Não devem ser teus olhos, porque não lembro de ter trocado nenhum olhar.
Vou encurtar o poema e dizer que são as palavras.
Nem me imagino lendo tua poesia, porque quando leio teu desagrado, te leio, então refrear o romance dos teus versos é um bom escudo pro meu peito.
Não quero ler nada além de mim e de você. Não nesse momento.
Talvez uma revista, um fato histórico, uma fofoca, mas nada além disso. Só o que sai dos teus dedos...
qQue digitam rápido e que conhecem a essência do virtual, do surreal, do utópico, de cor.
Poderiam existir livros teus, centenas deles, expostos de maneira uniforme sob a vitrine de uma loja de rua, onde eu passasse todos os dias e pedisse um novo volume, visse teu sorriso saboroso, porque teu sorriso, sim, eu lembro de ter visto.
E como vi.
Para cada despertar um motivo de sair de casa. Me imagino tomando banho no frio só pra colocar uma roupa bonita, maquiar o rosto, borrifar um perfume e sair pra ver teu sorriso.
E quando você sorri meu rosto fica rubro, repleto da vergonha de não caber em seu mundo.
Quem é você? De que é feito?
Gosto do prazer de te descobrir aos poucos e gosto mais quando me descobre.
Sou toda um segredo em mim.
Quero que me encontre em um desses sorrisos. Quero que sorria por mim e pra mim.