Sinto medo de me aprofundar nos seus olhos
De te olhar de frente
De te abraçar forte
De reparar no seu sorriso
De falar mais de cinco segundos com você.
E o tempo que passamos juntos, somados, não dão um dia.
Te vejo em flashes, em momentos rápidos.
E o mais divertido de ser sua fã,
De ser sua moça de sorriso largo,
É que você sempre está, mas nunca me nota.
É que você, com todas as suas alegrias e chatices,
Pouco imagina o quanto é difícil te pensar.
Mesmo quando ando nas ruas e te lembro,
Ao comprar uma rosa.
Mesmo quando dirijo com rumo,
Procurando algo que te faça gravar o "meu cheiro".
Mesmo quando encontro algo que te recorda,
E levo para entregar em suas mãos.
Mesmo quando ouço meu coração,
E penso que estou louca.
Ainda assim, sinto medo.
Medo de um dia ser vista por você.
Ser notada e não saber o que fazer.
Medo de que um dia você me descubra
E veja em mim o que eu quero aparentar.
Tenho medo de mergulhar em você,
Nos seus versos, nas suas estrofes,
Nas suas falas, presença, cabelo, barba por fazer,
No seu olhar, na cor da pele, no fio entre castanho e loiro,
No jeito doce que se doa, no modo focado em que atua...
Sinto medo de ser um engano, um erro, uma tolice.
Como sinto medo e como me escondo de você.
Fico trêmula e insegura.
Minha cor muda.
Minha energia trava e minhas mãos ficam sem calor.
Eu sinto tanto medo, tanto receio, tanta insegurança, que te reconheço.
Reconheço como alguém que me tira as palavras.
Um daqueles homens que me fazem perder o sono.
Mas meu medo é tanto, que só posso te ver de longe.
Enviar meia dúzia de tentativas de puxar assunto.
Lembrar de você todos os dias.
Reler suas declarações para outras moças.
Rever rapidamente alguma imagem.
Pensar em como te encontrar em um ambiente onde possamos conversar sobre bobagens, rir juntos e tomar um café, regado pela fumaça do seu cigarro.
E escrever alguns poemas inspirados no seu nome.
Sinto medo de estar errada. De deixar o meu pensamento me enganar.
De sofrer outra vez por apostar em alguém que me rechace.
Sinto medo de me mostrar como sou. De perder o juízo. Do que eu tenho não ser suficiente.
Sinto medo de não estar apaixonada. De estar enganada. De ser apenas sua fã.
Fã de quem você é.
Te admiro. Gosto de você. De te olhar.
E me angustia me sentir menina e imatura, medrosa e insegura, quando o "Menino" da história é você...