguentar, precisava respirar... mas não dava.

Saí da sala no meio da aula, para ir ao banheiro e vomitei até meu rim. Depois saí pelos corredores, querendo tomar um arzinho e encontrei com Harry Judd, o estagiário gato.

-Muller,o que está fazendo fora da sala?

-Eu fui ao banheiro, não passava bem do estômago.

-Melhorou?

-Depois desse arzinho, estou bem melhor.

-Venha comigo, pra tomar um soro na enfermaria.

-Não é preciso Judd, estou melhor mesmo, é verdade. Olhe, volto agorinha pra sala, pode ver... - eu que estava a caminho da porta fui segurada por Judd, que arremessou meu corpo na parede, colado nele e me beijou.

Meu corpo enrijeceu com o choque de ser pega daquela maneira e com o susto que levei, mas logo fiquei molinha molinha nos braços do inspetor, que invadia minha boca com sua deliciosa língua e acariciava meu cabelo com força suficiente para despenteá-lo todo.

Judd afastou seu corpo do meu e me deu um selinho estalado.

-Bem melhor agora. - sorriu com uma petulância que me deixou mais pálida do que eu estava. Fraquinha da Silva, olhando pra ele sem entender nada.

-O que foi isso - eu disse com voz inaudível, com as mãos perdidas e os olhos no rosto perfeito.

-Precisava ter certeza.

Eu odiava esses jogos do Judd, falar a metade das coisas, mas que merda. Irritada com ele pelo beijo, fui ríspida.

-Certeza do que porra?

Ele me segurou de novo:

-De que, além de linda, inteligente e determinada, você também é gostosa.

Me deu mais um beijo, empurrando nossos corpos para o quartinho que guardava produtos de limpeza , ali no corredor. Todos nas salas, apenas eu eu ele zanzávamos naquele momento.

O quarto escuro, com um cheiro forte de produtos e ele com a mão em minha bunda, me levantando e beijando minha boca com força. Eu molinha, molinha, beijava e sentia a língua dele passear pela minha, tocando os braços fortes, me excitando em pensar que o cara mais gato do planeta estava sozinho comigo em um quartinho.

Judd desabotoou minha camisa branca, uniforme do colégio, e eu fiz o favor de arrancar a regata que ele usava, naqueles braços perfeitamente definidos.

Com a respiração alta, nós dois nos beijávamos, nos tocando.

-Quero você Muller.

Eu não conseguia falar, só gemia mais alto. Ele me mordeu devagar, pedacinho por pedacinho do pescoço e eu trouxe suas mãos para os meus seios, onde eu queria que tocasse. Ele apertava devagar e eu delirava sentindo um turbilhão passar por minha cabeça. Abri o feixe de sua calça e olhei para ele com uma vulgaridade sem fim, fazendo com que ele mordesse meus lábios inferiores, com vontade e prazer, soltando um som de excitação tipicamente masculina.

Me agarrei nele, enlaçando as pernas ao redor de seu corpo e sussurrando em seu ouvido.

-Seja rápido.

Judd inclinou o corpo, comigo em cima, e me pressionou mais forte contra a parede, penetrando e fazendo nossos corpos dançarem em um ritmo frenético.

Eu o beijava por todo o rosto, quando conseguia não arquear a cabeça com o prazer, me segurando para não gritar.

Chegamos juntos ao ápice.

Arrumei minha roupa e ele a dele.

-Hey Judd.

Antes dele sair eu o chamei.

-O que foi Muller? - ele me olhava com prazer.

-Isso nunca aconteceu.

-Isso o que? - e sorriu languidamente.

Continua...

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