Reinações Múltiplas: Sobre estar triste
ATENÇÃO: Este blog é pessoal e não profissional

Sobre estar triste

Por que o ser humano insiste em humilhar o outro?
Fico pasma cada vez que recordo a brutalidade das ações contra mim.
Podem não ter sido tantas ou suficientes pra me levar a algo super drástico, mas fazem parte da minha história e daquilo que eu acho válido analisar.

Dia desses estive lembrando o que era ver o olhar e ouvir as palavras de quem sabia dançar, quando eu dançava em meio as mulheres mais magras e delicadas.
Eu não aprendi a ser delicada. Não sei se é algo que nasce com o ser humano, mas minha maneira de ser, de vestir, de lidar é muito menos delicada e feminina do que eu gostaria. E não me imagino tentando viver algo assim, com a aparência que tenho hoje. Simplesmente porque não combina comigo. Não se une a quem eu acredito que sou.
Estou triste. Hoje, talvez, de uma maneira que não estive antes.
É uma tristeza do existir e do fazer, do ser e do reconhecer. Me sinto cansada e me sinto ainda mais parada.
Me sinto estagnada e ressentida.
As pequenas dores do dia a dia têm me feito desmoronar passo a passo. Não só os planos frustrados como a falta de planos e uma porção de outras tristezas.

Sinto preguiça. Sinto vontade de fazer nada. De ficar sozinha. De não sair. De me guardar num estoque e ficar esperando o tempo passar.
Não estou com vontade da vida. Estou com vontade, talvez, de uma outra vida. Uma vida que eu não soube construir e que não é minha.
Estou impaciente e frustrada.

Não estou conseguindo ligar os pontos que me dizem: Hey, Freire, você conseguiu muito mais do que imaginava.

Como eu faço pra voltar ao normal?
Estou me sentindo ficar fora de mim... com o pezinho sem costurar.
Estou triste.

E essas lembranças de coisas ruins que me foram ditas acabam voltando.
Uma tristeza que deteriora a esperança e a razão. Tudo o que eu julgava ter.

Queria me sentir bem e feliz. Bonita e franca.
Me sinto mal.
Estou aprendendo a lidar com isso. Lidar com ver outra pessoa viver o que eu imaginava pra mim.
Sorte? Destino? Momento?
Eu ainda não consigo entender... e me precipito.
Eu não queria isso. Eu costumo querer fazer direito... porque os erros evocam essas vozes que me ditam defeitos. E eu as odeio.