Reinações Múltiplas: Confissões de um espírito que quis me matar
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Confissões de um espírito que quis me matar

Na minha loucura noturna os mortos saem e dão espaço para foder com tudo o que eu tenho cultivado de lindo e bom. Por que eles me odeiam? O que fiz pra esse bando de gente sem cabeça? Não tem porque me seguir assim, sem ter pena e dó dessa alma irmã. Eu só buscava o abraço de um cavaleiro de armadura dourada, e quase não faz sentido algum que uma armadura dessas reluza em meu caminho. Sabe como é, todo mundo pensa que eu não mereço. Nem amores, nem desgraças. Nada pra mim está de bom tamanho. Mais uma dose na mesa 13! Manda descer a saideira que estou de passagem pro outro lado da vida. Lá, quado a gente se ver, vou mover o inferno atrás de você. Pra que sinta na pele (pele?) aquilo de dor que me causou. Dor e fracasso. O filho Gregório que eu não tive. A filha Mariah que nunca veio. O beijo de amor que não me foi roubado. O sexo com tesão, por prazer, que aquele homem alto de farda militar não me fez antes de morrer na guerra. Sabe, eu te amei como uma filha ama a sua mãe: com ingratidão, berrinche e mágoa! Te amei como a irmã que nunca tivestes, sua cachorra fria e sangrenta! Assassina de animais indefesos. De corações sombrios. De sonhos. Você, aí, bela e divina. Pensou que teria o que mais? Pode ser que tenha o corpo, o sonho, o castigo... pode ser que chova dinheiro nos seus belos dedos, na sua preta mão. Mas jamais terá perto de ti outra vez aquele imenso amor. Te tirei tudo. O brilho dos olhos, a cor da voz e a possibilidade de ter um filho. De ser mãe. De dar frutos. De criar laços. Não há em você, mesmo com todo o dinheiro, nenhuma fortuna. Te odeio. Detesto os teus dentes, porque me falam coisas que apodrecem mais e mais o meu lado desumano. Da tua boca saem flores e isso me corta, me desajeita, me mata... Te odeio, porque no fundo, lá no fundo... Merda! Eu te amo.

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