Reinações Múltiplas: Érase una vez... (Parte 2)
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Érase una vez... (Parte 2)

Yandel é 12 anos mais velho do que eu. Gostei dele desde a primeira vez que o vi, em um videoclipe. Tinha o detalhe de eu ser louca pelo produtor dos clipes da dupla e ser fã de reggaeton, como Dul havia dito aos meninos. Bem, de qualquer maneira, duvidei muito que o cara daria a mínima pra mim, mas (pra minha sorte) me enganei.
Acordei bem cedo, como sempre, pois precisava decorar uns textos e malhar, não nessa ordem. Tomava um delicioso café da manhã quando minha empregada apareceu com o rosto iluminado trazendo em seus braços um maravilhoso buque de margaridas, minhas flores favoritas. Fiquei maravilhada com as flores, vinham com um cartão.

Espero que tenha sonhado comigo,
como eu sonhei com você.
Besos
Y 555-989878

Era ele! Mal pude acreditar que estava recebendo, aquela hora, um presente daqueles! Achei que ele jamais lembraria de mim e que me colocaria na listinha de mulheres que ele pegou e nunca mais. Dá pra ver que eu divago em pensamentos e acabo me enganando sempre.
Como Yandel foi SUPER fofo, me enviando um buquê com minhas flores favoritas e (melhor) com o número dele, resolvi ligar para agradecer. Nossa, ele devia ter ligado para a floricultura de madrugada. Ai que lindo!

-Alô.
-Hola?
-Yandel, sou eu, Lenah.
-Princesa! Como estás mi amor?
-Estou muito agradecida pelo presente. As flores são lindas e me iluminaram o dia. Obrigada!
-Não precisava agradecer, realmente acordei pensando em você. Senti tanto em ter que viajar.
-Eu fico feliz que tenha lembrado de mim querido. Não sei como agradecer. Na verdade, que tal vir jantar comigo nessa semana?
-Oh minha princesa - ele é lindo me chamando assim! Para tudo! Ah sim, a voz dele ficou meio chateada ao dizer que não. - eu gostaria muito de ir, mas essa semana toda tenho compromissos agendados. Que tal, quando eu voltar ao México, em 15 dias, posso ligar para você?
-Está bem. Não sei se estarei aqui, mas ainda assim, pode me ligar.
-Lenah.
-Oi?
-Você é linda.

Ok, ele me fez morrer mil vezes, então eu, toda boba, fiquei com olhos brilhantes e cara de emoticon, até que a bigorna caiu na minha cabeça e eu acordei, finalizando a ligação.
Estava tão radiante que coloquei meu melhor vestido e maquiei meu rosto como o de uma deusa. Aprovei tudo, olhando para o espelho, e fui fazer algumas comprinhas com a May, já que estava no México mesmo.

Quando nos encontramos, assim que passei com Richard (meu motorista) na casa dela, fiz um escândalo, que eu estava guardando desde a ligação. Ela percebeu, olhando para meu rosto animado, que se tratava de Yandel.
Conversamos muito e ela me deu milhões de conselhos, já tinha namorado um porto-riquenho. Eu ria litros falando disso com minhas amigas, enfim, nós éramos "las ardidas" e amávamos falar mal "deles", em rodinhas regadas a objetos engraçados, chocolate e música pop.

May e eu desfilávamos pelo shopping, felizes da vida, fazendo compras, quando o celular dela tocou. Ela parou, pasma, olhando o número e a fotinho no visor. Eu vi a palidez da minha amiga, OMGloss! Era o ex, perfeito, lindo, tudo de bom, cubano, do coração dela.
-Calma amiga, faz o seguinte, atende e relaxa.

-Não consigo.
-Atende May,
-Não consigo!
Peguei o celular.
-Alô?
-May?
-Não, é a Lenah.
-Oi Lenah! - ele pareceu empolgado. - quato tempo querida, tudo bem? Aqui é o Will.
-Will? Ah! Oi Will! - era bom dar uma de: esqueci de você, minha amiga nem toca no assunto. - Estou ótima meu bem, e você? Senti sua falta na última reuniãozinha.
-É, não pude ir, estou em Cuba.
-Que delícia! Mas e aí, que falar com a May?
-Seria ótimo, ela está por aí? - eu fazia sinais pra minha amiga parar de ter um ataque na minha frente.
-Ela está no provador, mas logo, logo vai sair, se importa de conversar comigo enquanto isso? - eu fazia gestos pra ela se acalmar. May fez aquela famosa carinha de quem olha pra cima e conta até dez, respirou fundo e sorriu, dizendo, entre lábios "estou pronta".


Nem preciso dizer que perdi a amiga na mesma hora né? Ela ficou muito tempo conversando com ele e andava sorrindo a toa no shopping. Deixei ela um tempinho sentada (com ele no tel) na praça de alimentação e fui buscar dois lanches.
Como a virgenzinha me ama e é linda, fui agraciada em encontrar um deus grego na fila para comprar os lanches. O cara puxou um papo comigo e depois me convidou para ir com ele até a livraria, onde (ninguém mais, ninguém menos do que) Enrique Iglesias (*grita, puxa o cabelo, dança feliz, se joga na lama*) estaria autografando seus livros autobiográficos. Fiquei paralisada em pensar que veria o todo-poderoso cara a cara, um dia depois de eu conhecer meu sonho de consumo portorriquenho, conheceria o argentino. Era demais pra mim, o dia estava mágico.
Aceitei o convite e convidei o menino para se sentar comigo e com May. Ele me acompanhou e, quando cheguei com ele, May ficou boqueaberta, com cara de "como você consegue?", eu sorri triunfante para ela e contei logo o que interessava.
May teve um sobressalto, certamente imaginando que eu era a pessoa mais sortuda do mundo (e eu era), porque, afinal de contas, sabia que eu era alucinada por aquele argentino. Ok, abafa, mas se o cara é gato e fala espanhol, ou seja, tem 500 pontos grátis. No caso de artistas, isso dobra, se for talentoso, triplica e sendo quem era, ganhava bônus só por ter nascido.

Comemos, conversei com o gatinho e logo fomos até a livraria. May enganchou em mim e disse baixinho que eu não prestava, eu ri e dei uma piscadinha pra ela.

Quando chegamos à livraria, quase tive um ataque. Ele estava em um pocktshow (lindo, lindo, lindo, gato, ahhh) e cantando "Lloro por ti". Ok, eu tentei não enfartar, mas estava difícil demais considerar a opção "mantenha a calma", no meu cérebro.
Sorte minha amiga ser a melhor do mundo e conseguir despistar o deus grego, assim pude ir antes até o Enrique, assim que as filas se formaram. Esperei paciente até que minha vez chegasse.

Ele sorria, tão lindo, eu retribuí o sorriso e estiquei as mãos, entregando-lhe o livro para ser assinado.
-É para você? - ele falava da assinatura, eu estava hipnotizada e nem entendi o que falou, só olhando a boca dele falar daquele jeito tão, tão, tão... argentino.
-Como dije? - eu demonstrei que estava babando e ele levantou os olhos do livro para mim, com a cabeça meio erguida e meio abaixada, o que fez os olhos (PERFEITOS) se fixarem nos meus. Sorri, tímida (acreditem, eu faço as coisas sem pensar e me envergonho fácil).
-Perguntei se o livro é para você. - ele sorria, mas soltou uma risada quando viu que eu estava vermelha, com a cabeça em Marte.
-Sim, sim. - eu balancei a cabeça como uma adolescente idiota - Lenah Muller, por favor.
Ele quase escreveu, mas parou antes de autografar.
-Lenah Muller? - perguntou com curiosidade. - Eu mal pude lhe reconhecer - ele me fitou de frente, se levantou e me cumprimentou com um aperto de mão. - Não posso acreditar que está na minha tarde de autógrafos, é uma honra. - Para tudo. Estou flutuando? Quem cortou minhas pernas? ENRIQUE IGLESIAS É MEU FÃ! Ok, respira. Respira. Beleza, vamos tentar continuar.
-Eu.. bem, nem sei o que dizer... Obrigada! - estava sorrindo como um guarda-chuva armado.
-Posso tirar uma foto com você? - Mãe, socorro! O argentino mais gato do planeta quer uma foto comigo.
-Nem pensar. - ele me olhou com a expressão de quem entregou flores e ganhou uma pedrada na cara, completamente surpreso. - eu é que quero uma foto com você, faço questão. - sorri e ele perdeu o embaraço, relaxando e rindo.
-Obrigado.
-Não tem o que agradecer,- hesitei antes de continuar - tenho certeza que já ouviu isso muitas vezes... mas... você é um artista excepcional. - eu o olhava tentando mentalizar cada micro pedaço de seu rosto, perfeito e ele me encarou e abrindo um meio sorriso, com jeito de quem estava ficando encabulado. Aquele homem não existe, para tudo, é fruto da minha imaginação mais pervertida. Ok, para Lenah.
-É gentileza sua. Aliás, já devem ter dito muitas vezes também, - ele me deu um sorriso saliente - mas, pessoalmente você é incrivelmente mais linda. O que pode parecer um absurdo, porque nunca havia visto alguém que combina tão bem com o cinema. - eu fiquei vermelho-pimentão, molhadinha, mas agradeci.
Tiramos a foto e, é óbvio, eu tirei uma casquinha quando me aproximei dele, abraçando um pouquinho mais colada que o normal, o que o fez se sentir incomodado com os braços e acabou colocando um ao redor da minha cintura, apertando um pouquinho além do normal, também.
Enrique disse que, se não fosse incomodo (da onde que um homem daquele incomodaria em alguma coisa, gente???) ele gostaria de conversar comigo, depois dos autógrafos. Me entregou um papel, em que havia anotado o telefone DELE e pediu que eu ligasse.
Posso ser uma moça correta, mas burra eu não sou. Tirei o cartão da bolsa e entreguei para ele, dizendo que estaria com a tarde livre, caso ele quisesse tomar um chá. saí da livraria com May, que estava se pegando com o deus grego (minhas amigas entendem as indiretas sempre. Eu sempre faço isso pra elas e vice-versa. A regrinha é: eu quero o outro, pega o amigo. E a gente segue, quando o cara é interessante).

Assim que ficamos sozinhas, eu contei tudo pra ela, que ficou sobressaltada, adorando a ideia de eu estar me divertindo tanto. Fazia um bom tempo que não deixava as coisas rolarem naturalmente, única e simplesmente por estar trabalhando. Mas, fala sério, valeu a pena né? Agora eu era reconhecida por uma coisinha argentina pitchula daquelas, graças a meu trabalho. Mas vou confessar que minha cabeça, cabeçuda estava pensando na beleza do Iglesias e no puta calor que o Yandel emanava. Fora as flores e o sabor daquele homem, gente, que sabor!
Ok, eu estava bem, não podia reclamar, mas: quando a esmola é demais, o santo desconfia.





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