Proponho retirar as máscaras, fazer como se o baile tivesse acabado e não ter vergonha de sair com a cara limpa.
Ainda que haja maquiagem sobre o rosto, tentar deixar a pele respirar sem bases, pós e camadas de ignorância.
Não me dói ser exilada, o exílio é um martírio. Me dói que os navegantes sejam céticos de vida, como se "homem ao mar" fosse um eco e não uma explosão de sal, vida marinha e perigo.
Para cada vez que me renegastes tenho uma pasta de descaso. Para cada segundo de que precisei de ti, levando em conta as vezes que me doei a sua necessidade, tive uma explosão de ira. Porque estive aí e agora, por conveniência, não existo.
Petulância é um bom nome, mas me refiro ao descaso. Ao fracasso de uma vida construída sobre alicerces de medo. A mentira nada tem a ver com o respeito e a exclusão nada tem a ver com amizade. Me dediquei a sua amizade e hoje não passo de um resquício virtual de inconveniência.
Dói a solidão de haver crido em tão pouco. Dói haver valorizado quase nada. Dói ter te chamado de irmão. De amigo. Dói ter dividido desde o mais tolo verso até a mais pungente solidão. Dói ter confiado em você.