Cara, eu tenho que tirar o chapéu pro Eduardo, porque, definitivamente, ele escreve pra malaco, MAS tem um conhecimento tão grande, tão estratégico no que diz que é um orgulho que ele (e diversos outros mestres de cerimônia) seja (m) brasileiro (s).
Pode não ser bonito dizer isso, mas eu sou fã de Facção Central.
"Entre malária e febre amarela quero ser Pablo Escobar, que com o pó deu uma cidade pro seu povo morar"
Tem noção do que é isso? Meu, só estudando a história da América Latina pra entender os Robin Hoods daqui. É assim de norte a sul, nesse território abandonado pela ignorância voluntária. O ditado "ladrão que rouba ladrão, tem cem anos de perdão" é real e funciona aqui. Existe uma lei que rege, irregularmente, mas de maneira mais organizada do que a nossa lei, o crime nacional. E essa lei se prolonga aos governantes e, consequentemente, aos governados.
Eu fico de cara com os olhos fechados e a hipocrisia social. Há uma série de violência e desacato no dia a dia do povão, da classe média, da galera que se rala pra ganhar mil reais e pensa que é dinheiro. Essa massa se faz de ignorante, prefere não se envolver com o mundo, prefere não vestir nenhuma camisa, vai arrastando com a barriga e PIOR, quando tem oportunidade de levar vantagem, não pensa duas vezes.
Hoje em dia é errado ser humano. É errado ser gente. Quanto mais animal seletivo, mais detalhista, mais filho da puta, melhor. A exclusão é tão evidente, tão desconcertante.
Salários de fome, empregos de fome, oportunidades cheias de segundas intenções, burocracia pra quem merece e facilidade pra quem tem contatos. Puta corrupção de merda.
No meio desse vai e vem, você quer ficar onde se sente acolhido. E se o crime acolhe, o cara não pensa duas vezes.
O que eu tenho a dizer é que nunca fui delinquente, nunca me envolvi em atos ilícitos e nunca tive porque me envergonhar da minha índole. Mesmo assim, passo de cabeça baixa se vejo rodinha de malaco na rua, mas desvio o caminho se vejo a polícia na esquina.
Não é medo. É falta de sentimento. Não tenho porque me sentir honrada e nem tenho histórias que contar com protagonismo dessa classe ou de qualquer outra classe política.
Interesse por interesse, eu me interesso no futuro do meu povo. Não da nação. Do povo. E isso inclui excluir as fronteiras de interesses, criando pontes de moral e ética.