Reinações Múltiplas: Escritório
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Escritório




Estava cansada de fingir que não o desajava, porque sim, eu o desejava com todas as minhas forças. Ele entrava na sala tão tranquilo, de um jeito tão casual, que me fazia morder os lábios espremendo o corpo na cadeira, para não saltar nele em plenas oito e cinco da manhã, fazendo com que meu corpo apaziguasse aquela sensação. Eu não sei se era o sorriso, que surgia alguns minutos depois, com as primeiras piadas, ou se eram os olhos negros, mas de alguma maneira ele me fascinava e sabia que eu o olhava. Ainda que fingisse que eu não existia, mal dando 'oi' ou 'tchau' e ocasionalmente citando eu nome, ele sabia muito bem do meu desejo reprimido.

Que culpa eu tinha em ser tímida? Será que um homem não consegue perceber quando uma garota do meu biotipo está afim? Eu precisaria fazer como as garotas da sala ao lado? Usando roupas de cores ridículas e me metendo em saltos altos, falando sobre corpos masculinos, passeios e algumas repressões? Sinceramente, eu tinha mais a oferecer do que aquelas mulheres, mas ele jamais descobriria se eu não tivesse a decência de demonstrar meu calor. E eu queimava em brasa, trancada atrás de portas que me escondiam e faziam com que adorasse a imagem daquele deus grego.

Os cabelos castanho escuros, os olhos negros, o sorriso sincero, a boca desenhada, a voz... estridente como um trovão. Eu o queria gritando comigo, falando coisas torpes em meu ouvido e gemendo de prazer. Mas naquele momento, a única a gemer era eu mesma, com as mãos acariciando meu clitóris em círculos agitados, imaginando as dele pesadas e grandes acariciando meus seios e estendendo beijos por meu corpo. Minha fantasia ia além e meus quadris balançavam, fazendo os gemidos serem maiores a cada desejo reprimido. Eu atingiria o ápice muito rápido se estivesse com ele. E como eu desejava estar.

Tomei um banho, para apagar meu fogo, vesti a camisola e fui dormir. No dia seguinte seria igual. Eu, ele, diversas outras pessoas. Será que eu era tão feia assim? Tão desisteressante?

Cheguei a empresa e ele a abraçava. Sim, a mulher que ele paquerava há mais tempo do que nos conheciamos. A loira baixinha, que se fazia de vítima e conseguia o que queria, agora daria a bunda para ele, enquanto eu continuaria chupando o dedo. Mas é claro que ela tinha de se fingir de jovem puritana. Pura balela! Era uma vadia, isso sim, via-se a distância.

Não cumprimentei, simplesmente porque nunca cumprimentava, mas sorri gentil, quando eles se incomodaram com minha presença. Ele me olhou, ou eu tive essa impressão, ao sentir minhas costas queimarem. O simples olhar me fazia sentir prazer e o sorriso era o melhor, embora naquele momento não houvesse nenhum. Eu tinha medo de me apaixonar seriamente e acabar falando com ele para explicar coisas inexplicáveis. Sentei em meu lugar e me preparei para ouvir os comentários de todos no escritório: "Daniel e Georgia, juntos", era tão significativo que me dava nauseas.


FIM




PS: Uma das muitas fics que vou postar aqui, a partir de agora... um esboço do que eu fico escrevendo no job...
Essa foi baseada em uma história real.


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