Ou, houve um momento em que eu não soube valorizar o dinheiro.
Esse momento parece estar muito, mas muito longe.
Porque na atualidade eu não consigo imaginar como deixei tanta grana ir embora, sem me programar e sem ser uma pessoa que administrava com inteligência, com maestria.
Não tem como o raio cair duas vezes, nesse caso.
Não tem porque eu não pretendo deixar.
O período de crise é muito mais pessoal do que coletiva; mas o coletivo é a união do pessoal. E acho que a gente se deixou levar pelo desprezo a algo que é, de fato, um daqueles materiais que regem a vida humana. Não se compra o sol, a chuva, nem a liberdade com o dinheiro... mas nem o sol, nem a chuva, nem a liberdade conseguem ser bem aproveitados quando estamos mal. E estar com alguma necessidade, financeira ou não, abate tanto que faz o período livre não ser suficientemente utilizado.
Não sei bem como me organizar, nesse momento.
Estou, como disse para a Moça, juntando os cacos. recomeçando. Do zero.
Não vou voltar do nada para a posição em que eu estava, porque está no começo outra vez.
E eu não quero, nem vou me fazer e me sentir uma coitada.
Preciso cuidar melhor de mim e de quem eu sou. Mas tudo bem, como for pra acontecer, vai acontecer.