Reinações Múltiplas: Aquela dos quase 30
ATENÇÃO: Este blog é pessoal e não profissional

Aquela dos quase 30

Aquela idade em que você não é mais criança, não é mais adolescente e nem se sente 100% adulta.
Quando você está entre cores, flores e sensações diversas, mas diferentemente de um adolescente, sabe e consegue projetar tais cores para a vida e o dia a dia.
Quando o seu pensar faz pouco sentido e você duvida das suas palavras. Não por descrensça em si mesmo, mas por ter vivido suficientes experiências que não deram certo.
Uma idade em que você pondera, mas não tanto. Uma idade em que você crê e vive a crença. Seja lá no que for.
Alguns creem mais na arte, outros na vulgaridade, outros têm a fé em deuses e sobram alguns com fé em si mesmo e em suas verdades repletas de tapa olho.
É uma idade de ego ou de humildade. Uma idade em que você se sente bem consigo mesmo e tenta mostrar para o mundo que todos podem viver consigo mesmo.
Uma idade que já tem raizes e marcas, mas que busca outras tradições e se desprende do óbvio, ou se tranca nele e se torna vítima dos estereótipos.
Uma idade "duas facas, dois gumes", onde grupos não se misturam ou são totalmente misturados.
Uma idade seletiva.

Aquela dos 30, ou quase.
Um quarto de um século. Não são mais os 20 e não são, ainda, os 30.

Uma idade que te faz ver gente tentando chegar e gente tentando ultrapassar. Uma idade em que você fica parado em movimento.
Uma idade em que o movimento te envolve e você se envolvi com o movimento.

Uma idade de viajar. Em si mesmo. Na maionese. Pelo mundo. Pelo seu país.
Uma idade que identifica a sua identidade.
Uma idade que te colore.

E eu sou verde e amarela.
Da cor dessa terra.
Verde de Oxóssi.
Amarela de Oxum.
E em mim as outras cores vivem, nutrindo o meu ser e a minha alma. Com vida pura. Com os sagrados orixás e muito amor pela criação de Pai Oxalá.
Uma idade em que a paz não está só em mim, mas no meu meio, na minha gente, em quem eu amo e em quem eu não conheço. Ainda.
Uma idade de trilhas e de descobrimento. Cabral devia ter essa idade quando projetou o engano que resultou em seu descobrimento.
Diferente de Cabral, quem tem 25 não descobre o Brasil em outras terras. Descobre o Brasil em si mesmo.