Reinações Múltiplas: Balanço
ATENÇÃO: Este blog é pessoal e não profissional

Balanço

Minhas habituais mensagens de ano novo e de ano velho.

Costumo fazer um balanço anual sobre sentimentos e realizações, vendo o que passou e o que eu continuo querendo realizar.
Não sei muito bem por onde começar, porque foi um ano turbulento e de muitos altos e baixos. Acho que vivi mais de anos em um só.

Vou começar com a espiritualidade, que me manteve esse ano absolutamente firme e forte e que me fez superar todo o resto.
Um ano de Ogum e um ano em que eu aprendi a amar Ogum como o meu norteador. sinto como se sejamos, meu Pai e eu, absolutamente íntimos e amantes em um sentido de reciprocidade. Ogum age em minha vida, minha vida age por Ogum, com Ogum e paralelamente ou diretamente com tudo o que tem a ver com Ogum. Eu O Amo. Com todo meu ser. E esse ano me mostrou esse amor tão grande.
Um ano que também me mostrou muito das realizações de desejos, com o orixá Exu atuando como coadjuvante em minha vida. Não por acaso eu tive como mestre/mentor o Senhor Veludo. Um exu que teve papel fundamental em minhas realizações e no meu amparo mental. Muita gente surtou em 2015 e eu teria vivido algo inacreditavelmente insano se não fosse apoiada por toda a equipe espiritual que estava ao meu redor, em especial o Senhor Veludo. Um amor incondicional. Amor de uma filha de Oxum para/com/por um espírito que trabalha na ordenança de Oxum. Posso dizer que o maior grau que há na vida é o Amor da Grande Mãe. E que eu pude sentir o que é o amor do espiritual por mim, graças ao trabalho dos guias e da movimentação espiritual, que muitas vezes era transmitida por palavras de ensinamento do Senhor Veludo. E tantas outras, dos meus próprios guias.
senti a aproximação e mais do que isso a provação - bem de perto.
Assimilei o fato de separação/divisão e conflito interno no Guerreiros como mais um ataque espiritual. Fui avisada desde o começo de que seria assim e sempre fui esclarecida sobre como o mal trabalha, atacando por meio de onde não temos defesa. O espiritual trabalhou e realizou um marco maravilhoso, levando os filhos dos Guerreiros de Oxalá cada um para um local em que se sentiria bem e confortável, além de possibilitar reequilíbrio entre os irmãos, união e a limpeza de sentimentos de mágoa, dor, angústia, insatisfação, ambição, inveja e tirania. Acredito que muito foi limpo em todos nós, passamos por uma decantação e evoluímos. Todos. Os que permaneceram e os que seguiram seus caminhos.
Fomos testados na fé em nós mesmos e, a mais difícil, a fé em nossos irmãos. Passamos pela provação de que crer e ter fé não é apenas amar a Deus, até porque o amor ao Divino nunca foi singular. E sempre foi plural.
Gosto muito de pensar que pude ultrapassar barreiras de intolerância. Ainda que eu não seja totalmente livre de julgamentos e nem absolutamente fã de todas as pessoas envolvidas, porque sinto que nesse ano meu nível de tolerância foi bastante testado. Em tudo. Especialmente no que diz respeito aceitar que as pessoas sejam diferentes, ajam de modo que não acho correto e relevar qualquer mágoa.
Ainda tenho muito o que aprender, porque cultivei a indiferença, por ser um modo mais prático de não discutir e de não me envolver com o que eu não concordo. Se colocam muito sal no molho, não como. Não falo, mas não como. Simples assim.
Haverá um momento de encarar que está salgado e me oferecer para arrumar o molho ou fazer melhor, já que me incomoda. Mas não é esse o momento.
Espiritualmente, me aproximei de diversas vibrações e tive grandes ensinamentos. Eu tive fé e lutei por minha fé. Eu consegui nesse ano me aproximar do essencial para mim, quando morei sozinha. E vi, cara a cara, o amor próprio. E fui imensamente feliz. Graças a fé. Graças a acreditar em mim mesma.
Foi mágico.

Acho que um segundo balanço se deu em perceber o quanto a minha família e eu damos certo separados. Estou muito feliz com minha casa - parte das novidades de 2015 - ter saído. E mais ainda por seguir com o trabalho que amo tanto.
Feliz com os direcionamentos.
Existe uma lista de falhas que resultaram em aprendizados nesse ano. Como a doença da minha mãe, a ida para os EUA que não deu certo, a volta para a casa dos meus pais, a inexistência de uma relação, a ilusão momentânea com o Menino, a falta de confiança em amigos próximos, a antipatia com pessoas, o mal julgamento de gente que eu desconhecia.
Lembro que desconfiei muito nesse ano, que fiquei com um pé atrás - dois talvez. E me senti mal por isso. Porém, é o necessário para chegar a um equilíbrio.

Coloquei ensinamentos em prática e me sinto orgulhosa. Primeiro porque eu percebi que eu tenho muitos preconceitos e que posso lidar com isso de modo a reverter e amenizar tudo, aceitar a mim mesma e aos outros. Depois porque eu me reconheci no outro, em vários outros. E ao mesmo tempo me preservei.
Gostei de ter viajado para o Chile e para a Bahia. Gostei até de reviver aquele tormento de um trabalho que detestava. Gostei de largar tudo e me jogar em relações "de rua". Gostei de dar espaços para novas oportunidades e novas gentes na minha vida.
Minhas relações de amizade tiveram destaque. Novos amigos. Mais laços e mais carinho de gente que adoro e que me faz super bem. E, por outro lado, me vi bem segura de distanciar relações que não senti segurança. Foi algo realmente bom e ganhei muito com minhas filosofias de solidão, nesse ano. Quanto mais tempo sozinha, mais me conheci e me amei.

Sigo buscando amor próprio e nesse balanço percebo que foi o fato mais encantador que vivi. A liberdade se apoderou de mim, em mais um ano.

No trabalho, dia a dia testei meus limites e usei minha segurança. Me daria nota 8,5 pelo desempenho. Fui criativa e astuta e pude me sentir bem, absolutamente. Estou feliz com isso e com minha vida profissional. Nela eu percebo muitos dos meus novos amigos. É uma novidade alegre.
(...)