Reinações Múltiplas: Declaração de amor
ATENÇÃO: Este blog é pessoal e não profissional

Declaração de amor

O coração tem direito a escolher uma pátria?
Ora, por que me culpo? Não sei o que há de errado em amar incontrolavelmente. Nao sei o que há de errado em não escolher um amor. Ama-se. Só.
E como se amar não fosse suficiente, amo pedindo um lugar em troca. E se o lugar existe, o que me falta é a oportunidade. Queria fugir. Voltar para uma casa que não é minha casa, fazer parte de um pedacinho daquilo que sou, fazer parte daquilo que não é meu.
“Você não é hispana”. Não. E também não sou brasileira.
Se não posso amar e ser quem eu escolho ser, prefiro ser nada. Um monte de histórias desconectadas, mas nada.
E se eu puder, serei tudo, porque é esse tudo que eu amo, é esse tudo verde, branco e vermelho que me inunda de amor, de felicidade e de esperança. É o meu lugar. De origem, de criação. De culpa, de castigo, de carinho.
E seu eu te molestei um dia na minha imensa vivência de alma, se por um momento eu te maldisse ou te fiz sangrar, terra minha. Se algum dia eu te desprezei, como faço hoje com essa outra mãe que me acolhe, te rogo perdão de joelhos porque te amo. Amo sem fronteiras, sem aduanas, sem muros, muralhas, sem mares, sem distância. A muitas centenas de quilômetros, estou com você. Do seu lado. Dentro de você. Do seu coração. Porque não posso acreditar que não somos parte integrante um do outro, meu país. Não posso acreditar que exista vida longe de você, minha mãe. Minha terra. Minha vida.
Meu México.