Prólogo
We were made for each other
Out here forever
I know we were
Capítulo 1
Danny tinha o corpo mais bem definido que eu já havia visto em toda a vida, mas isso de nada mudava o fato de ele ser um canalha, patético e sem noção. É claro que esses atributos já estavam batidos, todos sabiam disso. Ok, por esse motivo eu resolvi não implicar com ele, ainda que ele implicasse comigo.
- Saí pra lá, guri, que chato! - ele ficava me cutucando, jogando bolinha de papel e rindo de mim, com os amigos mais idiotas do que ele, que sentavam no fundo da sala.
- Sabe que eu te adoro, minha gata. - eu odiava ser chamada de minha gata, que saco!
- Danny... - eu disse, séria, olhando pra trás. - Chega!
Recebi uma bolinha de papel na cabeça em resposta. É, ele estava passando dos limites, odiava que não me respeitasse. Saí da aula de matemática louca da vida, desci as escadas com rapidez e fúria. Esses garotos patéticos eram mais velhos, os caras mais sacanas e pervertidos da escola, tinham reprovado dez mil vezes e estavam no meu pé, agora que dividíamos a maldita aula de matemática, nos horários de terça e quinta. Que perfeito!
Muito brava e emburrada, eu coloquei os cadernos de matemática no armário e tirei o material de geografia, pelo menos uma matéria legal aliviaria o pesar das aulas chatas com mais e mais e mais números. Droga.
- Muller. - não pode ser! O mundo conspira a seu favor mesmo, Paulo Coelho? Porque, quanto a mim, ele simplesmente desanda e manda mais e mais lama. Pura inhaca!
- Jones, me deixa em paz. A sessão de tortura acabou.
Eu saía em disparada, com um baita bico de ódio puro, esbarrando do lado dele, quando me segurou e encostou nossos corpos, frente a frente.
- Eu quero você, Muller. - minhas pernas não deveriam ficar bambas, meu coração não devia acelerar, meu mundo não devia parar, minha boca não devia se abrir e meus olhos não deviam ficar olhando fixamente para os de Jones, mas foi a merda que aconteceu. Recuperando-me após alguns segundos de tortura, fiz o que deveria fazer.
Belisquei o braço de Jones.
- Me solta seu cretino, imbecil. - ele soltou um gritinho gay com o apertão no braço, que ficou amarelado na hora, certeza que iria ficar roxo. Então, me olhou com a cara idiota, todo bravinho e, certamente, me agarraria, se o inspetor Judd não tivesse chegado a tempo.
- Algum problema aí, Jones?
Eles eram conhecidos de longa data. Jones ficou e Judd se formou com louvor, voltando para a escola para estagiar na educação física, mas abocanhando o cargo de inspetor em dois dias da semana.
Quando eram colegas de turma, os dois rolaram no chão se socando, até que Jones perdeu a briga, porque Harry Judd era mais forte, mais inteligente e ZILHÕES de anos luz mais gato, interessante, gentil e educado. Ok, a verdade é que Harry ganhou porque entrou poeira no olho do idiota-mor, que pensou em limpar o olho na hora da porrada, dá para acreditar?
- Não, inspetor.
O fato é que Jones não queria confusão com Judd e respeitava a presença máscula dele, mesmo sabendo que não rolaria uma pancadaria, porque Judd era muito profissional para isso, tinha certeza que com o dedinho do arque-inimigo ele poderia ser expulso, o que não era nada agradável.
Jones saiu de lá, me encarando, e Judd encarava a ele. Assim que sumiu de vista, Judd segurou meu braço com gentileza e perguntou se estava tudo bem. Hipnotizada com aqueles olhos perfeitos, a boca, a postura, o corpo e, meu caneco, tudo naquele homem, eu respondi que sim.
- Precisa tomar cuidado com esse moleque.
- Acho que preciso mesmo. Não pensei que ele fosse me irritar fora das aulas, mas, pelo visto, encanou comigo.
- Ele é assim quando está afim de uma garota. - eu fiquei muito corada, com certeza, porque sentia as bochechas queimarem. - Principalmente quando é como você.
- Como eu? - fiquei mesmo curiosa.
- Linda, inteligente e determinada.
Se era preciso um bom motivo para eu explodir roxa, eu tinha um bem ali. Harry Gostosão Judd estava me elogiando, em uma cantada das mais baratas. Que perfeito, o deus grego era humano.
- Obrigada, Judd. Você não é muito diferente.
- Linda, inteligente e determinada? - ele fez uma cara engraçada, eu dei uma gargalhada e olhei para ele, concentrada nos olhos, também sei flertar.
- Não, gatinho. Muito lindo, super interessante e completamente determinado.
- Wow, assim eu me sinto o pica das galáxias. - eu ri muito mais e Judd me levou até a sala de Geografia (atrasada).
- Te vejo por aí, Muller.
- Te vejo também, Judd.
Entrei na sala e tive a melhor aula da minha vida.
Ok, eu preciso dizer que odeio, muito, as gurias da torcida do colégio. Sério. Não, não, ultra sério! Elas são lindas, magras, loiras, poderosas e fazem o que querem. Não que eu não seja o triplo, mas a verdade é que elas estão em bandos e eu costumo me enturmar com todos, mas nunca com nenhum em especial, sabe. Isso até me irrita.
Não tenho aquilo de "melhor amiga", nem acho que isso exista mesmo. As melhores amigas vem e vão, depende do momento da vida, embora com algumas pessoas seja diferente. Enfim, eu sou sozinha, para encurtar a história.
E, na minha onda de "solidão", fui procurar um lugar para sentar no intervalo e lanchar. Tom Fletcher, o cara mais incrível que já fez trabalho comigo, estava sozinho, mexendo em seu laptop, quando me aproximei.
- Posso sentar, Tomzinho? - ele olhou, meio assustado, e assentiu, com um lindo sorriso.
- Claro que sim, Muller. - ele sabia que eu costumava zoar o apelido "cute" que as cheerleaders tinham dado para ele.
- E aí, como vai o trabalho da feira de ciências?
- Desisti dele.
- Sério? - eu comecei a comer. - Por quê? - eu falava calmamente, batendo papo mesmo.
- Bem, estou com um projeto novo e não vou ter tempo.
- Hum. - odeio me intrometer e não faria isso com o lindo Tom Fletcher, a pessoa mais perfeita do planeta. Um dos únicos caras que eu admirava como pessoa naquele antro chamado escola.
- Eu não pretendia contar para ninguém, mas vou te mostrar, vem cá. – eu, que estava em sua frente, sentei ao seu lado e comecei a ver o site que ele estava desenvolvendo, super engraçado. Comecei a rir sem parar e ele pediu discrição. Claro que me contive.
Quando olhei para frente, Jones me olhava com sangue nos olhos, de tanta raiva. Via-se que ele bufava de longe. Não evitei provocá-lo.
- Algum problema, Jones? Perdeu o que aqui?
Se aproximando, olhando para mim e para Tom, ele apoiou os braços na mesa e me olhou, sério.
- O problema é você querer bancar a espertinha, Muller.
- Está falando do que garoto? Ficou maluco? - eu não sabia mesmo.
- Sabendo que eu estou afim de você veio esfregar o namoradinho na minha cara na hora do intervalo, né? - ele falava com desprezo. - Vai brincando.
Ele surtou e deu uma ceninha de ciúmes na minha frente, na frente do Tom... Do colégio todo? Eu devia estar sonhando.
Sim, na verdade eu estava sonhando! Droga! Quando acordei na aula de química, com Tom ao meu lado, balançando meu braço, levei um baita susto e, idiota, cretina e retardada, dei um gritinho de susto. Adivinha qual palavra veio na minha boca, na hora do gritinho?
- Jones!
Meu mico. Mico meu. Que legal, troféu joinha para mim! A sala toda riu e nem Tom se aguentou.
- Está sonhando com o Jones, Muller? - putz!
- Pesadelo, Fletcher. - eu disse, babando ainda.
- Esses slides de carbonetos estavam um lixo mesmo, quase dormi também.
- Droga, eu vou ser a piada da turma. - praguejei com cara de Garfield, de que adiantava me envergonhar? Já tinha acontecido mesmo.
- Bem, Lenah, eu acho que vai, mas eu fico do seu lado, pode deixar. - ele riu e pegou minha mão. Eu a apertei forte e dei um beijo.
- Meu fiel escudeiro! - o que vi fez me lembrar do sonho, embora nele o Jones aparecesse com ciúmes e não com uma loira aguada de uma figa, agarrado na parede em frente à porta da sala de aula, enquanto colocava as mãos sujas por baixo da saia dela, sem vergonha nenhuma de deixá-la chupar seu pescoço e gemer.
Eu não deveria reagir assim diante de uma cena tão habitual, mas abaixei a cabeça, sem soltar a mão de Tom.
Quando chegamos à cantina, ele sentou, abriu seu laptop e começou a conversar, sem se preocupar em me olhar, digitando sem parar.
- Está afim dele, Muller?
- O que? - eu estava viajando na maionese e fui puxada pelo pé.
- Eu perguntei se está afim do Jones.
- Nem morta! Está louco?
- Não, é que parece.
Tom falava com uma calma, tão, tão grande que me dava ódio. E o pior era que ele realmente tinha esse perfil sossegado. Fico de cara com ele, é perfeito demais.
- Hey, Tom, me dá atenção.
Ele parou de digitar, afastou o laptop aberto, na mesma hora, colocou as mãos no queixo e me olhou com a carinha redondinha, com uma voz super gay e disse:
- Fala amiga. - ele me zoava direto.
- Para! - eu disse, rindo. - Você tem o dom de me fazer te odiar e querer morder suas bochechas.
- Droga, todas querem morder minha bochechas. - ele falou, pensando alto, e se colocando em uma posição de homem, de novo. - O que está pegando, gatinha?
- Tom, você realmente faz o papel de melhor amiga que eu não tenho, então preciso te falar e não reclame.
- Eu nunca reclamo, Lenah! - ele pareceu ofendido.
- Eu sei, meu anjo, mas precisava constatar.
- Sei, você quis é me ver bravo.
- Sim, eu te adoro nervosinho, você sabe.
- É! - ele fez acara de "blá, blá, blá". - Todo aquele papo de "meu queixinho furado e nhenhenhe", mas agora desembucha, preciso terminar uma revisão.
Estiquei as mãos, segurando as dele.
- Eu acho que estou apaixonada. - ele olhou com uma cara de "não pode ser".
- Não pode ser!
- Sim, sim, sim! - eu demonstrei minha felicidade.
- Pelo Jones?
Eu queria bater nele por dizer aquilo, é claro.
- Lógico que não, sua anêmona! Pelo Poynter, é claro!
- Nossa! - ele bateu na testa. - Tinha me esquecido desse ser.
- Ai, Tom, não fala assim.
- Lenah, ele é patético, convenhamos! - ele franziu o cenho. - E essa conversa está gay demais.
- Mas, Tom, só posso contar com você!
- Lá vem bomba.
- Ele me chamou pra sair e eu não posso, quem em todo o planeta pode me chamar para sair com consentimento da mamãe?
- Eu não vou fazer isso. Nem adianta.
- Mas porque meu amorzinho, lindo, lindo...
- Lenah, sua mãe é maluca! Eu fui até sua casa fazer um trabalho e ela pensa que a gente vai casar.
- Bem, ela sonha um pouco, mas é boa gente. - eu sorri, pedindo com todo o meu carisma.
- Nem pensar, isso vai dar merda.
- Mas por quê? Me ajuda, vai!
- Não dá, eu estou saindo com uma garota e se ela descobre, estou ferrado.
- Você está namorando? – falei, espantada, e troquei o lado de onde sentava. - Me conta tudo!
- Não estou namorando, Lenah.
- Tom, não me enrola, vai!
- É que eu estou saindo com a Tiphany.
Meu mundo e o da Maysa caíram. Fato. Nunca sentiria ciúmes de Tom, ele é um colega mais chegado, com quem eu consigo conversar, nada além. Mas sair com a vadia-mor, melhor amiga da rainha das vadias do colégio, era traição.
- Não acredito. - eu afirmei, e bem séria ainda.
- Por que não? É sério.
- Ela está te pagando com a bunda ou você está fazendo trabalhos para ela?
Eu sou impulsiva. Tom soltou minha mão, pegou o laptop e antes que eu pudesse me desculpar, com uma cara de "caralho, que cagada!" ele levantou e saiu da mesa, sem dizer uma palavra.
Ótimo, perdi meu único contato decente e, de quebra, um encontro com Poynter, o cara mais gato e perfeito do planeta.
No dia seguinte, minha cabeça estava latejando e eu teria a maldita aula de geometria. Não bastava matemática, aqueles lixos humanos faziam subdivisões? Ok, eu precisava aguentar, precisava respirar... Mas não dava.
Saí da sala no meio da aula, para ir ao banheiro e vomitei até meu rim. Depois, saí pelos corredores, querendo tomar um arzinho e encontrei com Harry Judd, o estagiário gato.
- Muller, o que está fazendo fora da sala?
- Eu fui ao banheiro, não passava bem do estômago.
- Melhorou?
- Depois desse arzinho, estou bem melhor.
- Venha comigo, para tomar um soro na enfermaria.
- Não é preciso, Judd, estou melhor mesmo, é verdade. Olhe, volto agorinha pra sala, pode ver... – eu, que estava a caminho da porta, fui segurada por Judd, que arremessou meu corpo na parede, colando nele e me beijou.
Meu corpo enrijeceu com o choque de ser pega daquela maneira e com o susto que levei, mas logo fiquei molinha, molinha nos braços do inspetor, que invadia minha boca com sua deliciosa língua e acariciava meu cabelo com força suficiente para despenteá-lo todo.
Judd afastou seu corpo do meu e me deu um selinho estalado.
- Bem melhor agora. - sorriu com uma petulância que me deixou mais pálida do que eu estava. Fraquinha da Silva, olhando para ele, sem entender nada.
- O que foi isso? - eu disse, com voz inaudível, com as mãos perdidas e os olhos no rosto perfeito.
- Precisava ter certeza.
Eu odiava esses jogos do Judd, falar a metade das coisas, mas que merda. Irritada com ele pelo beijo, fui ríspida.
- Certeza do que, porra?
Ele me segurou de novo: - De que, além de linda, inteligente e determinada, você também é gostosa. - Me deu mais um beijo, empurrando nossos corpos para o quartinho que guardava produtos de limpeza, ali no corredor. Todos nas salas, apenas eu e ele zanzávamos naquele momento. O quarto escuro, com um cheiro forte de produtos e ele com a mão em minha bunda, me levantando e beijando minha boca com força. Eu molinha, molinha, beijava e sentia a língua dele passear pela minha, tocando os braços fortes, me excitando em pensar que o cara mais gato do planeta estava sozinho comigo, em um quartinho. Judd desabotoou minha camisa branca, uniforme do colégio, e eu fiz o favor de arrancar a regata que ele usava, naqueles braços perfeitamente definidos. Com a respiração alta, nós dois nos beijávamos, nos tocando. - Quero você, Muller.
Eu não conseguia falar, só gemia mais alto. Ele me mordeu devagar, pedacinho por pedacinho do pescoço e eu trouxe suas mãos para os meus seios, onde eu queria que tocasse. Ele apertava devagar e eu delirava, sentindo um turbilhão passar por minha cabeça. Abri o feixe de sua calça e olhei para ele com uma vulgaridade sem fim, fazendo com que ele mordesse meu lábio inferior, com vontade e prazer, soltando um som de excitação tipicamente masculina.
Agarrei-me nele, enlaçando as pernas ao redor de seu corpo e sussurrando em seu ouvido.
- Seja rápido. - Judd inclinou o corpo, comigo em cima, e me pressionou mais forte contra a parede, penetrando e fazendo nossos corpos dançarem em um ritmo frenético. Eu o beijava por todo o rosto, quando conseguia não arquear a cabeça com o prazer, me segurando para não gritar. Chegamos juntos ao ápice. Arrumei minha roupa e ele a dele. - Hey, Judd.
Antes de ele sair, eu o chamei.
- O que foi, Muller? - ele me olhava com prazer.
- Isso nunca aconteceu.
- Isso o que? - e sorriu languidamente.
Capítulo 2
I've never felt this way before
Eu não sou uma vadia e, embora não precise me explicar por meus atos, vou fazer isso.
A questão é que eu namorei um cara há dois anos e ele me fez conhecer esse lado, digamos, mais dado. Definitivamente, não acredito em príncipe encantando, então, quando sinto vontade de fazer sexo, eu faço.
Parece bem estranho, mas no dia a dia é prático.
Enfim, eu não sabia como lidaria com o Tom e isso me preocupava milhões de anos luz a mais do que a pegadinha com o gostosão, tudo de bom, do Judd. Com certeza a gente repetiria a dose e, ainda que eu fosse apaixonada pelo Poynter, ele era o tipo de cara frágil, com quem se faz de difícil e se vai devagar, para algo duradouro, o completo oposto de Judd.
Harry tinha aquele ar de cavaleiro galáctico, com espada de fogo, protetor e pegador, o que eu acabava de comprovar, era mesmo. Não me surpreendi em fazer algo com ele, no colégio, aquilo era mais que habitual, todos se pegavam por lá e eu tinha certeza que não era a primeira, nem a número um, na lista de Harry Judd. Foi um momento e passou. O complicado seria esquecer como foi bom e intenso e me concentrar nas aulas, ou mesmo no cotidiano, sem sentir vontade de me agarrar a ele e sugar seus lábios em um beijo quente. Ele era MUITO bom, eu tinha que admitir. Encaixamos perfeitamente e a sintonia, uau! Parecia até que ele lia meus pensamentos e fazia do jeitinho certo. Raramente me excitava tão facilmente, eu sou do tipo preliminares e mais preliminares, embora não aparente, adoro um bom romance.
Por isso estou com o Poynter. Não que ele seja lerdo, mas é, digamos assim, ritmado. Um cara para namorar e não só para uma transa. Se bem que, o Tom também é para namorar e eu nunca olhei para ele com olhos de paixão ou coisa assim, somos mais do tipo "contatos profissionais". Eu preciso dele para os trabalhos, ele também, a gente se dá bem e ponto final.
Na verdade, agora não nos dávamos mais tão bem, né? Eu estava bem chateada com o clima que tinha armado, não devia ter me intrometido na vida dele, já que nem amigos poderíamos nos considerar.
Resolvi procurá-lo durante o intervalo, tinha certeza de que não se negaria a conversar. Tom é um dos únicos caras maduros que eu conheço.
Quando entrei no refeitório, as pessoas pareciam me olhar e cochichar. Alguma coisa estava errada, eu pude sentir. Assim que peguei meu lanche e fui em direção à mesa das fofoqueiras compulsivas do primeiro ano, elas fecharam a cara e fingiram que eu não estava lá.
- Bom dia para vocês também.
- Bom dia, Muller. - disse Bia, que era a mais estabanada de todas. Notei que ela levou um cutucão no ombro, da garota ruiva que sentava a seu lado.
- Aconteceu alguma coisa, garotas? - eu me sentei e comecei a comer, mal ligando para o que quer que estivessem comentando. Naquele colégio idiota tudo era motivo para fofoca.
- Nada não, Muller. - era a toda poderosa do grupinho, Jhenny. Mosca-morta-mor.
- Não parece, Jhenny. - eu continuava comendo e notei que ela se sentiu incomodada, engolindo saliva, como que com um nó na garganta. Vi duas delas cochichando e uma se voltou para mim.
- Sabe o que é, Muller... - a garota parou e as outras olharam para a cara dela, com ar de reprovação. Foi quando Judd entrou louco pelo refeitório, atraindo a atenção de TODOS e olhou para os lados a procura de alguém. O alguém era eu, que fui puxada por ele, sendo arrancada da mesa, às pressas, e levada para uma salinha que nem eu sabia que existia no colégio.
Não tive tempo de falar, eu só pedia que esperasse e chamava por seu nome, com uma irritação sem fim, é claro. O cara vem, me puxa, sai correndo e não fala nada?
Já no quartinho, Judd me soltou e andou de um lado para o outro, com as mãos passando pelos cabelos.
- O que aconteceu? - eu estava preocupada em vê-lo assim e desconfiava que alguém tivesse dito o que aconteceu entre nós para todo mundo no colégio.
Antes fosse, seria bem melhor do que ele contou:
- Estamos em uma enrascada. Completamente fritos!
- O que aconteceu? - eu disse, com raiva por não me falar de uma vez. – Fala, Judd! Que saco!
- Lenah. - ele segurou meus braços, com pânico, e olhou para meus olhos, não com a expressão de horas atrás, de desejo. - Lenah... Eles filmaram a gente.
Como o mundo, de repente ficou escuro e nefasto, me fazendo sentir náuseas, me segurei em Judd.
- Como?
Ele estava preocupadíssimo, mais do que eu, óbvio. Acho que não mencionei o fato de Judd ser comprometido, pois é, eu não sabia! Soube na mesma hora.
- Minha mulher vai me matar! - foi assim mesmo que eu soube da notícia, lindo isso, não?
Sem saber se batia nele até matar, ou se eu me jogava no chão e chorava, acabei ficando no meio termo: paralisada, muda, branca e sem reação. Até meus olhos queimarem, é claro. Porque, nesse momento, o que aconteceu foi meu ódio mortal se virar contra alguém que eu ainda não conhecia, mas já sabia que mataria.
- Quem foi?
- Não importa, nós estamos perdidos! Vou ser demitido, escorraçado de casa e ficar na miséria, por uma fodidinha! Que merda!
Não me senti insultada com a ‘fodidinha’, ele tinha razão, não significava nada mesmo, não perto do que poderia acarretar: minha vergonha global, meu desespero total e sabe-se lá o que mais.
- Como você soube, o que aconteceu exatamente? - segurei o braço dele e fiz com que se sentasse em um banco de madeira, podre e velho, do quartinho, ele estava abalado.
- Está na internet, não sei quem foi. - devia ter um perfil no Youtube, e eu descobriria quem era, com certeza. Precisava de Tom para isso, ele entendia tudo e mais um pouco sobre essa parafernália de programação, devia saber como descobrir uma senha, encontrar o dono de uma conta. Eu pensava a 15 MB por segundo, de tanta cede de vingança. Sempre fui muito esperta.
- Judd, fica calmo. Você precisa me mostrar esse vídeo, deve ter alguma pista. - peguei o iPhone. - Vai, me mostra.
Harry me achou louca, não queria mostrar nada e a gente discutiu até que ele me mostrasse o maldito vídeo, tremendo, diga-se de passagem.
O material era porco, podre de tão porco. Filmava desde o momento em que terminamos o beijo e entramos na sala. Quem filmou estava de longe nessa hora, provavelmente na sala de Artes, que ficava naquela direção. Andou dando risadinhas até a porta, onde estávamos fechados e tentou filmar pela fechadura, o que revela uma pessoa muito idiota, completamente tapada e sem noção. Depois, a mente mongolóide se pendurou e gravou tudo pela janelinha, com a maldita sorte da luz estar a seu favor.
Era nojento me ver nua com o Judd, sendo observada por algum psicopata. Imagine então se minha mãe ou o diretor vissem? Não teria como não estar em ruína completa, tanto eu, quanto o Harry.
- Vamos encontrar esse desgraçado, porque agora não tem mais jeito, Judd.
- Você é louca.
- Sou realista. Eu e você gostamos do que fizemos, não nos arrependemos, não seremos indiciados por nada, afinal, você têm só quatro anos a mais do que eu. Além disso, o colégio inteiro já viu.
Ele percebeu que eu não estava fora de controle, graças à raiva de quem fez a cagada com a gente, e se acalmou.
- O que pensa em fazer? - ele era lindo até quando estava nervoso, puta merda.
- Eu pretendo matar, depois de espancar seja lá quem fez essa merda, depois encontrar um apartamento e a gente divide.
- Como é que é?
- Sem compromissos, Judd, mas eu tenho certeza que minha mãe vai me expulsar de casa e que sua mulher não vai ser muito compreensiva.
- Você tem sangue frio ou o que?
- Na verdade, eu acho que tenho sim. Minha mãe vai me odiar por toda vida, não há o que fazer. Você já viu casos como o nosso na televisão? Eu já, é ruína garantida. A escola já sabe, minha moral está no chão. Então, no mínimo, precisamos nos vingar.
- Louca.
- Realista, eu já disse.
Judd podia até me chamar de louca, mas quem levantou, inesperadamente, e me beijou com fúria é que deveria ser chamado assim.
- Você me excita.
Eu estava de pernas bambas e ele me beijando o corpo todo, enquanto passava as mãos por minhas coxas, me erguendo. Fui pega de surpresa, mas gostei muito das carícias, me rendendo a elas e deixando que ele me possuísse.
- É inacreditável! - eu disse entre suspiros, depois que ele me soltou, repentinamente, após um longo beijo. - Que eu me sinta atraída por você depois disso, mas temos que admitir...
- Somos bons nisso. - ele sorriu languidamente e me beijou de novo.
- Vai ser difícil quando sairmos daqui, Judd. - eu o alertei, mostrando que não era a pedra sem sentimentos que parecia ser, ok, só um pouquinho.
- Eu diria que foi uma transa que mudou nossas vidas. - eu o achei um tolo, um lindo e gostoso, tolo. - Sei que você tem medo, mas admiro sua coragem.
Dessa vez fui eu quem o beijei. Sim, tinha muito medo, mas tinha mais ódio do que medo.
Poxa, todo mundo na escola se comia, se pegava, fazia de tudo e nós dois é que tínhamos de ser filmados em nossa única, e primeira, transa inesperada?
Como imaginamos que seria, fomos chamados na direção, minha mãe já estava lá, chorando. Olhei para ela, tentando explicar, mas não tinha o que explicar, então abaixei a cabeça. Não ia perder minha juventude por algo de que eu não me arrependia.
Quando saímos de lá, depois do sermão, minha mãe foi direto a um advogado, ela era tão impulsiva quanto eu. Pediu que organizasse os papéis de emancipação, me fazendo perceber que a as coisas estavam péssimas mesmo. Fiquei muito triste, me tranquei no quarto e comecei a arrumar as coisas. Ela não me disse nem uma palavra, apenas se manteve distante, o que fez eu não me despedir dela quando saí.
Judd e eu combinamos que nos encontraríamos no hotel da cidade e que lá combinaríamos o que poderíamos fazer.
Ele havia apanhado da mulher, que fez boas marcas no rosto, principalmente. Imagino que o escândalo foi grande, mas, de qualquer modo, não era legitimamente casado, então só precisou sair do apartamento da mulher.
Como foi despedido por justa causa, não recebeu nada. Ainda lhe restava uma grana no banco, e a mim a grana que recebi como herança, do meu pai, e que eu nunca mexi.
Estava abalada, mas não era evidente, como em Judd. Quando o vi chegar, trôpego e machucado, corri a seu alcance e toquei na face angelical, como se eu quisesse curá-lo. Abraçamos-nos e eu não resisti chorar, principalmente ao vê-lo chorando. Resolvi que devíamos sair do meio da recepção e ir para o quarto, ter maior privacidade para conversarmos.
- Eu sinto muito por sua mulher.
- Não precisa se desculpar, a culpa foi minha.
- Esse dia foi longo demais. - era madrugada.
- Não vai para colégio, vai?
- Nem pensar. Vou cuidar de você. - eu o abracei de novo e ele chorou mais uma vez.
- Foi horrível a maneira como ela me tratou... Mas eu mereci.
- Não revidou, não é? Aceitou cada um dos golpes.
- E ela se sentia mais fraca a cada um deles, você precisava ver como sofria. Eu não acreditei que fui o culpado por vê-la daquela maneira.
- A culpa não foi só sua, fizemos isso juntos.
- Eu te induzi, Lenah.
- Não! - eu tapei a boca dele com um beijo suave e carinhoso. - Eu desejei você. - ele se aninhou em meu corpo e sentiu o perfume dos meus cabelos, suspirando.
- É mais louco do que parece. Você me dá força.
- Eu sinto o mesmo com você. - olhei para ele, com carinho. - Precisamos cuidar desse rostinho de anjo, certo? - beijei sua testa.
- Não precisa se preocupar, já lavei e... - eu beijei sua boca, devagar, de novo.
- Eu cuido de você e ponto. - sorri para ele. Doía-me que tivesse se magoado e magoado a mulher. Se eu soubesse que ele era comprometido... Mas eu não sabia. Aliás, a única coisa que eu sabia era que queria muito aquilo, não importava em nada o que fosse custar. E me custou caro.
Enquanto eu limpava seu rosto e colocava remédio, ele me olhava com os olhinhos brilhando.
- Linda, inteligente, determinada, gostosa e especial.
Eu parei por um minuto e olhei para ele, a fim de refletir com seus olhos. Abri um sorriso, já deviam ser três e meia da madrugada.
- E você um galanteador, não é, Judd?
- Não quero que você pense coisas sobre mim. - eu continuei o curativo.
- Que coisas, Judd? - não me ative a observá-lo, mas estávamos em contato e eu prestava atenção.
- Que eu traía minha mulher ou que ficava com todas as garotas do colégio. - eu baixei os olhos para ele e fiz uma cara simpática de "você não me engana". Parece que ele não conseguia mentir para mim. - Tudo bem, eu pulei a cerca uma ou duas vezes... Talvez quatro ou cinco, mas...
Afastei-me dele para jogar os algodões usados fora e limpar a pequena bagunça. Enquanto andava entre uma tarefa e outra, o interrompi.
- Harry, você não precisa se desculpar, nem se explicar, nem ficar encabulado em ser você mesmo comigo. Afinal de contas, nos sentimos atraídos e agora, bem, agora acho que somos amantes, oficialmente. - me detive pensando no nome, que não combina com "Oficial", uma amante "oficial"? Bem... - O fato é que eu percebo que você amava sua mulher, da sua maneira, e que não conseguia se controlar diante de outras. Não te culpo. - sentei ao lado dele e segurei sua mão. - Os homens são todos iguais.
Minha neutralidade e a maneira como eu falava o deixaram sem jeito, sem uma reação ofensiva ou defensiva.
- Você tem certeza disso, Lenah?
- Eu tenho sim. Não pense que estou me sentindo bem, mas sou forte.
- Não sou igual a todos os homens, não. E fico feliz por você estar bem, é diferente, segura. - ele me beijou. - Mas, então... - ele aproximou as mãos do meu cabelo e logo do meu rosto, começando a beijar minha nuca e me fazendo sentir calafrios desesperados de desejo. - Já que somos amantes oficiais... - ele riu pertinho do meu ouvido, uma risada tão baixinha e gostosa, que contrastada a sua voz perfeita, me fez eriçar completamente, grudando as unhas em suas costas, em um abraço apaixonado. - Podemos continuar o que começamos no colégio.
Harry me deitou na cama, acariciando meus cabelos e beijando meu pescoço, descendo com os beijos até meu colo, onde meu corpo estava arqueado. Ele desabotoou minha blusa, bem devagar, me fazendo tremer completamente, sentado em cima de meu corpo, apenas de boxer.
Percebi que as preliminares seriam muito quentes com Harry Judd.
Eu agarrava seus cabelos, puxando-os, querendo, suplicando, que ele iniciasse aquilo de uma vez e parasse de me torturar, mas nem isso aumentava sua velocidade. Ele beijou minha barriga e desabotoou minha calça, puxando-a do meu corpo. Depois, iniciou a tortura, mordendo minha virilha, por cima da tira de tecido, que era minha calcinha. Eu comecei a me debater com o prazer e a fazer sons que havia prendido mais cedo, liberando a tensão e querendo-o mais e mais a cada segundo.
Harry se ergueu e, com os dentes, desabotoou o feixe de meu sutiã, que abria na frente, deixando sua língua passear por meus seios e me fazendo ficar completamente enlouquecida. Eu implorava que começasse a me fazer os maus tratos, mergulhando em mim, mas ele era paciente e, mesmo em fogo, continuava as carícias sem fim.
Mordeu meu mamilo e a primeira erupção chegou quando senti que seus dedos estavam dentro de mim, circulando devagar, em um ritmo sedutor, que acompanhava o ritmo do beijo molhado.
Eu me rendia às carícias e me agarrava a ele, como se precisasse da proteção de seu corpo no meu, cada vez mais e mais. Ele parecia apreciar cada um dos movimentos que eu fazia, assim como cada milímetro que explorava em mim. Era perfeito, a mente não pensava em nada além de prazer. Até que eu atingi o estado de êxtase supremo e senti seu membro invadir meu sexo. Ele cavalgava como um cavaleiro passeando, não era mais selvagem como havia sido no quartinho, era suavemente excitante. Eu me contorcia de tanto prazer e ele adorava me ver infiltrada, sentindo cada um dos meus arrepios, gritos e gemidos como um troféu que recebia.
Quando nossos corpos já estavam completamente suados, trêmulos de frio e exaustos, ele parou, deitando-se ao meu lado, enquanto eu enlaçava minhas pernas no corpo dele e lhe dava um último beijo, sem forças.
- Foi incrível. - foi só o que minha boca conseguiu dizer antes que meus olhos se fechassem e eu dormisse em seus braços.
Capítulo 3
A complicação era maior do que eu imaginava. Precisávamos planejar algo, pois não éramos namorados, nem nada além de amantes, como eu bem havia dito e ele concordara. Por isso, o que faríamos juntos seria considerado amizade, de ambas as partes, o que foi proposta dele. Eu achei ótimo, pois, em todos os casos, eu dividiria o apartamento com um amigo e, até onde eu lembrava, o primeiro.
Não podia procurar minha mãe, nem tinha a cara de pau de procurar Poynter no curso de espanhol para terminar nosso caso, pois supunha que já estava tudo terminado e não haveria o que brigar, ou qualquer perdão para pedir. Mesmo porque, não me arrependia de estar com Harry, por pior que isso parecesse. Meus planos de amor eterno, com Doug, haviam sido substituídos por uma estratégia de resgate.
Quanto à escola, bem, eu me formaria em três meses, não podia faltar mais do que uma semana e, na verdade, nem pretendia. Minha preocupação, agora, era arranjar um emprego e encontrarFletcher - a única pessoa que poderia me ajudar nos planos de descobrir a aberração que filmou tudo, além disso, eu sentia um pesar gigante por ter me intrometido na vida dele.
Vi e revi o vídeo, que agora era sensação no YouPorn, enquanto Harry procurava uma casa para alugar.
- Leninha. - ele bebia um copo de café, estava apenas de roupão, havíamos tomado banho juntos e feito planos para o dia. Um de cada vez faria as pesquisas, então imprimiríamos os currículos, depois de enviar por email e, enfim, ele me levaria até a casa de Tom, à noite. Harry decidiu não trancar sua faculdade e eu o apoiei, pois era óbvio que conseguiríamos nos virar se nos ajudássemos. - Encontrei um lugar legal.
Levantei da cama, em nosso quarto de hotel, ouvíamos Hotel Califórnia, e confesso que era um encantador momento que eu dividia com o cara mais gato e sexy do mundo.
-É mesmo? Deixa eu dar uma olhada. - eu estava de calcinha preta de renda e com uma camisa branca de Judd, bebendo chocolate quente - meu vício até em um verão ardente, no meio do Saara. Era um lugar fascinante: todo decorado, com uma sutileza infinita, objetos bem simples de decoração e cores neutras por toda a parte. Havia espaço amplo e uma varanda maravilhosa, em que uma cadeira de balanço retrô imperava. Não se tratava de uma excelente localização, mas também não era longe de tudo ou em um ponto escondido e perigoso demais. O preço era meio salgadinho, mas, pela comodidade de localização, mobílias, mais a segurança e o valor do condomínio, se nós dois dividíssemos as despesas, seria tranquilo levar. - Eu adorei, Harry. - estava olhando as imagens, que ele passava enquanto lia o anúncio e os detalhes do imóvel. Apoiava as mãos em seus braços largos e fortes, resultantes de musculação e hábitos saldáveis.
Harry se voltou para mim e sorriu.
- Acho que encontramos nosso "lar doce lar".
- Você gostou mesmo? – perguntei, intrigada, tomando um gole da minha bebida e me jogando no sofá ao lado da mesa de computador. Ele parou um tempo, me observando, com um olhar que eu ainda não tinha visto. Não era prazer, nem pena, nem desespero, nem compreensão, não era paixão, nem desejo. Senti medo dos olhos dele, que eram doces e infinitos, me admirando.
- Eu vou adorar, se estiver com você lá. - meu coração disparou e eu não contive em me levantar devagar, deixar o copo na mesinha e segurar o rosto dele com as duas mãos, olhando para sua alma e beijando-o, em seguida. Ele desmanchou em meu abraço, me segurou em seu colo e fiquei ali, beijando Harry por um longo tempo, em uma típica relação de amantes apaixonados.
Terminamos de enviar os currículos e, então, ele me levou à casa de Fletcher, fomos em sua moto, o único bem que havia lhe restado. Por sorte, o capacete da ‘ex’ estava no baú da moto, o que facilitou minha vida.
Chegamos à casa de Tom e ele abriu a porta com surpresa, com desespero e com ódio. Olhou para mim e para Harry, enquanto este abaixava a cabeça, segurando minha mão. Olhei para Tom com um pesar, mas resolvi quebrar o gelo.
- Podemos entrar? - minha fala era contida.
- Não. - ele foi ríspido, seus braços cruzados e seu bico lhe davam um ar de superioridade e fofice, que era impossível faltar em tudo o que Tom fazia.
- Tom, por favor.
- Não.
Harry olhou para ele e senti que não conseguiu encará-lo, então voltou a baixar a cabeça.
- Precisamos conversar.
- Não tenho nada para conversar com você, Muller.
- Tom, você não é assim rancoroso, me deixe explicar e pedir desculpas, como deve ser.
Ele deu mais uma rápida olhada para eu e Judd.
- Entrem, vocês têm 5 minutos. - Eu fiquei aliviada, já havia prevenido Judd sobre Fletcher, o fofinho era osso duro de roer quando queria. - Sentem-se... - ele nos levou à sala. - Não vou mandar servir nada, porque já estão de saída. - Judd se sentiu desconfortável sentando, ele estava bem envergonhado. Também, pudera, o cara estava nas páginas do YouPorn, com cenas que mostravam ele pegando a aluna do colégio em que trabalhava. Que, no caso, era eu, mas esse detalhe era patético se eu pensasse que não sentia arrependimento e estava ali para encontrar o culpado por nossa vergonha internacional.
- Não fale assim, Tom.
- Quer que eu sirva caviar, Muller? - ele disse, irônico.
- Fletcher, não quero brigar. Vim fazer as pazes, eu precisava. Na verdade, queria ter dito no mesmo instante, mas não consegui.
- Você estava ocupada em salas escuras, Muller, não te culpo por isso. - Harry olhou para Tom com desprezo, parece que me afetar assim o deixava mais nervoso ainda. Apertei sua mão, em sinal de que estava tudo bem.
- Thomas, eu vou ser rápida para poupar a nós três. Nunca deveria ter te julgado...
- Muito menos quando, perto de você, o que eu faço com a líder de torcida é fixinha. - Judd sabia de toda a história e ficou puto em ouvir aquilo.
- Não fale assim da Lenah. - foi uma ameaça com o olhar, eu vi e apertei a mão dele de novo.
- Não quero que você misture as coisas, Tom, mas é inevitável. O fato é que eu tenho bons motivos para querer que você encontre e se relacione com pessoas honestas e tão especiais quanto você, por isso, saber que andava ou anda com uma tipa daquelas me fez ter náuseas no mesmo instante, não posso evitar. - ele se preparava para abrir a porta, Harry não estava confortável com a situação, eu impedi Tom de nos expulsar, segurando seu pulso e olhando para ele, com muita calma. - Tom, você não só merece coisa melhor, como é melhor do que isso. Você é incrível. - Harry arregalou os olhos e depois franziu o cenho, perdido em seus pensamentos. Tom me olhou, espantado. - Eu nunca tive um amigo como você, achava que não tinha um amigo, pra falar a verdade, mas depois que eu senti o que era perder você, tive certeza de que não conseguiria me virar sozinha. – eu estava sendo sincera, embora tivesse intenções que apenas ele poderia proporcionar. Não poderia deixá-lo me expulsar.
- Você me fez sentir inútil como homem quando disse que eu só poderia me relacionar com Tiphany se estivesse ganhando ou dando algo em troca, como se eu só pudesse comprar mulheres. - ele estava visivelmente emocionado, com uma dor bem constrangedora, me olhava com olhos lacrimejosos. - E isso, vindo de você, doeu muito. - Harry estava prestes a sair da casa, não se sentia bem com aquele clima.
- Tom... - eu toquei em seu rosto. - Eu nunca pensaria isso de você. Acha mesmo que uma mulher em sã consciência poderia pensar isso de você? – eu sorri. - Logo de você? Eu não vou negar que preciso de você agora, mais do que nunca, mas nossa amizade é maior do que isso e se não quiser me perdoar ou me ajudar, eu entendo.
- O que você quer dizer com isso? - ele estava intrigado, Harry precisava dizer alguma coisa, estava mesmo se sentindo no lugar errado.
- Ela quer dizer que precisamos encontrar quem fez esse vídeo e só você conseguiria essa proeza. - Tom se voltou a Harry e eu soltei seus braços.
- Eu sei que não agimos corretamente, Tom, sei que o dia foi horrível ontem e que estamos começando uma batalha interna e externa, mas, ainda assim, tive tempo de contar para Harry o quanto você esteve presente em meus pensamentos ontem, pelo simples fato de eu não conseguir aceitar que nos distanciemos. Eu preciso de sua ajuda, amigo. - segurei a mão dele.
Tom se sentou, e nós o acompanhamos.
- Eu estou confuso. - ele balançou a cabeça negativamente - Por que droga você nunca me disse que estava com Harry? Por que mentiu que gostava de Poynter e... Meu Deus, Lenah, você é uma mulher bem pior do que eu imaginei que fosse.
- Segura sua onda, Fletcher. Eu e a Lenah nunca tivemos nada antes daquele vídeo.
- Eu não acredito em vocês.
- É a mais pura verdade Tom.
- Mas então, por que... Eu não entendo.
- Foi um impulso - Harry precisava expressar o que sentia. - Eu e Lenah nos desejávamos e acabamos fazendo mais do que pretenderíamos, se tivéssemos conversado antes. - eu o olhei, confirmando. - Mas não me arrependo, porque Lenah é especial e eu queria, sim, estar com ela naquele momento, embora tenha me custado caro. - ele falava da mulher, com certeza. - Tom, quem nunca pecou? E mais, me diga você, é justo que Lenah tenha pagado tão caro por uma manhã comigo? Não vim aqui por mim, vim por ela. - me surpreendi, Harry me olhava, lindo de morrer. - Perdi minha mulher bem antes dessa briga, mas isso ficou em minha antiga casa, assim que saí, me tornei uma nova pessoa. Eu não deveria ter traído ela, se tivéssemos terminado seria muito melhor, mas aconteceu e não há como voltar.
- Eu não preciso saber de sua vida, Harry, nem quero isso.
- Mas eu preciso te dizer isso tudo, porque se você não ajudar Lenah a encontrar a pessoa que fez isso e estragou nossas vidas, a vida dela, eu mesmo terei que dar um jeito nisso.
Tom olhou para mim e suspirou.
- Não sei porque vou fazer isso, você não merece. Mas todos devem ter uma segunda chance.
Saltei no pescoço de Fletcher e lhe dei muitos beijinhos no rosto.
- Meu herói! - eu vi a cara de Harry, totalmente Garfield sem lasanha e fui me sentar a seu lado, dando um selinho em sua boca e afagando seus cabelos, disse em seu ouvido "você é o melhor", ele se sentiu satisfeito e me abraçou, segurando minha mão, com os dedos enlaçados.
- Vocês precisam me dar alguns dias.
- Tem todo o tempo do mundo, amigo.
- Querem um café, uma pizza, água?
Saímos tarde da casa de Fletcher. Seria mais difícil do que ele imaginava. A conta do Youtube havia sido suspensa por abuso e só haviam cópias do original, no YouPorn. Ele disse que o jeito seria seguir alguns passos online e se atentar as pistas do vídeo. Nos manteria informados dos boatos e acontecimentos, na escola. Fiquei feliz demais por isso.
Quando chegamos ao hotel, Harry foi logo arrancando a roupa e se jogando embaixo do chuveiro. Percebi sua tensão e fui logo atrás dele, me despindo na sala. Peguei alguns creminhos de massagem que eu tinha na bolsa. Minha mala não havia sido desfeita, pois eu pretendia me mudar logo daquele apart.
- Há algo de errado, meu anjo? - eu disse, enlaçando meus braços nele, pelas costas, enquanto minhas mãos acariciavam seu peito e seu abdômen, e meu corpo se molhava junto ao dele.
- Nada. – ele soltou um leve suspiro.
Esperei um tempo, daquele jeito, depois desencostei minha cabeça das costas dele e pus em sua frente, colocando a mão em seu rosto e pousando meus lábios nos dele, para um beijo lento.
- Me diga o que há, príncipe. Sente falta dela? - Harry me olhou com reflexão, a água caindo no rosto másculo e o corpo esbelto colado no meu. Suas mãos continuavam apoiando a parede.
- Esse é o ponto. Não sinto falta dela e me culpo por isso. Sei o quanto ela deve estar sofrendo. - o abracei.
- Não fique assim, vai acabar tudo bem. Eu estou aqui para te ajudar e você também, lembra? - eu sorri.
- Lenah. - ele ergueu meu rosto e senti um embrulho no estômago, como uma reação de pânico ao ver seus lindos olhos azuis intensos sobre mim, ele tinha esse poder de me deixar sem chão. - Eu morri de ciúmes quando você esteve com Fletcher. Desejei arrancar você daquela casa e te trancar aqui comigo. - ele encostou o rosto, com desespero, no meu e me puxou para que pudesse entrar em mim, posicionando, de ímpeto, seu membro rígido, com uma explosão de sensações. - Para sempre. – a voz dele tinha fúria e desespero. Eu não soube o que dizer, nem queria dizer nada, portanto, a reação foi soltar um gemido frustrado. Meu coração acelerava e eu podia sentir a pulsação dele, assim como a minha, em nosso contato físico. Podia sentir ele dentro de mim. As sensações misturadas me davam a sensação de incendiar a qualquer instante. - Eu preciso de você, Lenah.
Com um beijo molhado, e com muitas carícias, mais uma vez nos amamos. Dessa vez, com a loucura e a aflição que Harry demonstrava, fazendo, daquele espaço, o lugar ideal para arrancar qualquer vestígio de razão de minha mente.
- Eu também quero você, Harry. Quero muito. - nos beijávamos e os beijos pareciam uma fonte de energia muito forte, que desestabilizava a mente, a circulação. E tudo ao redor, em um segundo, era nada.
Assim que nossos corpos se separaram com preguiça, eu o enxuguei e ele também, a mim. Vestimos os roupões em seguida.
- Vou te fazer uma massagem relaxante. - peguei o produto e iniciei a tortura nele, já estávamos na cama. Minhas mãos passeavam em suas lindas costas, que eram definidas, assim como seu corpo todo. Um deus olimpiano em minha cama. Ele relaxava e soltava suspiros que me inspiravam a beijá-lo. Sua bunda era linda e tinha um formato agradável, que me dava vontade de morder todo o corpo dele. Foi o que comecei a fazer, pois era o momento dele ser meu.
Harry sentiu minha boca passear por seu corpo, com os choques de prazer e desespero, pelo suspense de que lugar ela atingiria. Mordi sua virilha e ele arqueou o corpo, voltando a ficar inspirado, puxou-me para perto de sua boca, pelos cabelos, mas eu recusei a fazer seu jogo, era minha vez de dominá-lo e eu pude notar que estava aflito por isso. Talvez, jamais pudesse me deixar se aceitasse se entregar a mim, eu podia sentir isso.
Usei minha boca com muita criatividade e acariciei de maneiras excitantes o seu membro. Harry arqueava, soltando gemidos que estavam presos, parecia um lobo ou uma fera se libertando. Fiz com que relaxasse, usando minhas mãos para massagear todas as áreas de seu corpo, com intensidade nas mais sensíveis. Ele não conseguiu manter sua postura de dominante quando me sentei e iniciei meu martírio, como uma amazona em seu corpo, cavalgando em ritmo constante, assumindo o meu posto de rainha.
Harry esteve fora de si por algum tempo, assim como eu. Quando voltamos, nossos corpos estavam entrelaçados. Sentávamos de frente um para o outro, encaixados, abraçados e com os lábios roçando um no outro. Era desesperador sentir tanto em um espaço tão curto de tempo, pois poderíamos ficar assim pela eternidade.
- Você quer me fazer te amar? - ele soltou, quase sem voz.
- Seria encantador. - minha fala saiu mais como um gemido, roçando a boca em seu ouvido.
Beijamo-nos mais alguns longos minutos e adormecemos unidos.
Capítulo 4
Marcamos a visita ao nosso novo lar para depois do almoço. Antes eu pretendia levar mais currículos e Harry tentaria que conversar com sua família.
- Insisto que você deveria tentar também, Leninha.
- Não é o meu momento, Haz.
- Tem certeza? Se deixar muito tempo passar, as coisas podem piorar.
- Não no caso de minha mãe, ela vai manter o sentimento de desprezo, sempre. - eu fiquei triste ao pensar nisso, não queria que fosse assim, mas nada poderia ser feito a esse respeito, naquele momento. - Preciso me concentrar em conseguir dinheiro para nossa casa. - ele se aproximou, eu trocava de roupa, colocando um vestido e sandálias. Harry me deu um beijo caloroso e simples. - Você me encanta. - eu não sabia se estava me apaixonando por meu amante, mas sabia que era muito bom.
- E você me faz delirar, princesa.
Voltamos para almoçar no hotel, os funcionários nos olhavam com pavor, pela "cara de pau" em estarmos juntos. Queria ver o que fariam se estivessem em nosso lugar. Sentar e chorar? Gritar e matar? Bem, na verdade, Harry tinha proposto movermos uma ação contra as imagens na rede, mas eu disse a ele que, diante do escândalo, não havia o que fazer.
Quando terminamos a refeição, Harry segurou minhas mãos e me olhou com aquela expressão que me incomodava de uma maneira boa. Era intenso demais e vinha como um tiro repentino no meio do peito.
- Vai adorar a casa.
- Ah, é? Como você sabe? - eu sorri.
- Sei porque ela tem a sua cara e eu percebi. Foi feita para você. - me senti corar. Engraçado eu me sentir tímida com Harry naquela altura do campeonato, já havíamos descoberto nossos corpos e conversávamos livremente, não tinha porque me sentir tímida, mas, ainda assim, acontecia.
- Você sabia que é muito gentil? E sabia que eu sempre fui louca por você? – acariciei o rosto dele, que pareceu surpreso e orgulhoso, levando minha mão aos lábios e beijando-a.
- Sempre?
- Sim. Eu te olhava desde a quinta série, e, quando você saiu do colégio, não tinha mais nada de interessante para ver. - ele sorriu e depois me olhou, pensativo.
- Engraçado, porque no meu trabalho como inspetor, sempre achei que você era caidinha pelo Jones. - o nome me cortou como uma lança cravada no peito. Desestabilizei-me completamente, me sentindo incomodada, e até pigarreei.
- Eu jamais olharia para Daniel Jones, ele é o completo oposto de mim. Não o suporto. - Harry arqueou uma sobrancelha.
- Isso parece uma repulsa de quem quer comprar o produto. – olhei, com ódio, para ele.
- Nem pense em voltar nesse assunto. Eu odeio Danny Jones, ele me humilha a troco de nada, e sua presença me faz sufocar. - Harry ergueu as mãos, em sinal de paz.
- Ok, senhorita Muller, você quem manda. - ele me deu um sorriso e se inclinou na mesa, para um beijo estalado.
- Vamos?
Saímos para visitarmos a casa.
Quando chegamos ao local, realmente, fiquei apaixonada. Era um paraíso em uma rua maravilhosa, repleta de árvores que faziam uma sombra perfeita para os finais de tarde. O ambiente era agradável, os vizinhos pareciam ser tranquilos, nenhum barulho incomodava naquele momento.
Harry andava de mãos dadas comigo, observando toda a casa e se preocupando com detalhes que eu desconhecia, mas que ele, provavelmente, já devia ter se preocupado em sua antiga casa, do tipo encanamentos. Com as explicações do vendedor, ele ficou mais tranquilo e olhava para tudo sorrindo. Eu podia sentir a excitação pulsando em seus olhos, era uma realização para ele. Acho que transpareci a mesma coisa, eu estava feliz. Feliz demais. Era como se eu e Harry tivéssemos encontrado, enfim, um porto seguro. Eu para ele. Ele para mim.
Olhamo-nos por um instante, quando o vendedor perguntou sobre a decisão de compra.
- O que você acha, Leninha? - ele quebrou o silêncio, e, então, soltou uma risada. Era óbvio que eu estava emocionada em ver tudo aquilo. Abracei-o e ganhei um beijo na testa. - Ficamos com a casa.
Harry tinha tantos atributos que eu delirava em pensar em todos de uma vez. Era gentil, agradável, me respeitava, me tocava como nenhum outro homem, tinha o corpo perfeito, sob medida, como o de uma escultura. Tinha calor humano, dividia seus pensamentos, era engraçado, fazia brincadeiras bobas, as quais me faziam rolar de rir. Não havia o que reclamar. Se não bastasse, eu me sentia aquecida em seus braços, completamente segura, esquecia de todos os problemas e não me arrependia de nada.
Acho que me apaixonei por Harry Judd assim que estivemos juntos pela primeira vez, pois nada justificava meu ato tão seguro de largar tudo para viver com ele. Era como se estivéssemos nos casando, como se já namorássemos há anos, mas com a magnífica sensação da descoberta um do outro.
Eu explorava suas ações, seus gostos, explorava todos os pontos de sua personalidade, buscava conhecê-lo cada dia mais e ficar a semana toda com ele, definitivamente, foi muito bom. Harry era perfeito e eu tinha medo disso, mas não queria pensar nas consequências.
Uma das noites, daquela semana, conversamos sobre o futuro.
- Haz...
- Oi, princesa? - eu tinha a cabeça recostada a seu peito, e ele acariciava meus cabelos, sentido o cheiro de xampu, que ele adorava, em mim.
- Eu estive pensando em como vai ser na nossa casa.
- Eu também, estou ansioso para nos mudarmos. Vai ser divertido.
- É, acho que vai - eu abri um sorriso, imaginando.
- Você está preocupada com alguma coisa? Os papéis que liberam o imóvel chegam amanhã.
- Não, não é isso.
- O que é, então, minha linda? - ele me recostou de maneira que pudéssemos nos olhar nos olhos.
- Haz... - ele viu que eu tinha dificuldade no assunto e me deu um selinho encorajador.
- Pode confiar em mim. - soltei um suspiro.
- E se ela te perdoar? Ou, quem sabe, se minha mãe me chamar de novo? Se encontrarmos outras pessoas... - Harry ficou tenso, senti seus músculos se contraírem.
- Não precisamos ter esses medos.
- São hipóteses consideráveis.
- Não há hipótese alguma de eu voltar com minha... Com ela. Não acho que sua mãe vá dar o braço a torcer com você, ao menos pelo que você diz... E vamos resolver tudo no colégio, para você terminar os estudos e ficarmos tranquilos. - olhei para ele, que realmente considerava que nós dois ficaríamos juntos para sempre, como havia me dito em uma de nossas primeiras transas, no chuveiro. Eu ainda podia sentir o cheiro dele misturado com o aroma gostoso de água quente caído, era encantador lembrar-me de seus olhos fechando com força enquanto ele me tomava para si, completamente.
- E se encontrarmos outras pessoas? O que faremos com nossa casa? - ele estava fugindo e se sentiu, visivelmente, mal em pensar nisso. Sentou-se na cama e eu também.
- Lenah. Eu sei que você tinha o Poynter e acabou não procurando ele, que, por sinal, deve estar fodido da cara em ter sido traído, enquanto sua namorada aparecia transando com um cara qualquer no Youtube. - eu me senti incomodada e me remexi. - Mas não tenho nenhum receio de perder você para ele. - Judd segurou meu rosto e minha mão. - Eu nunca senti o que estou sentindo agora. Não é uma questão de paixão, mas de completude. - ele me deu um selinho. - Você me completa, Lenah.
Abracei Harry e suspirei fundo, com o nítido medo de ficar sem ele, de estar no lugar da ex-mulher, como traída, como humilhada e... Sozinha. Agarrei-me a Harry por sentir isso próximo demais.
- Eu tenho medo, Harry, muito medo.
- Eu juro que não vou te deixar sozinha. Nunca, nunca, nunca vou te abandonar. Ainda que sua paixão acabe... Vou estar ao seu lado, como amigo.
Abracei Harry com carinho e ele me fez dormir, acariciando meu cabelo.
Uma semana após a tragédia, eu estava empregada, o que coincidia com meu primeiro dia de aula, depois do vídeo.
Meu primeiro emprego seria em uma lanchonete. Ela não ficava muito perto da cidade, era mais afastada, para atender viajantes. Achei melhor que fosse assim, mesmo porque as pessoas da cidade não falavam em outra coisa, senão eu e Harry trepando loucamente no armário do colégio. Era estúpido pensar que isso estava acontecendo assim. Não digo que minha aproximação com ele foi divina, mas a maneira como aconteceu, ainda estava em minha garganta. Todos os dias, eu lembrava a Harry do ódio que sentia pelo delator e ele tentava me acalmar, é claro; além disso, Tom entrava em contato conosco todas as noites para comentar os progressos de busca.
Até agora, meu amigo nerd tinha conseguido muito pouco. Soube, por um programa de áudio, que a voz na gravação era masculina, além de que, a pessoa, como suspeitei, saiu da sala de Artes. A lista da turma que estudava lá, naquele horário, com a relação de presenças do dia, estava em minhas mãos. Fora isso, não tínhamos mais nada.
Quando chegasse ao colégio, a primeira pessoa que eu procuraria seria Tom, ele era a única coisa lá que me prendia a não abandonar os estudos. Ele e o maldito (fosse quem fosse) que aprontou essa comigo e com Harry.
Imaginei, por aqueles dias, que o motivo do vídeo deveria ser inveja. Ou de mim, ou de Harry, é claro. Ninguém no colégio arriscaria aumentar a vigilância nos corredores, quando viviam se comendo pelos cantos.
Assim que entrei no colégio, senti meu sangue gelar. Os olhos eram acusadores, desprezíveis ou de sátira, a depender do imbecil que me olhava. Eu era uma piada viva e as pessoas gemiam (imitando o que ouviram no vídeo) ao redor, me fazendo sentir vergonha e nojo de estar ali.
O que me deixava menos emputecida, era ter boas matérias naquele dia: literatura, artes e esportes. Não que eu adorasse ler, fosse a senhora artista ou uma atleta exemplar, mas eram minhas matérias favoritas. Mesmo porque, em literatura eu relaxaria e me prepararia para observar, no horário seguinte, a sala de artes, de onde o possível filho da puta filmou a mim e a Harry. Depois dessa tensãozinha básica, eu ficaria agradecida em fazer exercícios físicos, lembrando que eu tinha um personal trainer só meu. Não mencionei o detalhe de eu ter feito ginástica olímpica até os 12 anos, mas, sim, eu fiz. Vai ver era por isso que odiava as cheerleaders do colégio, nenhuma chegava aos meus pés. Infelizmente, não segui a “carreira”, porque acabei fraturando um joelho na época e resolvi parar antes de morrer com um salto triplo mortal carpado, já que sempre fui meio doidinha.
O fato de Harry e eu gostarmos de esportes, e dele estudar isso, fazia uma grande diferença. Nunca faltavam assuntos. Eu me preocupava com ele estar faltando na faculdade, mas Haz disse que só voltaria quando estivesse tudo certo em nossa nova casa, que, por sinal, seria inaugurada no dia seguinte. Eu estava aflita com tantas novidades: voltar ao colégio, emprego novo, minha casa... Eram coisas de mais.
Assim que entrei na classe, milhões de olhos se voltaram a mim. Tom não havia chego cedo e eu não queria me arriscar em esperar ele antes da aula, mesmo porque tínhamos horários diferentes na segunda-feira.
- Senhorita Muller, sente-se. - o professor Jimmy era um amor e eu agradecia a ele, mentalmente, por ser tão acolhedor comigo quando cheguei, era o primeiro que sorria ao me ver. Apontou minha carteira, bem em frente a dele, o que eu não sabia se seria bom ou não, tendo em vista que, para não ser vista, o ideal seria o fundão.
Sentei-me e agradeci com um sorriso meio murcho. Ouvi conversinhas e uma delas foi alta o suficiente para me deixar roxa como uma beterraba.
- Muller não quer só o inspetor, quer o professor também.
- Imagine se o diretor não fosse casado.
- Nem homem casado ela respeita.
O professor olhou para trás, ele escrevia no quadro. Seus olhos fumegaram e seu rosto se contraiu.
- Não vou tolerar nenhum tipo de ofensas em minha aula. Quem estiver, realmente, incomodado... - ele andou até a porta. -... Para a direção agora mesmo.
Ninguém se moveu em sua aula. Ele falou como o lord que era e, quando acabou a aula, pediu que eu esperasse. Não achei que seria elegante sair, mas fiquei muito constrangida em ficar sozinha em uma sala com Jimmy, afinal, milhares de boatos correriam e eu estimava meu professor de literatura, não queria que ele ficasse com uma baixa moral, como a minha.
- Professor, eu não acho que seja conveniente eu... - ele não me deixou continuar.
- Lenah. Quero que você saiba que sou amigo de Harry e tenho muito apreço por ele. Sei bem do que acontecia em seu casamento e, embora não aprove uma traição, também sei o que devem estar passando para pagar pelo erro.
- Desculpe, professor. - eu estava envergonhada. Pela primeira vez, eu estava visivelmente envergonhada. Será que até meu professor havia visto o vídeo? Eu estava morrendo de medo de olhar para ele e perceber que o cara conhecia minha intimidade tão bem quanto todo o colégio e mais meio mundo, por causa de um vídeo imbecil. Era terrível.
- Não precisa se desculpar comigo. Só penso que você e Harry estão com a cabeça quente, então, uma pessoa de fora pode opinar com outra visão. - eu esperei pelo sermão, quieta. - Lenah, não vou te julgar, nem a Harry, só quero que reflita todos os passos que der de agora em diante. Pese em uma balança seus defeitos e suas virtudes, vai precisar disso para crescer como mulher. - ele sorriu. - Está liberada.
Fui para a sala de Artes com os olhos vertendo lágrimas. Acho que queria chorar desde o começo, mas precisou um professor, com voz de pai, para me fazer refletir e me arrepender de estar viva. Que ótimo!
Entrei na sala e mal prestei atenção em tudo o que deveria prestar, porque, no corredor, um par de olhos azuis e selvagens me olhavam com languidez, e uma língua nojenta passeava pela boca de um tal de Daniel Jones ao me ver passar por ali. Ele assoviou e seguiu me olhando, sem disfarçar que reparava em todo o meu corpo. Senti-me nua em ser olhada daquele jeito, por aqueles olhos famintos e vorazes. Danny sorriu, com expressão de prazer, e continuou me olhando até que eu entrasse na sala. Ele estava ao lado de dois de seus amigos idiotas e não disse uma palavra sequer.
Eu estava perdida. Seria assim até quando?
Contei as horas para a aula de Artes acabar. Não via o momento de sair correndo e me refugiar em Tom, já que Harry não estaria lá - mesmo assim, eu ligaria para ele. Era dia de sua grande entrevista, se passasse por aquela etapa, teria um excelente emprego em uma academia e isso me fazia sentir um fragmento minúsculo de felicidade em meio ao desespero que tinha em estar naquele colégio.
Tom me esperava nos bancos ao lado do bebedor, já havia recebido sua mensagem, marcando o ponto de encontro. Saí em disparada da sala, e, ao virar o corredor, dei de cara com Jones. Ele estava com uma loira alta, de cabelos cacheados, que me olhava com desprezo. Ele, por sua vez, tinha o olhar fixo e intenso de desejo, o que me fazia sentir muito incomodada, mas jamais falaria nada para ele naquela situação. Eu preferia ficar tranquila e passar como se não tivesse notado sua presença. O que era ridículo e desnecessário, pois o imbecil deixou a loira plantada e me seguiu. Eu percebia que estava em meu encalço, e queria correr, mas ele se divertiria com aquilo. Meu pânico era nítido demais.
Parei de repente e olhei para trás, com a visível cara de quem o odiava.
- O que você quer, Jones? – falei, gritando, e movimentando os braços com raiva. Muitas pessoas nos olhavam de longe e outras disfarçavam, passando ao lado e tentando ouvir algo.
- Eu? - ele arqueou a sobrancelha. - Eu quero você, Muller. - meu coração parou e eu tive um sobressalto involuntário em meu estômago. Era muita cara de pau falar assim comigo, e eu sabia que só aquele idiota faria algo assim. Eu o odiava.
- Está fazendo de mim uma piada. Ótimo. - virei as costas e teria saído de perto dele, se sua mão, forte, não tivesse me segurado e sua boca não tivesse encostado ao pé de meu ouvido, em um sussurro.
- Você ainda vai ser minha, Lenah. - empurrei o cretino e dei um tapa em seu rosto. O que fez Jones levar a mão ao rosto, olhar para mim com desprezo e gargalhar. - Acha que tem alguma moral agora, sua vadia? Você é fácil, Muller, por que não se rende? - ele era um cretino estúpido e eu teria saído de lá, se minha vontade de humilhá-lo não se sobre posse. Cheguei bem perto dele, roçando nossos rostos, com a feição de fúria em minha face, e nossos olhos se encararam.
- Eu sou uma vadia, Jones. Mas NUNCA serei a sua vadia. - o empurrei e saí de lá. Jones me olhava com ódio, soltou um grito e saiu xingando todo mundo que estava por perto, enquanto chutava o que via pela frente.
Capítulo 5
Encontrei Tom. Eu e ele falaríamos sobre a lista de alunos e as possibilidades. As meninas foram descartadas, pois a voz, segundo Tom, era de um homem, na gravação. Eu já havia dado uma boa olhada nas pessoas presentes na aula e não conseguia chegar a suspeitos formais. Nem eu, nem Harry tínhamos problemas com eles ou qualquer tipo de conflito. Nem eles pareciam ter astúcia e estupidez para filmar a gente no quartinho, para falar a verdade.
- Não sei, Tom, eu acho que estamos andando pelo caminho errado.
- Não, Lenah, acho que estamos bem perto.
- Por quê?
- Estive pensando, pode ser que a pessoa que filmou tenha saído da aula antes da chamada. Isso quer dizer que ela não está em nossa lista.
- Então precisamos da lista oficial de alunos desse horário, você pode conseguir?
- Vai levar alguns dias, não tenho mais o mesmo acesso livre que tive com esse aqui, porque se trata de um arquivo chave de turma, o que fica no computador central e entrar lá não é tão fácil.
- Eu espero, Tom, espero o tempo que for preciso.
Quando as aulas chegaram ao fim, fui correndo para casa, para os braços de Harry, mas ele não havia chego da entrevista, então, me arrumei e fui para o trabalho. Era muito estranho o que eu sentia, uma mistura de vergonha e ao mesmo tempo uma felicidade por estar com Harry, e tão bem como vivíamos. Resolvi me concentrar no trabalho novo.
Em geral, eu era boa no que fazia e acabei sendo bem prestativa na lanchonete. Era bom passar o tempo lá, conversar com gente diferente, que ia e vinha na estrada. Senti-me bem e fui embora com menos pensamentos ruins do que quando cheguei.
Harry me esperava com um banho para dois. Ele foi muito cuidadoso comigo naquela noite, já havia sido alertado por seu amigo Jimmy, meu professor, de que as coisas não tinham sido fáceis no colégio.
- Foi muito difícil? - depois de contar do trabalho, enquanto estava em seus braços, na banheira, começamos a parte desagradável da conversa.
- Horrível, você não tem ideia o quanto.
- Sinto muito não estar com você, Leninha.
- Você estava em meu pensamento, meu bem, isso me acalmou. - eu me aconcheguei nele.
- Sei que aqueles pirralhos não são fáceis.
- Não, não são. - lembrei de Jones e acho que Harry sentiu minha tensão.
- Alguma coisa em especial? - ele perguntou, estava sempre alerta.
- Jones me irritou. - Harry se revirou todo e me fez olhar para ele, soltando o abraço.
- O que aquele imbecil fez? - ele estava visivelmente irritado, só de ouvir o nome.
- Calma, amor - eu beijei seu rosto e ele tentou relaxar, estava todo molhado, o que o deixava com os olhos em destaque. Eu simplesmente amava aquilo. - Eu dei um jeito nele.
- Lenah, não quero que esse filho da mãe te faça mal. Se aconteceu alguma coisa, não esconda. Eu vou lá e arrebento a cara dele. Agora, não tenho mais que me preocupar com o colégio.
- Não. - eu beijei ele. - Não quero ele estragando nossa relação, não vale a pena.
Judd e eu nos deitamos e ele me fez dormir, como de costume, enquanto assistia a um filme qualquer na televisão. Naquela noite, me dei conta de que eu estava completamente apaixonada pelo ex-inspetor do colégio.
No dia seguinte, minha têmpora estava latejando e eu sabia o motivo: aula de matemática. Minhas mãos tremiam antes mesmo de abrir a porta para entrar na sala. Eu seria a primeira a me sentar e esperar todos chegarem, não queria me atrasar ou entrar junto de alguém.
O professor estava lá quando entrei. Ignorou-me completamente - o que agradeci mentalmente -, depois os demais alunos foram entrando e reparando em mim, como se eu fosse um macaco no zoológico.
Não demorou muito, entrou quem eu temia e minha barriga embrulhou. Jones se sentou ao meu lado. Sim, eu queria matar ele por isso, mas, ao invés disso, saí da carteira e fui procurar outra. Aonde eu tentava sentar, ouvia alguém dizer que estava ocupado e jogar a bolsa em cima. Jones se divertia, rindo sem pestanejar e sem fingir que era de outra coisa.
Eu queria chorar, pensava em sair da sala. Na verdade, eu estava prestes a abrir a porta, quando o professor falou comigo, sem sequer se voltar e me olhar.
- Muller, se sair por esta porta, estará reprovada. Você faltou uma semana, perdeu quatro aulas e não tenho mais como reclamar com sua mãe, então, farei do meu jeito.
Eu olhei para aquele maldito com os olhos em fúria. Voltei e sentei na carteira ao lado de Jones, ele piscou para mim enquanto eu me aproximava da carteira e tive vontade de matá-lo por estar se aproveitando da situação.
Joguei minhas coisas na mesa e apontei para o rosto dele, sem me preocupar com quem ouvia ou com o tom de voz que eu usava.
- Se você encostar em mim, seu lixo escroto, vou bater em você até que vire uma massa de bosta mole e homogênea. - ele riu sem parar e os outros pensavam em rir, quando olhei para trás, encarando suas caras e encarando todos com ódio. Ninguém se moveu.
- Vai precisar de muito mais do que esse corpinho gostoso para fazer isso, Leninha. - aquele asqueroso não me conhecia mesmo.
- Sim, talvez eu precise de uma marreta ou, quem sabe... - eu hesitei de propósito, me arrumando na carteira. Ele me olhou, esperando o que viria. Disse em um tom que apenas ele ouvisse, bem ao lado de seu ouvido. - Quem sabe o Judd não possa te dar outra surra.
Consegui tocar na ferida, com certeza. Ele me olhou com rapidez e muita força, como se me fuzilasse.
- Pois ele que tente. Estou esperando ansioso. - ele parecia muito amedrontador e eu senti um frio na espinha, era medo. - Pode correr e chamar seu príncipe encantado, eu vou adorar encher o rostinho angelical dele com lesões e fraturas expostas. - o que Jones dizia, para mim, era piada. Eu ia retrucar, quando o professor bateu com a régua na mesa, me assustando e dizendo que se a discussão não parasse naquele momento, nós iríamos para a direção.
Saí da aula como um foguete, Não podia ser possível uma coisa daquelas estar acontecendo comigo. Fui ao banheiro e lavei meu rosto com muita água corrente. Precisava de ar e não vinha. Era muita pressão.
Esperei as aulas passarem, com muita pressa de sair dali e ir para a casa, almoçar com Harry , seguindo para meu emprego. Eu seria resgatada em pouco tempo, pois estaria em minha casa nova, com meu querido Judd e meu emprego legal. Isso servia como mantra para mim. Ficava mentalizando o tempo todo: casa nova, emprego legal e Judd.
Mas... Quando eu saía do colégio, as coisas pioraram.
Doug Poynter estava em frente ao portão, me esperando. Minha garganta ficou presa em um grande nó. Olhei para Doug e lembrei que éramos namorados há uma semana, algo que eu lutava para não lembrar, pois doía demais pensar nele, sofrendo por mim.
- Lenah. – sua voz era fraca.
- Poynter. – eu sentia vergonha.
- Pensei que não nos veríamos mais. - eu fiquei muda. - Mas é bom te rever. - eu estava com receio de que ele me matasse em frente a todos com aquela fala.
- Poynter, eu...
- Não fale. - ele se aproximou e tocou meu lábio, me calando. Afastei-me o suficiente para que não me tocasse, com medo de minha própria reação. - Você nunca me deixou te tocar, Lenah. - ele pareceu engolir um choro.
- Sinto muito. Mesmo.
- Não, não sente. Mesmo assim, preciso te lembrar que sou apaixonado por você. - meu coração quebrou naquela hora. Poynter era um amor comigo e me fazia muito feliz. Era complicado demais pensar naquilo, eu havia isolado a lembrança de Poynter, mais por conveniência do que por qualquer coisa. Ele significava muito para mim, mas não chegava aos pés do que Harry tinha se tornado em minha vida. Doug não merecia sofrer, e me afastar dele significava bloquear esses pensamentos, mas agora ele estava ali, se declarando para mim, mesmo depois de ser traído. - Sabe o que mais me doeu, Lenah? Não foi você estar com outro cara em frente a todos, nem mesmo ser humilhada em massa ou ter me isolado de seu corpo, enquanto saía com quem sabe quantos outros caras. - aquilo cortou meu coração em minúsculas fatias. - Foi você não confiar em mim e nos meus sentimentos a ponto de não me procurar, não pedir desculpas, não dar o mínimo valor ao que eu sentia.
- Me desculpe. - eu estava arrasada para ir embora, as coisas podiam piorar? Não aguentava mais ser massacrada a todo o momento.
- Não tenho porque te desculpar, mas também não vou guardar mágoas. Eu te adoro tanto que me coloco a disposição para ser seu amigo. Soube que está no hotel. Se não tiver onde ficar, meu tio aluga casas e posso conseguir uma para você. Não quero te ver mal. - comecei a chorar copiosamente. Era um tapa muito bem dado em mim. Era a única coisa que eu evitava desde o primeiro momento: pensar em Poynter. Simplesmente porque ele era assim, desse jeito generoso, que se entregava por inteiro, sem esperar NADA em troca. - Não quero te ver chorar. Vou embora.
Deixei que ele fosse. Eu não podia fazer nada e ainda precisava me recuperar para o trabalho.
Meu dia foi menos rentável, mas me aliviei um pouco da pressão da escola. Fui para o hotel, ansiosa para chegar e ver Judd, me agarrar a ele.
Lá estava meu querido, me esperando chegar.
- Você não parece bem, meu amor. - ele me beijou longamente e me abraçou. - Estou aqui agora. - não queria chorar, não com Judd.
- Vamos pegar nossas coisa e ir para casa? - eu tentei animar a mim mesma.
- Eu já fiz isso. - o sorriso dele me iluminava. - Está tudo lá, fechei a conta do hotel.
- Você não existe. - eu sorri e ele me segurou firme.
- Preciso te contar uma coisa. - fiquei com receio do que ouviria, já havia muita notícia ruim, mas o rosto de Harry estava iluminado.
- E eu quero ouvir, meu amor.
- Vou contar em nossa casa nova. Vamos? - ele me levou até a moto. Meu coração estava cansado e um pouco abatido demais para conseguir entender que aquele era um momento feliz.
Entramos na casa e eu senti novos ares. Meu corpo estava melhor, minha energia também e o que olhei me fez derramar lágrimas e soltar um gritinho agudo, levando as mãos a boca.
- Haz... - eu não conseguia falar, olhava a mesa decorada com velas e sentia o aroma de um delicioso cardápio de comida italiana, minha favorita. Fiquei sem saber o que dizer.
- É para comemorarmos essa nova fase. Quis fazer uma surpresa para você, sei que está intranquila com os estudos. - ele me abraçou e passou a mão em meus cabelos. - Eu estou aqui, não vou te deixar, quero você. - ficamos ali, parados, eu chorava e ele me acariciava em silêncio, até que quebrou o clima e limpou meu rosto, enchendo ele de beijos alucinados, em tom de brincadeira. - Vamos comer, ainda quero te contar algo.
Não hesitei, comemos e conversamos sobre a casa, fazendo planos, e eu ri muito com o jeito de Harry, que fazia de tudo para me ver feliz e me animar.
- Haz, eu estou muito feliz. - segurei a mão dele e ele me olhou fraternalmente.
- Lenah. - me postei a ouvidos - Consegui o trabalho. - ele ficou muito feliz, se levantou e eu também, foi muito rápido, uma explosão de alegria e eu corri para pular em seus braços. Estávamos gritando felizes. Ele me beijou enlouquecido e eu queria repartir um pouco da felicidade que ele demonstrava, embora não soubesse como. Apertava ele mais e mais.
- Eu sabia que você conseguiria, meu herói! - apertei ele em um abraço no pescoço, quase quebrando o coitado.
- Você é minha motivação, minha linda. Só você. - ele beijou entre a fresta aberta de minha blusa, passando as mãos em meu corpo e me fazendo esquentar na mesma hora. Agarrei o cabelo dele e o seduzi com os lábios, me mostrando languida e pervertida. Minhas mãos se soltaram do corpo dele, e, já com os pés no chão, coloquei uma delas em seu membro. - Nossa primeira noite em nossa casa. - ele falava, me beijando no pescoço desesperadamente, me fazendo tremer cada vez mais e soltar gemidos de tesão.
- Quero que seja perfeito. - eu soltei, com a voz em um grunhido de excitação.
- Com você, sempre é.
Ele me pegou no colo e me levou para a cama. Eu sentei e ele ligou o rádio baixinho. Haz já tinha planejado tudo.
A música era sedutora e me fazia querer arrancar a roupa dele, mas, ao invés disso, foi ele quem se despiu, devagar, em um strip tease. Fiquei boquiaberta, vendo as mãos dele passearem pelo corpo e bati palmas para sua performance. Ele ria e, quando tirou as calças, pude ver que havia algo pendurado em sua boxer.
- O que é isso? - eu olhei com cara de riso e me estiquei para pegar.
- Isso o quê? - ele se fez de bobo, olhando para baixo, em todas as direções.
- Haz, vem cá! - ele correu e eu o peguei, tirando o embrulhinho do lado da boxer. Quando percebi o que era quase morri de espanto.
- Leninha... - ele me segurou pelos ombros, sorrindo. - Eu quero que você seja minha namorada. - meus olhos se encheram de lágrimas e eu ria sem parar. Abracei-o e meu choro de felicidade saía com soluços.
- Harry, eu te amo. - eu beijava todo ele, freneticamente, sem um intervalo sequer e puxava seu corpo para o meu. - Eu te amo demais.
Ele sentiu meu desespero, me pegou no colo, me deitou na cama e abriu a caixinha, tirando a aliança e a colocando em meu dedo. Beijando minha mão. Seus olhos tinham lágrimas também.
- Eu te amo, Lenah, quero ficar com você para sempre. Preciso de você. Quero você.
- Eu sou sua.
- E eu sou seu.
Harry sabia como fazer. Sabia como ninguém o que fazer. Beijou-me muito, me beijou profundamente, beijou minha alma e eu me entreguei como jamais havia feito, me doando e recebendo dele. Harry estava feliz e me amava. Era isso o que queríamos e o que teríamos, para sempre.
Capítulo 6
Um mês de tortura se passou, no colégio. Um mês de felicidade, no trabalho. Um mês de amor, em casa. Tudo o que eu sentia de ruim com Jones e CIA, sentia de bom com meu Harry.
Harry não sabia das investidas de Jones, eu comentava tudo com meu namorado, mas não entrava nos detalhes que me levavam a quase esmurrar o panaca do Jones em todas as aulas de matemática. Harry estava a ponto de ir à escola bater em Daniel, mas eu o impedia sempre e mostrava como era capaz de me defender sozinha.
- Além disso, tem o Tom lá e ele me dá uma força.
- O Tom é um babão, não se mexe pra nada.
- Não fale assim. - Harry estava com raiva do Jones, isso refletia em tudo ao redor.
- Vou lá acabar com aquele cara, Lenah. - se Harry soubesse o que Jones falava dele, haveria uma morte, na certa. Os desafios do imbecil continuavam, sempre querendo arranjar confusão com meu namorado; minha sorte era que eles não se viam.
- Amor, deixa esse cara pra lá. - eu o abracei, tentando acalmá-lo.
- Sorte que você só tem mais dois meses de aula nessa merda de colégio, assim você vem comigo pra faculdade no ano que vem. - ele sorriu, mais calmo.
- Mal posso esperar, meu veterano! - nossa relação era assim, regada de felicidade e leves discussões que envolviam minha mãe, a ex dele, meu ex, Jones ou a escola. Se não fossem esses detalhes, nossa afinidade transmitiria pleno amor e necessidade 24 horas por dia; éramos um do outro.
Algo que sempre procurava saber, e Harry queria que eu esquecesse, era o autor do maldito vídeo. Tom e eu já tínhamos pesquisado todas as pessoas da lista, mas de alguma forma todas estavam na sala. Precisávamos do vídeo da câmera de segurança do corredor, mas seria difícil pra Tom conseguir; na verdade, seria quase impossível encontrar o arquivo, mas ele estava tentando.
O baile de primavera estava chegando e Harry iria comigo, é claro, e eu mal podia esperar para ver a cara de todos os alunos idiotas quando nos vissem juntos. Me dava um gostinho de ter ele pra mim, pois, de alguma maneira, todos veriam nossa felicidade e perceberiam que estávamos por cima da carniça podre que eles significavam.
Nunca mais vi Poynter, ele não me procurou de novo e eu agradeci mentalmente a ele por ter feito essa gentileza, embora pensasse nele com pena. Quanto ao Harry, morria de ciúmes de mim e de qualquer cara que se aproximasse. Era encanado pra caramba, além de um tanto quanto possessivo. Não que ele fosse sufocante, afinal, eu amava cada demonstração de carinho dele e me esforçava para dar conta daquele homem todo.
Acordar e dormir com ele, vê-lo escovar os dentes, acariciar seu corpo durante o banho, comer sua comida, cozinhar para ele, revezar as tarefas domésticas, fazer compras. Eu era feliz demais com meu homem, meu amor, meu Judd.
Estava tudo indo muito bem. Acordei disposta para uma segunda-feira e fui toda feliz preparar meu café e o do Haz. O emprego dele estava deixando seu corpo ainda mais perfeito, se isso era possível, não dava para resistir ficar acordada um tempão olhando ele dormir como um anjinho. Principalmente porque estava do meu lado, completamente esparramado, com um dos braços sob meu corpo, o rosto afundado no travesseiro, com a bochecha corada arredondada de sono, completamente nu e vulnerável.
Eu me emocionava nesses momentos, pois era como se tivéssemos nascido um para o outro e vivêssemos em um conto de fadas. Com ele, eu simplesmente não me sentia vazia, triste ou com qualquer preocupação. Relaxava e sentia os bons fluídos que ele exalava.
Fiz o café pensando na imagem dele dormindo e comecei a chorar, sentindo a felicidade em minha vida. Se tudo tivesse surgido certinho, de um namoro e de um juramento, não seria tão maravilhoso quanto à volta por cima que demos naquela situação desagradável.
As pessoas ainda nos julgavam e, para todas as línguas, eu não passava de uma vadia. Mas isso não interessava nem a mim, nem a Harry. Eu estava namorando com o melhor homem do mundo, usando uma aliança perfeita e sentindo cada uma das vibrações por estar me adaptando à vida que sempre sonhei.
Abri a porta da cozinha e senti o cheirinho de café fresco, que resplandecia o ambiente familiar. Eu estava com a habitual camisola cor de vinho, a favorita de Harry. Nossa noite havia sido completa, como tantas outras, e nada, nem mesmo uma segunda-feira me deixaria infeliz.
Na parte dos fundos de nossa casa, nosso lar, havia algumas árvores frutíferas e um jardim. Eu não me dava bem com plantas, mas Harry havia me surpreendido, mais uma vez. Na verdade, eu não me cansava de ser surpreendida por ele. Uma tarde Haz me ensinou a adubar e cuidar das plantas, tirando as ervas daninhas e limpando as folhas das que necessitavam de ajuda. Era encantador ver aquele homem, gigante perto de mim, com um chapéu de palha, luvas azuis e um short Jeans, completamente farroupilhado, mexendo nas plantas com um cuidado surpreendente. Incrível como até nesses momentos eu me sentia seduzida por ele.
Com um macacão jeans e uma blusinha listrada, eu observava com atenção, sendo uma fiel aluna e sorrindo à toa. Harry me deixava em um estado de espírito surpreendente. Não dava pra acreditar. De repente, me senti tentada a ser tocada como aquelas plantas, com a delicadeza masculina, que por mais gentil que fosse, continuava bruta e irresistível.
Nós fizemos amor no jardim, depois de uma disputa com guerra de mangueira, completamente encharcados e apavoradamente excitados. Eu o amava e não tinha o menor receio de dizer isso, assim como ele não tinha de escutar e retribuir.
Harry acordou, com o rostinho todo amassado, e me viu de braços abertos, em frente à porta da cozinha, para o lado de fora, buscando as energias positivas de nosso lar e das plantas que cultivávamos juntos, em meio ao amor.
- Esse aroma está delicioso. - ele me pegou desprevenida, segurando em minha cintura e afundando o rostinho de anjo em meus cabelos. - Mas esse perfume está ainda melhor.
- Bom dia, meu príncipe. - virei-me e envolvi os braços em seu pescoço, lhe dando um beijo longo.
- Bom dia, querida. - ele soltou o ar com pesar, aliviando a leve tensão. - Logo é hora de trabalhar e te deixar longe de mim, por incontáveis horas. - eu sorri e nós ficamos nos encarando, observando os traços um do outro. Ele, com aquele ar de menino que acaba de acordar e quer um carinho da mamãe, usava apenas uma boxer preta. Suas mãos deslizavam pela lateral de meu corpo, apreciando cada detalhe, e seus dedos tocavam levemente os meus seios assim que as mãos se aproximavam daquela região.
- Você estava chorando? - ele olhou para mim como se saísse de um transe de pensamentos. Eu respondi que não, despreocupada, e ele sorriu de lado. - Tem um vestígio bem aqui, mocinha. - Harry levou uma das mãos ao meu rosto e enxugou uma lágrima. Fiquei absorta no paraíso que eram seus olhos e minha expressão se fechou, sendo suficientemente séria e realista para afirmar:
- Eu te amo.
Senti o corpo de Harry tremer e se eriçar, como em um súbito golpe de choque. Suas mãos seguraram meu corpo com força, em um abraço, o que me surpreendeu. Não me deu um beijo saboroso e encantador, como geralmente faria. Ao invés disso, suspirou em minha nuca e me apertou forte, fechando os olhos com força, como se temesse me perder repentinamente. Suas mãos me prendiam, uma em minhas costas e a outra como garras em meus cabelos.
- Eu nunca me senti tão feliz assim, Lenah. Tenho medo que a qualquer momento tudo isso acabe e eu acorde, sem saber o que fazer ao me perceber em um sonho. É inevitável me sentir assim e, mesmo que eu lute contra esse sentimento, tenho medo. É inexplicável, é uma tolice, mas está em mim.
Minhas mãos, que envolviam Judd com toda a força, retribuindo seu calor, se acalmaram e dividiram os corpos, a fim de tocar seu rosto e lhe dar um beijo, selando, como em um pacto, as minhas palavras.
- Eu nunca vou te deixar. Nunca vou deixar de te amar. Jamais estarei longe de você ou farei qualquer coisa que possa te magoar. Porque eu te amo, Harry. - fechei os olhos e nós recostamos nossas cabeças, tentando acalmar as respirações.
Saí de casa depois do melhor café da manhã da minha vida e fui tranquila para o colégio. Era um ambiente tão desagradável que eu evitava sair cedo de casa, ou não disparar pra fora de lá na saída, mas naquele dia nem me importei em pensar no lugar para o qual eu iria. Só pensava em minha vida feliz e repleta de amor com Harry Judd.
Entrei no colégio e vi uma multidão me encarando. Era tão habitual que me tratassem desse jeito que não notei diferença. Simplesmente me deixei levar pelos passos e entrei na aula de Literatura, após pegar os materiais no armário.
O professor Jimmy me olhou com um pesar que não pude deixar de notar. Ele era o único do corpo docente a ainda me tratar sem indiferença ou qualquer rancor. Senti que seus olhos não significavam repreensão, mas pena. Ao invés de me cumprimentar, como sempre, ele se aproximou e segurou meu braço, olhando para mim fixamente e usando um tom delicado:
- Está tudo bem, Muller?
- Sim... professor... eu acho. - usei um tom de interrogação na fala, fazendo-o soltar todo o ar que prendia, liberando a preocupação.
- Precisamos conversar. - meu coração estava acelerado, e eu não sabia o que fazer, o que pensar diante daquilo. Era uma preocupação que eu não esperava e que me deixou muito pesada, tensa, com dor de cabeça e uma impaciência sem fim.
- Professor, pelo amor da deusa, o que está acontecendo aqui? Por que essa cara de catástrofe? - ele me pediu para acompanhá-lo e nós saímos da sala, entrando no escritório da inspetoria, que estava vazio.
- Lenah, tem algo que você precisa saber e... bem, não acho que você tenha muitos amigos no colégio, então vai precisar saber por mim.
- Desembucha, professor, eu estou em pânico já!
- Calma. - como eu ficaria calma com aquela enrolação? - Você precisa ficar calma.
- Mas como, meu santo, se é o senhor quem está me deixando nervosa e revoltada!
- É que não sei como dizer, Lenah, estou muito preocupado com a reação que você pode ter. - Levantei e segurei os ombros do meu professor, encarando-o.
- Fala. - ele se esquivou, foi até a mesinha e pegou um dos jornais.
- Douglas Poynter está morto. - meu coração teve um sobressalto e eu me senti fraca.
- O quê? - uma voz igualmente fraca saiu dos meus lábios.
- Seu ex-namorado se suicidou na tarde de ontem e deixou uma carta - ele me estendeu o jornal que datava daquela manhã -, essa carta. - eu segurei o jornal e me sentei, quase caindo na cadeira mais próxima. Meu professor segurou meu ombro e minhas mãos trêmulas seguraram o jornal que tinha a foto de uma carta escrita a mão. Ao lado, havia o conteúdo da carta, exposto sem piedade como destaque da página.
Capítulo 7
Carta para um amor.
Hoje foi meu último dia na terra e, como em todos os outros dias, desde que a conheci, pensei nela.
Nada do que possa ter acontecido me distanciou mais desse mundo do que sua falta, seu desprezo, seu silêncio. Eu poderia suportar a qualquer golpe, ainda que fosse um grande e maldoso golpe como o de vê-la nos braços de outro homem. Mas eu, definitivamente, não poderia suportar sua falta.
Sou um excelente aluno. Sou um excelente homem. Sou uma excelente pessoa. Sou um excelente filho. Por que, Deus, eu não poderia, simplesmente ser um bom namorado? Por que eu não poderia, simplesmente, saber lidar com a perda de um amor de juventude?
Nada do que eu faça para ocupar meu tempo substituirá o espaço que reservei em minha vida para ela.
O que eu tenho de tão insignificante? Será meu porte físico, meus olhos, meu cabelo? O que fez com que nem meus olhos ela quisesse voltar a ver? Não entendo como Lenah pode ser tão fria comigo, com meus sentimentos.
Lenah Muller não tem sentimentos, nem sensibilidade e, mesmo assim, eu a amo muito. E vou amá-la para sempre.
Nada do que possa ter acontecido me distanciou mais desse mundo do que sua falta, seu desprezo, seu silêncio. Eu poderia suportar a qualquer golpe, ainda que fosse um grande e maldoso golpe como o de vê-la nos braços de outro homem. Mas eu, definitivamente, não poderia suportar sua falta.
Sou um excelente aluno. Sou um excelente homem. Sou uma excelente pessoa. Sou um excelente filho. Por que, Deus, eu não poderia, simplesmente ser um bom namorado? Por que eu não poderia, simplesmente, saber lidar com a perda de um amor de juventude?
Nada do que eu faça para ocupar meu tempo substituirá o espaço que reservei em minha vida para ela.
O que eu tenho de tão insignificante? Será meu porte físico, meus olhos, meu cabelo? O que fez com que nem meus olhos ela quisesse voltar a ver? Não entendo como Lenah pode ser tão fria comigo, com meus sentimentos.
Lenah Muller não tem sentimentos, nem sensibilidade e, mesmo assim, eu a amo muito. E vou amá-la para sempre.
Douglas Poynter, 18, faleceu na tarde de ontem, 16, após ser socorrido pela equipe paramédica da cidade, devido a uma overdose de calmantes.
Eu não sei como cheguei ao fim da página, mas sabia que meu rosto estava pálido e completamente encharcado de lágrimas. Era como receber milhares de facadas, uma mais dolorosa do que a outra, no meio do peito, com os braços abertos, desprotegida e sozinha. Eu precisava de um abraço, eu precisava de Haz. Não sei o que aconteceu depois que tudo ficou negro em minha volta e senti a cabeça bater com força em uma superfície sólida.
Acordei na enfermaria do colégio. Tom segurava minha mão e tinha o rosto aflito.
- Leninha? - ele me chamava com ansiedade, vendo que meu corpo se movia e meus olhos se abriam devagar. Tudo estava embaçado, mas logo fui conseguindo focar Tom.
- Harry. - eu chamei por ele intuitivamente e senti Tom deixar minha mão cair, sem que tivesse cuidado em perceber que eu não tinha forças em suportar seu peso sozinha.
- Sou eu Thomas. Você desmaiou.
De repente uma onda de palavras me invadiu e minha garganta começou a doer, com muita aflição. Segurei meu pescoço com as duas mãos.
- Água. - não era uma voz firme. Minha pressão havia baixado, eu queria meu namorado, um abraço, mais nada. Alguém segurou minha cabeça e colocou um copo de plástico que continha soro em minha boca, dei um gole e tentei me sentar melhor acomodada. A enfermeira perguntou se eu me sentia melhor, disse que sim e olhei Thomas.
- Eu fui a culpada Tom. - desabei em um choro sem fim, tremendo, soluçando e mal me equilibrando. A enfermeira tentava me acalmar e pediu para que Tom saísse, eu pedi que não o deixasse ir e ele se colocou ao meu lado, me abraçando e beijando o alto de minha cabeça. Seus braços eram fortes, mas eram vazios, diferentes dos de Harry que me protegiam. Ainda assim, me agarrei a ele e deixei que o consolo amigo viesse.
- Leninha? - ele me chamava com ansiedade, vendo que meu corpo se movia e meus olhos se abriam devagar. Tudo estava embaçado, mas logo fui conseguindo focar Tom.
- Harry. - eu chamei por ele intuitivamente e senti Tom deixar minha mão cair, sem que tivesse cuidado em perceber que eu não tinha forças em suportar seu peso sozinha.
- Sou eu Thomas. Você desmaiou.
De repente uma onda de palavras me invadiu e minha garganta começou a doer, com muita aflição. Segurei meu pescoço com as duas mãos.
- Água. - não era uma voz firme. Minha pressão havia baixado, eu queria meu namorado, um abraço, mais nada. Alguém segurou minha cabeça e colocou um copo de plástico que continha soro em minha boca, dei um gole e tentei me sentar melhor acomodada. A enfermeira perguntou se eu me sentia melhor, disse que sim e olhei Thomas.
- Eu fui a culpada Tom. - desabei em um choro sem fim, tremendo, soluçando e mal me equilibrando. A enfermeira tentava me acalmar e pediu para que Tom saísse, eu pedi que não o deixasse ir e ele se colocou ao meu lado, me abraçando e beijando o alto de minha cabeça. Seus braços eram fortes, mas eram vazios, diferentes dos de Harry que me protegiam. Ainda assim, me agarrei a ele e deixei que o consolo amigo viesse.
Assim que me acalmei o sinal do intervalo bateu e vi muitas pessoas passando curiosas na porta da enfermaria. O professor Jimmy veio até a sala, assim que saiu de sua aula. Estava nervoso em não poder ficar lá comigo.
Tom estava sentado ao meu lado, no sofá da enfermaria e meu professor se abaixou, segurando minha mão e olhando em meus olhos com segurança.
- Lenah. Nada do que você possa estar pensando é verdade, a não ser o fato de que se tratava de uma pessoa com problemas, em tratamento e que não teve a sorte de encontrar sua cura, antes do pior acontecer. Não se atreva a culpar-se por alguma coisa.
Do meu rosto não saia mais nenhuma lágrima, minha expressão era de completo distanciamento desse plano.
- Aonde está o Harry? Eu quero ele aqui. - percebi Tom se movendo um pouco incomodado e logo levantando do sofá.
- Eu achei que seria ruim ligar para ele no trabalho, ele jamais te deixaria aqui assim e você sabe que o local exige muito dele. Eu e Tom estamos aqui com você e, assim que o sinal da última aula soar, eu prometo que vou ligar para que ele saia mais cedo e venha te buscar, está bem?
Eu não conseguia entender nada, nem raciocinar, mas pensei que meu professor era amigo de Harry e meu também. Não tinha porque sentir insegurança em sua decisão, pois seria o melhor para mim.
- Eu não queria matá-lo Jimmy. Eu juro. - olhei para meu amigo Jimmy, mais do que um simples professor. Ele respeitava a mim e a Harry, me entenderia.
- Não repita isso. Você não tem culpa alguma nisso, no fundo também é uma vítima Lenah. Fique tranquila, logo estará em casa. - ele sentou ao meu lado e me apoiou segurando meus ombros, enquanto as lágrimas voltavam a escorrer.
Era doloroso demais imaginar o quão egoísta eu pude ser, esquecendo de Doug enquanto era feliz. Quantas noites ele se sentiu sozinho e ferido? Quantas caixas de calmantes ele tomou e sabe-se lá o que mais, para tentar me esquecer. Tudo isso enquanto eu desfrutava os melhores dias da minha vida com o homem que era... meu amante. Não Harry não significava isso para mim, não mais. Mas para Doug, para Tom, para o próprio Jimmy e para o mundo, era isso o que éramos: um casal que foi filmado em uma das situações mais constrangedoras de todas as que poderiam ter acontecido na história do colégio e da região.
Doug tinha razão, eu não tinha sentimentos. Simplesmente fui embora de casa, sem pensar, absolutamente, em minha mãe. Sem pensar em meu namorado, ou em minha reputação. Eu só queria vingança. De Harry eu queria todo o amor do mundo, mas de qualquer outra pessoa, eu só queria vingança.
Me fechei tanto que acabei perdendo a sensibilidade, fora do ambiente familiar. Eu estava fugindo e a válvula de escape era Harry. O pior era pensar que prejudiquei uma pessoa tão maravilhosa, comoDoug era para mim, apenas por não saber valorizar um amor.
Tom estava sentado ao meu lado, no sofá da enfermaria e meu professor se abaixou, segurando minha mão e olhando em meus olhos com segurança.
- Lenah. Nada do que você possa estar pensando é verdade, a não ser o fato de que se tratava de uma pessoa com problemas, em tratamento e que não teve a sorte de encontrar sua cura, antes do pior acontecer. Não se atreva a culpar-se por alguma coisa.
Do meu rosto não saia mais nenhuma lágrima, minha expressão era de completo distanciamento desse plano.
- Aonde está o Harry? Eu quero ele aqui. - percebi Tom se movendo um pouco incomodado e logo levantando do sofá.
- Eu achei que seria ruim ligar para ele no trabalho, ele jamais te deixaria aqui assim e você sabe que o local exige muito dele. Eu e Tom estamos aqui com você e, assim que o sinal da última aula soar, eu prometo que vou ligar para que ele saia mais cedo e venha te buscar, está bem?
Eu não conseguia entender nada, nem raciocinar, mas pensei que meu professor era amigo de Harry e meu também. Não tinha porque sentir insegurança em sua decisão, pois seria o melhor para mim.
- Eu não queria matá-lo Jimmy. Eu juro. - olhei para meu amigo Jimmy, mais do que um simples professor. Ele respeitava a mim e a Harry, me entenderia.
- Não repita isso. Você não tem culpa alguma nisso, no fundo também é uma vítima Lenah. Fique tranquila, logo estará em casa. - ele sentou ao meu lado e me apoiou segurando meus ombros, enquanto as lágrimas voltavam a escorrer.
Era doloroso demais imaginar o quão egoísta eu pude ser, esquecendo de Doug enquanto era feliz. Quantas noites ele se sentiu sozinho e ferido? Quantas caixas de calmantes ele tomou e sabe-se lá o que mais, para tentar me esquecer. Tudo isso enquanto eu desfrutava os melhores dias da minha vida com o homem que era... meu amante. Não Harry não significava isso para mim, não mais. Mas para Doug, para Tom, para o próprio Jimmy e para o mundo, era isso o que éramos: um casal que foi filmado em uma das situações mais constrangedoras de todas as que poderiam ter acontecido na história do colégio e da região.
Doug tinha razão, eu não tinha sentimentos. Simplesmente fui embora de casa, sem pensar, absolutamente, em minha mãe. Sem pensar em meu namorado, ou em minha reputação. Eu só queria vingança. De Harry eu queria todo o amor do mundo, mas de qualquer outra pessoa, eu só queria vingança.
Me fechei tanto que acabei perdendo a sensibilidade, fora do ambiente familiar. Eu estava fugindo e a válvula de escape era Harry. O pior era pensar que prejudiquei uma pessoa tão maravilhosa, comoDoug era para mim, apenas por não saber valorizar um amor.
Sim, você é responsável por aquilo que cativa. Eu havia cativado uma das almas mais lindas do mundo e ela foi embora. Morreu, sem me perdoar. Era um peso que eu carregaria para toda a vida.Douglas Poynter, o meu Doug, o menino do curso de espanhol, o vegetariano que tomava sorvete comigo, escrevia poesias e cantava músicas bonitas no violão, se declarando em nossos encontros escondidos. O menino loiro de olhos brilhantes que era apaixonado por mim, o menino de sorriso tão lindo que me encheu de carinho desde a primeira vez que nos vimos. O menino que sentia timidez em me tocar e me via como uma doce princesa, encantada e colocada em um pedestal de pureza. Como eu simplesmente apaguei ele de minha vida, como se não existisse e não significasse nada? Como eu pude ser tão cruel?
Eu não poderia ficar ali, mas Jimmy tinha razão, o melhor era esperar Harry ou deixar que um deles, Tom ou Jimmy, me levasse para casa no final das aulas. Eu não podia mudar a rotina das pessoas, precisava aceitar que estava em um momento delicado e agir com cautela para não me assustar com o que eu representaria aos demais. Era injusto prejudicar mais do que eu já havia prejudicado.
Resolvi ir para a Educação Física, mesmo que para me distrair, mas não imaginava que as coisas seriam superiormente piores do que foram.
A aula seria geminada e a turma de Daniel Jones fez o horário com a minha. Meu coração disparou ao vê-lo se aproximar de mim. Eu sabia que no meu estado de espírito, ser zuada ou humilhada por ele, de duas uma, ou me faria chorar até morrer, ou esmurrá-lo até matá-lo.
- Lenah. - ele se aproximou com cautela.
- Por favor, Jones... - eu comecei a chorar, com medo, pânico, da voz dele.
- Calma. - ele tentou tocar meu braço, mas não deixei, me esquivando, então Jones soltou um suspiro de impaciência e me olhou fixamente.
- Não me faça mal Jones, eu te suplico. - minhas mãos cobriram meu rosto e enquanto eu chorava. Daniel se aproximou devagar e acariciou meus cabelos, tirando uma das mãos de meu rosto e levando-a a sua boca, em um beijo que me espantou.
- Não vou te fazer nenhum mal, eu juro. - ele me olhava com intensidade e abriu um sorriso de lado, que eu nunca havia visto. Não havia malícia, nem tom de zombaria.
- O que você quer Jones? - eu perguntei fraca, afastando minha mão e a dele.
- Talvez não aparente, mas eu me preocupo. - ele engoliu o nó na garganta e se mostrou tenso e ansioso em falar algo, que eu não pretendia ouvir.
- Não sinta pena de mim Jones, eu não mereço nem sua pena. - uma lágrima rolou embaçando meus olhos. Jones não se conteve e me abraçou forte. Meus braços que esperavam por um abraço assim há tanto tempo, se renderam e seguraram seu corpo. Danny me envolvia de um jeito que fazia meu corpo se estabilizar com a energia do dele. Ele estava quente e eu muito fria. Sua mão acariciava meu cabelo e seu pescoço parecia querer me envolver, acariciando meu rosto, com uma delicadeza que me deixou sem chão.
Eu parecia flutuar em uma sensação inexplicável. Não era como o abraço de Tom, vazio. Nem como o abraço de Harry, repleto de felicidade e amor. Eram braços que me despertavam e davam força, me faziam sentir elétrica, como ele era. Talvez tenha sido uma maneira de passar um pouco de tanta energia que existia nele para mim e me deixando aflita, querendo mais e mais ficar ali. Eu só percebi que soluçava quando as mãos de Jones seguraram meu rosto e ele olhou para mim, me cortando como um raio.
- Você não está sozinha. Nunca esteve. - senti um nó na garganta e me afastei de Daniel.
- Obrigada.
Sem jeito e emocionado demais para ser um Jones, Daniel virou as costas e se debruçou soltando um grito de fúria. Sua reação me assustou e depois me fez sentir mal por deixá-lo assim. Eu não queria mais machucar ninguém.
De repente Jones voltou a me encarar e segurou meus braços com força, chacoalhando meu corpo.
- O que você tem? O que você tem garota? O quê? - me senti apavorada com aquilo e continuei soluçando de medo.
- Me desculpe Jones, me desculpe. - Danny passou suas mãos, de meus braços para meu rosto, e eu as segurei tentando tirá-las dali. Então ele aproximou nossos rostos, ainda mirando com firmeza.
- Como você pode deixar um homem assim? - eu não sabia o que dizer, apenas olhava para ele e sentia meu coração disparar, como nunca havia sentido antes. Minha garganta querendo explodir algo que estava engasgado. Meu corpo querendo liberar uma energia que eu desconhecia. Não fazia ideia de que reação era aquela que fazia meu corpo arquear e segurar as mãos de Danny com tanta força quanto ele segurava a meu rosto.
Danny me beijou, com força e muita energia. Apenas tocando nossas bocas em uma forte pressão, soltando um gemido de ódio, de luta, como se estivesse batalhando contra si mesmo para não agir daquela maneira.
- Por favor, Jones... - eu comecei a chorar, com medo, pânico, da voz dele.
- Calma. - ele tentou tocar meu braço, mas não deixei, me esquivando, então Jones soltou um suspiro de impaciência e me olhou fixamente.
- Não me faça mal Jones, eu te suplico. - minhas mãos cobriram meu rosto e enquanto eu chorava. Daniel se aproximou devagar e acariciou meus cabelos, tirando uma das mãos de meu rosto e levando-a a sua boca, em um beijo que me espantou.
- Não vou te fazer nenhum mal, eu juro. - ele me olhava com intensidade e abriu um sorriso de lado, que eu nunca havia visto. Não havia malícia, nem tom de zombaria.
- O que você quer Jones? - eu perguntei fraca, afastando minha mão e a dele.
- Talvez não aparente, mas eu me preocupo. - ele engoliu o nó na garganta e se mostrou tenso e ansioso em falar algo, que eu não pretendia ouvir.
- Não sinta pena de mim Jones, eu não mereço nem sua pena. - uma lágrima rolou embaçando meus olhos. Jones não se conteve e me abraçou forte. Meus braços que esperavam por um abraço assim há tanto tempo, se renderam e seguraram seu corpo. Danny me envolvia de um jeito que fazia meu corpo se estabilizar com a energia do dele. Ele estava quente e eu muito fria. Sua mão acariciava meu cabelo e seu pescoço parecia querer me envolver, acariciando meu rosto, com uma delicadeza que me deixou sem chão.
Eu parecia flutuar em uma sensação inexplicável. Não era como o abraço de Tom, vazio. Nem como o abraço de Harry, repleto de felicidade e amor. Eram braços que me despertavam e davam força, me faziam sentir elétrica, como ele era. Talvez tenha sido uma maneira de passar um pouco de tanta energia que existia nele para mim e me deixando aflita, querendo mais e mais ficar ali. Eu só percebi que soluçava quando as mãos de Jones seguraram meu rosto e ele olhou para mim, me cortando como um raio.
- Você não está sozinha. Nunca esteve. - senti um nó na garganta e me afastei de Daniel.
- Obrigada.
Sem jeito e emocionado demais para ser um Jones, Daniel virou as costas e se debruçou soltando um grito de fúria. Sua reação me assustou e depois me fez sentir mal por deixá-lo assim. Eu não queria mais machucar ninguém.
De repente Jones voltou a me encarar e segurou meus braços com força, chacoalhando meu corpo.
- O que você tem? O que você tem garota? O quê? - me senti apavorada com aquilo e continuei soluçando de medo.
- Me desculpe Jones, me desculpe. - Danny passou suas mãos, de meus braços para meu rosto, e eu as segurei tentando tirá-las dali. Então ele aproximou nossos rostos, ainda mirando com firmeza.
- Como você pode deixar um homem assim? - eu não sabia o que dizer, apenas olhava para ele e sentia meu coração disparar, como nunca havia sentido antes. Minha garganta querendo explodir algo que estava engasgado. Meu corpo querendo liberar uma energia que eu desconhecia. Não fazia ideia de que reação era aquela que fazia meu corpo arquear e segurar as mãos de Danny com tanta força quanto ele segurava a meu rosto.
Danny me beijou, com força e muita energia. Apenas tocando nossas bocas em uma forte pressão, soltando um gemido de ódio, de luta, como se estivesse batalhando contra si mesmo para não agir daquela maneira.
Naquele momento uma multidão de alunos nos observava e meu coração batia tão rápido que quase pulou do peito. Eu tentava afastar Jones desde o primeiro instante, mas não conseguia, ele parecia forte demais e determinado demais.
Só percebi o que estava acontecendo quando vi os braços de Jones serem arrancados de mim e uma multidão de pessoas gritarem eufóricas, assim que Harry surgiu atrás de mim puxando Jones e dando-lhe um grande murro na cara, que o fez cair no chão, sujando seu uniforme mal arrumado com a terra do campo de esportes. Judd chutou Jones umas cinco vezes seguidas, nas costas e então ficou em cima dele, dando murros em seu rosto e chamando-o de maldito.
Eu não conseguia entender nada e a única coisa que fiz foi gritar por ajuda, desesperada. Meu corpo estava sem forças e meus olhos queriam vacilar em um desmaio, mas não me permiti ser tão fraca.
- Harry, pare, por favor! - eu ouvia pessoas gritando, mas ninguém se meteu na briga. Jones conseguiu se livrar do primeiro momento, em que foi pego de surpresa e agora tinha tirado Harry de cima dele, dando socos em seu rosto, apoiando o corpo em uma das pernas, de joelhos, e depositando uma série de golpes.
As pessoas gritavam e chegaram diversos seguranças ao mesmo tempo, separando os dois. Tom veio ao meu alcance e me segurou.
- Está tudo bem com você? - não consegui responder.
O professor Jimmy tentava ver como Jones e Judd estavam e acompanhou-os, junto dos seguranças e inspetores até a enfermaria. Tom continuou me apoiando e perguntou se eu queria ir para casa, respondi que ficaria com Harry e ele disse que minha presença lá complicaria as coisas ainda mais. Soltei-me dele e fui atrás da multidão, cambaleando. Queria ver Harry e estar do seu lado.
Só percebi o que estava acontecendo quando vi os braços de Jones serem arrancados de mim e uma multidão de pessoas gritarem eufóricas, assim que Harry surgiu atrás de mim puxando Jones e dando-lhe um grande murro na cara, que o fez cair no chão, sujando seu uniforme mal arrumado com a terra do campo de esportes. Judd chutou Jones umas cinco vezes seguidas, nas costas e então ficou em cima dele, dando murros em seu rosto e chamando-o de maldito.
Eu não conseguia entender nada e a única coisa que fiz foi gritar por ajuda, desesperada. Meu corpo estava sem forças e meus olhos queriam vacilar em um desmaio, mas não me permiti ser tão fraca.
- Harry, pare, por favor! - eu ouvia pessoas gritando, mas ninguém se meteu na briga. Jones conseguiu se livrar do primeiro momento, em que foi pego de surpresa e agora tinha tirado Harry de cima dele, dando socos em seu rosto, apoiando o corpo em uma das pernas, de joelhos, e depositando uma série de golpes.
As pessoas gritavam e chegaram diversos seguranças ao mesmo tempo, separando os dois. Tom veio ao meu alcance e me segurou.
- Está tudo bem com você? - não consegui responder.
O professor Jimmy tentava ver como Jones e Judd estavam e acompanhou-os, junto dos seguranças e inspetores até a enfermaria. Tom continuou me apoiando e perguntou se eu queria ir para casa, respondi que ficaria com Harry e ele disse que minha presença lá complicaria as coisas ainda mais. Soltei-me dele e fui atrás da multidão, cambaleando. Queria ver Harry e estar do seu lado.
Os alunos foram liberados e eu fiquei para fora da enfermaria, com Tom, enquanto Harry e Daniel estavam sendo atendidos, contra suas vontades. Gritando ofensas um contra o outro, até que alguém ameaçou chamar a polícia.
Resolvi entrar na enfermaria pela porta dos fundos, saí em disparada e Tom não pode me impedir. Cheguei desesperada até Harry e o encontrei recebendo band-aids em seu rosto. Abracei meu namorado sem pensar em mais nada e ele me recostou nos braços que tanto senti falta. Não consegui chorar, alguns soluços saiam de mim, sem querer, acompanhados de um descontrole da voz.
- Você não teve culpa meu amor, nenhuma, eu juro. - ele disse me beijando o rosto todo e segurando minha cabeça junto a dele, com suas mãos grandes e fortes.
- Harry. - fechei meus olhos e respirei fundo. Depois de um beijo, olhei para Jones que observava calado, com gelo em um super galo em sua testa e o olho inchado, com uma bola amarela que estava ficando roxa.
- Que lindo casal. - ele alfinetou. - nem parece que se conheceram no quartinho do colégio em uma trepada.
Harry se movimentou todo, pensando em partir pra cima de Jones de novo, eu gritei "não" e o impedi de se mover de onde estava. - Não perca seu tempo com ele querido.
- Esse cretino, maldito te beijou Lenah. - Harry parecia incrédulo - Eu vou matar ele mais cedo ou mais tarde. - Harry falava como se Jones não estivesse lá.
- Não precisa ficar com ciuminho Judd, eu sei dividir o pão de cada dia. - Harry teve de ser segurado de novo, dessa vez quase me jogando da frente dele, apontando de dedo na cara de Jones e bufando como um touro furioso.
- Se você encostar a mão em minha mulher de novo, seu desgraçado, juro que mato você com minhas próprias mãos, arranco seu fígado e jogo para os abutres, depois esquartejo seu corpo e entrego em papel de presente para sua mãe.
Jones cerrou os olhos e pareceu frio e calculista.
- Tente a sorte de novo Judd. Estou esperando para te dar o que merece, seu fura olho maldito, verme desgraçado.
Resolvi entrar na enfermaria pela porta dos fundos, saí em disparada e Tom não pode me impedir. Cheguei desesperada até Harry e o encontrei recebendo band-aids em seu rosto. Abracei meu namorado sem pensar em mais nada e ele me recostou nos braços que tanto senti falta. Não consegui chorar, alguns soluços saiam de mim, sem querer, acompanhados de um descontrole da voz.
- Você não teve culpa meu amor, nenhuma, eu juro. - ele disse me beijando o rosto todo e segurando minha cabeça junto a dele, com suas mãos grandes e fortes.
- Harry. - fechei meus olhos e respirei fundo. Depois de um beijo, olhei para Jones que observava calado, com gelo em um super galo em sua testa e o olho inchado, com uma bola amarela que estava ficando roxa.
- Que lindo casal. - ele alfinetou. - nem parece que se conheceram no quartinho do colégio em uma trepada.
Harry se movimentou todo, pensando em partir pra cima de Jones de novo, eu gritei "não" e o impedi de se mover de onde estava. - Não perca seu tempo com ele querido.
- Esse cretino, maldito te beijou Lenah. - Harry parecia incrédulo - Eu vou matar ele mais cedo ou mais tarde. - Harry falava como se Jones não estivesse lá.
- Não precisa ficar com ciuminho Judd, eu sei dividir o pão de cada dia. - Harry teve de ser segurado de novo, dessa vez quase me jogando da frente dele, apontando de dedo na cara de Jones e bufando como um touro furioso.
- Se você encostar a mão em minha mulher de novo, seu desgraçado, juro que mato você com minhas próprias mãos, arranco seu fígado e jogo para os abutres, depois esquartejo seu corpo e entrego em papel de presente para sua mãe.
Jones cerrou os olhos e pareceu frio e calculista.
- Tente a sorte de novo Judd. Estou esperando para te dar o que merece, seu fura olho maldito, verme desgraçado.
Levou mais um tempo até os ânimos serem contidos e o diretor chamar a polícia, acalmando a todos e fazendo com que cada um fosse para sua casa.
Harry e eu chegamos acompanhados por Jimmy, que nos deu uma carona. Deitei Harry, que estava machucado, na cama e fiz uma sopa instantânea para nós dois.
- Minha princesa. Não vou deixar mais ninguém encostar em você - ele segurou minha mão, estávamos de frente um para o outro, ele na cama e eu em uma cadeira; eu dava a sopa para ele e comia também, sem nenhuma vontade, mas para encorajá-lo a continuar forte.
- Não tive a intenção de deixar Jones me tocar Harry, eu estava fragilizada e...
- Ele se aproveitou. É um sem vergonha, maldito, vi você tentando se soltar, cravando as mãos nos braços dele como um gato. Não pense que não confio em você, amor. Eu não confio é nele.
- Jones foi me consolar com pena de mim. - eu falei pensando alto e me arrependi.
- O desgraçado vai pagar muito caro, com certeza.
- Não quero pensar nisso, não quero que se chateie com isso.
- Temos um problema maior.
- Eu fui a culpada, Judd. - encarei Harry. Ele afastou a comida e me puxou para a cama, me abraçando.
- Não foi não. Nenhum de nós pediu para que fossemos apaixonados um pelo outro, nenhum de nós pode se culpar pela felicidade que temos. Mesmo que doa pensar assim, Leninha, o que matou DougPoynter foi o fato de não conseguir ser feliz com o que tinha. Ele buscou em muitas coisas a felicidade, mas nem todo homem tem a sorte que eu tive, de encontrar um abrigo em uma mulher como você.
Haz me beijou e eu deixei me levar por suas carícias, precisava dele. Tinha medo de machucá-lo mais, e fui cautelosa, tocando o seu corpo suavemente e me concentrando nos beijos ternos que ele me dava.
- Eu te amo e estou aqui, Lenah.
- Obrigada Haz. Recostei-me em seu peito e dormi.
- Minha princesa. Não vou deixar mais ninguém encostar em você - ele segurou minha mão, estávamos de frente um para o outro, ele na cama e eu em uma cadeira; eu dava a sopa para ele e comia também, sem nenhuma vontade, mas para encorajá-lo a continuar forte.
- Não tive a intenção de deixar Jones me tocar Harry, eu estava fragilizada e...
- Ele se aproveitou. É um sem vergonha, maldito, vi você tentando se soltar, cravando as mãos nos braços dele como um gato. Não pense que não confio em você, amor. Eu não confio é nele.
- Jones foi me consolar com pena de mim. - eu falei pensando alto e me arrependi.
- O desgraçado vai pagar muito caro, com certeza.
- Não quero pensar nisso, não quero que se chateie com isso.
- Temos um problema maior.
- Eu fui a culpada, Judd. - encarei Harry. Ele afastou a comida e me puxou para a cama, me abraçando.
- Não foi não. Nenhum de nós pediu para que fossemos apaixonados um pelo outro, nenhum de nós pode se culpar pela felicidade que temos. Mesmo que doa pensar assim, Leninha, o que matou DougPoynter foi o fato de não conseguir ser feliz com o que tinha. Ele buscou em muitas coisas a felicidade, mas nem todo homem tem a sorte que eu tive, de encontrar um abrigo em uma mulher como você.
Haz me beijou e eu deixei me levar por suas carícias, precisava dele. Tinha medo de machucá-lo mais, e fui cautelosa, tocando o seu corpo suavemente e me concentrando nos beijos ternos que ele me dava.
- Eu te amo e estou aqui, Lenah.
- Obrigada Haz. Recostei-me em seu peito e dormi.
Passei dois dias em casa e fui para o colégio na quinta-feira. Haveria prova e eu já estava melhor, não mentalmente, mas fisicamente mais forte. Harry me ajudou muito e Tom passou em nossa casa na noite anterior para me entregar chocolates. Harry estava se acostumando com nossa amizade e não teve ciúmes.
Conversei com Haz sobre o cara do vídeo. Era lógico que ele tinha a parcela de culpa em tudo aquilo e, mais uma vez, Harry disse para eu esquecer aquela história. Não esqueci, mas tentei curtir mais o momento com meu namorado, pois a perda de Poynter me abalava demais.
A aula de matemática chegou com pesar. Eu sentia que as coisas piorariam ao rever Jones, mas ele não apareceu. Senti um vazio inexplicável ao ver sua carteira vazia, ao meu lado. Era estranho demais, mas desde aquele beijo repentino minha cabeça dava voltas e voltas pensando no motivo da reação de Jones, como se lutasse contra ele mesmo para admitir algo. Eu temia que fosse um sentimento que nutria por mim, mas acabava pensando que isso era coisa da minha mente, afinal Jones sempre demonstrou que me odiava e queria me irritar. O máximo que ele pretendia era ter uma noite comigo, e com todas as garotas do colégio.
Saí para o intervalo cansada, com a cabeça baixa. Não estava a fim de encarar ninguém, muito menos de perceber que eu não era bem vinda ali e que todos me odiavam. Foi quando vi Jones sentado ao lado da biblioteca, sozinho, fumando um cigarro, descaradamente, sem se importar com as leis do colégio.
Eu sentia uma vontade louca de me aproximar, mas me contive, passando direto e me sentando na escadaria do anfiteatro, para tirar o lanche que preparei de manhã, sem muita fome, mais por queHarry me pediu que cuidasse da alimentação e se preocupou com isso o dia anterior todinho.
Senti o perfume inebriante quando o homem de cabelos despreocupadamente bagunçados, olhos azuis e sardas no rosto, sentou-se ao meu lado. Fechei os olhos e pedi para o universo me ajudar a ter força e não fazer nada que pudesse acabar com minha tarde.
- Posso me sentar Lenah? - olhei para ele reunindo toda minha paciência.
- Já estamos aqui, não é?
- Se quiser eu saio.
- O que você quer Jones?
- Não é óbvio? - era uma disputa que começava.
- Nada é óbvio quando se trata de Daniel Jones.
- Eu não entrei na aula.
- É mesmo?
- Não finja que não percebeu.
- E se percebi.
- Não finja que não ligou.
- Ligar? Ligar para que Daniel?
- Para o espaço que eu preencho em você. - petrifiquei na mesma hora. - não vai dizer nada?
- Não tenho o que dizer.
- Eu sinto sua falta.
- Você não tem esse direito, não sou nada sua e...
- Me deixa dizer antes que perca a coragem. - ele disse tentando segurar minha mão e me esquivei.
- Eu tenho namorado, Jones.
- E ele e um imbecil.
- Não fale assim de Harry!
- Nunca senti nada assim por mulher nenhuma, e... Bem, eu já tive várias.
- Me poupe Daniel, ou saia daqui agora mesmo.
- Não sei quando me dei conta de que você não era só a garota mais linda desse lugar, como a pessoa mais intrigante que já conheci.
- Chega Jones. - eu me sentia esquentando cada vez mais, como se dentro de mim houvesse um vulcão despertando.
- Eu adoro te olhar e adoro te ouvir, mesmo que me xingando, mesmo que me odiando. Eu só penso em você. Eu só quero você. - meu coração queria sair pela boca, mas permaneci olhando-o, espantada. Não vacilei, eu sabia que o perigo se escondia em falsas palavras de amor.
- Eu amo meu namorado e sou fiel a ele. - Jones abaixou a cabeça e saiu sem dizer nada. Eu estava em estado de choque.
Eu sentia uma vontade louca de me aproximar, mas me contive, passando direto e me sentando na escadaria do anfiteatro, para tirar o lanche que preparei de manhã, sem muita fome, mais por queHarry me pediu que cuidasse da alimentação e se preocupou com isso o dia anterior todinho.
Senti o perfume inebriante quando o homem de cabelos despreocupadamente bagunçados, olhos azuis e sardas no rosto, sentou-se ao meu lado. Fechei os olhos e pedi para o universo me ajudar a ter força e não fazer nada que pudesse acabar com minha tarde.
- Posso me sentar Lenah? - olhei para ele reunindo toda minha paciência.
- Já estamos aqui, não é?
- Se quiser eu saio.
- O que você quer Jones?
- Não é óbvio? - era uma disputa que começava.
- Nada é óbvio quando se trata de Daniel Jones.
- Eu não entrei na aula.
- É mesmo?
- Não finja que não percebeu.
- E se percebi.
- Não finja que não ligou.
- Ligar? Ligar para que Daniel?
- Para o espaço que eu preencho em você. - petrifiquei na mesma hora. - não vai dizer nada?
- Não tenho o que dizer.
- Eu sinto sua falta.
- Você não tem esse direito, não sou nada sua e...
- Me deixa dizer antes que perca a coragem. - ele disse tentando segurar minha mão e me esquivei.
- Eu tenho namorado, Jones.
- E ele e um imbecil.
- Não fale assim de Harry!
- Nunca senti nada assim por mulher nenhuma, e... Bem, eu já tive várias.
- Me poupe Daniel, ou saia daqui agora mesmo.
- Não sei quando me dei conta de que você não era só a garota mais linda desse lugar, como a pessoa mais intrigante que já conheci.
- Chega Jones. - eu me sentia esquentando cada vez mais, como se dentro de mim houvesse um vulcão despertando.
- Eu adoro te olhar e adoro te ouvir, mesmo que me xingando, mesmo que me odiando. Eu só penso em você. Eu só quero você. - meu coração queria sair pela boca, mas permaneci olhando-o, espantada. Não vacilei, eu sabia que o perigo se escondia em falsas palavras de amor.
- Eu amo meu namorado e sou fiel a ele. - Jones abaixou a cabeça e saiu sem dizer nada. Eu estava em estado de choque.
Senti vontade de contar tudo a Judd, mas sabia que seria pior. Eu não me reconhecia nos últimos tempos, deveria ter humilhado Jones com aquela revelação, mas pensar que ele dizia aquilo e quePoynter já havia dito a mesma coisa...
Jones tinha razão: o que eu tinha? O quê? Eu não sabia, mas não seria ele a descobrir.
Jones tinha razão: o que eu tinha? O quê? Eu não sabia, mas não seria ele a descobrir.
Esperei até quinta à tarde para que Harry me levasse ao cemitério, queria me despedir de Poynter e pedir desculpas, Harry disse que dois dias eram o suficiente para encontrar o lugar sem parentes do garoto. Seria péssimo encontrar alguém da família de Doug Poynter.
Levei margaridas para ele, eram delicadas e me lembravam seu sorriso, que transmitia paz. Meu coração estava apertadinho e minha respiração me fazia sentir fraca. Harry segurava minha mão e me abraçava.
- Vai dar tudo certo, princesa.
O lugar em que estava era muito sutil, como ele. Nada de exageros. Os arranjos de flores tinham um cheiro diferente das flores de mortos, era estranho eu pensar nisso, mas o aroma parecia me abraçar quando entramos no túmulo. Havia uma foto de Doug, feliz, fazendo uma careta, com as pernas tortas. Eu lembrava daquela foto. O rosto dele sujo de bolo, do dia de seu aniversário. Comecei a chorar abraçando Harry e me agarrar a sua blusa, tentando não desmaiar de emoção.
Eu havia tirado aquela foto no ano anterior, no segundo ano do curso de espanhol. Ele me dava aulas particulares aos sábados e já estávamos ficando há alguns meses, sem nenhuma expectativa. Sempre quisemos ir devagar, imaginando que assim seria para sempre. Doug aceitava as porcentagens de amor que eu dava, sem se importar se eram reais ou não. Ele me amava.
O rosto na foto estava tão resplandecente, que parecia um rosto de anjo. Senti um frio na espinha, mas peguei as flores e coloquei junto às demais, me abaixando e ficando de joelhos em frente à tumba. Passei os dedos pelas letras do nome entalhado na cerâmica. Achei justo conversar com Doug, mesmo com Harry ali.
- Você não faz ideia do quanto é especial Doug. Não sabe o quanto eu sinto por ter te feito sofrer tanto. - em meio às lágrimas, eu sussurrava a súplica de perdão - Jamais imaginei que sofresse tanto, meu anjo. Jamais quis te ferir. Sabe, Doug, estar ao seu lado sempre foi tão especial que resolvi te poupar de uma decepção e de uma discussão final comigo. Não queria te ver chorar, anjinho. Não queria te ver tão mal.
Eu fui egoísta e não pensei em te dar explicações. Não havia o que fazer, em meu pensamento, mas agora vejo com nitidez que havia muito o que fazer. Eu deveria ter te trazido para meu lado e aceitado sua amizade quando me procurou. Te amo muito, não pense que não. Quando soube que havia partido por minha causa... Quando soube que fui a culpada por tirar de você... Meu DeusDoug, eu senti que te amava demais. Eu sinto muito por não ser um amor como o que você desejava, mas eu juro que é um amor puro. Tanto quanto você, tanto quanto seus olhos me olhando. Você foi e sempre será a melhor parte que existiu em mim.
Olho para você e vejo respeito e pureza. Não quis te fazer sentir mal como homem quando... Quando conheci Harry. Eu quis poupar você. E se não fizemos amor, foi porque eu queria estar tão pura quanto você era para mim. Queria que me recebesse de uma vez e para sempre. Eu estive apaixonada por você Doug. Estive tão apaixonada que resolvi, em meu subconsciente, que você eraluz demais para mim.
Não pude alcançar sua grandeza, minha estrela linda. Foi esse o motivo de eu me afastar. Não foi por te negar, mas sim por não dar conta de ter alguém assim, sem me sentir culpada.
- Vai dar tudo certo, princesa.
O lugar em que estava era muito sutil, como ele. Nada de exageros. Os arranjos de flores tinham um cheiro diferente das flores de mortos, era estranho eu pensar nisso, mas o aroma parecia me abraçar quando entramos no túmulo. Havia uma foto de Doug, feliz, fazendo uma careta, com as pernas tortas. Eu lembrava daquela foto. O rosto dele sujo de bolo, do dia de seu aniversário. Comecei a chorar abraçando Harry e me agarrar a sua blusa, tentando não desmaiar de emoção.
Eu havia tirado aquela foto no ano anterior, no segundo ano do curso de espanhol. Ele me dava aulas particulares aos sábados e já estávamos ficando há alguns meses, sem nenhuma expectativa. Sempre quisemos ir devagar, imaginando que assim seria para sempre. Doug aceitava as porcentagens de amor que eu dava, sem se importar se eram reais ou não. Ele me amava.
O rosto na foto estava tão resplandecente, que parecia um rosto de anjo. Senti um frio na espinha, mas peguei as flores e coloquei junto às demais, me abaixando e ficando de joelhos em frente à tumba. Passei os dedos pelas letras do nome entalhado na cerâmica. Achei justo conversar com Doug, mesmo com Harry ali.
- Você não faz ideia do quanto é especial Doug. Não sabe o quanto eu sinto por ter te feito sofrer tanto. - em meio às lágrimas, eu sussurrava a súplica de perdão - Jamais imaginei que sofresse tanto, meu anjo. Jamais quis te ferir. Sabe, Doug, estar ao seu lado sempre foi tão especial que resolvi te poupar de uma decepção e de uma discussão final comigo. Não queria te ver chorar, anjinho. Não queria te ver tão mal.
Eu fui egoísta e não pensei em te dar explicações. Não havia o que fazer, em meu pensamento, mas agora vejo com nitidez que havia muito o que fazer. Eu deveria ter te trazido para meu lado e aceitado sua amizade quando me procurou. Te amo muito, não pense que não. Quando soube que havia partido por minha causa... Quando soube que fui a culpada por tirar de você... Meu DeusDoug, eu senti que te amava demais. Eu sinto muito por não ser um amor como o que você desejava, mas eu juro que é um amor puro. Tanto quanto você, tanto quanto seus olhos me olhando. Você foi e sempre será a melhor parte que existiu em mim.
Olho para você e vejo respeito e pureza. Não quis te fazer sentir mal como homem quando... Quando conheci Harry. Eu quis poupar você. E se não fizemos amor, foi porque eu queria estar tão pura quanto você era para mim. Queria que me recebesse de uma vez e para sempre. Eu estive apaixonada por você Doug. Estive tão apaixonada que resolvi, em meu subconsciente, que você eraluz demais para mim.
Não pude alcançar sua grandeza, minha estrela linda. Foi esse o motivo de eu me afastar. Não foi por te negar, mas sim por não dar conta de ter alguém assim, sem me sentir culpada.
Harry segurou meu ombro. eu estava abraçando o túmulo, chorando baixinho.
- Vamos, meu amor. Não vai te fazer bem ficar aqui.
- Não Harry, eu preciso do perdão dele.
- Meu amor, você não tem culpa, vamos.
Uma senhora bem composta e com ar superior, vestida em um terno preto, com os olhos inchados, entrou pela porta do mausoléu e parou me olhando. Eu a conhecia muito bem.
- Não Harry, eu preciso do perdão dele.
- Meu amor, você não tem culpa, vamos.
Uma senhora bem composta e com ar superior, vestida em um terno preto, com os olhos inchados, entrou pela porta do mausoléu e parou me olhando. Eu a conhecia muito bem.
Capítulo 8
Funny feeling happened today
Somewhere buried in the past
Didn't mean much. that much anyway
I know that love will never last
Somewhere buried in the past
Didn't mean much. that much anyway
I know that love will never last
- Sabia que você viria aqui, mais cedo ou mais tarde. - eu sentia vergonha, muita vergonha.
- Me desculpe senhora Poynter, por favor, eu ...
- Quero que venha comigo Lenah. – ela me interrompeu, com um olhar que era indecifrável.
- Desculpe senhora, não acho que seja bom para Lenah ir a lugar algum neste momento. Já estávamos a caminho de nossa casa. – Harry me protegeu como um escudo. Pacientemente, a mulher voltou-se para ele.
- Cabe a ela escolher se vai ou não me acompanhar, rapaz. – e então me encarou - O que você diz Lenah? - olhei para Harry e pedi ajuda para me levantar, recompondo-me disse:
- Podemos ir, senhora.
- Me desculpe senhora Poynter, por favor, eu ...
- Quero que venha comigo Lenah. – ela me interrompeu, com um olhar que era indecifrável.
- Desculpe senhora, não acho que seja bom para Lenah ir a lugar algum neste momento. Já estávamos a caminho de nossa casa. – Harry me protegeu como um escudo. Pacientemente, a mulher voltou-se para ele.
- Cabe a ela escolher se vai ou não me acompanhar, rapaz. – e então me encarou - O que você diz Lenah? - olhei para Harry e pedi ajuda para me levantar, recompondo-me disse:
- Podemos ir, senhora.
Harry permaneceu ao meu lado durante todo o percurso. Segurava a mim pelos ombros e massageava de leve, demonstrando que era ele o mais desesperado entre os nós, temendo por um conflito que eu estava disposta a enfrentar, por me sentir culpada.
Entramos no quarto de Doug e meu corpo todo parecia estar sendo esmurrado com muitas e muitas marretas, tamanha a dor que senti em perceber o vazio daquela casa sem ele. Tudo em mim doía e eu me sentia suja, como se fosse a responsável pela dor estampada no rosto daquela mulher. Já não saiam lágrimas de meus olhos, mas meu coração sangrava.
Entramos no quarto de Doug e meu corpo todo parecia estar sendo esmurrado com muitas e muitas marretas, tamanha a dor que senti em perceber o vazio daquela casa sem ele. Tudo em mim doía e eu me sentia suja, como se fosse a responsável pela dor estampada no rosto daquela mulher. Já não saiam lágrimas de meus olhos, mas meu coração sangrava.
Olhei tudo em uma visão geral. Havia uma escrivaninha e dois balcões no quarto. O guarda-roupas, a cama e algumas prateleiras eram sutis e de bom gosto, contrastados aos pôsteres de bandas nas paredes e diversos livros em uma estante.
O mural de fotos me prendeu por um instante. Havia fotos minhas e dele dispostas de uma maneira jovial e encantada. Uma linda foto de toda sua família me fez sentir um nó na garganta, além de alguns amigos que ele considerava bastante. Tudo isso em uma decoração de estilo poético, sem deixar o tom masculino nos detalhes de todas as coisas.
- Ele era mesmo incrível. - disse para a senhora Poynter, interrompendo o silêncio e o turbilhão de emoções.
- Sim, ele ainda é. Eu o sinto aqui. - ela falou tão confiante que fiquei atenta a suas emoções.
- A senhora sente ele? – perguntei divagando.
- Lenah, por favor querida. - Harry queria me poupar de dividir esses pensamentos com a mãe do menino, afinal Doug estava morto.
- Sim. – ela falou com uma convicção - E sinto que ele busca justiça... – ela olhava para a janela de cortinas abertas - E eu também.
- De que está falando, senhora Poynter? – perguntei com receio de que fosse por mim.
- Meu filho jamais se mataria de verdade. – ela enxugou uma lágrima em sua face e se voltou a mim. – Doug era um romântico e não um tolo. – a mulher me encarou e fiquei ainda mais pálida. – Ele era religioso e não acho que faria algo do tipo, muito menos com uma carta como aquela.
Me senti desconfortável ao pensar que as palavras de morte de Doug ressoavam na mente de sua mãe, tanto quanto eu me sentia absolutamente perseguida por aquelas duras linhas.
Harry estava menos emocionado e mais atento ao que acontecia ao nosso redor.
- Desculpe, senhora Poynter, mas o que exatamente a senhora quer dizer? – os olhos da mulher estavam presos a mim, as mãos de Harry me apoiavam.
- Havia alguém aqui em casa naquela noite, com meu Doug. Eu sei disso e sinto que havia.
- A senhora está abalada com a perda, isso é... - A mulher encarou Harry com ódio e não o deixou prosseguir.
- Meu filho não estava sozinho. - afirmou e voltou a me encarar – Lenah, ele não comeria dois lanches antes de se... de se suicidar. Isso é ridículo e absurdo. – a mulher em minha frente estava completamente abatida e se sentia boba em falar daquela maneira. - Não pediria um dos lanches com carne... meu filho era vegetariano, você sabe disso. - fiquei sem saber o que pensar ou fazer.Harry me abraçou sentindo que as palavras me atigiam. - Além disso, veja o quarto, Lenah. Permanece tudo como quando ele se foi, não mudei nada. Não ousei tocar em nada. – a sehora Poynter observou aquelas paredes que pareciam tão frias. - Está notando algo de errado aqui?
Olhei com uma atenção fora do comum. como se brincasse de 7 erros, me entregando aos devaneios de uma mãe que perdeu um filho; mas não via nada além de um quarto bem arrumado, com a cama feita e com um aroma gostoso de perfume, que me fazia sentir Poynter próximo de mim.
- Desculpe senhora. – me senti idiota.
- Vamos lá, menina, não me deixe ficar sozinha com essa impressão. – ela segurou minha mão e abriu um sorriso de desespero, me deixando perturbada com sua reação. - Você o conhecia muito bem. – engoli a saliva quente e respirei fundo. Pensei um pouco e observei melhor.
No começo tudo parecia organizado e tranquilo, como Doug. Até que vi algumas folhas empilhadas em cima do toca discos e achei que Doug não colocaria nada ali. Me afastei de Harry e da mãe dePoynter para ver com maior proximidade. Haz se continha para não me arrancar de lá, sofria com aquela situação, mas me conhecia o suficiente para saber que eu precisava de espaço.
Pensei que aquele toca discos era absolutamente sagrado. O intocável de Doug. O rádio foi presente do avô idolatrado e servia como um objeto de apreciação inigualável, tamanho o amor que Poynter sentia pelas origens de sua família. Doug polia e deixava o objeto praticamente fora do alcance dele mesmo. Peguei as folhas e observei do que se tratavam.
Senti um sobressalto e forcei meu coração a se conter ao perceber que eram rabiscos de poesias de amor e ódio, todas destinadas a mim. Li o trecho de uma delas, com lágrimas nos olhos:
O mural de fotos me prendeu por um instante. Havia fotos minhas e dele dispostas de uma maneira jovial e encantada. Uma linda foto de toda sua família me fez sentir um nó na garganta, além de alguns amigos que ele considerava bastante. Tudo isso em uma decoração de estilo poético, sem deixar o tom masculino nos detalhes de todas as coisas.
- Ele era mesmo incrível. - disse para a senhora Poynter, interrompendo o silêncio e o turbilhão de emoções.
- Sim, ele ainda é. Eu o sinto aqui. - ela falou tão confiante que fiquei atenta a suas emoções.
- A senhora sente ele? – perguntei divagando.
- Lenah, por favor querida. - Harry queria me poupar de dividir esses pensamentos com a mãe do menino, afinal Doug estava morto.
- Sim. – ela falou com uma convicção - E sinto que ele busca justiça... – ela olhava para a janela de cortinas abertas - E eu também.
- De que está falando, senhora Poynter? – perguntei com receio de que fosse por mim.
- Meu filho jamais se mataria de verdade. – ela enxugou uma lágrima em sua face e se voltou a mim. – Doug era um romântico e não um tolo. – a mulher me encarou e fiquei ainda mais pálida. – Ele era religioso e não acho que faria algo do tipo, muito menos com uma carta como aquela.
Me senti desconfortável ao pensar que as palavras de morte de Doug ressoavam na mente de sua mãe, tanto quanto eu me sentia absolutamente perseguida por aquelas duras linhas.
Harry estava menos emocionado e mais atento ao que acontecia ao nosso redor.
- Desculpe, senhora Poynter, mas o que exatamente a senhora quer dizer? – os olhos da mulher estavam presos a mim, as mãos de Harry me apoiavam.
- Havia alguém aqui em casa naquela noite, com meu Doug. Eu sei disso e sinto que havia.
- A senhora está abalada com a perda, isso é... - A mulher encarou Harry com ódio e não o deixou prosseguir.
- Meu filho não estava sozinho. - afirmou e voltou a me encarar – Lenah, ele não comeria dois lanches antes de se... de se suicidar. Isso é ridículo e absurdo. – a mulher em minha frente estava completamente abatida e se sentia boba em falar daquela maneira. - Não pediria um dos lanches com carne... meu filho era vegetariano, você sabe disso. - fiquei sem saber o que pensar ou fazer.Harry me abraçou sentindo que as palavras me atigiam. - Além disso, veja o quarto, Lenah. Permanece tudo como quando ele se foi, não mudei nada. Não ousei tocar em nada. – a sehora Poynter observou aquelas paredes que pareciam tão frias. - Está notando algo de errado aqui?
Olhei com uma atenção fora do comum. como se brincasse de 7 erros, me entregando aos devaneios de uma mãe que perdeu um filho; mas não via nada além de um quarto bem arrumado, com a cama feita e com um aroma gostoso de perfume, que me fazia sentir Poynter próximo de mim.
- Desculpe senhora. – me senti idiota.
- Vamos lá, menina, não me deixe ficar sozinha com essa impressão. – ela segurou minha mão e abriu um sorriso de desespero, me deixando perturbada com sua reação. - Você o conhecia muito bem. – engoli a saliva quente e respirei fundo. Pensei um pouco e observei melhor.
No começo tudo parecia organizado e tranquilo, como Doug. Até que vi algumas folhas empilhadas em cima do toca discos e achei que Doug não colocaria nada ali. Me afastei de Harry e da mãe dePoynter para ver com maior proximidade. Haz se continha para não me arrancar de lá, sofria com aquela situação, mas me conhecia o suficiente para saber que eu precisava de espaço.
Pensei que aquele toca discos era absolutamente sagrado. O intocável de Doug. O rádio foi presente do avô idolatrado e servia como um objeto de apreciação inigualável, tamanho o amor que Poynter sentia pelas origens de sua família. Doug polia e deixava o objeto praticamente fora do alcance dele mesmo. Peguei as folhas e observei do que se tratavam.
Senti um sobressalto e forcei meu coração a se conter ao perceber que eram rabiscos de poesias de amor e ódio, todas destinadas a mim. Li o trecho de uma delas, com lágrimas nos olhos:
I'm too far gone
it's all over
and you can't bring me down.
it's all over
and you can't bring me down.
Harry me puxou dizendo que era hora de irmos embora, me voltei para por as folhas no lugar, não agüentando mais e nesse momento notei que o rádio estava plugado e com um disco na palheta. Achei estranho, me desvencilhei de Harry e coloquei o disco para tocar.
Doug simplesmente não ouvia discos ali, aquilo era estranho; algo tolo, mas estranho. Ele deixava os vinis no quarto para tocá-los no aparelho novo que guardava embaixo da cama, mas aquele rádio, não. Com curiosidade, tentando encontrar algo que eu não sabia o que era, liguei o rádio sem mexer no volume.
Quando a música começou a tocar estava no volume máximo. Fiquei achando o que passava em minha cabeça muito louco, mas ainda assim olhei para a senhora Poynter, automaticamente, buscando uma resposta em seus olhos e a encontrei sorrindo para mim, como se eu tivesse ganho aquele “jogo dos 7 erros”.
Desliguei o rádio e Harry desistiu de me arrastar com ele, com sinais de impaciência e sofrimento.
- Doug não ouvia Iron Maiden, senhora Poynter, esse disco é da Jazzie.
- Sim.
- Mas Jazzie está estudando na Suiça.
- Sim. – ela balançou a cabeça emocionada e eu tentei me desvencilhar do nó que eu tinha na mente e na garganta.
- Ele podia estar, simplesmente, com saudades dela...
- Pensei nisso, querida.
- Talvez quisesse usar o aparelho uma última vez antes de... ir embora.
- Pensei nisso, também.
- Mas, meu Deus do céu, Doug jamais quebrava qualquer regra! – eu andava pelo quarto agora, com o coração palpitando.
- Nunca.
- E ele tinha milhares de manias e... – ela me interrompeu com o óbvio.
- Doug não estava sozinho aqui Lenah. Havia alguém aqui naquela maldita noite e eu tenho certeza.
- Mas o que aconteceu aqui? O que o levaria a escrever uma carta de suicídio ouvindo Iron Maiden? Doug não tinha, simplesmente, não tinha esse perfil!
- Algo me diz que uma dessas folhas em sua mão mostra o borrão de algumas músicas que parecem muito com o corpo do texto que ele te enviou na carta. - comecei a procurar e ler com ansiedade,Harry segurava meus ombros agora, mostrando estar presente e não entendendo quase nada.
- A senhora está querendo nos insinuar o que, senhora Poynter? - ele quebrou o silêncio, tentando se envolver no assunto.
- Meu filho foi induzido a beber esses comprimidos, rapaz, ou talvez obrigado a fazer isso. - meu coração teve um sobressalto em pensar que Poynter havia sido assassinado e eu senti as pernas bambas, com um nada me invadindo de ponta a ponta. Harry me segurou e tirou as folhas de minha mão.
- Precisamos ir embora, agora, você está péssima Lenah, isso é demais.
- Não, Harry, eu quero ficar. - Sentei na cama de Doug e olhei o mural com nossas fotos.
- Ele te amava muito Lenah, mas amava a vida também. Os problemas de Doug não eram apenas com você, ele sempre se sentiu sozinho.
- Eu sei disso, senhora – disse com um pesar, recirdando - conheci ele assim.
- Mas ele era especial e feliz. Doug queria te reconquistar, estava esperando um pouco de atenção sua para isso. - senti uma dor imensa na alma. Era culpa.
- Eu sinto muito não ter dado essa atenção, senhora Poynter.
- Não se culpe. Você seguiu em frente e ele também precisava seguir em frente... mas não conseguiu.
- Lenah disse que Doug ia ao psiquiatra, o que o doutor falou sobre isso senhora Poynter? - Harry pensou em algo importante, uma opinião profissional, sem emoções.
- Doug não tinha comentado nada que envolvesse essa morte repentina. Seu desespero era não conseguir encontrar um caminho para viver intensamente. Meu filho não se matou, eu tenho certeza disso.
- Mas e a carta?
- É uma paráfrase das músicas, meu filho criava muitos textos e histórias, era um poeta. Eu me recuso a acreditar em uma morte proposital. – a mulher estava em seu limite - Meu filho não levou extrema unção, entendem? Vou provar que ele não se matou, que jamais faria isso. – a senhora Poynter começou a chorar e Harry, sentindo-se impotente, se ofereceu para buscar água para nós.
- Eu sinto muito, senhora.
- Lenah – ela segurou minha mão, estávamos sentadas na cama de Doug - alguém esteve aqui e induziu meu filho a morte. – olhou no fundo dos meus olhos. - Acredite em mim.
Doug simplesmente não ouvia discos ali, aquilo era estranho; algo tolo, mas estranho. Ele deixava os vinis no quarto para tocá-los no aparelho novo que guardava embaixo da cama, mas aquele rádio, não. Com curiosidade, tentando encontrar algo que eu não sabia o que era, liguei o rádio sem mexer no volume.
Quando a música começou a tocar estava no volume máximo. Fiquei achando o que passava em minha cabeça muito louco, mas ainda assim olhei para a senhora Poynter, automaticamente, buscando uma resposta em seus olhos e a encontrei sorrindo para mim, como se eu tivesse ganho aquele “jogo dos 7 erros”.
Desliguei o rádio e Harry desistiu de me arrastar com ele, com sinais de impaciência e sofrimento.
- Doug não ouvia Iron Maiden, senhora Poynter, esse disco é da Jazzie.
- Sim.
- Mas Jazzie está estudando na Suiça.
- Sim. – ela balançou a cabeça emocionada e eu tentei me desvencilhar do nó que eu tinha na mente e na garganta.
- Ele podia estar, simplesmente, com saudades dela...
- Pensei nisso, querida.
- Talvez quisesse usar o aparelho uma última vez antes de... ir embora.
- Pensei nisso, também.
- Mas, meu Deus do céu, Doug jamais quebrava qualquer regra! – eu andava pelo quarto agora, com o coração palpitando.
- Nunca.
- E ele tinha milhares de manias e... – ela me interrompeu com o óbvio.
- Doug não estava sozinho aqui Lenah. Havia alguém aqui naquela maldita noite e eu tenho certeza.
- Mas o que aconteceu aqui? O que o levaria a escrever uma carta de suicídio ouvindo Iron Maiden? Doug não tinha, simplesmente, não tinha esse perfil!
- Algo me diz que uma dessas folhas em sua mão mostra o borrão de algumas músicas que parecem muito com o corpo do texto que ele te enviou na carta. - comecei a procurar e ler com ansiedade,Harry segurava meus ombros agora, mostrando estar presente e não entendendo quase nada.
- A senhora está querendo nos insinuar o que, senhora Poynter? - ele quebrou o silêncio, tentando se envolver no assunto.
- Meu filho foi induzido a beber esses comprimidos, rapaz, ou talvez obrigado a fazer isso. - meu coração teve um sobressalto em pensar que Poynter havia sido assassinado e eu senti as pernas bambas, com um nada me invadindo de ponta a ponta. Harry me segurou e tirou as folhas de minha mão.
- Precisamos ir embora, agora, você está péssima Lenah, isso é demais.
- Não, Harry, eu quero ficar. - Sentei na cama de Doug e olhei o mural com nossas fotos.
- Ele te amava muito Lenah, mas amava a vida também. Os problemas de Doug não eram apenas com você, ele sempre se sentiu sozinho.
- Eu sei disso, senhora – disse com um pesar, recirdando - conheci ele assim.
- Mas ele era especial e feliz. Doug queria te reconquistar, estava esperando um pouco de atenção sua para isso. - senti uma dor imensa na alma. Era culpa.
- Eu sinto muito não ter dado essa atenção, senhora Poynter.
- Não se culpe. Você seguiu em frente e ele também precisava seguir em frente... mas não conseguiu.
- Lenah disse que Doug ia ao psiquiatra, o que o doutor falou sobre isso senhora Poynter? - Harry pensou em algo importante, uma opinião profissional, sem emoções.
- Doug não tinha comentado nada que envolvesse essa morte repentina. Seu desespero era não conseguir encontrar um caminho para viver intensamente. Meu filho não se matou, eu tenho certeza disso.
- Mas e a carta?
- É uma paráfrase das músicas, meu filho criava muitos textos e histórias, era um poeta. Eu me recuso a acreditar em uma morte proposital. – a mulher estava em seu limite - Meu filho não levou extrema unção, entendem? Vou provar que ele não se matou, que jamais faria isso. – a senhora Poynter começou a chorar e Harry, sentindo-se impotente, se ofereceu para buscar água para nós.
- Eu sinto muito, senhora.
- Lenah – ela segurou minha mão, estávamos sentadas na cama de Doug - alguém esteve aqui e induziu meu filho a morte. – olhou no fundo dos meus olhos. - Acredite em mim.
Harry e eu saímos da casa dos Poynter muito diferentes do que quando entramos. Saímos com a sensação de que algo estava errado.
- Não consigo acreditar que um monte de folhas e um rádio ligado tenham a ver com um assassinato, Lenah.
- Você não conhecia ele Harry. - fui um tanto estúpida com Harry e reconheci sua insatisfação. - Desculpe.
- Eu entendo que esteja preocupada com isso, querida, mas essa história é uma loucura.
- Harry - segurei suas mãos. - Não acha que seria mais fácil para uma mãe culpar uma garota pela morte de seu filho, do que simplesmente arranjar uma história de assassinato absurda?
- Nesse caso, não. A senhora Poynter queria que o filho recebesse a “entrada do céu”, com todas as crenças dela e isso ficou claro. – eu me recusava a acreditar nessa hipótese.
- Não é isso não, Haz. Doug tinha algo de triste nele, mas a felicidade era muito maior. Tem algo errado nisso tudo.
- O que te leva a pensar assim? O rádio ligado? O disco no último volume? Os papéis?
- Talvez, mas principalmente o tal lanche duplo com carne. Doug poderia ouvir Iron Maiden, mexer no rádio do avô e escrever poemas macabros, mas a última coisa que faria antes de morrer seria comer hambúrguer.
- Não consigo acreditar que um monte de folhas e um rádio ligado tenham a ver com um assassinato, Lenah.
- Você não conhecia ele Harry. - fui um tanto estúpida com Harry e reconheci sua insatisfação. - Desculpe.
- Eu entendo que esteja preocupada com isso, querida, mas essa história é uma loucura.
- Harry - segurei suas mãos. - Não acha que seria mais fácil para uma mãe culpar uma garota pela morte de seu filho, do que simplesmente arranjar uma história de assassinato absurda?
- Nesse caso, não. A senhora Poynter queria que o filho recebesse a “entrada do céu”, com todas as crenças dela e isso ficou claro. – eu me recusava a acreditar nessa hipótese.
- Não é isso não, Haz. Doug tinha algo de triste nele, mas a felicidade era muito maior. Tem algo errado nisso tudo.
- O que te leva a pensar assim? O rádio ligado? O disco no último volume? Os papéis?
- Talvez, mas principalmente o tal lanche duplo com carne. Doug poderia ouvir Iron Maiden, mexer no rádio do avô e escrever poemas macabros, mas a última coisa que faria antes de morrer seria comer hambúrguer.
Capítulo 9
We were made for each other
I'll keep forever
I know we were
I'll keep forever
I know we were
O tempo estava passando depressa, faltava uma semana para o baile de primavera e o fim das aulas. Eu estaria livre.
Jones não falava comigo e não se aproximava. As aulas de matemática eram tranquilas, agora ele sentava longe de mim. No intervalo fingia não me conhecer e andava pelos corredores com várias garotas, rindo e brincando com todos ao redor.
Não o via como um cara irritante, parecia que era muito mais engraçado do que irritante e isso me deixava intrigada, afinal eu estava encontrando qualidades nos defeitos dele e até sentindo falta de suas irritações.
Tentei não pensar mais nisso. Concentrei-me em tentar me alimentar bem, porque no último mês eu me sentia tonta e ficava pálida, chegando a desmaiar uma ou duas vezes. Harry se preocupava comigo e me mimava ao extremo, se virando em 30 para estar em casa, no trabalho e na faculdade.
Eu havia recebido a carta de três universidades, mas ainda não tinha a que eu queria, para estudar com meu Judd. Na verdade, nos últimos tempos me sentia indisposta a fazer exercícios e cansada demais, o que deixava Harry em estado de alerta, completamente preocupado comigo. Meu namorado me tinha como o ar de sua vida e era completamente dedicado.
Jones não falava comigo e não se aproximava. As aulas de matemática eram tranquilas, agora ele sentava longe de mim. No intervalo fingia não me conhecer e andava pelos corredores com várias garotas, rindo e brincando com todos ao redor.
Não o via como um cara irritante, parecia que era muito mais engraçado do que irritante e isso me deixava intrigada, afinal eu estava encontrando qualidades nos defeitos dele e até sentindo falta de suas irritações.
Tentei não pensar mais nisso. Concentrei-me em tentar me alimentar bem, porque no último mês eu me sentia tonta e ficava pálida, chegando a desmaiar uma ou duas vezes. Harry se preocupava comigo e me mimava ao extremo, se virando em 30 para estar em casa, no trabalho e na faculdade.
Eu havia recebido a carta de três universidades, mas ainda não tinha a que eu queria, para estudar com meu Judd. Na verdade, nos últimos tempos me sentia indisposta a fazer exercícios e cansada demais, o que deixava Harry em estado de alerta, completamente preocupado comigo. Meu namorado me tinha como o ar de sua vida e era completamente dedicado.
- Amor? - nós estávamos deitados no sofá, assistindo um programa de talentos.
- O que foi querido? – me aconcheguei a ele.
- Quero te fazer uma pergunta. - olhei para Haz e sorri, esperando. - Aceita ser meu par no baile de Primavera?
Meus olhos brilharam e eu sorri de ponta a ponta, completamente surpresa e hipnotizada. Como ele conseguia ser assim tão especial e me deixar cada vez mais empolgada e nitidamente apaixonada? Algo tão corriqueiro, tão natural, um momento tão íntimo e tão simples, e lá estava ele, me fazendo viver mais um sonho repleto de amor.
- É claro que aceito, meu príncipe. - Harry me beijou e levantou do sofá.
- Nesse caso, futura rainha, espere mais um minuto. - fiquei aflita, adorava surpresas e Harry sempre tinha alguma coisa nova para me fazer sorrir e bater palmas como uma menininha boba.
- O que é, amor? - eu me levantei, estava com um pijama de florzinhas e ele com uma boxer xadrez, além de uma camisa de pijama. Harry gritou do quarto que eu esperasse na sala e me sentei, aflita de emoção.
- Está de olhos abertos?
- Sim. – respondi, ansiosa.
- Então feche-os. - obedeci. – E agora?
- Estou pronta.
Ele se aproximou e me deu um beijo leve, me levantando do sofá, fazendo-me flutuar nas nuvens e, então, sussurrando em meu ouvido.
- Uma rainha deve estar com o melhor de todos os vestidos para assumir seu posto.
Abri os olhos surpresa e olhei para a mão dele, que estava esticada segurando um cabide coberto por uma capa. Meus olhos brilharam, meu sorriso se tornou em uma expressão de espanto e o agarrei beijando-o e pegando o cabide de sua mão, para abrir o “pacote” no sofá.
- Não posso acreditar! - ele sorriu orgulhoso e ficou olhando minha excitação diante do presente.- Oh Meu Deus, Haz!
Fiquei muda de tão chocada. Era o vestido mais lindo do mundo. Um tomara-que-caia, baloné, com um tom creme e bordados de bolinhas que lembravam perolas, em seu colo. Segurei o vestido em frente o corpo e girei empolgada. Harry me abraçou e demonstrou sua felicidade em um longo beijo.
- Quero fazer um trato. - eu sorri e esperei ouvir o que era. Ele acariciou meu rosto e baixou o tom de voz. - Quero que voltemos a fazer amor apenas no dia do baile. - eu fiz uma cara de interrogação e me mexi em seus braços, meio inquieta com a proposta. - O dia em que voltarmos a nos amar será inesquecível para você e pra mim. Não acha?
- Eu... não sei o que dizer? - sorri e o beijei. – Estou chocada e feliz demais para pensar. Me diga de onde tirou essa loucura, meu amor?
- Percebi que as garotas gostam de ter uma noite especial nesse dia, - ele acariciava meu braço - não quero que você seja diferente. Quero que seja a mulher mais feliz do mundo. - ele me beijou. - você está crescendo e está mais linda a cada dia, meu anjo. - me senti tão bem e tão envergonhada com aquela afirmação.
- É, eu notei umas gordurinhas a mais mesmo, obrigada Mister Judd. - Harry riu e me apertou, me beijando com muito prazer.
- Vai ser difícil me segurar e não abocanhar esse corpinho gostoso por uma semana.
- Um suplício.
- Um martírio.
- Alguma idéia do que eu faço até lá?
- Brinca sozinha, é claro. – dei um tapa em seu braço e Harry se fez de ofendido, rindo à toa.
- Te amo.
- Eu amo muito mais, minha princesa.
- O que foi querido? – me aconcheguei a ele.
- Quero te fazer uma pergunta. - olhei para Haz e sorri, esperando. - Aceita ser meu par no baile de Primavera?
Meus olhos brilharam e eu sorri de ponta a ponta, completamente surpresa e hipnotizada. Como ele conseguia ser assim tão especial e me deixar cada vez mais empolgada e nitidamente apaixonada? Algo tão corriqueiro, tão natural, um momento tão íntimo e tão simples, e lá estava ele, me fazendo viver mais um sonho repleto de amor.
- É claro que aceito, meu príncipe. - Harry me beijou e levantou do sofá.
- Nesse caso, futura rainha, espere mais um minuto. - fiquei aflita, adorava surpresas e Harry sempre tinha alguma coisa nova para me fazer sorrir e bater palmas como uma menininha boba.
- O que é, amor? - eu me levantei, estava com um pijama de florzinhas e ele com uma boxer xadrez, além de uma camisa de pijama. Harry gritou do quarto que eu esperasse na sala e me sentei, aflita de emoção.
- Está de olhos abertos?
- Sim. – respondi, ansiosa.
- Então feche-os. - obedeci. – E agora?
- Estou pronta.
Ele se aproximou e me deu um beijo leve, me levantando do sofá, fazendo-me flutuar nas nuvens e, então, sussurrando em meu ouvido.
- Uma rainha deve estar com o melhor de todos os vestidos para assumir seu posto.
Abri os olhos surpresa e olhei para a mão dele, que estava esticada segurando um cabide coberto por uma capa. Meus olhos brilharam, meu sorriso se tornou em uma expressão de espanto e o agarrei beijando-o e pegando o cabide de sua mão, para abrir o “pacote” no sofá.
- Não posso acreditar! - ele sorriu orgulhoso e ficou olhando minha excitação diante do presente.- Oh Meu Deus, Haz!
Fiquei muda de tão chocada. Era o vestido mais lindo do mundo. Um tomara-que-caia, baloné, com um tom creme e bordados de bolinhas que lembravam perolas, em seu colo. Segurei o vestido em frente o corpo e girei empolgada. Harry me abraçou e demonstrou sua felicidade em um longo beijo.
- Quero fazer um trato. - eu sorri e esperei ouvir o que era. Ele acariciou meu rosto e baixou o tom de voz. - Quero que voltemos a fazer amor apenas no dia do baile. - eu fiz uma cara de interrogação e me mexi em seus braços, meio inquieta com a proposta. - O dia em que voltarmos a nos amar será inesquecível para você e pra mim. Não acha?
- Eu... não sei o que dizer? - sorri e o beijei. – Estou chocada e feliz demais para pensar. Me diga de onde tirou essa loucura, meu amor?
- Percebi que as garotas gostam de ter uma noite especial nesse dia, - ele acariciava meu braço - não quero que você seja diferente. Quero que seja a mulher mais feliz do mundo. - ele me beijou. - você está crescendo e está mais linda a cada dia, meu anjo. - me senti tão bem e tão envergonhada com aquela afirmação.
- É, eu notei umas gordurinhas a mais mesmo, obrigada Mister Judd. - Harry riu e me apertou, me beijando com muito prazer.
- Vai ser difícil me segurar e não abocanhar esse corpinho gostoso por uma semana.
- Um suplício.
- Um martírio.
- Alguma idéia do que eu faço até lá?
- Brinca sozinha, é claro. – dei um tapa em seu braço e Harry se fez de ofendido, rindo à toa.
- Te amo.
- Eu amo muito mais, minha princesa.
Na escola eu procurava Tom para conversarmos sobre o vídeo, ele perdeu as esperanças, mas eu não. Não sei por que queria tanto encontrar quem filmou a mim e Harry, se bem que, de certa forma, era o grande culpado por todos os desastres nos últimos três meses. E por tudo o que havia de bom, também.
Naquela semana soube que minha mãe havia se mudado e morava em uma cidade vizinha. Foi bem difícil pensar que ela seguiu em frente sem mim e nem me esperou procurá-la para qualquer reconciliação. Decidi que a deixaria ir, era impossível que conseguíssemos conversar sem uma tragédia, por isso me mantive calma e pensei que era o melhor para nós duas.
A senhora Poynter havia contratado um detetive, mas não contou a ninguém além de mim. Disse que mudaria a mancha na morte de seu filho, ainda que eu achasse aquela nova mancha muito pior. Imagine só, quem mataria Doug Poynter? Ele era o homem mais doce do mundo.
Naquela semana soube que minha mãe havia se mudado e morava em uma cidade vizinha. Foi bem difícil pensar que ela seguiu em frente sem mim e nem me esperou procurá-la para qualquer reconciliação. Decidi que a deixaria ir, era impossível que conseguíssemos conversar sem uma tragédia, por isso me mantive calma e pensei que era o melhor para nós duas.
A senhora Poynter havia contratado um detetive, mas não contou a ninguém além de mim. Disse que mudaria a mancha na morte de seu filho, ainda que eu achasse aquela nova mancha muito pior. Imagine só, quem mataria Doug Poynter? Ele era o homem mais doce do mundo.
Era terça-feira, aula de matemática e encontrei um buquê de orquídeas em minha carteira. Pensei em Harry e sorri, cheirando as flores e pegando o cartão. Meu namorado era mesmo romântico, lindo e perfeito com todas aquelas surpresas.
Lenah,
te espero no bosque depois da aula
J.
te espero no bosque depois da aula
J.
O que deu no Judd pra assinar com um J? Pensei um pouco e achei misterioso e sexy. Será que ele tinha mudado de ideia quanto à noite especial de amor e queria algo mais selvagem como o bosque? Eu estaria disposta, é claro. Afinal, para um casal que começou o relacionamento com sexo em um quartinho de limpeza e vídeos no YouPorn, nós bem que poderíamos experimentar outras vibes.
As aulas terminaram e corri para o bosque, com meu buquê perfeito. O local era ao lado do colégio e levava para uma passagem que ia ao lado norte de nossa cidade. Achei estranho, exótico e encantador a proposta de Judd.
Entrei em meio às árvores correndo e sorrindo. Deixei a bolsa e as flores no chão e gritei por meu amor.
- Hey Mister J, você está aí? Já cheguei.
Atrás de mim senti uma mão tapar meus olhos. Meu coração disparou e minha respiração ficou ofegante, de repente, em um tópico sinal de excitação. Eu conhecia bem aquele perfume, fazia meses que ele não saia de minha cabeça. Minhas pernas bambas e minha força fugindo de mim. Os lábios encantadores que haviam pressionado com força contra os meus, em uma outra ocasião, beijaram meu pescoço devagar antes de falarem em meu ouvido.
- Estou aqui minha gata. - Me soltando com pressa, virei meu corpo para trás e encontrei os olhos azuis e indiscretos me olhando com a intensidade de sempre. O rosto era tão forte e me deixava tão hipnotizada.
- Que brincadeira é essa Jones?
- Brincadeira?
- Claro, assinou com um J para eu pensar que era meu namorado? - dei ênfase em 'namorado'.
- Você sentiu minha falta. - não era uma pergunta.
- Eu vejo você todos os dias, Jones.
- Não se faça de boba, Lenah. - ele segurou meu braço e eu engoli saliva, tensa, não conseguia afastá-lo. Jones me abraçou com força e me beijou. Dessa vez perdi o controle. O perfume dele me deixava inebriada e louca, descontrolada e atordoada. O beijo era doce demais para ser de Jones, não conseguia me desprender, nem queria. Havia uma luta interna que me fazia sentir um lixo por estar ali sem revidar, ao passo que me sentia completamente seduzida por estar ali nos braços de Daniel Jones.
Ele quebrou o beijo e fiquei olhando como se estivesse nua diante de seus olhos. Ele tinha o poder de me deixar quente e absolutamente atordoada, com apenas um olhar.
- O que eu fiz? - sussurrei, falando comigo mesmo e levei a mão a boca.
- Beijou Daniel Jones. - ele sorriu vitorioso, erguendo a cabeça, com os olhos para o céu e abrindo os braços, como louco. - E fez dele o homem mais feliz do mundo. - Jones soltou um suspiro de excitação.
- Você é louco. - ele olhou para mim e me viu desprotegida e envergonhada, colocou a mão em meu rosto e então acariciou meus cabelos.
- Completamente louco por você.
- Jones... - eu olhava para ele hipnotizada e perdia a voz. - você tem ideia do que acabou de fazer?
- Beijei a mulher que me enlouquece e a deixei sem folego, como eu sempre desejei.
- Do que você está falando Jones? Eu estou enrascada, oh meu Deus!- coloquei as mãos na cabeça em sinal de desespero, quando Jones me puxou para seus braços, mais uma vez, e segurou muito firme, enfiando o rosto em minha nuca, beijando ela e me causando um impacto inesperado.
Não resisti e soltei um gemido de tesão.
- Para Jones. – ouvi minha voz sair lânguida parecendo estar pedindo por mais, ao invés de pedir para que parasse. Jones sentiu minha energia e aumentou a frequencia dos beijos em meu pescoço, aproveitando para mordiscar o lóbulo de minha orelha, fazendo-me arrepiar toda e tentar afastar nossos corpos, sem muita força de vontade.
- Fica comigo. - ele sussurrou em meu ouvido e eu senti que estava completamente molhada.
- Não. - era mais uma droga de um gemido. Ele entendeu sim e desceu as mãos por minhas costas, me fazendo sentir a erupção surgindo em meu âmago. - Jones, não.
- Sim... - ele me beijava e eu correspondia com mais vontade a cada segundo. - sim... - ele me apertava e eu não recuava, afundando meu corpo no dele. - Sim. - ele abriu os botões de minha camisa e eu deixei, envolvendo-o em um abraço e passando a mão em sua bunda, liberando que ele fizesse o mesmo.
Jones me deitou embaixo da árvore e mordeu meu pescoço, então meu colo e desceu mordendo o corpo todo, passeando uma das mãos em meus seios, até descer pela barriga e abrir minha calça, beijando minha virilha, enquanto ambos gemíamos intensamente. Ele subiu lambendo meu corpo e me beijou de novo, fazendo-me sentir seu membro ereto tocar em mim, provocando meus instintos e causando meu primeiro orgasmo.
O bosque vazio e os pássaros voando por todos os lados. Eu segurava sua cabeça, envolvendo-o em um beijo, que abafava os gritos que eu estava prestes a soltar, já suada.
- Se eu pudesse apenas te beijar até saciar toda minha vontade de você. - ele gemia completamente excitado, até que soltou um de seus gritos de fúria, penetrando em mim de uma só vez, fazendo-me soltar uma súplica desesperada e agarrar em seus ombros com as unhas em garras.
Jones abriu os olhos e eu também, ele se movia devagar e me olhava com os olhos lacrimejando, até que senti uma onda louca de calor me fazer arquear o corpo e gemer de prazer e dor. Não queria dizer nada que o motivasse, eu tentava permanecer calada, mas ele parou de repente, dentro de mim e eu não sabia mais o que fazer, tamanho o desespero de querer pedir mais.
Jones apenas me olhava, torturando meu ego, vingando-se de cada palavra de desdém. Eu retribuía o olhar, paralisada e ansiando que continuasse a me possuir.
- Fala. - ele mandou.
- Não. – eu gemi.
- Fala, Lenah.
- Danny, não! - meus olhos esquentaram, querendo lacrimejar, ele acariciou meu cabelo.
- Fala. - eu sentia uma vontade muito grande e não resisti. Gemendo sem me controlar, coloquei a boca ao lado de seu ouvido, segurando seu corpo com força e supliquei.
- Por favor, continua. Eu quero você.
Danny me beijou desesperadamente, tanto quanto conseguia, pois seu corpo cavalgava em mim como se fossemos morrer depois daquilo. Eu respondia freneticamente, pois estava derretida e enlouquecida de tesão. Danny chegou ao orgasmo junto de mim, tremendo e suando de prazer.
As aulas terminaram e corri para o bosque, com meu buquê perfeito. O local era ao lado do colégio e levava para uma passagem que ia ao lado norte de nossa cidade. Achei estranho, exótico e encantador a proposta de Judd.
Entrei em meio às árvores correndo e sorrindo. Deixei a bolsa e as flores no chão e gritei por meu amor.
- Hey Mister J, você está aí? Já cheguei.
Atrás de mim senti uma mão tapar meus olhos. Meu coração disparou e minha respiração ficou ofegante, de repente, em um tópico sinal de excitação. Eu conhecia bem aquele perfume, fazia meses que ele não saia de minha cabeça. Minhas pernas bambas e minha força fugindo de mim. Os lábios encantadores que haviam pressionado com força contra os meus, em uma outra ocasião, beijaram meu pescoço devagar antes de falarem em meu ouvido.
- Estou aqui minha gata. - Me soltando com pressa, virei meu corpo para trás e encontrei os olhos azuis e indiscretos me olhando com a intensidade de sempre. O rosto era tão forte e me deixava tão hipnotizada.
- Que brincadeira é essa Jones?
- Brincadeira?
- Claro, assinou com um J para eu pensar que era meu namorado? - dei ênfase em 'namorado'.
- Você sentiu minha falta. - não era uma pergunta.
- Eu vejo você todos os dias, Jones.
- Não se faça de boba, Lenah. - ele segurou meu braço e eu engoli saliva, tensa, não conseguia afastá-lo. Jones me abraçou com força e me beijou. Dessa vez perdi o controle. O perfume dele me deixava inebriada e louca, descontrolada e atordoada. O beijo era doce demais para ser de Jones, não conseguia me desprender, nem queria. Havia uma luta interna que me fazia sentir um lixo por estar ali sem revidar, ao passo que me sentia completamente seduzida por estar ali nos braços de Daniel Jones.
Ele quebrou o beijo e fiquei olhando como se estivesse nua diante de seus olhos. Ele tinha o poder de me deixar quente e absolutamente atordoada, com apenas um olhar.
- O que eu fiz? - sussurrei, falando comigo mesmo e levei a mão a boca.
- Beijou Daniel Jones. - ele sorriu vitorioso, erguendo a cabeça, com os olhos para o céu e abrindo os braços, como louco. - E fez dele o homem mais feliz do mundo. - Jones soltou um suspiro de excitação.
- Você é louco. - ele olhou para mim e me viu desprotegida e envergonhada, colocou a mão em meu rosto e então acariciou meus cabelos.
- Completamente louco por você.
- Jones... - eu olhava para ele hipnotizada e perdia a voz. - você tem ideia do que acabou de fazer?
- Beijei a mulher que me enlouquece e a deixei sem folego, como eu sempre desejei.
- Do que você está falando Jones? Eu estou enrascada, oh meu Deus!- coloquei as mãos na cabeça em sinal de desespero, quando Jones me puxou para seus braços, mais uma vez, e segurou muito firme, enfiando o rosto em minha nuca, beijando ela e me causando um impacto inesperado.
Não resisti e soltei um gemido de tesão.
- Para Jones. – ouvi minha voz sair lânguida parecendo estar pedindo por mais, ao invés de pedir para que parasse. Jones sentiu minha energia e aumentou a frequencia dos beijos em meu pescoço, aproveitando para mordiscar o lóbulo de minha orelha, fazendo-me arrepiar toda e tentar afastar nossos corpos, sem muita força de vontade.
- Fica comigo. - ele sussurrou em meu ouvido e eu senti que estava completamente molhada.
- Não. - era mais uma droga de um gemido. Ele entendeu sim e desceu as mãos por minhas costas, me fazendo sentir a erupção surgindo em meu âmago. - Jones, não.
- Sim... - ele me beijava e eu correspondia com mais vontade a cada segundo. - sim... - ele me apertava e eu não recuava, afundando meu corpo no dele. - Sim. - ele abriu os botões de minha camisa e eu deixei, envolvendo-o em um abraço e passando a mão em sua bunda, liberando que ele fizesse o mesmo.
Jones me deitou embaixo da árvore e mordeu meu pescoço, então meu colo e desceu mordendo o corpo todo, passeando uma das mãos em meus seios, até descer pela barriga e abrir minha calça, beijando minha virilha, enquanto ambos gemíamos intensamente. Ele subiu lambendo meu corpo e me beijou de novo, fazendo-me sentir seu membro ereto tocar em mim, provocando meus instintos e causando meu primeiro orgasmo.
O bosque vazio e os pássaros voando por todos os lados. Eu segurava sua cabeça, envolvendo-o em um beijo, que abafava os gritos que eu estava prestes a soltar, já suada.
- Se eu pudesse apenas te beijar até saciar toda minha vontade de você. - ele gemia completamente excitado, até que soltou um de seus gritos de fúria, penetrando em mim de uma só vez, fazendo-me soltar uma súplica desesperada e agarrar em seus ombros com as unhas em garras.
Jones abriu os olhos e eu também, ele se movia devagar e me olhava com os olhos lacrimejando, até que senti uma onda louca de calor me fazer arquear o corpo e gemer de prazer e dor. Não queria dizer nada que o motivasse, eu tentava permanecer calada, mas ele parou de repente, dentro de mim e eu não sabia mais o que fazer, tamanho o desespero de querer pedir mais.
Jones apenas me olhava, torturando meu ego, vingando-se de cada palavra de desdém. Eu retribuía o olhar, paralisada e ansiando que continuasse a me possuir.
- Fala. - ele mandou.
- Não. – eu gemi.
- Fala, Lenah.
- Danny, não! - meus olhos esquentaram, querendo lacrimejar, ele acariciou meu cabelo.
- Fala. - eu sentia uma vontade muito grande e não resisti. Gemendo sem me controlar, coloquei a boca ao lado de seu ouvido, segurando seu corpo com força e supliquei.
- Por favor, continua. Eu quero você.
Danny me beijou desesperadamente, tanto quanto conseguia, pois seu corpo cavalgava em mim como se fossemos morrer depois daquilo. Eu respondia freneticamente, pois estava derretida e enlouquecida de tesão. Danny chegou ao orgasmo junto de mim, tremendo e suando de prazer.
Quando nossas respirações se acalmaram Danny saiu de mim, bem devagar, me torturando e me beijando.
Olhei para ele, que me vestia, abotoando minha roupa enquanto enchia meu corpo de beijos.
- Você é uma deusa, Lenah. Uma deusa. - me beijou de novo e eu afastei sua boca, fechando os olhos com pesar. Levou um segundo, depois do prazer, para eu me sentir desgraçadamente promiscua e infeliz.
- Eu nunca vou me perdoar pelo que fizemos, Jones. - senti o gosto amargo de traição na boca.
- Você gostou Lenah, eu gostei. Nada mais importa. – ele queria mais um beijo.
- Não, Jones. – eu o afastei - Por que fez isso? Por que eu deixei que fizesse? - Porque eu tenho sonhado a muito tempo com você. – Desviei o olhar e terminei de me arrumar, perplexa.
- Não acredito nisso Jones, não consigo acreditar que seja mais que tesão e... por Deus, eu me deixei levar. - ele segurou meu rosto e olhou em meus olhos. Havia lágrimas nos dele. - Judd foi meu melhor amigo, Lenah. Ele e eu nos conhecemos desde criança, crescemos juntos. - fiquei calada com os olhos saltados. – A ex-mulher de Judd foi minha namorada e a causa de nossa primeira briga. - olhei para ele com desprezo e nojo, querendo sair dali. Então era isso, eu fui uma vingança pessoal? - Não vai sair daqui sem me ouvir. - ele deixou as lágrimas rolarem e me encarou, segurando meu corpo. - Quando me interessei por você ele percebeu e começou a te observar. - não acreditei, não queria acreditar. - Ele sempre quis o que era meu, mesmo sendo melhor do que eu em tantas coisas. Ver você com ele me faz muito mal, Lenah, mais do que qualquer outra coisa.
- Você está mentindo! Por que está me destruindo, Jones? Por quê? - eu não aguentava vê-lo chorar, mas estava me magoando mais acreditar nele e ver a imagem que construí de Harry desabar.
- Harry te ama, se apaixonou por você e eu te perdi. Precisava fazer amor com você antes que resolvesse ser dele definitivamente.
- Você enlouqueceu Jones, me solta! - ele se afastou trêmulo, pegou sua bolsa embaixo da árvore e tirou um envelope aberto, me estendendo.
- Meu pai é funcionário do hospital. O exame que você fez foi parar no setor de entrega e... Desculpe Lenah, mas não resisti. - eu olhava atordoada para o papel que tremia na mão de Jones, sem entender. Quando percebi o que era, agarrei ele e li. Olhei para Jones e meu rosto se encheu de lágrimas.
- Eu estou... – fiquei pasma com a mão na boca aberta – e você... você sabia.
Ele me segurou e me abraçou desesperado, não tive reação.
- Eu queria ser o pai do seu filho.
Olhei para ele, que me vestia, abotoando minha roupa enquanto enchia meu corpo de beijos.
- Você é uma deusa, Lenah. Uma deusa. - me beijou de novo e eu afastei sua boca, fechando os olhos com pesar. Levou um segundo, depois do prazer, para eu me sentir desgraçadamente promiscua e infeliz.
- Eu nunca vou me perdoar pelo que fizemos, Jones. - senti o gosto amargo de traição na boca.
- Você gostou Lenah, eu gostei. Nada mais importa. – ele queria mais um beijo.
- Não, Jones. – eu o afastei - Por que fez isso? Por que eu deixei que fizesse? - Porque eu tenho sonhado a muito tempo com você. – Desviei o olhar e terminei de me arrumar, perplexa.
- Não acredito nisso Jones, não consigo acreditar que seja mais que tesão e... por Deus, eu me deixei levar. - ele segurou meu rosto e olhou em meus olhos. Havia lágrimas nos dele. - Judd foi meu melhor amigo, Lenah. Ele e eu nos conhecemos desde criança, crescemos juntos. - fiquei calada com os olhos saltados. – A ex-mulher de Judd foi minha namorada e a causa de nossa primeira briga. - olhei para ele com desprezo e nojo, querendo sair dali. Então era isso, eu fui uma vingança pessoal? - Não vai sair daqui sem me ouvir. - ele deixou as lágrimas rolarem e me encarou, segurando meu corpo. - Quando me interessei por você ele percebeu e começou a te observar. - não acreditei, não queria acreditar. - Ele sempre quis o que era meu, mesmo sendo melhor do que eu em tantas coisas. Ver você com ele me faz muito mal, Lenah, mais do que qualquer outra coisa.
- Você está mentindo! Por que está me destruindo, Jones? Por quê? - eu não aguentava vê-lo chorar, mas estava me magoando mais acreditar nele e ver a imagem que construí de Harry desabar.
- Harry te ama, se apaixonou por você e eu te perdi. Precisava fazer amor com você antes que resolvesse ser dele definitivamente.
- Você enlouqueceu Jones, me solta! - ele se afastou trêmulo, pegou sua bolsa embaixo da árvore e tirou um envelope aberto, me estendendo.
- Meu pai é funcionário do hospital. O exame que você fez foi parar no setor de entrega e... Desculpe Lenah, mas não resisti. - eu olhava atordoada para o papel que tremia na mão de Jones, sem entender. Quando percebi o que era, agarrei ele e li. Olhei para Jones e meu rosto se encheu de lágrimas.
- Eu estou... – fiquei pasma com a mão na boca aberta – e você... você sabia.
Ele me segurou e me abraçou desesperado, não tive reação.
- Eu queria ser o pai do seu filho.
Fui embora chorando depois da briga que se sucedeu com Jones, quando arranhei ele no rosto, descontrolada e me sentindo suja.. Não tive coragem de ir para o hospital e fazer um escândalo, estava fraca demais.
Eu tinha um bebê de meu namorado em meu ventre e o maldito Jones acabava de transar comigo no bosque, me fazendo sentir como uma vadia. Com que cara eu olharia para Harry e diria que nunca tive nada com Jones, que o filho não era do Daniel e que nunca tive nada com ele antes? Judd jamais acreditaria, me colocaria no olho da rua e eu estaria morta, sozinha e desesperada. Não poderia viver sem o amor de Harry. Não deveria ter cedido a Jones. Eu estava perdida.
Um bebê. Meu Deus, um bebê! Eu tinha um bebê em mim e seria mãe de um filho de Harry Judd, o homem mais amável e perfeito do mundo. Como eu pude traí-lo? Como eu me senti atraída pelo crápula do Daniel Jones?
Eu tinha um bebê de meu namorado em meu ventre e o maldito Jones acabava de transar comigo no bosque, me fazendo sentir como uma vadia. Com que cara eu olharia para Harry e diria que nunca tive nada com Jones, que o filho não era do Daniel e que nunca tive nada com ele antes? Judd jamais acreditaria, me colocaria no olho da rua e eu estaria morta, sozinha e desesperada. Não poderia viver sem o amor de Harry. Não deveria ter cedido a Jones. Eu estava perdida.
Um bebê. Meu Deus, um bebê! Eu tinha um bebê em mim e seria mãe de um filho de Harry Judd, o homem mais amável e perfeito do mundo. Como eu pude traí-lo? Como eu me senti atraída pelo crápula do Daniel Jones?
Eu estava passando mal, precisava de ajuda. Liguei para Tom e disse que precisava dele. Meu amigo chegou em poucos minutos e eu me senti muito mais envergonhada em ver o rosto de um conhecido. Era como se eu estivesse suja e isso fosse evidente.
- O que está acontecendo Lenah? - ele estava me dando um copo de água com açúcar, eu evitei falar desde que o vi chegar, temendo sua reação, Tom parecia diferente, descontrolado.
- Não sei o que vai ser de mim Tom, não sei! - eu olhava para um espaço vão, um ponto qualquer no nada e meus olhos se inundavam com uma facilidade impressionante, enquanto Fletcher enxugava-os pacientemente, me abraçando.
- Eu estou aqui com você, pode confiar. - e eu confiava. Confiava muito. Olhei para ele e segurei suas mãos, focalizando bem as cenas em minha memória.
- Tive... Eu tive... Acabei de fazer sexo com Danny Jones no bosque do colégio. - Tom soltou minhas mãos devagar, como se estivesse em um transe. Teve um sobressalto, levantou e olhou furioso para os lados, como se estivesse perdido. Resolvi continuar de uma vez, afinal eu saberia que não seria fácil. - e ele me disse... Ele me disse.
- Fala Lenah! - Tom gritou impaciente e eu comecei a me sentir mal soluçando enquanto chorava.
- Danny me mostrou o exame que eu fiz por causa dos desmaios e... Eu estou grávida.
Tom não se conteve em olhar para mim com todo o desprezo do mundo e me segurou com muita brutalidade gritando.
- De quem é esse filho? De quem é o filho? - eu estava apavorada, não esperava essa reação de Tom. Fechei os olhos com força.
- É do Harry, mas... Ele nunca vai acreditar.
- Sua cretina. Puta, maldita! - Tom me deu um tapa na cara e eu soltei um grito segurando o rosto, incrédula.
- Tom! - ele se apressou em me dar mais um tapa no rosto, sentando em cima de mim. Eu gritava e tentava proteger meu rosto, mas ele prendeu minhas mãos e começou a me morder o pescoço e o rosto, beijando incessantemente. Eu pedia que parasse e gritava chorando, tentando arranhá-lo, mas ele era mais forte e minhas forças estavam acabando. Eu implorava que parasse, mas Tom rasgou minha blusa e arrancou a dele.
- Sua cadela. Se fez de santa o tempo todo. - ele bateu em meu rosto mais uma vez. Sem a camisa, vi seus braços com marcas de agulha. - Vai pagar caro pelo que fez. Muito caro, desgraçada!
Não consegui conter a tontura e meus olhos fecharam. Tudo estava claro demais, havia muita luz e eu via minha mãe. Tentei alcançá-la, chorando e pedi perdão, mas ela não me respondeu, apenas chorava. Olhei para o lado e vi Danny com os olhos cheios de lágrimas dedilhando uma música no violão. Harry estava sorrindo tristemente para mim e dizendo que me amaria para sempre. Então a luz pareceu ficar mais forte e eu vi Doug segurando um buquê de margaridas e estendendo sua mão para me alcançar. Senti-me quente e protegida e sorri segurando sua mão.
- Não sei o que vai ser de mim Tom, não sei! - eu olhava para um espaço vão, um ponto qualquer no nada e meus olhos se inundavam com uma facilidade impressionante, enquanto Fletcher enxugava-os pacientemente, me abraçando.
- Eu estou aqui com você, pode confiar. - e eu confiava. Confiava muito. Olhei para ele e segurei suas mãos, focalizando bem as cenas em minha memória.
- Tive... Eu tive... Acabei de fazer sexo com Danny Jones no bosque do colégio. - Tom soltou minhas mãos devagar, como se estivesse em um transe. Teve um sobressalto, levantou e olhou furioso para os lados, como se estivesse perdido. Resolvi continuar de uma vez, afinal eu saberia que não seria fácil. - e ele me disse... Ele me disse.
- Fala Lenah! - Tom gritou impaciente e eu comecei a me sentir mal soluçando enquanto chorava.
- Danny me mostrou o exame que eu fiz por causa dos desmaios e... Eu estou grávida.
Tom não se conteve em olhar para mim com todo o desprezo do mundo e me segurou com muita brutalidade gritando.
- De quem é esse filho? De quem é o filho? - eu estava apavorada, não esperava essa reação de Tom. Fechei os olhos com força.
- É do Harry, mas... Ele nunca vai acreditar.
- Sua cretina. Puta, maldita! - Tom me deu um tapa na cara e eu soltei um grito segurando o rosto, incrédula.
- Tom! - ele se apressou em me dar mais um tapa no rosto, sentando em cima de mim. Eu gritava e tentava proteger meu rosto, mas ele prendeu minhas mãos e começou a me morder o pescoço e o rosto, beijando incessantemente. Eu pedia que parasse e gritava chorando, tentando arranhá-lo, mas ele era mais forte e minhas forças estavam acabando. Eu implorava que parasse, mas Tom rasgou minha blusa e arrancou a dele.
- Sua cadela. Se fez de santa o tempo todo. - ele bateu em meu rosto mais uma vez. Sem a camisa, vi seus braços com marcas de agulha. - Vai pagar caro pelo que fez. Muito caro, desgraçada!
Não consegui conter a tontura e meus olhos fecharam. Tudo estava claro demais, havia muita luz e eu via minha mãe. Tentei alcançá-la, chorando e pedi perdão, mas ela não me respondeu, apenas chorava. Olhei para o lado e vi Danny com os olhos cheios de lágrimas dedilhando uma música no violão. Harry estava sorrindo tristemente para mim e dizendo que me amaria para sempre. Então a luz pareceu ficar mais forte e eu vi Doug segurando um buquê de margaridas e estendendo sua mão para me alcançar. Senti-me quente e protegida e sorri segurando sua mão.
Capítuo 10
(N/A: Ouça When you’re gone)
(Danny POV's on)
Quando cheguei à casa de Lenah, vi o movimento da vizinhança ao redor dos carros de polícia que cercavam o endereço. Meu coração saltou de pânico, então saí correndo e tentei ultrapassar a barreira de segurança, mas fui impedido. Gritei e chutei o máximo que pude, sem evitar as lágrimas de ódio e dor. Eu sabia, sentia que ela estava em perigo, por isso saí de casa... mas cheguei tarde demais.
- Lenah! Lenah! - eu gritava seu nome com desespero e vi minhas mãos serem algemadas por tentar barrar a segurança como um louco. Colocaram-me dentro do carro, em meio a chutes e ponta-pé que eu dava em busca de conseguir sair dali e encontrá-la lá dentro. Eu precisava ver Lenah, precisava!
(Danny POVs off)
Quando cheguei à casa de Lenah, vi o movimento da vizinhança ao redor dos carros de polícia que cercavam o endereço. Meu coração saltou de pânico, então saí correndo e tentei ultrapassar a barreira de segurança, mas fui impedido. Gritei e chutei o máximo que pude, sem evitar as lágrimas de ódio e dor. Eu sabia, sentia que ela estava em perigo, por isso saí de casa... mas cheguei tarde demais.
- Lenah! Lenah! - eu gritava seu nome com desespero e vi minhas mãos serem algemadas por tentar barrar a segurança como um louco. Colocaram-me dentro do carro, em meio a chutes e ponta-pé que eu dava em busca de conseguir sair dali e encontrá-la lá dentro. Eu precisava ver Lenah, precisava!
(Danny POVs off)
I always needed time on my own
I never thought I'd need you there when I cry
And the days feel like years when I'm alone
And the bed where you lie
Is made up on your side
I never thought I'd need you there when I cry
And the days feel like years when I'm alone
And the bed where you lie
Is made up on your side
(Harry POV's on)
Minha vizinha ligou atrás de mim. Geralmente a senhora Clower ligava para dizer que havia uma movimentação errada na rua ou para contar que o gato dela acabara de rasgar nosso lixo, mas que ela pagaria para limparem tudo, afinal seu pequeno Grimm era um safado. Eu já havia me acostumado a receber uma ou duas ligações por semana, com as fofocas de minha vizinha, no meio de meu trabalho, então atendi despreocupado.
- Senhora Clower? Como vai? - a voz dela era acelerada e desesperada, não entendi nada do que disse, além das palavras: Lenah está em perigo.
Corri para avisar que iria para casa para socorrer minha mulher e meu chefe me liberou preocupado. Não sabia o que estava acontecendo, não ouvi o que minha vizinha disse, mas sabia que havia algo de muito ruim, porque eu pilotava a moto sem a menor segurança, atordoado com meus pensamentos. Se Lenah estava em perigo, minha vida estava em perigo.
Cheguei em casa e dei de cara com o portão escancarado, corri para dentro e a cena que vi me faz perder o fôlego só de lembrar.
Minha vizinha ligou atrás de mim. Geralmente a senhora Clower ligava para dizer que havia uma movimentação errada na rua ou para contar que o gato dela acabara de rasgar nosso lixo, mas que ela pagaria para limparem tudo, afinal seu pequeno Grimm era um safado. Eu já havia me acostumado a receber uma ou duas ligações por semana, com as fofocas de minha vizinha, no meio de meu trabalho, então atendi despreocupado.
- Senhora Clower? Como vai? - a voz dela era acelerada e desesperada, não entendi nada do que disse, além das palavras: Lenah está em perigo.
Corri para avisar que iria para casa para socorrer minha mulher e meu chefe me liberou preocupado. Não sabia o que estava acontecendo, não ouvi o que minha vizinha disse, mas sabia que havia algo de muito ruim, porque eu pilotava a moto sem a menor segurança, atordoado com meus pensamentos. Se Lenah estava em perigo, minha vida estava em perigo.
Cheguei em casa e dei de cara com o portão escancarado, corri para dentro e a cena que vi me faz perder o fôlego só de lembrar.
When you walk away I count the steps that you take
Do you see how much I need you right now?
Do you see how much I need you right now?
Meus olhos inundaram de lágrimas e um grito que cortou o mundo saiu de minha garganta. Eu não acreditava no que via, me negava a acreditar. Eu tremia o corpo todo, meu coração estava parado de espanto e meu mundo não existia mais.
When you're gone
The pieces of my heart are missing you
When you're gone
The face I came to know is missing too
When you're gone
The words I need to hear to always get me through the day
And make it ok
I miss you
The pieces of my heart are missing you
When you're gone
The face I came to know is missing too
When you're gone
The words I need to hear to always get me through the day
And make it ok
I miss you
O corpo de Lenah estava no chão, completamente violentado, com as roupas rasgadas e havia sangue em toda a parte. Seu peito tinha um corte, do pescoço até a barriga e sua cabeça pendia, com o pescoço quebrado.
Joguei-me no chão, sem coragem de tocá-la. Chorando e tendo um sobressalto de pânico, dor, perda, ódio, loucura. Eu gritava desesperadamente e chorava como um louco, batendo as mãos no chão e olhando para ela, sem coragem de tocar seu rosto.
Não havia mais vida ali, não havia mais vida em mim.
(Harry POV's off)
Joguei-me no chão, sem coragem de tocá-la. Chorando e tendo um sobressalto de pânico, dor, perda, ódio, loucura. Eu gritava desesperadamente e chorava como um louco, batendo as mãos no chão e olhando para ela, sem coragem de tocar seu rosto.
Não havia mais vida ali, não havia mais vida em mim.
(Harry POV's off)
I've never felt this way before
Everything that I do
Reminds me of you
And the clothes you left lye on the floor
And they smell just like you
I love the things that you do
Everything that I do
Reminds me of you
And the clothes you left lye on the floor
And they smell just like you
I love the things that you do
(Tom POV's on)
Eu não perderia a oportunidade de ferrar com aquela vadia. Ela brincava comigo, simplesmente me deixava maluco com sua sedução, me chamando para trabalhinhos aqui e ali, fazendo de mim nada mais do que um trouxa.
Havia cansado de estarem suas mãos e decidi que eu mesmo a deixaria nas minhas. A oportunidade foi única, eu não acreditei que a sorte estava a meu favor naquele dia, mas estava. Não costumava gravar nada. Não costumava mexer com esse tipo de coisas, afinal minha praia era computador e música, sempre foi.
Vi o maldito Judd no corredor beijando Lenah e liguei a máquina. Fiquei distante escondido e gravei como se tivesse saído da sala de artes, eu não poderia dar bandeira. Quando entraram no quartinho, fiquei sem saber o que fazer, chegando a colocar a câmera na fechadura da porta para tentar pegar um flagra. Por sorte me recuperei do nervosismo e subi em um banco do corredor, filmando pela janela da salinha.
A vagabunda estava transando com ele, como uma cachorra maldita.
Senti o ódio dentro de mim, mas resolvi guardar ele para o intervalo de aulas. Corri para o banheiro com meu laptop e postei o vídeo antes do intervalo, em um perfil falso que eu poderia apagar.Enviei o link para os celulares com bluetooth do colégio e logo todos tinham assistido.
Esperei que ela viesse atrás de mim para me pedir perdão e ajuda. E ela veio, mas estava com ele. Teve a ousadia de entrar com o desgraçado em minha casa. Não era de se espantar que meu humor oscilasse tanto.
Ouvir ela dizendo que eu era um amigo, me fez sentir tanto ódio que queria cuspir na cara da vagabunda. Ela não merecia meu amor. Nunca deveria ter me apaixonado por ela.
O tempo passou e eu tive de mentir para a cadela que estava com problemas para encontrar o imbecil que a filmou. Era parte do meu plano de tê-la por perto. O sorriso dela, o corpo... Me deixava louco para ficar a seu lado. Segurava-me para não arrancar sua roupa e foder sem escrúpulos, fazendo ela gozar de prazer. Era assim que a piranha deveria ser tratada, como uma vagabunda.
Não suportava olhar sua cara e pensar que estava feliz com o namoradinho. Ela havia conseguido um emprego ao arredor da cidade porque eu havia mexido os pauzinhos para que não conseguisse dentro.
Agora morava com o pau mole do Judd. Quase não acreditei que estavam apaixonados. Um dia a piranha fala do Poynter, no outro estava no saco do Judd. Tive que fazer algo para deixá-la mal, para piorar sua vida.
Fui atrás de Poynter e o convenci de encontrar com Lenah. Disse que era seu amigo e achava errado a atitude da vadia. Ele estava depressivo, tomando tarjas pretas, eu sabia disso. Não foi difícil manipulá-lo.
A relação da vaca com Judd estava inabalável, eu os via felizes e quando ia à casa deles fazia questão de quebrar alguma coisa ou agradar ela, em busca de fazê-lo sentir ciúmes. Eu sabia que os ciúmes de Judd eram gigantescos.
Uma peça com a qual eu não contava era o imbecil do Jones. O maldito vivia pendurado em Lenah e a fazia sentir muito ódio, o que me parecia uma espécie de repulsa ao tesão que a cadela sentia por ele. Nesse momento meu ódio fez com que eu sentisse vontade absoluta de acabar com ela de alguma maneira. Fui à casa de Poynter.
Comemos algo e conversei com ele convencendo-o a escrever uma carta para Lenah, assim Harry brigaria com ela. O idiota serviu para alguma coisa. Escreveu uma carta emo de amor e pediu que eu entregasse a ela, dizendo que o procurasse. Quando li a carta, pensei que seria muito mais proveitoso usá-la como uma carta de despedida.
Organizei tudo no quarto, de maneira que parecesse um suicídio. Quem mandou o emo escrever que estava morrendo por ela? Agora morreria mesmo. Uma boa dica é nunca escrever cartas com teor de morte, você pode acabar dando ideias para psicopatas.
Com o número de comprimidos que obriguei o desgraçado a engolir, enquanto ouvíamos Iron Maiden no último volume, a fim de abafar seus gritos de pânico, não haveria como ele se salvar. Estávamos sozinhos na casa e tomei cuidado em não ser visto. No dia seguinte estaria em todos os jornais, como eu me certificaria, com uma ligação anônima falando da carta no quarto. Qualquer jornalista da região daria a vida por aquela carta.
Fiquei muito satisfeito com o desmaio da maldita, vendo o que ela era capaz de fazer. Imagine só, um homem morreu por causa dela. A piranha ficou vulnerável e precisava de ajuda, por isso o professor cabaço me chamou para ficar com ela. Enquanto dormia na enfermaria e a enfermeira preparava uma combinação de soro, passei a mão por seu corpo me excitando. Era macia e gostosa, eu desejava uma noite com ela há muito tempo. Senti seu perfume, me debruçando e apertei seus seios, além de seu sexo. Ela era mesmo uma cadela, uma vadia muito gostosa.
Quando acordou me portei como bom amigo e fiz uma cara de completo idiota. Eu estaria lá se precisasse, é claro, como o bom amigo da piranha.
Jones continuava me importunando e acabando com minhas previsões. Naquele dia brigou com seu arqui-rival, pobres idiotas, no fim ela seria minha de qualquer jeito. O problema era o tempo que estava se arrastando demais.
Estava planejando ir à casa de Lenah naquela tarde e me surpreendi com sua ligação. Ela estava aflita demais, o que me desesperou. Não suportaria ver ninguém fazendo mal a ela, a não ser eu mesmo. Esperava que ela me contasse sobre uma briga qualquer com Harry quando eu chegasse lá e por isso me preparei com a faca, a fim de vingar a ela e a mim. Ele pagaria. Depois, eu bateria nela por ter interrompido o meu momento de reflexão, injetando heroína.
Eu não perderia a oportunidade de ferrar com aquela vadia. Ela brincava comigo, simplesmente me deixava maluco com sua sedução, me chamando para trabalhinhos aqui e ali, fazendo de mim nada mais do que um trouxa.
Havia cansado de estarem suas mãos e decidi que eu mesmo a deixaria nas minhas. A oportunidade foi única, eu não acreditei que a sorte estava a meu favor naquele dia, mas estava. Não costumava gravar nada. Não costumava mexer com esse tipo de coisas, afinal minha praia era computador e música, sempre foi.
Vi o maldito Judd no corredor beijando Lenah e liguei a máquina. Fiquei distante escondido e gravei como se tivesse saído da sala de artes, eu não poderia dar bandeira. Quando entraram no quartinho, fiquei sem saber o que fazer, chegando a colocar a câmera na fechadura da porta para tentar pegar um flagra. Por sorte me recuperei do nervosismo e subi em um banco do corredor, filmando pela janela da salinha.
A vagabunda estava transando com ele, como uma cachorra maldita.
Senti o ódio dentro de mim, mas resolvi guardar ele para o intervalo de aulas. Corri para o banheiro com meu laptop e postei o vídeo antes do intervalo, em um perfil falso que eu poderia apagar.Enviei o link para os celulares com bluetooth do colégio e logo todos tinham assistido.
Esperei que ela viesse atrás de mim para me pedir perdão e ajuda. E ela veio, mas estava com ele. Teve a ousadia de entrar com o desgraçado em minha casa. Não era de se espantar que meu humor oscilasse tanto.
Ouvir ela dizendo que eu era um amigo, me fez sentir tanto ódio que queria cuspir na cara da vagabunda. Ela não merecia meu amor. Nunca deveria ter me apaixonado por ela.
O tempo passou e eu tive de mentir para a cadela que estava com problemas para encontrar o imbecil que a filmou. Era parte do meu plano de tê-la por perto. O sorriso dela, o corpo... Me deixava louco para ficar a seu lado. Segurava-me para não arrancar sua roupa e foder sem escrúpulos, fazendo ela gozar de prazer. Era assim que a piranha deveria ser tratada, como uma vagabunda.
Não suportava olhar sua cara e pensar que estava feliz com o namoradinho. Ela havia conseguido um emprego ao arredor da cidade porque eu havia mexido os pauzinhos para que não conseguisse dentro.
Agora morava com o pau mole do Judd. Quase não acreditei que estavam apaixonados. Um dia a piranha fala do Poynter, no outro estava no saco do Judd. Tive que fazer algo para deixá-la mal, para piorar sua vida.
Fui atrás de Poynter e o convenci de encontrar com Lenah. Disse que era seu amigo e achava errado a atitude da vadia. Ele estava depressivo, tomando tarjas pretas, eu sabia disso. Não foi difícil manipulá-lo.
A relação da vaca com Judd estava inabalável, eu os via felizes e quando ia à casa deles fazia questão de quebrar alguma coisa ou agradar ela, em busca de fazê-lo sentir ciúmes. Eu sabia que os ciúmes de Judd eram gigantescos.
Uma peça com a qual eu não contava era o imbecil do Jones. O maldito vivia pendurado em Lenah e a fazia sentir muito ódio, o que me parecia uma espécie de repulsa ao tesão que a cadela sentia por ele. Nesse momento meu ódio fez com que eu sentisse vontade absoluta de acabar com ela de alguma maneira. Fui à casa de Poynter.
Comemos algo e conversei com ele convencendo-o a escrever uma carta para Lenah, assim Harry brigaria com ela. O idiota serviu para alguma coisa. Escreveu uma carta emo de amor e pediu que eu entregasse a ela, dizendo que o procurasse. Quando li a carta, pensei que seria muito mais proveitoso usá-la como uma carta de despedida.
Organizei tudo no quarto, de maneira que parecesse um suicídio. Quem mandou o emo escrever que estava morrendo por ela? Agora morreria mesmo. Uma boa dica é nunca escrever cartas com teor de morte, você pode acabar dando ideias para psicopatas.
Com o número de comprimidos que obriguei o desgraçado a engolir, enquanto ouvíamos Iron Maiden no último volume, a fim de abafar seus gritos de pânico, não haveria como ele se salvar. Estávamos sozinhos na casa e tomei cuidado em não ser visto. No dia seguinte estaria em todos os jornais, como eu me certificaria, com uma ligação anônima falando da carta no quarto. Qualquer jornalista da região daria a vida por aquela carta.
Fiquei muito satisfeito com o desmaio da maldita, vendo o que ela era capaz de fazer. Imagine só, um homem morreu por causa dela. A piranha ficou vulnerável e precisava de ajuda, por isso o professor cabaço me chamou para ficar com ela. Enquanto dormia na enfermaria e a enfermeira preparava uma combinação de soro, passei a mão por seu corpo me excitando. Era macia e gostosa, eu desejava uma noite com ela há muito tempo. Senti seu perfume, me debruçando e apertei seus seios, além de seu sexo. Ela era mesmo uma cadela, uma vadia muito gostosa.
Quando acordou me portei como bom amigo e fiz uma cara de completo idiota. Eu estaria lá se precisasse, é claro, como o bom amigo da piranha.
Jones continuava me importunando e acabando com minhas previsões. Naquele dia brigou com seu arqui-rival, pobres idiotas, no fim ela seria minha de qualquer jeito. O problema era o tempo que estava se arrastando demais.
Estava planejando ir à casa de Lenah naquela tarde e me surpreendi com sua ligação. Ela estava aflita demais, o que me desesperou. Não suportaria ver ninguém fazendo mal a ela, a não ser eu mesmo. Esperava que ela me contasse sobre uma briga qualquer com Harry quando eu chegasse lá e por isso me preparei com a faca, a fim de vingar a ela e a mim. Ele pagaria. Depois, eu bateria nela por ter interrompido o meu momento de reflexão, injetando heroína.
When you walk away I count the steps that you take
Quando a vagabunda começou a falar chorando, tive certeza do que precisava. Um corretivo. Estava na hora, eu sabia.
Grávida de Harry e trepando com o Jones. Eu devia saber, eu devia saber que Jones era o grande culpado, mas fui tolo. Bati nela, bati até que a maldita desmaiasse. Um bastardo na barriga? Eu arrancaria o maldito bebê e acabaria com a vida dele. Depois de comer ela com muita classe, é claro.
Rasguei toda sua roupa e tirei a faca de dentro da jaqueta. Uma mulher tinha batido na porta e eu falei que estava tudo bem lá dentro, a velha deve ter acreditado porque foi embora.
Lambi o corpo da cretina, até ela ficar toda molhada, com certeza devia estar sentindo tesão, então abaixei as calças e fodi ela sem piedade. Depois de me sentir nas nuvens, puxei seus cabelos e bati em seu rosto pálido, mandando abrir os olhos e me olhar. A filha da puta não obedeceu, por isso tive que quebrar seu pescoço.
Havia chegado a hora de pegar o bebê, então peguei a faca e abri seu corpo. Quando vi que minhas mãos e meu corpo estavam repletos de sangue, senti pavor. Alguém tinha matado Lenah! Eu estava lá com a arma do crime, em cima dela, então pensariam que era eu o assassino.
Comecei a chorar e disse para ela que tudo ficaria bem, pois eu era seu amigo. Corri para a cozinha e chamei a polícia. Depois beijei-a mais uma vez e corri para carro, indo até minha casa. Lá as luzes se apagaram e eu dormi.
Grávida de Harry e trepando com o Jones. Eu devia saber, eu devia saber que Jones era o grande culpado, mas fui tolo. Bati nela, bati até que a maldita desmaiasse. Um bastardo na barriga? Eu arrancaria o maldito bebê e acabaria com a vida dele. Depois de comer ela com muita classe, é claro.
Rasguei toda sua roupa e tirei a faca de dentro da jaqueta. Uma mulher tinha batido na porta e eu falei que estava tudo bem lá dentro, a velha deve ter acreditado porque foi embora.
Lambi o corpo da cretina, até ela ficar toda molhada, com certeza devia estar sentindo tesão, então abaixei as calças e fodi ela sem piedade. Depois de me sentir nas nuvens, puxei seus cabelos e bati em seu rosto pálido, mandando abrir os olhos e me olhar. A filha da puta não obedeceu, por isso tive que quebrar seu pescoço.
Havia chegado a hora de pegar o bebê, então peguei a faca e abri seu corpo. Quando vi que minhas mãos e meu corpo estavam repletos de sangue, senti pavor. Alguém tinha matado Lenah! Eu estava lá com a arma do crime, em cima dela, então pensariam que era eu o assassino.
Comecei a chorar e disse para ela que tudo ficaria bem, pois eu era seu amigo. Corri para a cozinha e chamei a polícia. Depois beijei-a mais uma vez e corri para carro, indo até minha casa. Lá as luzes se apagaram e eu dormi.
Do you see how much I need you right now?
(Tom POV's off)
(Tom POV's off)
When you're gone
The pieces of my heart are missing you
When you're gone
The face I came to know is missing too
When you're gone
The words I need to hear to always get me through the day
And make it ok
I miss you
The pieces of my heart are missing you
When you're gone
The face I came to know is missing too
When you're gone
The words I need to hear to always get me through the day
And make it ok
I miss you
(Danny POV's on)
Eu estava na delegacia quando ouvi o comentário dos policiais, a mulher da casa havia sido assassinada. Fiquei desesperado e comecei a pedir informações, mas foi em vão. Eu chorava sem me conter, como uma criança, sem acreditar. Meu desespero era não poder ver Lenah, não poder protegê-la.
Uma policial se aproximou de mim.
- Você é Daniel Jones?
- Sim. - fiquei atento o máximo que pude para saber se tinha informações, aquilo só poderia ser um pesadelo, uma loucura minha.
- Você está drogado?
- Não senhora.
- Então tem um sangue muito frio.
- Do que está falando?
- Senhor Daniel Jones, está sendo indiciado pelo assassinato de Lenah Muller. Testemunhas disseram que viram o senhor tendo relações com a moça no bosque do colégio, seguidas de uma briga e agressões físicas, na tarde de hoje.
Eu estava sem chão, em estado de choque e permaneci assim até começar a gritar como um louco por Lenah. Senti um choque no ombro e tudo ficou escuro.
(Danny POV's off)
Eu estava na delegacia quando ouvi o comentário dos policiais, a mulher da casa havia sido assassinada. Fiquei desesperado e comecei a pedir informações, mas foi em vão. Eu chorava sem me conter, como uma criança, sem acreditar. Meu desespero era não poder ver Lenah, não poder protegê-la.
Uma policial se aproximou de mim.
- Você é Daniel Jones?
- Sim. - fiquei atento o máximo que pude para saber se tinha informações, aquilo só poderia ser um pesadelo, uma loucura minha.
- Você está drogado?
- Não senhora.
- Então tem um sangue muito frio.
- Do que está falando?
- Senhor Daniel Jones, está sendo indiciado pelo assassinato de Lenah Muller. Testemunhas disseram que viram o senhor tendo relações com a moça no bosque do colégio, seguidas de uma briga e agressões físicas, na tarde de hoje.
Eu estava sem chão, em estado de choque e permaneci assim até começar a gritar como um louco por Lenah. Senti um choque no ombro e tudo ficou escuro.
(Danny POV's off)
We were made for each other
I'll keep forever
I know we were
I'll keep forever
I know we were
(Harry POV's on)
A polícia entrou e me viu desesperado. Tentaram me levar para fora, mas eu dei um murro no policial e gritei com ódio dizendo que ninguém me separaria do corpo de minha mulher. Uma policial impediu que o colega me algemasse e logo havia uma perícia em minha casa.
Olhei para tudo, não conseguia acreditar. Eu me machucava tentando acordar e chorava sem parar, abraçado ao vestido que ainda estava na sala quando cheguei. O vestido do Baile que ela usaria na noite seguinte, como a rainha que era. Sentia seu perfume, fruto de uma única vez que colocou no corpo, provando-o. Nunca mais veria Lenah. Nunca mais veria seu sorriso. Ela nunca mais sorriria para mim. Minha Lenah estava morta.
Quando me dei conta do que eu estava dizendo, me enfureci e fui até um policial chacoalhando-o.
- Quem matou minha mulher? Eu quero saber quem matou minha mulher!
Senti um mal súbito e me sentei recebendo ajuda policial. Eu não estava com a cabeça em lugar algum, respirava por respirar. Meus olhos estavam afundados em lágrimas e quando me dei conta estava em uma sala na delegacia.
(Harry POV's off)
A polícia entrou e me viu desesperado. Tentaram me levar para fora, mas eu dei um murro no policial e gritei com ódio dizendo que ninguém me separaria do corpo de minha mulher. Uma policial impediu que o colega me algemasse e logo havia uma perícia em minha casa.
Olhei para tudo, não conseguia acreditar. Eu me machucava tentando acordar e chorava sem parar, abraçado ao vestido que ainda estava na sala quando cheguei. O vestido do Baile que ela usaria na noite seguinte, como a rainha que era. Sentia seu perfume, fruto de uma única vez que colocou no corpo, provando-o. Nunca mais veria Lenah. Nunca mais veria seu sorriso. Ela nunca mais sorriria para mim. Minha Lenah estava morta.
Quando me dei conta do que eu estava dizendo, me enfureci e fui até um policial chacoalhando-o.
- Quem matou minha mulher? Eu quero saber quem matou minha mulher!
Senti um mal súbito e me sentei recebendo ajuda policial. Eu não estava com a cabeça em lugar algum, respirava por respirar. Meus olhos estavam afundados em lágrimas e quando me dei conta estava em uma sala na delegacia.
(Harry POV's off)
All I ever wanted was for you to know
Everything I do I give my heart and soul
I can only breathe
I need to feel you here with me
Everything I do I give my heart and soul
I can only breathe
I need to feel you here with me
(Danny POV's on)
Minha mãe enviou um advogado, mas não precisaria. Assim que me encaminhariam da sala onde eu dormia desmaiado, pelo choque que levei, até uma cela, vi Tom Fletcher entrar na cadeia, coberto de sangue e com os olhos virando. Ele estava completamente drogado e gritava enlouquecido.
- Lenah! Lenah! Você não vai ter esse bastardo, sua cadela! - O policial o empurrava e ele resistia. Harry saiu de uma sala e logo estava sendo segurado por policiais, pois queria bater em Thomas. Meu amigo de infância esmurrava quem se aproximava e chorava xingando Thomas. Eu não entendia bem, mas já estava explícito que o desgraçado havia matado Lenah.
Corri, sem noção do que fazia, me desvencilhando de todos os policiais que via pela frente. Parecia uma sala sem fim, então, enquanto se preocupavam em segurar Harry, eu mesmo acertei três murros em Thomas, antes de ser segurado e algemado de novo, assim como Harry.
(Danny POV's off)
Minha mãe enviou um advogado, mas não precisaria. Assim que me encaminhariam da sala onde eu dormia desmaiado, pelo choque que levei, até uma cela, vi Tom Fletcher entrar na cadeia, coberto de sangue e com os olhos virando. Ele estava completamente drogado e gritava enlouquecido.
- Lenah! Lenah! Você não vai ter esse bastardo, sua cadela! - O policial o empurrava e ele resistia. Harry saiu de uma sala e logo estava sendo segurado por policiais, pois queria bater em Thomas. Meu amigo de infância esmurrava quem se aproximava e chorava xingando Thomas. Eu não entendia bem, mas já estava explícito que o desgraçado havia matado Lenah.
Corri, sem noção do que fazia, me desvencilhando de todos os policiais que via pela frente. Parecia uma sala sem fim, então, enquanto se preocupavam em segurar Harry, eu mesmo acertei três murros em Thomas, antes de ser segurado e algemado de novo, assim como Harry.
(Danny POV's off)
Na quinta-feira, 24, a estudante Lenah Muller, 17, foi brutalmente assassinada por seu colega de classe Thomas Fletcher, 18. O garoto, usuário de drogas, estuprou a estudante em sua casa, onde morava com Harry Judd, 21. O marido da vítima encontrou o corpo da mulher com um corte que abria o corpo da moça, além de fraturas e ferimentos em todo o corpo e o pescoço quebrado.
Preliminares
Meses atrás o casal Lenah e Harry já havia estampado a capa de nossos jornais, com uma cena lamentável no colégio em que ele era inspetor e ela aluna. Ao que parece, o vídeo das cenas de sexo foi gravado por Thomas Fletcher, o assassino, em uma tentativa de humilhar a vítima.
Meses atrás o casal Lenah e Harry já havia estampado a capa de nossos jornais, com uma cena lamentável no colégio em que ele era inspetor e ela aluna. Ao que parece, o vídeo das cenas de sexo foi gravado por Thomas Fletcher, o assassino, em uma tentativa de humilhar a vítima.
Não satisfeito, Thomas foi o causador da morte de Douglas Poynter, filho do grande investidor de transportes marítimos, Peter Poynter. O estudante entrou na casa da família e matou o ex-namorado de Lenah Muller forçando-o a tomar medicamentos controlados em excesso.
A Tragédia
Ainda com ódio por não ser correspondido por Lenah Muller, Thomas Fletcher planejava matar ao namorado da garota, Harry, mas seus planos foram impedidos quando a moça ligou desesperada paraTom, a fim de conversar sobre o que havia descoberto naquela tarde.
Ainda com ódio por não ser correspondido por Lenah Muller, Thomas Fletcher planejava matar ao namorado da garota, Harry, mas seus planos foram impedidos quando a moça ligou desesperada paraTom, a fim de conversar sobre o que havia descoberto naquela tarde.
Lenah Muller esteve com seu amante, Daniel Jones, em uma tarde quente nos bosques do Colégio em que estudavam, e ele entregou a ela o envelope que comprovava sua gravidez, tirado ilegalmente do Hospital Central da cidade.
Os amantes brigaram, e Lenah contou a Tom que não sabia quem era o pai de seu filho, despertando a ira do rapaz, que estava drogado e acabou agredindo-a fisicamente de todas as maneiras brutais possíveis.
A investigação
De acordo com o Departamento de Homicídios de nossa cidade, Daniel Jones não teve nenhuma ligação com o caso e Thomas Fletcher confessou seu envolvimento quando foi encontrado pela polícia, desmaiado e coberto de sangue, na garagem de sua casa; graças a uma ligação anônima.
De acordo com o Departamento de Homicídios de nossa cidade, Daniel Jones não teve nenhuma ligação com o caso e Thomas Fletcher confessou seu envolvimento quando foi encontrado pela polícia, desmaiado e coberto de sangue, na garagem de sua casa; graças a uma ligação anônima.
O julgamento de Tom Fletcher será na próxima semana.
Hoje o corpo de Lenah Muller está sendo velado na capela da família Poynter, no Cemitério dos Anjos.
When you're gone
The pieces of my heart are missing you
When you're gone
The face I came to know is missing too
When you're gone
The words I need to hear will always get me through the day
And make it ok
I miss you
The pieces of my heart are missing you
When you're gone
The face I came to know is missing too
When you're gone
The words I need to hear will always get me through the day
And make it ok
I miss you
(Danny POV's on)
Eu estava ao lado da senhora Poynter, que chorava copiosamente. Olhava para Harry, vestido com um smoking branco, bem penteado, sorrindo tristemente, enquanto tocava a mão de Lenah no caixão. Eu sabia que ele estava com a roupa que iria ao Baile com ela, naquela noite. Com o ocorrido tudo havia sido cancelado, mas para Harry e Lenah talvez fosse um momento especial, porque a roupa que estava no corpo de nossa amada princesa, era um vestido de festa.
Harry havia cuidado de toda cerimônia com muita força, buscando fazer daquele momento um momento inesquecível, que Lenah fosse aprovar. Eu não conseguia encará-lo de tanta vergonha, dor e tristeza. Apenas chorava e me desesperava, deixando a sanidade e começando a gritar como louco por ela, sempre que estava sozinho.
Eu estava ao lado da senhora Poynter, que chorava copiosamente. Olhava para Harry, vestido com um smoking branco, bem penteado, sorrindo tristemente, enquanto tocava a mão de Lenah no caixão. Eu sabia que ele estava com a roupa que iria ao Baile com ela, naquela noite. Com o ocorrido tudo havia sido cancelado, mas para Harry e Lenah talvez fosse um momento especial, porque a roupa que estava no corpo de nossa amada princesa, era um vestido de festa.
Harry havia cuidado de toda cerimônia com muita força, buscando fazer daquele momento um momento inesquecível, que Lenah fosse aprovar. Eu não conseguia encará-lo de tanta vergonha, dor e tristeza. Apenas chorava e me desesperava, deixando a sanidade e começando a gritar como louco por ela, sempre que estava sozinho.
Harry falava com Lenah em pensamento, mas resolveu dizer o que sentia em voz alta, talvez para que pudéssemos sentir que ele e Lenah estavam em sintonia, independente do que ocorresse.
- Estou aqui com todos os que iríamos impressionar essa noite meu amor. A nossa noite.
Eu sei que você não gostaria que te vissem com essas marcas no rosto, nem com esse corpo tão pálido, - as lágrimas rolavam e ele acariciava o rosto de Lenah, não deixou lacrarem o caixão no velório, mesmo com a aparência quase mutilada de Lenah. - mas precisávamos estar unidos nesse momento. - ele segurou a mão dela com força, havia um anel de noivado em sua mãos, reluzindo uma pedra brilhante.
- Você esperava um bebê. - ele sorriu e enxugou as lágrimas. - Um bebê que era nosso. - ele riu levemente. - e agora esse bebê vai estar com você aí no céu. Tenho certeza que vai me esperar aí com ele e quando nos encontrarmos vou ensiná-lo a tocar bateria. Meu garotão, porque tenho certeza que é um garotão! - ele riu e acariciou os cabelos que estavam soltos ao lado dos ombros, com as ondas caindo. - Poynter está te esperando pra conversarem e acertarem os problemas. Você consegue ter problemas até no céu Leninha, é uma sapeca. - ele tocou no nariz dela, como se fosse uma criança. - Eu confio nele, confio que vá cuidar de você e te entregará para mim quando for à hora, assim como já fez uma vez. - ele respirou fundo e prosseguiu. - Não te culpo pelo que fez comDaniel. - ele endureceu a voz e todos olharam para mim. - Foi um erro e eu sofreria muito tentando entender, mas... - ele se rendeu beijando os lábios de Lenah. - eu te amo tanto. Tão completamente e... - Harry voltou a chorar soluçando. - Te amo mais que tudo para sempre. Para sempre.
Eu sei que você não gostaria que te vissem com essas marcas no rosto, nem com esse corpo tão pálido, - as lágrimas rolavam e ele acariciava o rosto de Lenah, não deixou lacrarem o caixão no velório, mesmo com a aparência quase mutilada de Lenah. - mas precisávamos estar unidos nesse momento. - ele segurou a mão dela com força, havia um anel de noivado em sua mãos, reluzindo uma pedra brilhante.
- Você esperava um bebê. - ele sorriu e enxugou as lágrimas. - Um bebê que era nosso. - ele riu levemente. - e agora esse bebê vai estar com você aí no céu. Tenho certeza que vai me esperar aí com ele e quando nos encontrarmos vou ensiná-lo a tocar bateria. Meu garotão, porque tenho certeza que é um garotão! - ele riu e acariciou os cabelos que estavam soltos ao lado dos ombros, com as ondas caindo. - Poynter está te esperando pra conversarem e acertarem os problemas. Você consegue ter problemas até no céu Leninha, é uma sapeca. - ele tocou no nariz dela, como se fosse uma criança. - Eu confio nele, confio que vá cuidar de você e te entregará para mim quando for à hora, assim como já fez uma vez. - ele respirou fundo e prosseguiu. - Não te culpo pelo que fez comDaniel. - ele endureceu a voz e todos olharam para mim. - Foi um erro e eu sofreria muito tentando entender, mas... - ele se rendeu beijando os lábios de Lenah. - eu te amo tanto. Tão completamente e... - Harry voltou a chorar soluçando. - Te amo mais que tudo para sempre. Para sempre.
O silêncio me matava. Harry foi tirado de lá pelo professor Jimmy e eu me aproximei com a senhora Poynter para nos despedirmos de Lenah antes de que o caixão fosse para a cova. A mulher segurou a mão de Lenah, mas eu não encostei nela. Não poderia. Fechei os olhos e pensei em uma música que havia composto para minha princesa. Uma música que representava o sonho que eu sempre quis viver ao lado dela e, em minha mente, aquela música era dedilhada por mim em meu velho violão, sentado em meu quarto, sendo observado pela mulher da minha vida.
(N/A: Ouça a música que ele escreveu:)
Deixei uma lágrima rolar e cair em seu rosto, antes de beijar sua testa.
- Adeus Lenah. - e me senti ser abraçado por ela.
(N/A: Ouça a música que ele escreveu:)
Deixei uma lágrima rolar e cair em seu rosto, antes de beijar sua testa.
- Adeus Lenah. - e me senti ser abraçado por ela.