Posso ser intolerante em dizer que quero ser conquistada, mas está aí, foda-se: quero ser conquistada.
A atualidade tem me mostrado, entre outras muitíssimas coisas, que estou absolutamente equivocada em meu comportamento social e pode ser que eu concorde.
Não consigo mais evitar o mal humor, apenas absorvo o escárnio e solto um bom grito de foda-se.
Estar bom e fazer correto é o mal da vez. Toda vez que consigo fazer aquilo que estava, ligeiramente, preparada para fazer, parece simplesmente errado. Errado, entende? Errado.
Quanto mais se luta para acertar, mais erros se acumulam.
Me ensinem a viver a vida no meio termo. Eu não sei estar no meio termo por mais de uma hora ou duas postagens no Facebook. Posto uma, duas e, pimba! Acabou-se o meio termo.
Não quero me sentir triste e acho desnecessário me martirizar mais do que já me martirizo, mas o cotidiano se fecha em alguns sinais que dizem: não adianta, cretina, é hora de se curvar e derramar umas boas lágrimas.
A felicidade dura menos do que o tempo de preparar um miojo?
Eu acreditava muito mais no tempo de felicidade da Disney e aí, meio sem querer, descobri que não vivo em um conto de fadas, não sou uma princesa e não há príncipe nenhum.
Ao contrário, meio que me apaixonei, mais uma vez, por um daqueles caras que moram perto e são menos acessíveis que artistas de Hollywood. Deve ser mais fácil tentar um relacionamento com o Brad Pitty, do que quinze minutos com um cara que vive próximo ao Centro Cívico.
Ironia filha da puta.
Tem tantos quesitos assim pra se dividir? É tão difícil assim ser transparente e real?
Ontem descobri que me doo demais, que devo aprender a expandir esse excesso de conteúdo que existe em mim. Fazer com que o ponto de dentro vá evadindo até atingir os extremos.
Descobri que quando faço algo quero que o algo seja pleno, que esse algo pleno, no entanto, não é o que o mundo quer de mim. Descobri que não posso tentar ser a melhor, porque nunca chegarei a ser a melhor e centrar nesse ponto vai fazer os atos medianos (que são os que eu e a humanidade merecem) passarem por mim, sem paradas.
Isso quer dizer que não mereço nem príncipe, nem mendigo. Quer dizer que mereço um homem real. E que a realidade, meus caros, é a última bolha de sabão que o detergente faz. É o fim da magia e do mundo da Lua, porque daí pra frente a magia se torna concreta e a Lua seu guia. É quando a história para dormir se torna utopia e você deixa de sonhar acordado e, quando muito, sonha dormindo.
A realidade é tão ferrenha e incontrolável. É tão difícil ser real, porque isso predispõe crescer e crescimento predispõe coragem, luta, força, fé, responsabilidade. E uma liderança empresarial que é tão "lei maior" a ponto de recair sobre seus dias.
Em outras palavras, me disseram sem querer que eu deixei de ser criança. Que chegou o meu momento de cuidar, porque já fui cuidada. Que estou desprotegida de braços e que me restou apenas a armadura envolta ao corpo e a espada, junto ao escudo. Agora é comigo. Um guerreiro e mais nada. Um mar de soldados contra um guerreiro de carne e diversos guerreiros de pedra. Isso pra eu descobrir que pedra também é vida. E que há vida além da carne.
E eu pretendo descobrir. Mesmo triste por meu trem ter descarrilhado, pretendo descobrir.