Penúltimo dia, oficialmente repleta de saudade de casa.
Não consigo ficar longe do meu porto seguro, embora eu não sinta que é minha casa quando estou em casa. Meu lugar ainda não veio. Ainda não está aqui. Ainda não sou eu, o meu lugar.
Quando eu viver em mim, dentro desse corpo, nessa casinha, qualquer lugar será um bom lugar, até lá, nenhum lugar é suficiente.
Bem, de qualquer forma, é a terceira viagem no ano, e isso mostra que estou mudando, aos poucos, tendo mais vontades e ações.
Quero mudanças mais extremas, mas quando elas ocorrem de uma vez só, doem mais. Melhor que sejam gradativas. O que preciso é centrar no passo a passo. Um dia por vez. Cada minuto um momento.
Vou me preparar para isso. Para essa felicidade e para a tristeza também.
difícil tem sido há anos, então, eu dou conta.
Planejamentos, claro, eu tenho:
Trabalhar com português para estrangeiros, dedicadamente.
Trabalhar com espanhol, voluntariamente.
Por hora, é isso.
Depois vemos no que dá.
Tomei cuidado de não fazer tudo o que era possível em Bue, sozinha. Quero dividir esses momentos, então, guardei algumas coisas, como a casa rosada, entrar na torre inglesa, conhecer o Caminito, andar de metrô, ver um estádio por dentro, fazer o passeio de ônibus turístico, entrar no zoo e no jardim japonês. Tem muito pra mim, ainda. Muito pra um nós que se aproxima, tão gradativamente quanto as felicidades e dores.
Ainda não conheço a casa rosada.