Quando me deparo com o pensamento voando alto e indo até você, é como se nada fizesse sentido.
Eu sinto um medo tão grande de errar, de me deixar levar pelas emoções e acabar estragando o convívio.
E aí me pergunto "que convívio?" e continuo buscando sentido...
Importante é dizer que você me inspira.
Que as flores agora levam seu nome, assim como os pássaros.
E que isso pode não significar nada. E pode significar tudo.
É interessante saber que você existe e que existam pessoas como você: e eu nem te conheço.
Eu te vejo, te ouço e até te sinto (de um modo distante, seco, frio e absolutamente cirúrgico, como se um profissional em ação), mas no fim do dia eu sigo sem te conhecer.
Me irrito por estar sendo levada a conhecer homens muito geniosos e cheios de si. Com respostas prontas e com a cabeça dura. Logo eu, que sou a mais maleável das mulheres, que mudo de opinião conforme a lua muda de iluminação solar... logo eu!
Mas é assim.
Me aparece gente batendo o pé, teimando e dizendo um monte de palavras, de modo nada delicado, me ensinando da maneira mais fria e penso em gritar "espera, homem, para! Coloca um pouco de mel na sua voz e me fala essas mesmas coisas com amor. Não com o amor duro de pai ensinando o filho, mas com amor de avós ensinando o netinho presumido". Quero homens doces e me aparecem essas rapaduras...
Mas quem disse que a vida não teria dificuldades?
E você é uma delas.
Um menino difícil. Daqueles que pensam, pensam, pensam... e agem quando e como querem, teimosos, repletos de incertezas que julgam ser segurança. Até suas verdades absolutas possuem alguma explicação que fazem delas verdades parciais. Argumento você tem o tempo todo, pra tudo.
E não se cansa de guerrear.
Para!
Respira e começa de novo. Mostra a covinha pra mim, senta do lado, me dá um abraço e me deixa sentir você de verdade. Por inteiro. Não a máscara de segurança. Não só ela... Eu sei que com ela eu preciso aprender a lidar. Não só a sua, mas as máscaras de segurança da vida.
Então me deixa, pelo menos, poder desfrutar alguns minutos do seu eu mais suave. Terno. Não diz nada. Só me abraça, pra eu poder descansar minha alma e meu pensamento... que se envolve em você. Na tua imagem, que faz cada vez mais sentido... no seu sorriso, que nunca é pra mim... na sua barba por fazer, colorida e linda, como seus olhos... que eu não consigo encarar sem mostrar uma parte minha que não tem forma, nem conteúdo.
Eu não anseio nada. Nem sei quem eu sou ou qual é o meu nome quando te vejo. Esqueço dos dias do calendário e me apavoro com a fragilidade que consigo demonstrar. Eu que sou forte, de aço. Eu que não combino com nada que seja pequeno e delicado, me converto em um ser desprovido de cascas, de escudo, de sentido. Sem saber o motivo. Sem saber se estou louca, burra, confusa ou perdida de vez.
Me chama pra um café. Me diz que também tem pensado em quem eu sou. Em como eu sou.
Ou continua me deixando de lado, assim como se eu fosse menos que nada. Vai ver eu me acostumo ou choro um pouco, pensando que o problema sou eu, que minha imagem está ruim, que sou incapaz de conversar com um homem interessante.
Vai, segue com seu charme e com seu silêncio, pra minha cabeça ficar aqui desacreditando de mim mesma, já que sou incapaz de te fazer reagir ou de reagir diante de você.