Reinações Múltiplas: Freedom
ATENÇÃO: Este blog é pessoal e não profissional

Freedom


Eu amo a ideia de liberdade e levo MUITO isso comigo.
Eu gosto, eu vou, eu faço. Eu estive presa por tanto tempo e hoje me sinto livre, do tipo absolutamente. Minhas convicções e minha própria religião são escolhas minhas, então eu não sinto que essas "moralidades" me prendam... porque ser livre é ter o direito e o poder de escolha.
Me sinto foda cada vez que pego um ônibus na rodoviária e saio pra uma aventura, sozinha. Parece que nada vale mais a pena do que essa "adoração pelo caminho desconhecido", é como se eu estivesse pronta para qualquer coisa. Se for preciso nadar e salvar crianças numa enxente, estamos aí! Entende? O mais extraordinário ou tolo pode acontecer e ali estarei eu, preparada, com um bote salva-vidas na bolsa.
E mesmo desprovida de qualquer utensílio, eu me sinto forte.

Embora, por vezes, eu quisesse dividir essas emoções, acredito que a liberdade faz você pagar esse preço: de se dar conta de que a liberdade é sua, só sua e extremamente SUA. Não há como dividir a liberdade, porque estar livre é aceitar que outros estão livres, também. E que as escolhas dos outros possivelmente não serão como as suas. E, mesmo assim, a liberdade te permite ficar em casa, assistir TV ou sair pela estrada de madrugada, com uma garrafa de pinga embaixo do braço.
É o típico: a vida é sua. E eu me sinto, mesmo, dona dela. Ela é minha e eu faço as escolhas.

Quando a gente é adolescente depende de escolhas dos pais, do que eles nos doutrinam, da base que nos dão. 60% do que somos está entre a infância e a adolescência e é muito provável que as escolhas desses períodos não tenham sido nossas. 
Eu ouvi Christina Aguilera por que eu quis ou por que não estava na escola, em período integral, ouvindo músicas folclóricas? Eu assistia Castelo Rá-Tim-Bum porque eu queria, ou por que não tinha assinatura do Disney Chanel?
O que eu quero é algo que escolho, mas para escolher é necessário ter opções. E é aí que entra a Educação... que, claro, começa em casa.

Por isso é importante medir a liberdade e ter certeza de que o próximo passo é, por mais que em terras desconhecidas, dentro do meu quintal, porque um ato de liberdade pode ser confundido com libertinagem e deixar outras vidas com resquícios de más escolhas individuais.
Tudo o que respinga no coletivo me deixa com a pulga atrás da orelha.
Por exemplo, ter liberdade para trabalhar pode acarretar em desprezo pelo que é feito. Faz-se de qualquer jeito e, consequentemente, alguém terá um mal serviço prestado. O interessante é que você pode ser o alguém que recebeu um serviço "porco".
Isto é, acho que mesmo a liberdade possui um campo de atuação na vida que é seguro. Como se houvesse uma estrada e um campo. Vocêcaminha pela estrada. sai pra colher flores no campo... mas quando se afasta demais da estrada, acaba saindo do campo, entrando na selva, mata fechada e se perde sem chance de sobrevivência. Por não estar preparado, talvez.
Mas quando a gente segue o caminho da liberdade, cedo ou tarde chega na entradinha para a trilha na selva. Percebe que o caminho oferece suporte pra você se arriscar lá na frente e tem opção de comprar ou não os materiais que te suportam. Quando chega na selva está bem equipado, seguro e confiante. Pode desfrutar sozinho ou com mais pessoas, e tem o bônus de levar uma máquina fotográfica, pra registrar os momentos.

Quer dizer, pra mim, liberdade é um caminho que me dá a segurança de viver uma infinidade de acontecimentos, sem anular oportunidades, levando em conta o que há de melhor e menos interessante e escolhendo entre essas opções.
Estar preso, no entanto, é não poder fazer escolhas. É seguir linhas fechadinhas e estruturadas de modo que a sua voz interior se cala.
Um casamento pode ser assim. Um emprego. A convivência familiar. Uma sala de aula. E é inevitável, em algum momento, em algum lugar, as pessoas vão vetar o seu direito de escolher qual caminho seguir. Hoje eu sei que se isso acontece é para meu aprendizado, para depois poder escolher algo melhor e que não me faça sofrer como sofri na primeira escolha, mas ontem não era assim. E isso é genial, porque demonstra amadurecimento de ideias e relações.
Hoje eu me sinto confiante pra dizer: adeus emprego, eu não te quero mais! Porque ontem eu não fiz isso e me doeu. Porém, a liberdade tem um preço. Pedir demissão é estar sem renda e voltar para a fila de procura. Pode ser melhor ou não, e é esse jogo de "não sei o que vai acontecer" que deixa a gente excitado com a liberdade.
A liberdade é o "E se..?" da vida. Você pergunta e não tem resposta concreta até que aconteça, mas o foda MESMO é tomar a atitude e poder escolher.