Eu estive durante um ano em um lugar absolutamente ruim. Era como se me sentisse acorrentada em um castelo e lá a prisão estava voltada, absolutamente ao âmbito moral.
Precisava ser a falsa donzela desprotegida e não atuar como a amazona que costumo ser. Imagine o posto de uma mulher de fibra, garra e força, sendo ocupado por uma camponesa desprovida de palavra, volúvel e passível de pena.
Havia momentos em que os meus olhos ficavam obscuros e completamente cerrados, sem luz. Minha vista era turva e as decisões não eram tomadas. O ar parecia não atingir meus pulmões e a vida estava completamente apagada. Como um quadro em branco na parede, ou um livro abandonado em algum canto. Eu não tinha ritmo e nem melodia. O som não saia de minha voz, porque eu simplesmente não tinha voz.
E tudo foi acontecendo tão depressa e me colocando em um calabolço tão fundo e tão nefasto, que as ideias pareciam sonhos e a esperança não passava de ilusão.
Eu escrevia palavras motivadoras e pensava, com alguma alegria, que talvez outras vidas pudessem ser salvas em meio ao meu naufrágio. Não tinha forças para demonstrar quem eu era e, assim, me tornei uma morta-viva.
Estive durante aquele ano, em meio a pessoas inteligentes, repletas de amores, ilusões e fantasias. Mas todo aquele amor era revertido em ódio quando o assunto era a índole feminina. E ali me senti apedrejada, como se o fato de ter nascido mulher me fizesse ter menos valor, caráter... eu não tinha alma, porque era mulher. E, logo, minha imagem se fundia a de uma Madalena condenada, sem espectativas de perdão e arrependimento... ainda que meu pecado tenha sido não nascer um homem.
Minhas veias estavam explodinado e meu coração entrou em um ritmo frenético de desespero. Não podia correr e deixar tudo porque tinha... medo.
Medo de acabar com um sonho por me submeter a mágoa que já me corroia.
E o desespero se apoderou de mim. Me apaixonei. Uma paixão fria e distante. Falsa. Irreal.
E tive de beber e beber. Tive de correr e gritar. Tive de chorar e ter certeza de que nada daquilo era real.
Voltei a ter força e disse: chega.
Não sei quanto tempo levou para que meus olhos fossem abertos, mas meu coração nunca se calou. Sofria. Mas não em silêncio.
E quando minha mente voltou a dar ouvidos a esse músculo estranho, então eu voltei a sorrir.
Me desfaço de toda a mãgoa e de todo o mal que desejei e proferi para àqueles que me apunhalaram a alma, nesse episódio.
Abençoados sejam.
Precisava ser a falsa donzela desprotegida e não atuar como a amazona que costumo ser. Imagine o posto de uma mulher de fibra, garra e força, sendo ocupado por uma camponesa desprovida de palavra, volúvel e passível de pena.
Havia momentos em que os meus olhos ficavam obscuros e completamente cerrados, sem luz. Minha vista era turva e as decisões não eram tomadas. O ar parecia não atingir meus pulmões e a vida estava completamente apagada. Como um quadro em branco na parede, ou um livro abandonado em algum canto. Eu não tinha ritmo e nem melodia. O som não saia de minha voz, porque eu simplesmente não tinha voz.
E tudo foi acontecendo tão depressa e me colocando em um calabolço tão fundo e tão nefasto, que as ideias pareciam sonhos e a esperança não passava de ilusão.
Eu escrevia palavras motivadoras e pensava, com alguma alegria, que talvez outras vidas pudessem ser salvas em meio ao meu naufrágio. Não tinha forças para demonstrar quem eu era e, assim, me tornei uma morta-viva.
Estive durante aquele ano, em meio a pessoas inteligentes, repletas de amores, ilusões e fantasias. Mas todo aquele amor era revertido em ódio quando o assunto era a índole feminina. E ali me senti apedrejada, como se o fato de ter nascido mulher me fizesse ter menos valor, caráter... eu não tinha alma, porque era mulher. E, logo, minha imagem se fundia a de uma Madalena condenada, sem espectativas de perdão e arrependimento... ainda que meu pecado tenha sido não nascer um homem.
Minhas veias estavam explodinado e meu coração entrou em um ritmo frenético de desespero. Não podia correr e deixar tudo porque tinha... medo.
Medo de acabar com um sonho por me submeter a mágoa que já me corroia.
E o desespero se apoderou de mim. Me apaixonei. Uma paixão fria e distante. Falsa. Irreal.
E tive de beber e beber. Tive de correr e gritar. Tive de chorar e ter certeza de que nada daquilo era real.
Voltei a ter força e disse: chega.
Não sei quanto tempo levou para que meus olhos fossem abertos, mas meu coração nunca se calou. Sofria. Mas não em silêncio.
E quando minha mente voltou a dar ouvidos a esse músculo estranho, então eu voltei a sorrir.
Me desfaço de toda a mãgoa e de todo o mal que desejei e proferi para àqueles que me apunhalaram a alma, nesse episódio.
Abençoados sejam.
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