Senhor,
caminhamos no astral,
somos um povo que, abençoados por ti,
trazemos na face e no olhar
a displicência e a desconfiança
dos que caminham sem querer parar.
Ciganos caminhantes, filhos teus,
vamos pelas estradas errantes,
ainda hoje olhados de soslaio,
brincamos com a sorte num baralho que,
manuseado por nós, pode ajudar aos irmãos nossos,
os mesmos que nos desdenham e discriminam
pois foste Tu que nos deste o dom do adivinho.
Senhor, abençoa-nos, e com Tua luz
tira as pedras dos nossos caminhos.