Reinações Múltiplas: Maybe ...
ATENÇÃO: Este blog é pessoal e não profissional

Maybe ...

Maybe I'm a dreamer, but I still believe

I believe in hope, I believe the change can get us

off of our knees



Lenah estava completamente cansada. Seu corpo dolorido precisava de um banho tépido e de uma grande dose de cremes relaxantes. Entrou no apartamento esparramando suas coisas por todos os lados.
- Hora de relaxar. - era um sorriso que se abria no rosto ao ver a desordem de seu pequeno lar. Estar em casa depois de uma semana exaustiva era, no mínimo, reconfortante.
Tirou o moletom que usava e ficou apenas de sutiã e calça jeans, chutando os tênis para qualquer lado da sala e abrindo a janela, que não tinha cadeado, mas duas madeirinhas nas laterais. Olhou para as plantinhas da sacada e resolveu que mais tarde molharia as pobres esquecidas.
Ligou o rádio e um som agradável de What do you got?, do Bon Jovi, começou a ressoar pelo apartamento. Ela precisava de café, ou de cerveja. Dependia muito da secretaria eletrônica e dos e-mails que havia anexado em "Final de Semana".
Ligou o laptop e clicou no memory 3 do telefone.
"Lenah, é a Beth. Você não vai acreditar no que eu consegui guria, tentei falar com você a semana inteira. Me liga".
"Oi Lenah, é o Rafa. Tô precisando de ajuda no dever de história, quando der me liga. Só até dia 13, tá? Tchau".
"Oi batatão, é a Preta. Por que não liga mais pra gente? Vai ter churrasco domingo, aparece lá em casa. Beijo"
Três mensagens típicas. Beth devia estar com alguma novidade do show do McFLY, o sobrinho dela, provavelmente, de recuperação e a irmã querendo algum favor. Típico dos Muller, então resolveu ligar para a Beth.
-Oi migs.
-Guriaaa, eu pensei que você tinha morrido, o que aconteceu com seu celular?
-Foi roubado, uma longa história, mas e aí o que conta?
-Está sentada?
-Fala logo.
-Se não estiver, senta!
-Aii - ela virou os olhos e foi trocar a faixa dois, não estava no clima de Lose Yourself, do Eminem, preferiu colocar em Walke up call, da Hayden Panettieri. - Não me deixa ansiosa.
-Eu-consegui-um-ingresso-para-o-M&G! - Lenah, que colocava na boca um salgadinho do pacote de Doritos aberto, que havia encontrado em cima de sua estante, engasgou.
-Sério? Como assim? Como conseguiu?
Beth explicou que foi até a cede em que os guys estavam hospedados, na hora do almoço. Eles não estavam lá, pois faziam algumas fotos em um estúdio e de lá seguiriam para duas entrevistas. Ela sabia disso porque descolou com os contatos da revista em que trabalhava toda a rotina da banda no Brasil. Foi até a cede em busca de algo novo, já que estava de bobeira, e encontrou uma das backin vocal da banda.
Gourdoun praticamente caiu dura quando notou a mulher cantarolando feliz. Aproximou-se com todo o seu porte de "relações públicas da Gloss" e pediu um autógrafo, comentou do carinho pela banda, mostrou a credencial de jornalista e perguntou se ela podia dar uma palavrinha. Claro que a mulher queria ser receptiva e foi simpática com Beth. Aproveitando a deixa, ela presenteou a cantora com um vasinho de flores, que comprou na banca, no saguão do hotel.
Por todo o carinho e gentileza de Beth, ela acabou ganhando um passe livre para tirar fotos e conversar com os ídolos de sua vida. Definitivamente, estava em um estado de pânico, misturado com felicidade extrema e excitação master.
-Eu vou morrer! Sério, eu quero um também!
-Menina, essa não é a melhor parte! - tinha coisa melhor? Lenah estava quase chorando pela amiga e ainda tinha mais?
-Fala logo mulher, quer que eu tenha uma pane aqui? - ela pegava uma garrafa de água gelada, na cozinha, ouvia Cold be any Harder, The Calling, agora.
-Eu mostrei para minha redatora e ela ficou super orgulhosa. Falou que por eu ser tão contida e profissional, trabalhado bem nos últimos meses, a entrevista exclusiva com o McFLY para a Gloss: É MINHA!
Nessa hora Lenah engoliu a água engasgando. Como assim? Meu Deus, a sua melhor amiga em uma entrevista exclusiva com os todo-poderosos do reino da adolescência eterna? Era demais! Elas amavam aquela banda, já tinham ido a um show e ficado o mais próximas possível, gritando como loucas e chorando por não poder encostar neles. Ok, Beth se conteve, mas Lenah não conseguiu.
O fato era que Lenah também era jornalista, mas de um ramo bem menos interessante, comparado a celebridades ou moda. Beth trabalhava com moda e agora teve uma oportunidade de ouro! Também, na Gloss não seria tão difícil, mas e Lenah, que trabalhava no Zero Hora, na sessão de política? Sem chances de cobrir uma bandinha pop/rock.
-Eu estou chorando aqui guria! Sério!
-Amiga, eu quase enfartei!
-Estou tão, tão, tão feliz por você.
-E eu vou dividir isso com você, né sua boba! - Lenah quase teve um AVC, ela estaria na entrevista exclusiva?
-Ai meu santo, eu não sei como agradecer.
-Não tem de que amiga, eu vou na entrevista, te dar o bilhete VIP não é nada!
Ok. Respira Lenah. Conta até mil, com intervalo de carneirinhos. Sua melhor amiga entrevistando o Judd, que era o tigrão dela e você... entrando em uma fila pra pegar autógrafo do seu Jones, no meio de um monte de pirralha? Era um fatality muito violento. Mas era perfeito!
-Ahhhhhhh, eu vou ter um ataque. Sério! Preciso te ver, onde você ‘tá, eu vou aí agora mesmo?
-Eu sabia que você ia amar. Escuta, eu estou super ocupada hoje, mas amanhã cedo a gente se vê, o que acha?
-Pode ser. Você passa aqui antes de ir pra redação?
-Acho melhor você vir aqui, porque é caminho do hotel e a M&G vai ser depois do almoço.
-Ok, eu vou aí com certeza.
-Nossa, não sabe como te invejo, você vai ver eles antes que eu.
-Ai que vaca maldita você é. Está me zuando né, sua víbora? - Beth riu muito, afinal, Lenah veria antes e ela teria eles com exclusividade.
Lenah acordou mais disposta do que nunca, já havia enviado a pesquisa para o sobrinho na madrugada, depois de conversar com ele. Também avisou que não estaria no almoço de família, afinal, como curtiria a M&G no sábado, o domingo seria para dormir. O show da banda era só na terça-feira, em um festival e ela iria, é claro. Já havia avisado na redação.
Ser jornalista era complicado, Lenah fazia diversos bicos e era isso o que preenchia o seu tempo. O trabalho no jornal era mais tranquilo, porque tinha regras estipuladas, datas estipuladas para cobrir reuniões e conversar com representantes. Não fazia como o perfil habitual jornalístico porque era uma espécie de cobaia, na tentativa de novas formas de contratação de pessoal. Vá entender os jornalistas...
O que importava era estar perfeita e vitaminada, cheirosa e poderosa. Ela veria o Jones! O seu Jones! O incrível Jones! Ok, ele nem era assim tão poderoso, era só um homem normal, com dentes tortos, cabelo mal cortado, cor indecifrável, olhos azuis intrigantes, dancinhas gays e... sim ele era perfeito e ela estava suspirando só de imaginar que tiraria uma foto com ele.
-Ok Muller, vai ter que segurar a sua onda e respirar fundo. Só chama a atenção, quem aparenta não querer chamar a atenção.
Ela deu partida no carro e seguiu para o bairro da amiga.
Chegou à casa de Beth com um sorriso gigante e viu a amiga fazendo gestos de adolescente feliz, assim como ela fazia. Eram mulheres, formadas e completamente independentes, mas, mesmo assim, se sentiam umas garotinhas quando o assunto era a banda que curtiam desde a pós-adolescência.
-Amiga, eu estou em choque!
-Você? Eu é que vou ver o Danny daqui a... - ela olhou no relógio - três horas! - elas se abraçaram e pularam.
-Ok, chega.
-Sim, melhor parar. - se olharam de novo e recomeçaram a pular com caras de "eu sou feliz". Lenah caiu na gargalhada e Beth olhou para ela reparando no visual.
-Menina, você está divina! O Jones não vai resistir. - ela riu e Lenah deu uma voltinha.
-Gostou? Quase não dormi pensando no que iria usar.
A jornalista estava vestindo uma sapatilha preta lustrada, com um lacinho na ponta, um vestido bege soltinho, de crepe, que tinha detalhes no colo e era tomara que caia. Seus cabelos castanhos caiam soltos pelos ombros, com ondas gigantescas. A maquiagem usual, realçava seus olhos castanhos claros e a boca tinha um brilho labial que deixava os lábios irresistíveis. Lenah era uma garota completamente normal, não tinha o perfil de avassaladora, assim como Beth. De qualquer maneira, as duas sempre chamavam atenção pelo estilo, principalmente Beth, que trabalhava com moda.
-Vai arrasar e pelo jeito leu a minha coluna de dois meses atrás.
-Está insinuando que estou atrasada nas tendências, mas eu te perdôo, afinal, não tinha nada mais "primaveril" para usar hoje.
-Sua boba, você está perfeita. Agora pega esse convite aqui e entra no carro, vamos almoçar em um lugar estratégico.
Elas foram para o hotel e ficaram reparando em tudo, mas nem sinal dos guys.
-Eu estou adorando o almoço, mas minha ansiedade vai fazer aquele senhor piriri me pegar.
-Bate nessa boca Lenah Muller, quer que eu morra da aflição por você? - Beth não queria nem pensar naquela hipótese, mas a pobre Lenah já sentia a barriga fermentar.
-Beth, eu não vou conseguir. Olha aquilo.
Elas olharam para a porta do saguão do hotel e viram que a meia dúzia de fãs reunidas, que já estavam lá quando chegaram ao hotel, se proliferou como peste. Lá fora, era a maior gritaria, garotas cantando e muita algazarra. Dentro do hotel circulavam as sortudas que tinham pais com conta bancária interessante.
-Olha amiga, se eu não tivesse ganhado esse ingresso estaria morta de inveja. Sério.
-Dois pontos. Eu estou com inveja antes de chegar lá, essas garotinhas são lindas, muito mais do que eu. - Lenah tinha momentos "sou depre, me abrace" e Beth conhecia bem aqueles momentos.
-Lenah, se você falar isso de novo, eu te bato! Olha o número de homens que está passando por aqui e olhando pra você, sua boba. Elas são crianças, quem deveria estar insegura, com certeza não é você.
Lenah bebeu um bom gole de vinho e respirou fundo.
-Estou nervosa. - Beth acalmou a amiga, conversou com ela durante um tempinho e foi para o trabalho. Já estava atrasada, pelo percurso e, na verdade, teria que ficar mais uma hora trabalhando para cobrir o dia.
-Vou nessa. - ela abraçou a amiga e deu pulinhos disfarçados. - vai ser divino, vai ser perfeito, fica calma. - Lenah sorriu.
-Ok, vai ser perfeito e vou gravar o momento. - ela ergueu a câmera Canon profissional, que usava no dia a dia e com seu trabalho.
-Você é a melhor. - ela beijou a testa da amiga. - Cuida do meu Hazz e não olha muito pra ele.
Lenah riu e abraçou a amiga de novo.
-Vou desmaiar amiga, mas tudo bem.
O local era mágico. Umas trinta pessoas estavam lá, todas garotas entre 13 e 21 anos, sem contar com ela que parecia ser a mais velha, com 24. Ela imperava um mantra, mentalmente "vai dar tudo certo, vai dar tudo certo", mas não sabia se daria, porque estava nervosa como nunca.
Resolveu relaxar tirando fotos das meninas lá, afinal, ela sabia fazer aquilo com perfeição e estaria completamente em casa com a máquina na mão.
Pediu para tirar fotos de um grupinho de três garotas, lindas, com cabelos coloridos, sendo que uma tinha cinco cores nele e vestia a camiseta com o nome da música. A outra tinha uma camiseta com "My name is Kate" e a última tinha a roupa repleta de estrelas, o que deveria significar 'Star Girl'.
Lenah sorria e ia a outros grupos, tirava fotos de algumas garotas que estavam tímidas e sozinhas e conseguiu conversar com algumas. A banda estava atrasada em 15 minutos.
De repente, Matt Fletch, o empresário do McFLY, entrou na sala e cumprimentou a todas, pedindo que se sentassem em seus lugares. Como elas tinham uma espécie de senha, ficaram em suas poltronas confortáveis, esperando ansiosas.
Fletch falava um sermão, básico, de que estava feliz em recebê-las, que o Brasil era maravilhoso e tudo o mais, quando os meninos entraram de surpresa, fazendo um pequeno escândalo na sala. Era tudo combinado, claro. Fletch fingiu se irritar e eles brincaram com ele e logo os garotos sentaram em seus lugares, para fazer um acústico/ao vivo.
Lenah apenas observava, sentada em uma das poltronas centrais, com os olhos lacrimejando e o coração acelerado, enquanto batia umas fotos discretas. Suas mãos tremiam e seus olhos só tinham uma direção.
O garoto estava com uma calça jeans, que tinha o modelo caído, usava um tênis/botina e uma camisa cinza, com gola solta, aparentando ser de algodão. O cabelo arrepiado e jogado para o lado, no estilo alto. O sorriso no rosto e o 'olá' não saiam da boca dele, que logo pegou o violão e começou a cantar Shine a Ligth com o amigo Tom Fletcher.
Lenah tremia de emoção, lembrando a si mesma que não deveria ficar tão emocionada, mas inevitavelmente, ficando.
Estava tudo na maior paz, quando ela viu duas garotas entrando pelo mesmo lugar que os meninos, ao lado de Fletch, que parecia ter ido buscá-las. Uma delas era incrivelmente linda, com cabelos escuros, que lembravam os de Lenah, em um penteado meio armado, lembrando o cabelo de uma modelo. Seu rosto era suave e seu semblante, que sorria, também. Lenah sorriu vendo que se tratava de Giovanna Falcone, a namorada de Tom Fletcher.
A outra garota era igualmente linda, com o corpo perfeito em uma roupa justa, cabelos loiros meio volumosos, olhos azuis e andava como uma miss. Lenah apertou os olhos quando viu essa e não conseguiu negar a frustração, deixando algumas lágrimas de inveja feminina escorrerem. Sim, era Georgia Horsley, a namorada de Danny Jones, seu guy favorito.
A música acabou e as garotas aplaudiram. Lenah mal ouviu a voz dos garotos, de tão abafado que saiu o som, por causa das outras vozes: das adolescentes.
Georgia estava sentada a poucos metros de Lenah, mas ela resolveu ignorar, olhando para Poynter, que estava lindíssimo, com uma calça que colava em suas canelas e uma regata que deixava a mostra seus braços lindos, fortes e tatuados. Harry era o maior deles, o mais ''inglês'', com seu jeito todo sério, mas abria um sorriso que desmoronava qualquer mulher. Lembrou de não reparar muito nele, ou a amiga a mataria. Ao invés disso, começou a tirar mais fotos.
Percebendo que o ângulo era ruim, pediu permissão para uma das pessoas que cuidavam da sala, para que pudesse levantar e caminhar livremente na área de fãs. O segurança não pretendia deixar, para não criar tumulto, mas Matt Fletch viu a moça e se aproximou, permitindo que ela tirasse as fotos.
-Você é fotografa? - ele perguntou vendo a câmera.
-Sou jornalista, mas estou aqui como fã. - ela mostrou o passe, sorrindo e Fletch retribuiu.
-Está tudo bem, pode deixar ela circular. - com um frio na barriga, Lenah se aproximou das garotas e tirou uma foto de perfil, que mostrava Georgia e Giovanna, com rostos encantados pelos namorados.
Depois voltou-se ao mini palco e viu que Dougie a encarava, enquanto os demais rapazes se concentravam em contar algumas piadas e fazer graças para as fãs. O loirinho apenas ria e não desviava o olhar de Lenah. Certa de que estava delirando, Muller sorria também, e tirava fotos de todos ao redor, com uma precisão surpreendente que chamou a atenção de Jones, cutucado por Harry, depois do último dizer "sorria!".
Nesse minuto Lenah tirou uma foto que captava a surpresa de Jones em sua lente. Era magnífica. O rosto relaxado, os olhos esbugalhados, a boca de lábios levemente divididos, a cabeça virada com rapidez. Ela sorriu feliz pela captura e ele abriu um sorriso depois de ser fotografado também, chamando a atenção de todos para ela logo em seguida.
-Então temos uma fotógrafa aqui, Judd.
-Acho que temos sim.
-Qual o seu nome? - perguntou Tom, que estava ao lado de Danny e de Dougie.
-Muller. Lenah Muller. - ela estava vermelha como um tomate.
-Não precisa se envergonhar Lenah, venha até aqui. - Poynter chamou ela com um sinal, super descontraído. Lenah murmurou um 'obrigada' e continuou sorrindo enquanto abraçava Poynter, que estava de pé. Thomas, que se levantou do banco, com o violão, Harry que se atravessou antes de Danny - o enrolado - levantar e, por fim, Jones, que deu um abraço casual.
-Você tirou várias fotos das meninas Lenah? - eles falavam em voz alta, como se fosse parte do show. Era Poynter perguntando e se inclinando para ver a máquina de Lenah, ela estava ao lado dele.
-Na verdade, sim, já fotografei quase tudo.
-Isso é demais, venha até aqui. - Fletcher chamou por ela e a levou até uma mesa onde havia um laptop. - Vamos passar algumas para o Yfrog e o tumblr. - ele sorriu, mexendo no computador e no editor de imagens.
Enquanto isso, os demais continuaram atendendo as outras fãs e iniciando a sessão de fotos e autógrafos. Tom chamou Gio para ir até eles e ver as fotos; Ela foi, acompanhada de Georgia. Lenah sentia uma excitação e um desespero, assim como sentia que a voz ia sumir, o coração ia explodir e as unhas iriam cravar na Miss Simpatia, que sorriu e cumprimentou-a.
-Muito prazer, ela disse.
-O prazer é todo meu querida. - Lenah era uma falsa de galochas?
-Olá. - Gio falou já se esticando para ver as fotos e Lenah sorriu com vontade.
-Como vai? - ela disse por dizer, cumprimentando.
-Uau, as fotos estão incríveis, você é muito boa. - Lenah estava se sentindo bem com Tom e Gio por ali.
-Eu trabalho com isso há alguns anos. Olha essa - ela apontou entusiasmada e soltou uma risada, sendo seguida por Tom, que encostou Gio mais perto de si.
-Muito legal. - Era Fletch com os braços levantados e o corpo esticado, devia ter sido da hora em que o produtor encenou a briguinha com os guys. Ele parecia uma bailarina.
-Hey Fletch, venha até aqui. - Tom chamou e as meninas continuaram comentando a foto.
-Hey, quem fez isso comigo? - ele falou em tom de gozação e Tom pediu licença para ir ver as fãs, enquanto dizia para Gio cuidar de tudo por ali, e ela assentia.
Lenah, estava maravilhada. Logo chegaram Poynter e Harry, e Fletch saiu dali com Georgia, para dar atenção às outras garotas, que estavam tumultuando em cima deles todos.
-Fugi um pouquinho, quero ver as fotos! - Poynter falava como uma criança, se esticando ao lado de Lenah e olhando o computador por cima do ombro da jornalista. Gargalhou alto com a foto de Harry arrumando a calça, ele parecia mexer nas partes íntimas.
-Essa foto está incrível cara! - ele fez pose e mexeu nas calças, para fazer graça imitando o amigo. Tinha um biquinho que era para ser sexy, mas ficou super bizarro. Lenah ria a valer.
-Eu adorei todas. - ela falava maravilhada passando as fotos, como poderia não gostar de alguma? - Essa. - ela apontou para a tela. - minha favorita. - Era a foto de Danny. Poynter, que estava ao lado da garota, se abaixou para ver melhor.
-Ele parece o Bob Esponja! - e soltou uma risada. Lenah sorriu e olhou para a direção em que Danny deveria estar, agora era Harry quem tinha ido para lá e Danny estava, exatamente, do lado de seu braço direito, se esticando para ver as fotos, quando ela se virou.
O músico deu um pequeno passo para trás, para se afastar e não trombar no momento em que percebeu que Muller se viraria, e soltou um "wow", junto de uma risadinha.
-Quase, em moça. - ele falou brincalhão, porque os rostos quase se tocaram. - Hey Ge, vem aqui. Dá uma olhada nessa foto. - ele chamou pela namorada, sorrindo como uma criança que descobriu um brinquedo fantástico. Apontava para a foto como se fosse um tesouro. - Muito legal cara! - Ele olhou para Lenah. - Parabéns garota, você é incrível! (N/a: *-* awesome)
Lenah quase desmaiou e ficou corada.
-É a foto favorita dela. - Poynter falou, passando para outras imagens. Georgia abraçava Danny agora.
-Está lindo amor. - ela sorriu e Danny deu um selinho na namorada.
-Quanto quer pela foto Linah?
-É Lenah - ela sorriu meio sem jeito e Poynter deu uma gargalhada.
-E você diz que é o melhor falando português, em Danny.
-Fuck you. - Danny deu um soco no braço de Poynter, que fez um "au" e rio ainda mais. Depois o loirinho deu um beijo no rosto de Lenah e disse "Já volto". Lenah ficou passada, ele era seu segundo favorito e ela queria gritar de emoção com a atitude do McFly mais novo.
-Você é fotografa? - perguntou Georgia, abraçada com Danny, que olhava as fotos e queria enviar algumas para sua própria Twitpic.
-Jornalista. - ela sorriu. - Mas vim como fã. - Danny a olhou e arregalou os olhos.
-Ora, mas então vamos tirar uma foto e pegue seu bloquinho, vou escrever um autógrafo gigante, suas fotos são incríveis! - ele sorria encantado. - Amor, busca a câmera. - falou para Georgia. - Hoje a Lenah vai fazer umas fotos pra gente, não vai Lenah? - ela riu.
-Claro que sim, e vou cobrar por todas, é claro.
-Hey, isso é injusto! - disse Danny, brincalhão, enquanto Georgia foi buscar a câmera. Lenah aproveitou para pegar o autógrafo.
-Escreve "com carinho, Jones".
-Ok, você quem manda. - ele estava rabiscando enquanto ela clicava o momento, dando close nas feições e abrindo para pegar bem o corpo. A luz estava favorável, embora ela pensasse que até fotos no breu total fossem perfeitas com Daniel Jones.
-Está lindo. - deixou escapar em português, enquanto clicava, emocionada, o rosto sério do homem em sua frente, que levantou os olhos e deu a ela a melhor de todas as imagens. Lenah parou o que fazia e olhou para ele, fixando o momento e sentindo o coração rasgar o peito de emoção. Era a visão mais extraordinária que já havia visto. Não hesitou, deixando a lágrima rolar. Jones se espantou e colocou o bloco e a caneta em cima da mesinha, ao lado do laptop, dirigindo-se até Lenah.
-Hey... - ele falou - oh, não. Não - ele dizia como uma mãe consolando um filho, abraçando Lenah e deixando ela desmanchar, chorando em seu ombro. - Não faz assim não, que eu vou chorar também. - Lenah começou a rir, soluçando e chorando, ele era uma figura. Uma figura linda.
-Ai Jones, você não existe! - ela o abraçou com força e foi retribuída com um beijo na testa e os braços fortes envolvendo-a em um abraço de agradecimento.
-Thank you, girl.
Era uma miragem. Lenah estava certa de que aquele momento era surreal, pois a vida toda esperou por aquilo e, agora que estava acontecendo, era completamente diferente do que imaginou.
Georgia chegou com a câmera, sorrindo.
-Amor, precisa dar atenção para as outras fãs, eu fico com a Lenah e tiramos algumas fotos. - ele se separou da brasileira e ela aproveitou para dar um beijo no rosto dele.
-Me deve uma sessão de fotos, Jones. - Muller sorriu, ele estava caminhando até as fãs.
-Com certeza garota, não vá embora sem mim! - ele apontou para ela em um estilo Jean Carrey, e correu para se jogar no meio das fãs, causando um alvoroço.
Georgia sorria ao lado de Lenah, com expressão passiva.
-Você é brasileira? - Lenah pensou que essa pergunta, naquela ocasião, só poderia vir de uma Miss inglesa, mas ignorou a vontade de rir na cara dela e fazer uma piada do tipo "não, aberração, eu sou iraquiana e nesse momento nós duas vamos, BUM!". Certo, não era muito feliz em pensar sobre técnicas de tortura enquanto conversava com Georgia Horsley e tirava fotos, mas não podia evitar.
As mãos de Lenah fechavam em punho, de tanta frustração. Georgia, definitivamente não merecia Danny Jones, aliás, qualquer mulher famosa e imbecil, não merecia Danny Jones. Ele deveria ser dos tipos de mulher como Lenah: uma garota normal, sonhadora, batalhadora e gostosa. Ok, talvez ela estivesse exagerando, mas era isso o que sentia: Daniel Alan David Jones deveria ser seu.
As fotos ficaram incríveis. Dougie ia e vinha o tempo todo e fez Lenah tirar fotos dele com todas as fãs.
-A gente podia gravar um vídeo pra Super City, o que acham? Quase não vejo vocês por lá, nos últimos meses.
Dougie olhou com admiração.
-Você é pioneer? - Lenah ficou tímida com o olhar de Poynter.
-Sou sim, mas quase não consigo pontos. Mal tenho tempo, não consegui ver nenhum chat ao vivo e para piorar, não tenho a menor chance de ser Gold, quanto menos Platinum. - ela falou tão descontraída, que esqueceu, por um momento, com quem estava falando. Douglas Lee Poynter, loiro, lindo, gostoso e solteiro, bem em sua frente. E o melhor eram os olhares e sorrisos dele ara ela. Lenah poderia jurar que o gato estava investindo.
Talvez fosse apenas a sua cabeça, porque a tarde passou como se fossem amigos de tempos atrás. Uma M&G incrível, em sua cidade, com os caras mais fantásticos que poderia conhecer.
O ciúme que sentia por Georgia foi revertido em maus closes, mas a felicidade em ter Jones e Poynter a tarde toda, foi revestida em uma sessão de fotos exclusiva.
Lenah foi convidada por Fletch a fazer um trabalho especial para a Super City. Embarcaria para Londres no próximo verão. Era o maior sonho que poderia viver com seus ídolos, ser útil a eles com o seu trabalho.
Beth teve sua matéria publicada e mencionada em todos os sites de fã, pela audácia nas perguntas, que deixaram os guys boquiaberto, adorando a jornalista. Ao saberem da amizade dela e de Lenah, convidaram as duas para a última noite no Brasil, em um jantar delicioso que ganharam dos contratantes, em um hotel de São Paulo.
Infelizmente, as meninas não puderam deixar o trabalho e ir até lá, mas guardaram o convite e a lembrança com muito carinho.
Atualmente, Lenah e Dougie trocam twittadas e e-mails. Dizem que eles estão juntos, embora a moça receba telefonemas e só vá poder comprovar a teoria quando estiver em Londres, trabalhando com o McFly.
FIM







Bom pessoas, esse final foi improviso. O que eu queria mostrar nessa história não era o enredo, era apenas a primeira parte, mais natural e verdadeira. Até a fala de Lenah e Poynter, foi intencional, depois foi só um desfecho de última hora.