Reinações Múltiplas: abril 2015
ATENÇÃO: Este blog é pessoal e não profissional

Sobre a Victoria's Secret Perfetc Body

Não precisamos jantar em um restaurante classe A no Batel e receber um lindo colar da Vivara no dia dos namorados, podemos ficar em casa, comer pão seco e beber água trocando juras de amor. Não morreríamos de fome, nem de sede, nem de amor. Necessidades básicas sendo supridas.

Mas o que nós preferimos? O que nós queremos? Quais são as opções que nos agradam?

O que quero dizer: Se não há consumidor, não há produto.
Se há produto e consumidor, há: concorrência, marketing e até propaganda apelativa (seja em aspectos "pseudo-humanitarios" ou em aspectos "ultra-inibidores"). Ces't la vie, mon chéri!

Meu falecido tio tinha uma banca muito legal. Não vendia bebida alcoólica, nem cigarros. O nome era: Vem-Quem-Ké. E é nisso que eu acredito!

Quando uma propaganda diz "você tem que ser assim, tem que viver com isso" está, simplesmente, fazendo o papel dela. Cada marca explora o que está relacionado a seu público alvo.

O nosso papel, quanto consumidoras, é o poder de escolha. E é bastante saudável saber que você não se torna uma angel por usar uma calcinha igual a da Adriana Lima...

Eu compro Victoria's Secret. Amo as angels da VS! Amo os desfiles mega exibicionistas que a marca produz. Amo lembrar do meu primeiro hidratante corporal Vanilla Lace!!

E o fato de eu NÃO SER UMA ANGEL, não quer dizer que eu não me orgulhe muito das top models brasileiras que representam e representaram a marca. São divas, sim. E isso NÃO me dimiui, nem as coloca em um pedestal de perfeição. Só que não sou eu que vou procurar defeitos na Alessandra Ambrosio!
Nem nela, nem em mulher nenhuma.

Cada mulher tem o seu brilho. Nenhuma estrela ocupa a lugar de outra no espaço, e todas elas dão um espetáculo no céu estrelado!

Quando eu li "Every day women are bombarded with advertisements aimed at making them feel insecure about their bodies..."  em um trecho da petição para mudança de nome da campanha, pensei: quem precisa se alto-afirmar é a mulher que não tem dentro de si a segurança com o seu corpo e se sente menosprezada.
Nesse caso: terapia resolve.

Eu sou radical nesse aspecto: Se você não se ama, não é a Victoria's Secret  quem vai te amar.
Além disso, a insegurança feminina está por trás do que, afinal? Sexo? O corpo ideal para que? Para quem? O que você faz com o seu corpo não era pra ser problema seu?
Uma mulher que não tem paranoia com "corpos", no mínimo, olhou a campanha e disse "ok, mais uma campanha da VS". Não muda a vida!
Mas algumas mulheres provavelmente pensaram que era um absurdo, que a apologia ao corpo ideal destruiria os avanços sociais de mulheres que [adicione aqui uma descrição cabível para alguém que se sente pior com seu corpo porque outra pessoa está sendo fotografada de calcinha e ela não].

A mulher que sabe o valor do seu corpo para si mesma e que ama o seu corpo tal como ele é, também respeita o corpo da outra, seja ela quem e como for.
Uma mulher astuta/inteligente/bem informada/razoavelmente instruída sabe o que e como funciona a publicidade e a propaganda. Esse é o público alvo da marca.

Aliás, as modelos tem o esteriótipo que tem por serem modelos.
A cultura popular não privilegia magras e altas. Quem privilegia magras e altas são as agências de modelos. Isso é negócio, não é nada "pessoal".
As pessoas esquecem que marcas são pagas para vender e não para agir como ONGs ou movimentos em prol de minorias. Quando e se fazem é marketing!
Ação solidária não faz campanha para vender algo. Empresas querem gerar lucro, publicidade é para isso. Novamente: nada pessoal.

Eu não vi problemas na campanha.

As telenovelas e séries de narcotraficantes

PANORAMA GERAL, BREVE ENSAIO

Uma verdadeira febre! As produções latino-americanas inspiradas na literatura jornalística e romancista-policial têm feito a cabeça dos hispano-falantes. 
É quase uma década de dedicação na elaboração de enredos e brilhante combinação de elenco na estruturação dessas séries.
Um dos ponta-pés iniciais se deu na Colômbia, com produção de "El Cartel", série com pouco mais de 50 episódios contando a intrigante teia em que se envolveu Martín Gozáles, o Fresita.

cartaz do filme / a série foi readaptada para o cinema, lembrando Prision Break. Boatos de que a série foi comprada pela Globo. O protagonista teve participação na novela Aquele Beijo, em 2011.


Os personagens são recriados a partir de leituras literárias e adaptados para a telinha, com direito a trilha sonora interpretada por ícones da música, como é o caso da brilhante série "La Reina del Sur", super produção liderada pela união de cadeias televisivas da Espanha, do México e da Colômbia - onde cantaram Los Tigres del Norte, banda de regional mexicano que dispensa apresentações.

Essa série foi tema da minha monografia em 2012 e comentei sobre ela no Reinações antes.

Na mesma linha de El Cartel, que se refere indiretamente aos grandes personagens do narcotráfico, como Carlos Abadía, o Chupeta - preso no Brasil em 2008 e extraditado para os Estados Unidos - La Reina del Sur é uma intrigante e sensual história que relata sem sutilezas a vida de uma das maiores narcotraficantes das Américas: Sandra Ávila Beltran, conhecida originalmente como La Reina del Pacífico. Na trama é a renomada atriz Kate del Castillo quem dá vida a Tereza Mendonza, nome da personagem referente a Sandra.

O jogo de nomes, datas, eventos e diversas situações deixa o espectador maluco por saber mais, conhecer o enredo e, finalmente, saber o que haverá de similar entre o real e o fictício.
Ao estilo da Literatura Pos-Moderna, que tem recriado situações com base em espaços vazios das biografias e fatos que fazem parte de acontecimentos histórico-sociais, as séries que trabalham com enredos relacionados ao tráfico e suas ramificações tem construído sentido e até revivendo alguns personagens de grande fama, como é o caso do lendário e temido Pablo Escobar.

No caso de séries como El Capo e La Reina del Sur temos a descrição de eventos relacionados a realidade e que, de certa forma, se envolvem com verdades ocultadas por personagens vivos e reais. Especulá-se que esse fator chegou a ser um sinal de perigo para a vida de alguns jornalistas. Arturo Pérez-Reverte é, sem dúvidas um exemplo desse mal, pois sua vida e a de sua família foram ameaçadas quando pensava rodar a trama de La Reina em forma de película americana - com direito a Eva Mendes como protagonista.
Se tratando da dramática imprensa de celebridades latinas, não se sabe se são boatos maldosos e intrigantes ou verdades dolorosas, mas esse tipo de ação não seria nenhuma novidade para os brasileiros, que viram o jornalista Tim Lopez perder sua vida na tentativa de descrever o mundo do tráfico.

Longe de serem vistos como vilões, os traficantes são apresentados ao público em sua essência - ou naquilo que seus criadores escreveram como essência na formação psicológica de um narcotraficante.


O personagem aparece, também, em El señor de los cielos, com algumas cenas que explicam sua morte e envolvimento com a personagem policial.


Na trama denominada "Escobar, el patrón del mal" o relato da vida de Pablo Escobar é cru e bastante provocativo. A audiência se surpreende com o rumo da história justamente por não saber se fica contra ou a favor do protagonista. Interessante é perceber a minúcia dos escritores em enumerar fatos marcantes na vida do personagem que funcionem como justificativa ou mesmo base para o que vem depois.

Não se trata, no entanto, de explicar o porquê do mal caráter, mas de como um menino que será um mal caráter age em sua infância, trata sua família e reage mediante inúmeras situações. Bem a luz das tragédias gregas, as cenas iniciais são um oráculo para o espectador, que vai construindo sua própria opinião.

Note que está escrito "tan odiado como amado", o nome do traficante na vida real era Amado Carrillo Fuentes


No caso da aclamada produção "El señor de los cielos", que é agraciada com elenco de primeira e grande riqueza de detalhes, dialogando com as demais produções - no que se refere a reviver determinados personagens colombianos, por exemplo, utilizando os mesmos atores de séries gravadas anteriormente - temos indícios do que há de mais atual no pós-modernismo televisivo.

Esse diálogo entre criações serve para, além do enriquecimento no que diz respeito a vericidade dos fatos, consolidar atuações; caso este de Róbinson Diaz, quem vive, ainda em 2008, ao personagem Cabo - um narcotraficante colombiano que tinha como qualidade assassinar rapidamente e sem muito esforço.  O personagem parece ser absolutamente banal, usa algumas camisas de seleções mundiais em El Cartel e tem discussões que culminam em grandes decisões entre os aliados - que logo se tornam inimigos - porém, a atuação magistral de Diaz faz com que o espectador se prenda a trama e chegue a torcer por ele e suas maldades. O mesmo ocorre em El señor de los cielos, quando Cabo passa a usar algumas roupas esportivas de melhor produção - dando a entender que sua situação é outra, que agora sim ele está entre os líderes e possui cargo de respeito, ao menos na Colômbia. Ou, simplesmente, que a figurinista é mais esperta e usa um traje esportivo de porte e não uma camisa qualquer.

Róbinson Diaz criou um show de humor com seu personagem e está em turnê pela América Latina



Róbinson Diaz ganhou o prêmio "El malo más bueno" na premiação nominada Premios Tu Mundo, da Rede Telemundo, sendo o único premiado de todas as indicações que a série El Señor de los Cielos recebeu. As caras e bocas de Cabo e sua relação com os personagens da trama foram vistas com muita graça; e por ser cômico o vilão ganhou destaque.

Outra produção colombiana foi Rosário Tijeras, com uma fotografia distinta das demais séries, em uma cadeia televisiva que foge aos grandes nomes de Antena 3, Telemundo ou Caracol, a produção da RCN só pecou pelos efeitos. Em termos de interpretação, cenário e figurino, não houve uma série para fazer jus. Grande destaque para as interpretações colombianas, que buscaram em oficinas de atores algumas figuras que se empenharam em parecer tirados das favelas. Vocabulário, expressões, enredo e a trilha sonora são destaque.
Destaque para a cena em que um dos personagens favoritos da audiência é velado em meio a um show de motocicletas acrobatas... que carregam o defunto.


A série foi exibida na Band em 6 de janeiro de 2014, 2:30 da madrugada

Definitivamente, não há como não se apaixonar pelos bandidos de algumas dessas séries e essa é uma das maiores preocupações dos espectadores ou, melhor dito, daqueles que viram alguns episódios, perceberam a construção das tramas e as abandonaram.  Diz-se que os atores são demasiadamente bonitos, como se o mundo do tráfico fosse exportador primário de gente linda e que fica deslumbrante até mal vestida. 


A sensualidade envolvendo os episódios, as cenas de romance e a construção de personagens vistos como amigáveis com os seus e traidores com os outros é bastante convidativa.
Adultos e adolescentes têm observado as histórias com a ideia de que o tráfico é natural e deve ser encarado como uma escolha a mais na vida de uma pessoa que ou foi obrigada a fazer o que fazia pelas circunstâncias sociais, ou se submeteu pelo patrimônio que poderia adquirir. Tudo muito louvável e suficiente.
Porém, essa construção de sentidos é realizada pelos críticos sociais, aqueles que têm certo medo do que possa acarretar ao povo em dimensões reais, isto é, fora da telinha. A imagem de que o traficante é bonzinho, por exemplo, ou de que o traficante é lindo e o rei do sexo, hipoteticamente levaria o espectador a crer que envolver-se com formas ilícitas seja algo vantajoso e positivo.
No que se refere aos escritores dessas adaptações, pode-se pensar que a intenção tem sido prender o público a essa visão atual de mesclar ficção e realidade, além da tentativa de construir a imagem psicológica e humanizar, sim, pessoas tratadas como seres bestiais pela opção ou condição de traficantes.
Não há como negar, no entanto, que os nomes do tráfico são vistos nessas séries como grandes e que as relações que eles estabelecem é a de pessoas impressionantes. É possível, em El señor de los Cielos, estar do lado do bandido e torcer para que a polícia não seja exitosa - mesmo com as cenas de tortura envolvendo familiares de investigadores e mostrando atentados dos narcos contra uma série de pessoas inocentes. Ainda assim, o que tem prendido o espectador é saber quando o sujeito vai se dar mal, com esperança de que ele saia ileso ou com apenas uma ferida de amor provocada em uma cena de ciúmes entre os protagonistas românticos.
Longe de ficar apenas nas cenas melosas de novelinhas mexicanas, as séries instigam o espectador e lhes dá uma oportunidade de compreender o que há por trás do mundo criminoso - desde planos sórdidos até atuações de amor, entre famílias de traficantes.



ADICIONAL

Também se somam ao time das séries e telenovelas latinas com tema de narcotráfico, violência, prostituição e assassinato:

  1. La viuda negra - comecei a assistir, disponível no Youtube
  2. El Capo - disponível no Youtube
  3. Carlos, el terrorista - disponível Netflix
  4. En la boca del lobo - disponível Netflix
  5. Camelia, la texana - disponível Netflix
  6. La Prepago - disponível Netflix
  7. Sin tetas no hay paraíso 
  8. La Viuda de la Mafia
  9. Las Muñecas de la Mafia
  10. Tres Milagros
  11. Capadoccia
  12. Correo de Inocentes
(lista mais completa não há na rede!)

E O BRASIL?

Estou por fora da programação brasileira, faz muito tempo que não acompanha. Talvez porque o formato me canse ou porque a interpretação melodramática excessiva dos amigos latinos hispano-falantes me apeteça mais.
De todos modos, nossas produções são superiores em tudo. Enredo, filmagem, atores e realismo. Cidade dos Homens é uma prova disso. Filmes como Carandiru e Cidade de Deus dispensam comentários, tanto quanto Tropa de Elite.
Ainda tem filmes como Sonhos Roubados e Bruna Surfistinha, para encabeçar nossos talentos brazucas.
Os brasileiros sabem produzir e enredar quando o assunto é violência, exclusão social, prostituição e tráfico.
Não fazemos parte, no entanto, dos países que consomem as tramas hispano-latinas.
Se você está aí é uma exceção, como eu, ou não.

Sobre medos

Quando era pequena tinha medo de polícia.
Quando cresci fiquei com medo de espíritos do mal.
Hoje em dia tenho medo de políticos.

Nunca tive medo de bandidos.
Sei lá, quando algo é o que é e mostra a cara 100% não me dá medo.
Não entendo tudo o que significam, mas medo não tenho.

Carência no fim da tarde

Essas minhas coisas estão saturando.
Não estou centrada o suficiente? Ou tem coisa demais?

Eu vou viajar outra vez. Vou voltar a Buenos Aires e ver umas amigas novas.
Quero manter os contatos. Quero ir logo pro Nordeste ver o Pedrinho. Ele é meu anjinho de asas negras, gosto dele assim. Um pouco de cada cor, e um homem diferente pra cada situação. Ele é tão dele que chega a ser meu. Irmão lindo. Amado. Quero ele na minha vida pra sempre.

E quero ver o filme do Theo. Quero ver a sequência de vida dele.
Sei e estou certa de que ele vai se apaixonar, muito e várias, diversas vezes.
Vai amar cada mulher brasileira que tocar o corpo branquinho dele. E vai ficar maluco, porque tem que ser assim.
Ele um dia vai cansar e querer deixar o corpo mais relaxado, mais solto. Mais leve. E aí vai procurar um porto seguro.
Não sei se aqui ou em outros lugares.
Mas estou torcendo para que tudo isso ocorra e eu esteja por perto, pra ver tanto amor convertido em ação.

De mim eu não sei. Nada sei dessa vida, vivo sem saber. Nunca soube, nada saberei.
Eu tenho achismos. Acho e ponto.
Do que eu acho sobre mim, nesse momento, tem muito dos outros. Do compor melodias com outras guitarras acústicas. 
Eu quero um par. Quero baião de dois. Quero ciranda. Sozinha não tem como fazer passos de dança de salão.
Preciso do cavalheiro. Preciso ser a dama. Quero e preciso.
Amo a ideia.

Então eu acho que vou seguir tentando pequenas investidas e grandes esperas.
Pode ser que eu fique na plateia e não dance. Pode ser que eu compre o disco e fique em casa ouvindo no sofá.
Tanta coisa pode ser que me machuca. Mas eu já aprendi a ser conivente com as lágrimas que banham o meu rosto sempre que a completude não me alcança.

Quero um amor maior que eu.
Quero ficar junto, mas sozinha não possível.

E se desmoronar, se der errado, vou chorar outra vez e ver mais um sonho apagando. Vou me vitimar e pensar que é algo comigo. Vou tentar entender o mundo e começar a mudar em mim, seja lá o que for, pra tentar agradar. Com tal de que eu seja agradada pela vida.
Ridículo. Mas sou eu.
Um poço de "farei se for necessário", "farei porque eu quero".
Um poço de "mudei de ideia".

E assim vai... e vai e vai e vai... até que eu chegue em algum lugar onde existam braços, que não sejam os meus, que me abracem e digam que vão cuidar de mim.
Quero carinho, quero cafuné.

Estou carente, hoje. Amanhã. Sempre.

Pronto, me fodi outra vez

As palavras doces estão até meladas.
Se eu parar para pensar em você vou escrever uma carta tão pouco racional que me faz sentir com 15 anos outra vez.
Não gosto disso. Estar apaixonada era pra ser algo natural, mas é quase como uma queda, uma cachoeira e eu mergulhando de cabeça.
Estou te esperando e resistindo demais a ser romântica e apaixonada.
Não combina com o que eu quero pra mim.

Mas quem disse que a paixão pede licença?
Quem disse que pede raciocínio?
É tudo lento e indomável na paixão. É tudo veloz e certeiro. É tudo contraditório.

É tudo eu e você.
É tudo café com leite.
França e France. Franci. Fran.
Eu.
Você.
Um pouco de nós dois.

E por que foi que eu me interessei mesmo?
Faz todo o sentido.

E faz sentido nenhum.


O tempo não é mais detido por mim. Há descontrole.
Vou esperar você sentir saudades, como uma mocinha boba, e me ligar.
Mas quem disse que você vai cair no joguinho infantil?
E que merda é essa de joguinho com homens?
Cada minha inteligência dos vinte e poucos?
Quem foi que me fez ficar assim, insana?


Vou parar de fazer tanta pergunta.
Vou pensar em você.