Nos últimos tempos percebi que o problema que eu pensei que existia comigo, não é meu.
Ainda que eu precise de muita terapia pra superar a maneira brutal como fui tratada pelos homens em princípios e meados da adolescência e pós-adolescência, o que aconteceu comigo não foi exclusivamente meu. Foi social.
Hoje, se bate insegurança pela falta de experiências positivas em relacionamentos, também bate a certeza de que um homem não é melhor nem pior do que eu para que me diminua e me faça sentir mal.
Assim como eu trato aos homens que conheço, com as brincadeiras sadias, carinho ou opiniões discordantes, é como eu exijo ser tratada. Não posso esperar menos do que uma pessoa real que busque a companhia de outra pessoa REAL.
Não sou de nenhum conto de fadas. Não sou uma princesa, nem uma versão delicada do tipo Sandy, nem uma versão poderosa do tipo Beyoncé. Meu corpo não lhe diz respeito, porque é MEU e quem vai morrer e apodrecer com ele sou EU e ningupem mais.
Compartilhar algo com alguém é para ser leve e não brusco. Pode ser que para alguns casais a guerra faça sentido, pra mim não. Pra quem estiver ao meu lado, possivelmente, não. Porque eu anseio paz. Não só no final da história...
Nos últimos tempos eu me vi sendo comentada por meu tamanho, por meu cabelo, por minhas roupas. E minhas contas continuam sendo pagas por mim e pelo meu trabalho.
Homens que eu agradeci mentalmente por me apoiarem quando precisei de carinho e que estavam ali porque me viram fragilizada. Isso é indigno. Um cara que se aproveita de situações de fragilidade é ridículo.
Resolvi que não vou mais relevar esse tipo de situação e que vou armar o barraco, SIM!