Reinações Múltiplas: 15.3.3 e outros números ímpares
ATENÇÃO: Este blog é pessoal e não profissional

15.3.3 e outros números ímpares

Estive estudando as atitudes e ações dos presidiários e traficantes brasileiros, em uma série de reportagens, em distintos temas e canais.
Há muita brutalidade, obviamente, em tudo o que se refere a execussões.
Estamos falando, aí, de arrancar orelha e fazer o cara engolir, fazer com que haja humilhação, quebrar partes do corpo, fazer com que haja confissões de atos que - de acordo com os bandidos - são ilícitos dentro dos mandamentos existentes nesses grupos.
As execussões, nesses casos, são - de acordo com os presidiários/traficantes/equipe de apoio desses manda-chuvas - por merecimento. Ou seja, caso você fuja da linha (matando sem direito de defesa, por exemplo) você será executado, após julgamento entre membros dos comandos.

O que me chama atenção nisso tudo é a organização desses eventos, mas, além disso, a maneira como essas pessoas tem instrução social (não digo que todos sejam exímios leitores e escritores, como o Beiramar, que é, inegavelmente, inteligente, bem sucedido, líder e instruído), falo de pessoas que possuem em seu discurso palavras tipicamente socialistas, que repudiam e conhecem o modelo capitalista, que canalizam seus interesses em um campo de atuação em que o controle é absoluto e supremo.

Me parece que a polícia, em geral, não possui a mesma força de inteligência desses bandidos e que ela atua como principiante por ocasião de falta de incentivo político. Ou seja, existe algo no Estado que impossibilita a ação dos policiais e, principalmente, a difusão da inteligência lógica desses profissionais.

Bandidos ganham muito mais do que policiais. A corrupção, nesse sentido, é absolutamente favorável.

A ética universal é eliminada, nesse tipo de ação, e o que prevalece é o jogo de poder, de dar a última palavra e de executar a ação final. São emprestados conceitos éticos e burlados seus princípios, para ações que favorecem aos interessados.

As mentes pensantes, ao contrário do que um dia eu pensei, não são poucas.
Cheguei a imaginar que eram uns 3 ou 4 cabeças. Talvez 20 ou 30, em longa escala. Mas estava enganada.

Em uma organização criminosa, todos pensam. Todos agem. Todos tem voz. Mesmo que abaixando a cabeça e sendo subordinados, há uma esfera de crescimento nisso tudo, onde o garoto que faz transportes hoje, possui oportunidade de crescimento dentro da organização. E isso, meus caros, dá brilho nos olhos.
Crescer, mandar, ser visto. Eram esses os princípios dos atuais chefes, quando entraram no esquema - pequenos e ignorantes.

A sabedoria das ruas acompanhou muitos deles. Uma sabedoria que a escola não oferece e que falta a inúmeros policiais.
O crime está um passo a frente, não só por conhecer algo além do que a justiça, mas por conhecer, também, a justiça. Assim, deturpa-a a seu favor.